1 mês depois
-O que pesa mais, Riven, sua espada, ou sua consciência?
A floresta ioniana travava uma rigorosa perseguição naquela noite, de um homem em busca de vingança? Não. Ele preferia chamar aquilo de justiça.
-Que diabos você está falando?
-Todo mundo tem contas a acertar, Riven. Não se faça de desentendida.
A mulher de cabelos pálidos amarrados num coque fugia em direção as montanhas gélidas que Ionia proporcionava, mas aquele homem não estava disposto a descansar ou desistir, estava determinado a cumprir sua promessa, encontrar o assassino de seu irmão.
Ele é muito rápido.
Então Riven finalmente parou de correr e empunhou sua espada que permaneceu todo esse tempo embainhada, e gritou:
-Já disse que não vou lutar!
Em seguida, um vulto fora surgindo dos arbustos, um homem alto e forte, cabelos compridos presos a um rabo-de-cavalo, que carregava consigo uma espada, e a culpa e o fardo de um homem imperdoável.
Quando chegou na liga, Yasuo estava em busca de respostas para saber quem era o poderoso assassino que matara o velho ancião o qual o samurai tinha de proteger. Como a causa da morte foi um golpe de vento, o único capaz de dominar essa arte, foi considerado o culpado. Desde então, Yasuo foi perseguido e forçado a matar seus próprios aliados que cegamente seguiam as ordens de Ionia, inclusive Yone, seu próprio irmão. Desde então, Yasuo jurou que traria justiça para seu irmão e se redimiria com sua terra natal.
O Instituto o recebeu prontamente, jamais viram um samurai tão ágil e destemido, seria ótimo para as batalhas. E logo no começo de sua jornada como um campeão de Runeterra, Yasuo enfrentou um adversário à altura.
Riven.
Finalmente alguém com quem Yasuo pudesse competir, habilidade dos dois era simétrica, cada golpe, uma resposta. Cada resposta, uma resposta diferente vindo do outro lado. Yasuo começou a gostar daquela mulher, até que a luta ficou séria. Quando o samurai despertou o poder que ela guardava na espada, os olhos de Riven tornaram-se luz, a mesma luz que irradiava de sua espada e toda a energia que torneava a mulher.
Era ela, o assassino que Yasuo procurava. O golpe de vento que Riven usou para vencê-lo naquele dia acabou deixando tudo mais claro para o samurai. Mas ele não queria acreditar naquilo, mesmo sabendo que os campeões deveriam evitar qualquer tipo de interação dentro dos campos da justiça, Riven foi até seu oponente derrotado, e lhe estendeu a mão. Yasuo não sabia o que fazer, apenas olhou nos olhos da lutadora e viu o quão seria ela estava. O samurai ignorou sua honra e apoiou-se no braço de Riven para se levantar, depois trocaram alguns olhares, até que ele decidiu romper o silêncio.
-Não precisava me humilhar mais...me vencer já não foi o suficiente?
E a encarou. Yasuo lançara um olhar fulminante para a mulher, mas o que o surpreendeu foi a resposta que recebera. Um leve sorriso de canto, e um "foi uma boa luta" seguido de tapas em seu ombro. Yasuo jamais esqueceria aquele dia, e tentava a todo momento esquecer que se quiser manter sua promessa com o irmão, teria um dia que matar a garota que lhe mostrou uma visão diferente da vida.
/-\
Os ventos sopravam cada vez mais fortes naquela noite, as árvores pareciam proteger dessas rajadas, mas havia um poder mais forte a favor do vento.
-Por quê? Vamos, Yasuo! O que você quer?
Riven suava frio, ela mesma nunca se sentiu daquela maneira, tão nervosa, tão insegura. Desde criança foi treinada para aniquilar exércitos, e agora tremia frente a frente a um homem a qual ela mesma já o derrotara. Era um presságio, Riven sabia que algo ruim aconteceria naquela noite, e isso a atormentava.
-DIGA! -Então Riven cravou sua espada no chão, e estava ofegante, ficando cada vez mais sem paciência com o samurai que a olhava antentamente, como um predador preparado para dar o bote em sua presa. -JÁ TE DISSE QUE NÃO VOU LUTAR COM VOCÊ!
Finalmente, Yasuo desenbainhou a espada e investiu contra a mulher. Riven não teve tempo de reação, o samurai era rápido como o vento e mortal como o furacão, apenas conseguiu colocar o braço na frente do rosto tentando defender-se do ataque.
Era uma espada ágil atacando incansávelmente contra uma pessoa que sequer conseguia se defender. O ditado "vento mole, pedra dura, tanto bate até que fura" nunca havia feito tanto sentido. Yasuo não parava de golpear Riven, que mesmo com toda sua resistência aos ataques, começava a enfraquecer diante do veloz samurai.
E ele não parecia disposto a parar.
O ciclo continuava inúmeras vezes. Yasuo avançava, cortava-a com sua espada, e se preparava para um novo golpe. Todo aquele sentimento que Yasuo sentia por Riven se tornava forças para que ele retribuísse. Lembrou-se do sorriso meio tímido que ela deixara escapar naquela luta, lembrou-se de quando ignorou tudo para aceitar sua derrota para a lutadora. Lembrou-se do que ela um dia havia feito com sua vida.
-HASGAGI!
De maneira aterrorizante, uma tormenta surgia diante de Yasuo, e seguia em direção a Riven. Ela sabia que se não fizesse algo, teria seus últimos segundos de vida decretados naquela clareira no meio da floresta. Sua única opção era voltar atrás em sua palavra, e assim ela o fez.
Com dificuldades devido aos ferimentos em todo o corpo graças aos constantes golpes de Yasuo, a mulher de cabelos glaciais correu em direção à sua esperança.
Brokenblade, me conceda mais uma luta.
E a tormenta fora destruída. E como a fênix renasce das cinzas, um espírito quebrado se reconstrói como as energias que reconstroem sua espada quebrada. A lâmina rúnica esbanjava poder, o poder que refletia de seu portador. Era aquele poder que Riven temia usar novamente. Desespero.
Rapidamente passou diante de seus olhos, a batalha da invasão noxiana em Ionia. Não foi para aquele glorioso combate o qual Riven passou a vida treinando, aquilo era um massacre. Frente a toda aquela devastação e falsidade que Noxus espalhou pelas terras ionianas, a comandante do exército noxiano fez algo que mudou a trajetória daquela luta. Riven fugiu. Correu o mais longe que conseguiu daquela nuvem de caos que Zaun havia planejado para Ionia. Foi quando encontrou uma clareira no meio de uma fooresta, e então desabou em suas primeiras e infinitas lágrimas. Em Noxus, chorar é sinal de fraqueza, inferioridade. Mas a partir daquele momento, Riven não era mais de Noxus.
E na mesma clareira que ela um dia chorou pela primeira vez, as lágrimas voltaram a dominar seu corpo enquanto um grande furacão é totalmente engolido por seu corpo e por sua espada. Sequer deu tempo de perceber, mas Yasuo não perdoou a pequena falha da lutadora, ela deixou ser jogada aos céus pela tormenta. O samurai moveu-se como o vento ao redor de Riven, desferindo golpes indefensáveis na mulher. Seu rosto já não tinha mais onde ter cortes e sangue, e poderia se dizer o mesmo sobre seu corpo. Riven já não tinha mais forças para resistir, seria finalmente cair às opressões do samurai.
Mesmo assim, fez o maior esforço possível para levantar. Se fosse para terminar ali, morreria como uma guerreira de verdade, como havia treinado, como havia sonhado. Gastou seu último fôlego para decretar o fim àquela luta.
-V-va...mos, acabe co...migo.
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