História Mundos em Colisão pt 2 - Ravener

     Assim que ouvi o barulho de passos a distância achei que fosse Stefan ou Damon atrás de mim, mas quando os passos estavam a poucos metros e nem uma palavra foi dita decidi erguer a cabeça em busca do dono dos passos que ouvi. Por um segundo me assustei ao não ver ninguém, mas quando abaixei a visão  meu susto foi substituído por pânico total quando o vi parado olhando pra mim como na primeira vez que vi um da sua espécie, meu primeiro demônio.
     Um Ravener. Semelhante a um cruzamento de jacaré com centopéia com uma pele repleta de escamas e olhos pretos no centro do crânio, somados com múltiplas pernas, cauda peluda com veneno e dentes afiados de onde pingavam saliva tambem venenosa.
     O monstro me encarou por um segundo antes de pular em minha direção. Por causa do choque e da fraqueza me mexi com mais lerdeza do que o necessário, dessa forma a cauda do “animal" raspou com força no meu braço enquanto eu me levantava.
     Já de pé e com a adaga (que antes estava escondida em um bolso da minha jaqueta) empunhada me preparei para lutar com o demonio quando uma forte tempestade começou a cair das nuvens já escuras. Minha visão estava embaçada e comprometida em decorrência da chuva e do breu da noite na floresta o que deu ao Revaner uma vantagem que ele aproveitou com sabedoria ao se chocar contra minhas pernas e me derrubar de costas no chão.
     Por um segundo minha visão escureceu e o ar sumiu dos meus pulmões assim que minha nica e minhas costas se chocaram com força ao chão. Eu podia sentir o veneno passeando pelas minhas veias, mas eu não me daria ao luxo de morrer de forma tão ridícula. Um desses demônios não me matou quando eu era apenas uma mundana e esse não me mataria agora.
     Segurei a adaga mais forte e me lembrei de que ela fora presente de Jace; aquilo me deu ainda mais força para empunhar a lamina de adamantiun e a forçar contra as costas do demônio salivante em cima de mim que antes tentava a qualquer custo abocanhar minha cabeça e era impedido pelo meu braço esquerdo. O bicho urrou de dor e se afastou o suficiente para que eu o apunhalace uma última vez fazendo a lamina da adaga lhe atravessar o crânio.
     Assim que o corpo do demônio se dissolveu e a adrenalina deixou o meu corpo me coloquei a “correr" o maximo que podia em direção a mansão Salvatore, mas em decorrência da luta e do veneno que circulava pelo meu corpo eu tropecei e cai diversas vezes me causando ainda mais ferimentos. Eu estava prestes a desistir quando havistei a enorme construção de madeira que a uma semana eu chamava de lar.
     Andei/me arrastei até a entrada da mansão e empurrei a porta. Só tive tempo de ver a expressão de pânico estampada nos rostos dos Salvatores e da loira na minha frente antes que eu sucumbisse a dor e ao cansaço e deixasse a escuridão me engolir...

POV narradora

     Mesmo com o sangue de vampiro de Damon lutando contra o veneno ele ainda estava forte na corrente sanguínea da ruiva que se contorcia e gritava de dor mesmo após três horas inconsciente deitada na cama do mais velho dos Salvatore.
     Os três vampiros parados em frente a garota já haviam ligado pro Raphael que apenas lhes disse para esperar, pois não havia mais nada a fazer.
     Damon se encontrava aflito e culpado, pois sabia que se não tivesse gritado com a garota a mesma ainda estaria bem.
     Pelo que parecia ser a 3° vez naquelas três horas a garota ainda de olhos fechados se virou na beira da cama e vomitou em um balde ali colocado, essa era a forma que sabiam que o sangue estava funcionando, ela estava vomitando o veneno.
   
     Duas horas mais tarde a febre da garota começara a cessar assim como seus gritos de dor e agonia, sendo a deixa para que Stefan e Caroline fossem para a casa da loira “dormir". Damon por outro lado não pensou em sair do lado da garota e enfatizou isso se deitando ao seu lado assim que os outros dois foram embora.

     -Hey ruivinha -disse acariciando seus cabelos molhados- eu quero...eu preciso que você fique bem. Eu tenho que te pedir desculpa por ter sido um idiota e me redimir por tudo que falei e pelo jeito que te tratei... É que você me lembra muito meu ultimo amor e isso me dói muito...
     Ao contrario do que imaginou, Clary se aconchegou ainda mais perto do moreno, grudando seus corpos e sussurrou ainda de olhos fechados beirando a total inconsciência:
      -Tudo bem Jace, só não me abandone novamente, eu não sei se suportaria te perder de novo.
     Foi praticamente um sussurro de delirio, mas não impediu que Damon passasse a noite toda se perguntando quem era esse Jace.