Entramos na casa, Vincent esbravejou que iria na frente, como se realmente tivesse que me proteger de alguma coisa, caso algo acontecesse eu sei que ele seria o primeiro a se esconder atrás de mim, quando estava no meio da sala fez sinal para que eu o acompanhasse, tudo estava perfeitamente arrumado exatamente como vimos no passado, os móveis estavam exatamente no mesmo lugar, o chão de madeira clara ainda brilhava, aquilo sem dúvidas era muito estranho
-Vincent, algo aqui não está certo
-Tudo aqui está errado melhor dizendo
-Como ela fez isso?
-Eu não faço ideia, mas fez bem
-Você já ouviu falar da dimensão da escuridão?Quer dizer...por que diabos alguém criaria algo assim?
-Aquela ali não foi criada Candi, é uma dimensão ocasional, só aparece em um situação
-E qual seria?
-Só aparece para pessoas que deixaram sua alma ser devorada pela escuridão, e esse com certeza é o caso da Vega
-Então...isso é o que o poder dela pode fazer?
-Apenas uma das muitas possibilidades, isso pode ser alguma coisa que não conhecemos-estávamos observando os arredores quando uma cena se iniciou, a cena do dia em que Vega foi retirada do seu “cargo” por Kille, era exatamente como Nathaniel tinha me mostrado, se repetia milhares de vezes, provavelmente o tempo em que resolvêssemos ficar alí parados assistindo
-Então quer dizer que esse dia também a marcou não é?
-É...acho que foi isso...mas pra sabermos o motivo de ela ter conseguido conservar essa casa precisamos conhecer os limites do poder dela, e só uma pessoa pode responder isso Candi
-Quem?Ela mesma?
-A irmã dela, Elara-minha cara de choque provavelmente estava cômica
-Você acabou de me dizer que...Elas é Vega são irmãs?
-Elas são irmãs de sangue, mas na época em que tudo aconteceu ela era só uma criança
-Isso é inconcebível, as duas são completos opostos
-Nem tanto, ela vai ser fundamental pra que nós possamos entender os poderes da pessoa contra a qual estamos lutando
-Estamos lutando contra ela?Não estamos tentando fazê la ficar boa de novo?
-Por enquanto isso é apenas uma possibilidade, quando perceber nos que ela pode deixar de lado a natureza agressiva aí passamos para a parte mais sutil do nosso plano
-Certo…-fiquei meio confusa, ele não era nada sutil, aquilo provavelmente não daria certo
-Vamos embora, o choro dela está me deixando nervoso-saiu da casa a passos pesados, dei uma última olhada no corpo de Vega ajoelhado no chão aos prantos, eu não conseguiria fazer mal a ela, era só uma garota apaixonada, não tinha culpa do que houve
-Vincent…
-O que foi?-já voltávamos pra casa na moto
-Eu...queria pensar melhor na abordagem do nosso plano
-Depois falamos disso Candi...mas vai ficar tudo bem, ninguém aqui vai ser violento, eu sei que você não é do tipo que “paga com o punho”.Vou hoje resolver umas coisas que deixei pendente quando fiquei esse tempo fora
-Que coisas?-ele deu uma risadinha e se virou pra trás pra me ver
-Curiosa demais, a curiosidade matou o gato-fiquei emburrada atrás dele até chegarmos em casa, Nathaniel estava lendo no meu quarto, sorriu quando me viu entrar pela porta
-Algo de estranho na casa?
-Tudo naquela casa era estranho Nat, sentei na cama tirando os sapatos
-Mesmo?-se sentou ao meu lado
-Sim...estava tudo arrumado como se pessoas ainda vivessem ali desde que ela foi embora, tudo intacto, como se...o tempo não tivesse passado sabe?
-Ok, isso é muito estranho-nós rimos
-Estou ouvindo isso do cara que lê pensamentos
-E da garota que faz doces
-Eu estou cansada disso tudo sabia?De me proteger de tudo, de lutar, de saber coisas ruins o tempo todo, às vezes é bom uma boa notícia, só pra variar
-Já te disse que não precisa se preocupar em se proteger, pode deixar que eu faço isso
-Isso está fora de questão, eu cuido de mim
-Você já me salvou muitas vezes, não acha injusto que eu não tenha feito nada por você durante todo esse tempo?
-Não é questão de justiça, eu faço isso porque me preocupo com você, não tenho interesse nenhum no que faço, eu faço porque quero-ele sorria pra mim feliz, porque diabos estava tão feliz?
-Eu também me preocupo com você, por isso quero pedir que me deixe cuidar de você, pelo menos até a história de Vega se resolver e as coisas ficarem mais calmas
-Vão ficar?-ele riu e deitou minha cabeça no seu colo
-Vão sim-passava as mãos pelos meus cabelos e me fazendo ficar com sono
-Assim eu vou...dormir…-passou os dedos pelo meu rosto levemente e as pálpebras foram pesando aos poucos até que eu apaguei
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-Ei...Candi…-senti alguém me balançar e abri os olhos devagar
-hummmm…-balancei a mão pra ele se afastar, mas senti suas mãos me levantarem da cama
-Nat...para…-ele riu
-Abra os olhos pra mim-segurou meu rosto com uma mão, abri os olhos devagar, porque ele pediu
-O que foi?Por que está me acordando?
-Quero ouvir sua voz
-I-isso não é motivo pra me acordar-estava sem graça e ele ria
-Eu sei, me desculpe, eu senti sua falta, mas se você quiser a gente volta a dormir- “a gente”?
-O...o quê?-ele me sentou na cama e se deitou do lado, se cobriu e segurou o lençol dando espaço pra que eu me deitasse ao seu lado
-Vem cá…
-Por quê?
-Porque eu não gosto quando está longe, eu te quero perto de mim-eu me deitei ao seu lado, e dormi com suas mãos passeando pelo meu cabelo, ele me fazia sentir tão confortável que aquilo parecia um sonho
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-Eu...sonhei com ele?
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