História Mundo Oncers - A queda

Uma das brincadeiras prediletas das crianças é aquela de "correr". Não importa o nome: "pega-pega, "pique-esconde", etc... O que a criança gosta de fazer mesmo é sair correndo por aí desembestado. Mas, de repente, quando uma pedra, batente ou escorregão, leva ao chão, a sensação da queda é horrível. A primeira preocupação não é se os joelhos e cotovelos estão ralados, mas é: "ALGUÉM VIU ESSA QUEDA?"

Era esta a sensação que a Carol estava sentindo. A pergunta "alguém viu esta queda" é automaticamente respondida ao lembrar que a página tinha em média 23 mil acessos semanais (só de pessoas que entravam pra ver se tinha conteúdo novo). Entre LOVERS e HATERS, todos estavam vendo o status da página "Mundo Oncers":

"Página não encontrada".

No caminho de retorno para escola, onde Lucas ficou esperando para tomarem alguma decisão com relação ao que tinha acontecido naquele dia, Carol vem caminhando num misto de sensações e lembranças. Uma delas foi a primeira vez que encontrou o Lucas pessoalmente. Gerou um monte de expectativas. Achava que ia encontrar um garoto bem educado, que ia pagar o sorvete do passeio e  recebê-la com maior honra de artista. Só que não. No dia do primeiro encontro, Lucas a estava esperando próximo a escadaria do metrô, com um cartaz feito só pra envergonhá-la: "Procura-se a Branca de Neve". Tentou fingir que não era com ela, mas durante esse fingimento, tropeçou e caiu; em vez de ajudá-la a levantar, Lucas também cai no chão, só que de rir...

" -  Nossa. Parece que a vida é sempre assim. Quando a gente cria expectativa com uma coisa.... está preste a alcançar algo, vem uma rasteira e nos leva pro chão de novo." - Divaga a Carol lembrando deste trágico dia quando conheceu o Lucas e também afirmando isto sobre o momento em que estavam passando com a página Mundo Oncers.

Enquanto isto, no corredor da escola, Lucas caminha de um lado pro outro, pensando: "O que aconteceu?".

"- Lucas, voltei o mais rápido que pude." - Chega falando, a Carol.

A essa altura, nem lembravam que tinham brigado, pois havia uma preocupação maior: Descobrir o que tinha acontecido com a fanpage que haviam construído juntos, com tanto carinho, para o público fã de ONCE UPON A TIME.

" - Só pode ter sido uma maldição do RUMPLE. Aqui não diz nada além de que a página não pode ser encontrada". - Carol desabafa revoltada.

- Vamos ligar pro Facebook. - Sugere o Lucas.

- Por acaso o Facebook tem um número pra gente ligar, tipo aquelas empresas que a gente liga pra negociar a fatura do cartão de crédito?

- Não sei. Vamos pesquisar. Vamos na sala da coordenadora. Tem um telefone na sala de recepção e a essa hora, a recepcionista da coordenação deve tá no almoço. - Planeja, Lucas.

- E ela deixa a sala aberta? 

- Deixa. Porque as vezes ficam alunos esperando a coordenadora voltar, para serem atendidos. Só que neste horário não tem ninguém por lá... estão dá pra gente tentar ligar pra algum número do FACEBOOK que nos atenda e explique como podemos recuperar nossa página. Não estou nem acreditando. Quero minha página de volta... não cheguei aos 100 mil pra depois morrer na praia.

- Nossa, Lucas. Estou muito nervosa. E se a gente não conseguir recuperar essa página? Sim... a Amanda já está sabendo?

- A Suelen?

- Sim, a Mama.

- Mandei mensagem pra ela também, só que acho que não visualizou ainda.

Amanda Suelen, ou MAMA, era uma das recém administradoras da página. Garota descolada que morava em outro estado e conhecia CACAS somente pela internet, mas estava prestes a fazer uma viagem para ir com eles a uma convenção de séries.

Enquanto elaboravam explicações sobre o que tinha acontecido na página e procuravam um número de atendimento do FACEBOOK, entram na sala de recepção da coordenação e como já premeditado, não havia ninguém na sala. Nem a recepcionista, nem alunos.

Fecham a porta e tomam então a liberdade de pegar o telefone da recepção. Quando já estão discando, ouvem uma voz soar irônica:

" - O QUE OS BONITINHOS ESTÃO FAZENDO AQUI?"