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História Mute {HIATUS} - Meet Me


Escrita por: Skyel

Notas do Autor


olá :)
esse capítulo, rsrsrs.
enjoy.

Capítulo 8 - Meet Me


Fanfic / Fanfiction Mute {HIATUS} - Meet Me

“Tudo sobre você é tão querido

Eu já me decidi, vou fazer você ser minha, definitivamente

Vamos parar de tentar diminuir isso

As profundezas do meu coração já estão desgastadas

Não vamos mais esperar pra ver, vamos mergulhar nisso, baby

Oh, todo dia a dor vem, nesse vai e volta

Você é a única que pode me salvar”

Meet Me

 

POV JB

 

Day 12, month 8 –

 

Os olhos de Eun incendiavam tudo enquanto ela arqueava as sobrancelhas, irritada. Eu só digeria o que ela me falava, tentando processar as informações e a observei se desvencilhar do meu toque como se não o suportasse, virando as costas e pisando com força em direção ao hospital. Pude notar que depois de marchar por alguns metros, sua cabeça baixou e ela suavizou os passos.

Provavelmente eu só tava sendo tapado e não notei que tinha ofendido ela com esse papo... Era a única coisa que eu conseguia deduzir a partir dessa cena toda. Quem sabe fosse apaixonada por um cara que não notava ela? Quando pensei nessa possibilidade, meu estômago revirou e eu senti umas coisas engraçadas. Quis proteger ela desse idiota imaginário e a ideia de que ela fosse apaixonada por alguém não me agradava nem um pouco. Não que eu tivesse que me agradar de algo. Ah, eu já tô viajando e pensando numas coisas nada a ver. Talvez fosse só TPM.

Quando o calor começou a fazer efeito e eu já não aguentava mais pensar fritando no sol, achei que fosse uma boa ideia pensar gastando a água do mundo. Banhos foram feitos pra longas e filosóficas reflexões. Eu costumava fazer escolhas difíceis durante o banho, do tipo: comprar ou não aquele deck de cartas Pokémon? Acabei comprando e nunca me arrependi. Banhos são eficazes.

Hoje eu tinha um encontro com Sunhee. Na verdade eu mal falei com ela... podia ter entrado em contato de uma forma mais profunda, mas não conseguimos achar muito assunto. Apoiado na pia, peguei o celular e selecionei minha playlist bem chill pra tocar. Notei que havia uma nova mensagem e a abri.

 

“De: Sunhee

Para: Eu

Assunto: Encontro

Jaeboomie! Não se esqueça de ver sua velha amiga hoje~~ Eu sei que você não lembra da hora e do lugar. Então só para reforçar: Starbucks da 119, às 16:30. Espero você lá °^-^° ”

 

Me olhei no espelho. Sunhee sempre ia me conhecer bem. Podia ser estranho, mas eu realmente não lembrava dos detalhes do nosso encontro. Pra falar a verdade, eu tava meio confuso. Quando você gosta de alguém, geralmente o nervosismo bate e você fica agoniado achando que a hora não tá passando... Mas eu me sentia normal agora. Sim, eu sabia que teria um encontro e sabia que me declararia pra Sunhee, apesar de não saber o que falar. Contudo eu só conseguia ter na cabeça agora o fato de que Eun tinha se chateado com algo que eu falei. Aproveitei pra mandar uma mensagem.

 

“De: Eu

Para: Baby

Assunto: Você ainda tá chateada?

Hey, baby. Eu não sei o que fiz, mas espero não ter te ofendido. Vamos conversar, sim? Tenho um tempo antes de sair. Me faça companhia.”

 

Não demorou muito pra que meu celular vibrasse.

 

“De: Baby

Para: Eu

Assunto: Eu nunca estive.

Oi. Não vou poder, desculpe. Tenho assuntos pra resolver hoje. Boa sorte no encontro.”

 

Óbvio que ela tinha se chateado. Lembrei de suas palavras... Se Sunhee me conhecia, Eun me conhecia mil vezes mais. Ela cuidava de mim como ninguém, trazia minhas comidas favoritas mesmo que eu nunca tivesse dito quais eram e sabia exatamente quando eu precisava de cafunés. Depois de tudo que ela tinha me dito hoje, eu tinha ficado surpreso. Ela presta muita atenção em mim e é tão doce que gosta até dos meus defeitos... Passei as mãos nos cabelos e soltei uma risada, sentindo meu coração bater forte. Eu me sentia bobo quando olhava pra ela e hoje tive arrepios quando foi tão sincera me descrevendo. Sua franja batia em seus olhos por conta do vento e ela piscava furiosamente, com o rosto vermelho e me olhando sem hesitar. Tão linda... tão ela.

Quando meus pensamentos ganharam asas e eu já começava a pensar o quanto quis ter beijado Eun hoje, achei que fosse princípio de insolação e resolvi que era uma boa hora pra parar de enrolar e me jogar na água gelada. Antes eu achava que tinha passado tanto tempo sem ver uma mulher, que acabava parecendo um adolescente cheio de hormônios perto de Eun.

Não ajudava em nada o fato de que ela é linda, fofa, inteligente e tem aquele monte de qualidades. O problema era que quanto mais o tempo passava, menos eu tinha certeza da banalidade do assunto. Tinha dias que eu não descansava até Eun passar por aquela porta e isso não tinha nada a ver com sua aparência. Minhas mãos suavam quando ela chegava muito perto, só por ser ela.

De toda forma, eu vinha analisando meus sentimentos por Sunhee há tempos. Assim que saí do coma, decidi que iria me declarar pra ela com medo de acabar não fazendo isso nunca. A sensação que o coma deixou em mim foi que ninguém sabe o dia de amanhã, então meio que me desesperei pra fazer e viver certas coisas. Eu sabia que era apaixonado por ela naquela época de escola, mas não sabia quem ela era hoje ou em quem tinha se tornado.

Nós havíamos perdido o contato bem antes do acidente e eu alimentei um sentimento que só tinha raízes, não tinha florescido. E hoje em dia, meu sentimento era baseado em quê? Num espectro de uma adolescente de ensino médio? Eu também tinha mudado, amadurecido, envelhecido. Certas coisas não me cabiam mais. Certas coisas não cabiam mais ao tempo atual. Mas eu precisava tentar... Era como uma pedra no meu caminho. Se eu pulasse por cima dela, continuaria ali sempre que eu olhasse pra trás. Já se eu parasse um pouco e a suspendesse, poderia escolher entre levá-la comigo no bolso ou simplesmente a tirar da estrada. Era algo que tinha que ser resolvido.

Achei que seria exagero colocar a roupa de sair horas antes do combinado, considerando que o lugar do encontro era pertinho do hospital. Fiquei um tempo brincando com minha câmera até que começou a bater um sono e eu arrumei o despertador, indo cochilar. Dica número um: nunca durma antes de um encontro.

O despertador se esgoelava de tanto tocar e eu só acordei faltando exatos vinte minutos pra que Sunhee entrasse no Starbucks. Lavei o rosto no banheiro e escolhi qualquer roupa*, sem ligar muito. Não me leve à mal, eu gosto de moda e de estar sempre bem vestido, mas não tava com saco pra ficar escolhendo roupa. Esqueci do perfume e saí andando calmamente, tentando não chamar muita atenção. As mulheres desse hospital me davam medo. Falei com a enfermeira ruiva, obtive minha autorização de saída e depois de apresentar meu crachá pros seguranças, pude sentir o ar fresco batendo no meu rosto.

Foi meio perturbador quando saí com Eun e Bambam pela primeira vez, dando uma volta pelo quarteirão. Os carros me assustaram um pouco e o movimento das ruas me deixou tonto, porém sair me fez super bem. Eu ainda não saía com frequência por saber que o hospital tem um toque de recolher, mas meu plano era andar bastante por aí quando eu fosse liberado de vez. Atravessei a rua com cuidado e esperei os sinais ficarem vermelhos mesmo que carro nenhum passasse. Acho que já tive minha cota de acidentes por uma vida e todo cuidado agora é pouco.

Achei bonitinho o som do sino que adicionaram essa semana na porta do café. Quando passei por ela minha chegada foi anunciada e logo achei Sunhee acenando pra mim. Seus cabelos pareciam cacheados de forma artificial, porém bem bonitos e diferentes de antigamente. Também havia uma criança em seus braços.

- Meu deus! Como você cresceu! – Sunhee se levantou com o bebê e me deu um beijinho na bochecha.

- Ei... – Eu fiquei com envergonhado. Ela parecia minha mãe falando. – Quem é essa bolinha? – Apontei pro bebê.

- O nome dele é Han Dong-Swoo. – Ela olhou com afeto pro pequeno corpinho que apenas me observava. – Grande pra apenas quatro meses, né?

- Ele é seu sobrinho? – Eu fiquei meio confuso.

- O quê? Claro que não, Boomie... – Ela deu uma risada. – É meu filho.

-Ah. – Eu tinha entrado em choque. Como assim um filho?

- Oh, eu não cheguei a ter contar. Você lembra de Han Chung Sook? – Fiz que não com a cabeça. – Óbvio que não lembra. O gênio da aula de química.

- Lembrei. Aquele que foi com você pro baile de primavera. – Parei um pouco, pensando nesse dia. Tinha me preparado por uma semana pra chamar a Sunhee e aquele inseto a chamou primeiro. Foi nossa última festa antes de perder o contato.

- Então, aquele dia acabou sendo ótimo. Depois que me declarei pra você esperei até o último minuto que você me convidasse, mas como não aconteceu... – Ela deu uma risadinha. – Pensei que ia ser uma festa super chata, porém Sook acabou me divertindo horrores. Nós começamos a namorar depois disso e quando vimos – ela me mostrou sua aliança – estávamos casados. Quem ia imaginar?

- Pois é, quem ia? – Ri da minha própria desgraça.

Eu tinha guardado um sentimento por anos que nem mesmo era recíproco. Dong-Swoo agarrou meu dedo indicador e eu comecei a brincar com ele. Sunhee perguntou o que tinha acontecido comigo e disse que tinha me visto nos jornais quando houve o acidente. Eu a expliquei como tinha ficado um ano em coma e andava me recuperando nos últimos meses.

- Mas é muito bom te ver bem hoje, Boomie. Senti sua falta. – Ela sorriu e em seus olhos não havia nada além de carinho. Podia ver o sentimento puro de amizade transbordando entre nós.

- Também senti a sua. – Retribui seu sorriso sendo sincero. Eu não conseguia sentir ciúmes ou inveja, apenas me sentia feliz por Sunhee. – Eu quero ser honesto com você.  Planejei esse encontro pra me declarar.

- Boomie... – Seu sorriso morreu e suas sobrancelhas franziram. – Você sabe que por mais que eu goste de você, hoje em dia esse sentimento não é o que costumava ser. Eu construí uma vida inteira, tenho um filho e amo meu marido.

- Eu sei, Sunhee. – A tranquilizei. – Acabei caindo em mim também. Eu só tinha a lembrança do sentimento, aquela coisa que não me deixava seguir em frente, entende? Mas eu não consigo mais sentir o mesmo. Eu te olho agora e vejo apenas uma velha amiga na minha frente.

- Ah, que alívio. – Ela deu um suspiro relaxado. – Por um minuto eu fiquei preocupada. Não quero te magoar ou fazer mal.

- Nem se preocupe. – Pisquei. – Você continua sendo só minha amiga.

- Você não quis dizer melhor amiga? – Ela me encarou fingindo raiva.

- Nope. O nome da melhor amiga não é Sunhee.

- Oh, então quer dizer que tem uma mulher na área? – Ela arregalou os olhos e eles brilharam de curiosidade.

- Tem. Não desse jeito que você pensa. – Eu ri, mas logo fiquei sério. – Ou não. Na verdade, as coisas andam meio confusas. Acho que por isso quis tirar tudo a limpo hoje.

- Acho que tem uma pessoa que vai saber te aconselhar sobre isso. Pelo menos ele entende mais o universo masculino. – Ela pegou o celular e me enviou rapidamente um nome e um número por mensagem.

- Jinyoung? – Eu fiquei surpreso. Jinyoung foi meu melhor amigo, assim como Sunhee. Perdemos o contato da mesma forma. Odeio que naquela época não tivéssemos a facilidade de hoje...

- Ele mesmo. – Sunhee abriu uma papinha e começou a alimentar a bolota que ainda me encarava. – Jinyoung não para de falar de você até hoje.

A tarde passou tranquilamente e colocamos todos os assuntos em dia. Sunhee tinha amadurecido e apesar de ainda ser uma boa pessoa, tinha se tornado bastante incompatível comigo. Voltando pro hospital, agradeci mentalmente por Eun ter me incentivado a vir. Agora eu finalmente tinha a prova de que meus sentimentos já tinham morrido há tempos e não teriam como voltar hoje em dia.

Toda a experiência com Sunhee me deu ainda mais noção do quão diferente eu me sentia ao redor de Eun. Só de pensar nela eu já me sentia nervoso, com aquela urgência de vê-la. Do lado de Sunhee meu coração não bateu mais forte nem uma vez sequer, quando ela me tocou eu não suei e não quis beijá-la em nenhum momento. Sunhee é linda e parece uma modelo com seus olhos grandes e pele perfeita, mas eu não tive vontade alguma de apertá-la e tê-la pra mim. Eun me encantava de um jeito totalmente diferente, com aqueles olhinhos apertados e as pequenas sardas ao redor do seu nariz. Eu queria beijar todo seu rosto e dormir com sua cabeça descansando no meu braço.

Falando em dormir, já era hora de Eun chegar e nada dela. Eu claramente não precisava mais de babysitting à noite, mas não consegui dispensar essa mulher. Ela sempre lia pra mim ou cantávamos juntos e conversávamos até um dos dois cair no sono primeiro, minhas melhores noites eram com Eun. Queria que todos os dias fossem assim... Ao lado dela. Por mais que eu quisesse ter minha própria casa, às vezes me pegava pensando em não ter esses privilégios que tenho por estar no hospital.

Chequei o relógio e via as horas passarem lentamente. Quando comecei a ficar sonolento, percebi que Eun não viria. Não queria acreditar que ela tinha me evitado pelo que aconteceu hoje... Eu não sei nem onde errei! Que droga! Irritado, levantei e tirei os jeans e a camisa. Ia dormir sozinho, mesmo... Joguei tudo no balde de roupas sujas e me enfiei embaixo do edredom. Quando eu quase fechava os olhos, ouvi na porta a sequência de batidinhas tão conhecida. Entrei em pânico quando vi que Eun não esperou pra entrar no quarto.

- Oi. – Ela disse meio sem graça.

- Minha médica preferida! – Puxei o edredom ainda mais pra cima. Isso só acontece comigo.

- Por que você tá todo coberto desse jeito? – Ela arqueou uma sobrancelha, desconfiando.

- Por nada. – Fiz descaso. – Pensei que você não viria mais e já ia dormir.

- Mas eu sempre venho. – Ela deu uma risadinha que pareceu triste e se jogou na poltrona. Quanto mais pra perto ela vinha, mais nervoso eu ficava. – Então, o que você quer ler hoje?

- Não quero ler, só quero dormir. – Era uma mentira óbvia. Minha parte favorita da noite era quando Eun lia pra mim, mas eu realmente não queria continuar só de cueca box por baixo dos edredons.

- O encontro te cansou tanto assim? – Ela bufou e eu fiz uma cara confusa.

- Do que você tá falando?

- Você costumava gostar de passar um tempo comigo. Não é porque você namora agora que não podemos mais ser amigos, sabe? – Era essa a preocupação dela?

- Você é muito idiota. – Eu comecei a gargalhar e suas bochechas pareciam a ponto de explodir. – Eu não tô namorando.

- Como não? – Ela parecia surpresa e eu quis beijar o pequeno bico que seus lábios tinham formado.

- Sunhee tá casada, com filho... e feliz. Ela ama a vida que construiu e ama o marido. Além disso – fiz uma cara de nojinho -, eca. Nós não temos mais nada a ver. – Dei uma risadinha e ela me acompanhou.

- Então quer dizer que você descobriu não sentir mais nada por ela? – Seus olhos brilhavam um pouco.

- Eu já tinha descoberto isso antes, na verdade. – Relaxei um pouco meus dedos ao redor no edredom. – Só tive a confirmação hoje.

- Ah, eu entendo. É uma pena. – Ela parecia aliviada e claramente não achava que era uma pena. – Lamento muito.

- Deixe de mentir, você tá sorrindo que nem criança. Não lamenta nada, sua falsa! – Rimos juntos e Eun ficou envergonhada.

- É que eu quero você só pra mim. – Ela falou séria, olhando nos meus olhos. Me arrepiei inteiro. – Pfff, você devia ter visto sua cara! HAHAHAHAHA! – Ela começou a gargalhar, segurando a barriga.

- Você é um monstro. – A fuzilei com o olhar e fiz draminha. – Fica me iludindo...

- Como se você fosse se iludir por mim. – Ela girou os olhos.

- Nunca se sabe, baby. – Provoquei em tom de brincadeira, mesmo sabendo que minhas palavras eram perigosamente verídicas. – Mas vem cá. Posso saber por qual motivo você fez aquela cena hoje?

- Nada. – Resposta rápida demais. Eun torcia os dedos em sinal de nervosismo.

- Eu não compro essa. – Pisquei fazendo charme pra ela, que ficou vermelha. – Você gosta de alguém e eu te magoei ou coisa assim?

- Na verdade eu gosto. – Ela confessou e mordeu o lábio como se tivesse fazendo trela de menino pequeno. – Mas ele não sabe disso.

- Hm. – Eu não sabia explicar, mas senti algo ruim no peito. Minha garganta deu um nó e pude sentir meu humor se esvaindo.

- "Hm"? Eu digo que gosto de alguém e você diz “hm”? – Balancei a cabeça, ainda irritado sem entender. – Boboca.

- Como ele é? – Falei tentando não demonstrar muito interesse.

- É lindo. E idiota. Mas é meu idiota favorito. – Tive vontade de gritar de ódio quando vi seus olhinhos tão meigos brilhando por conta desse cara. Ela mesma falou que ele nem sabe disso! Deve ser muito tapado e idiota mesmo, pra não perceber.

- Pensei que EU era seu idiota favorito. – Não consegui controlar a resposta infantil.

- Você não sabe de nada. – Ela deu uma risada e me olhou com carinho. Não tinha como ter raiva dela. – Você tá com febre?

- Como assim? – Estranhei a pergunta repentina e a vi me lançar um olhar de preocupação.

- Você tá com o rosto vermelho, não tinha percebido antes. – De raiva, neném. O nome disso é ciúme, mas eu não admitiria nem em mil anos. – E também não desgrudou desse edredom desde que cheguei. – Arregalei os olhos. Ela não ia fazer isso... – Ah, não. Im Jaebum eu não acredito que você tá doente e tá escondendo isso! Quem tá com febre não pode ficar coberto!

Eu sabia que ia dar merda quando Eun se levantou da poltrona e eu vi em seus olhos a faísca da determinação. Ela colocou a mão na minha testa e ficou surpresa por sentir minha temperatura normal, mas logo se virou e começou a procurar algo. Descobri o que era esse algo quando sua pequena mão levantou e ela soltou um “a-há” segurando o termômetro branco.

- Bora, levanta o braço. – Ela colocou uma mão na cintura e batia o pé no chão com impaciência.

- Eun, eu não tô com febre.

- Não custa nada ter a certeza.

- Eu tô falando que não precisa. – Uma parte de mim queria se enterrar no edredom, outra parte queria tirar ele e perguntar se ela não gostaria de ficar igual. Não posso fazer nada se acho a teimosia dela sexy.

- Im Jaebum. Eu só vou falar mais uma vez. – Ela estreitou os olhos em ameaça. – Levante o braço.

Eu neguei com a cabeça e me assustei quando Eun veio com tudo pra cima de mim. Por reflexo peguei seus braços, sentando em resposta e sentindo o tecido fofinho rolando pelo meu peito, passando a cobrir apenas meu quadril e minhas pernas. Ela perdeu o equilíbrio e sentou na ponta da cama, o mais longe possível de mim. Soltei seus braços e passei a mão pelo cabelo, desviando o olhar.

- Uau. – Não quis saber pra onde ela olhava. Se eu soubesse que isso ia acontecer, tinha dado um pouco mais de mim nos treinos. Pelo menos seu tom era bem humorado.

- Sem comentários.

- Era só você ter me dito, seu pervertido. – Ela me deu um tapinha descontraído no braço e eu a encarei.

- Não sou pervertido, você que queria me ver descoberto! – Prendi o riso quando notei que ela tentava não olhar pro meu peito, mas seus olhos acabavam deslizando.

- Ah, então quer dizer que você tava sem roupa aí o tempo todo e eu sou a pervertida? – Ela rolou os olhos e saiu rebolando exageradamente de propósito, indo guardar o termômetro. – Amor... – Eun virou e jogou o cabelo pro lado e a mão na cintura, fazendo graça. - Me poupe. Se poupe. Nos poupe.

Aquele projeto de gente podia ter se movimentado assim por pura brincadeira, mas eu achei que seria a hora perfeita de dar uma desculpa e me vestir novamente. E antes, tomar um banho bem frio.

 

POV EUN

 

Day 15, month 8 –

 

Precisei controlar minha barriga que pedia comida a cada cinco minutos e antes de almoçar fui até a sala de Mark. Ele tomou um susto daqueles quando me viu invadindo o local.

- Mas você é uma folgada mesmo, né? – Eu soltei um beijinho no ar pra ele, que só me olhava com uma poker face.

- Ai, minhas costas. – Sentei no sofá com delicadeza, fazendo uma careta de dor.

- Eu me pergunto se você realmente só “dorme” com Jaebum. – Ele afastou a franja dos olhos. – Toda vez você se queixa de dor.

- Experimente dormir naquela poltrona três vezes por semana. – Tentei me espreguiçar e pude sentir os ossos estalando. – Não é fácil.

- Você não pode reclamar, mocinha. Ele nem precisa mais disso.

- Ele não falou nada comigo sobre não precisar. – Dei de ombros, dando uma de lesa.

- Ai, Eun... – Mark soltou uma risada. – Eu nem vou comentar nada.

- Mas então, né. – Mudei de assunto. – Você que sempre vai nas reuniões da equipe, o que decidiram sobre JB?

- Ele já vai receber alta daqui a um ou dois meses. – Fiquei surpresa. – É, eu também pensei que ia demorar menos. Mas pelo o que ouvi, não querem liberar ele agora por causa do joelho.

- Aquele joelho... – Suspirei. – Eu vejo durante a fisioterapia. Às vezes o joelho esquerdo dele perde totalmente a força e ele leva cada tombo...

- Agora imagine essa criatura morando só. – Senti um calafrio. Jaebum podia levar quedas horríveis dentro de casa ou se machucar quando fosse trocar uma lâmpada, todo esse tipo de coisa.

- Não vamos imaginar o pior, Mark. – Senti sua mão fazendo um carinho leve em minha franja.

- Ele vai ficar bem. E como foi com aquela mulher, qual o nome dela mesmo?

- Sunhee. Eu pensei que tinha ocorrido tudo certo, mas ele se deu conta de que não gostava mais dela. – Prendi um risinho. – Ela também casou e tem um filho.

- Nossa. – Mark engasgou. – Ainda bem, então.

- Coitado do rapaz, teve uma desilusão amorosa e você aí comemorando.

- Acho que eu devia estar te falando isso, não? – Mark arqueou uma sobrancelha e nós caímos na risada.

Fizemos um breve silêncio nos recuperando e meu estômago roncou alto. Fiquei envergonhada e Mark voltou a rir, me chamando pra ir almoçar logo em seguida. Andamos conversando alegremente até o refeitório e me surpreendi ao ver que JB almoçava na mesa em que Jinny, Jackson e Bambam estavam.

- Que festa é essa aqui, posso saber?

- Eun! – Bambam sempre fofo, se manifestou primeiro e deu duas batidinhas na cadeira vazia ao seu lado.

- Tá maluco? Ela vai sentar do meu lado. – JB me agarrou pela cintura e só descansou quando eu sentei perto dele. Ele quase rosnou pra Bambam.

- Calma, calma... – Jinny morria de rir enquanto Bambam me olhava como se fosse tudo planejado. Jackson trocava olhares cúmplices com Mark. – Eu quero entender o que você faz aqui, mocinho.

- Eu sou humano e humanos precisam comer, já que não são plantas. – Ele colocou um bolo gigante de arroz na boca com maestria. – Apesar de que às vezes eu topo com uns vegetais ambulantes por aí.

- Esse doido aí – Jackson girou o dedo perto da orelha – invadiu o refeitório como se fosse dono do hospital. O pessoal achou tanta graça, que ele acabou ficando.

- As pessoas não acharam graça. Ficaram in-ti-mi-da-das. – Jaebum explicava como uma criança de cinco anos tentando fazer uma de três entender.

- Eu aposto que a Eun não se intimida fácil com você. – Bambam provocou e JB me lançou um sorrisinho de canto, sabendo o efeito que aquilo tinha sobre mim.

- Vocês gostam mesmo de ver o circo pegar fogo, né? – Jinny puxou Bambam e Jackson pelas orelhas.

- E você mais ainda. Vai dizer que há dez minutos você não tava comentando sobre como Jaebum e Eun fazem um casal lindo? – Jackson falou e depois sentiu sua orelha ser ainda mais puxada.

Todos nós rimos com a algazarra e eu fiquei meio envergonhada, enquanto sentia os olhos de JB cravados em mim. Mark ficou caladão e só observava a situação, morrendo de rir e às vezes jogando ainda mais lenha na confusão. Eu trocava olhares significativos com Jaebum e Jinny continuava a arengar com Jackson e Bambam, as duas crianças mais implicantes do universo.

Olhar pra aquela mesa me dava o melhor sentimento de satisfação que uma pessoa podia ter. Amigos maravilhosos, independente dos sentimentos flutuantes ao redor deles (ou de um deles, no caso). Amigos que estariam sempre ali comigo, que me acompanhavam no meu dia a dia.

Life is good.

 

~

 

- Jeibi. – O chamei com preguiça, depois de ter comido tanto.

- Diga, baby. – Ele rolava no canto da cama e fazia carinho em sua barriga, tão cheio quanto eu.

- Eu tô morrendooOoOOOooOo.

- Eita mulher dramática. – Ele riu.

- Comi demais... tô quase passando mal. – Funguei e me espreguicei na poltrona.

- Eu ando aproveitando bastante a comida daqui. Quando for morar sozinho vou morrer de inanição.

- Ah, não me diz que você não cozinha...

- Nem ovo.

- Ugh. – Fiz careta. – Não é possível que você não saiba cozinhar nada.

- Sei fazer aqueles ensopados coreanos, isso conta? – Dei uma risada.

- Quem sabe, se você for bonzinho... – Fingi pensar, colocando o dedo indicador no queixo. – Eu posso cozinhar pra você.

- Seria um sonho. – JB abriu um sorriso largo e brilhante.

- Mas aí você vai ter que assistir desenhos comigo, pra me pagar.

- Quando você diz “desenhos” que dizer Toy Story e coisas legais assim, né? – Ele já sabia qual ia ser minha resposta.

- Claro que não. – Fingi ter sido ofendida. – Eu quero filmes de princesa.

- Seria uma boa ideia começar por Anastasia. – Jaebum rolou os olhos com sua própria piada. – Me identifico.

- Ah, mas seu hiato de memória nem é tão grande assim. – Tentei reconfortá-lo.

- Não é exatamente algo pra se comemorar. – Fez uma careta.

- Falando sério, o que você lembra daquele dia? Você vem fazendo aqueles exercícios de memória que eu te ensinei?

- Sim. – Ele pareceu ser sincero. – Eu tenho flashes às vezes, tipo uns lapsos. Mas por mais que eu queira, não consigo saber se é real... também não é nada muito nítido.

- Pense que sua mente é uma polaroid. Você tira fotos o tempo inteiro com os olhos, que são as lentes. O que você viu naquela noite, meu bem? – Tentei forçar sua memória.

- Eu lembro que durante o dia, acordei meio enjoado por conta do movimento do mar. Teria uma festa na parte de baixo do navio e meus pais estavam super animados... Eles queriam dançar e tomar champanhe, essas coisas de casal. – Ele deu uma pausa e estreitou os olhos. – Havia um amigo dele que era americano, o Henry. Esse cara... – Ele hesitou.

- Esse cara...? – Tentei continuar.

- Ele não era exatamente amigável. Tentou fazer negócios com papai e não havia conseguido. Eu tenho a impressão de que ele me chamou pra dar uma volta durante a festa. Lembro da sensação de estar me sentindo sufocado dentro do salão...

- Continue. – Forcei mais um pouco, mesmo sabendo que já era seu limite.

- Olha, Eun. Eu sei que você quer me ajudar, mas eu não tenho certeza do que houve. – Suspirou. – Não posso fazer acusações sérias.

- Eu entendo. Mas continue tentando. Não desista. – Lancei um olhar determinado. – Eu faço questão de acabar com a pessoa que te fez mal.

Jaebum me olhou sério e assentiu. Ele entendia a gravidade do assunto e por isso mesmo era muito cuidadoso com as palavras. No dia que eu descobrisse quem tinha feito aquilo com ele... Essa pessoa não iria mais ter um minuto de paz em sua vida.

- Agora você pode ler pra mim.

Ri com seu tom de exigência. Certas coisas nunca mudam.

 

Day 7, month 10 –

 

Cat miava horrores, já passava da hora de colocar sua comida. Terminei de me vestir** com pressa, como sempre já tava atrasada. Hoje é sábado e eu não tenho que trabalhar, mas Jaebum fez sua mudança e a partir de agora, passaria a morar sozinho. Eu prometi que o ajudaria no processo, não apenas como psicóloga mas também como sua amiga. Já havíamos ultrapassado a linha do “apenas profissional” há tempos.

- Já vai, já vai, bebê... – Passei o casaco por um braço e peguei a ração, despejando no potinho.

Meu celular tocava sem parar e eu comecei a ficar louca com a sinfonia de Cat misturada com o telefone. Recusei a chamada sem olhar o visor e terminei de ajeitar o que faltava. JB moraria a cinco minutos de mim, uma coincidência um pouco suspeita mas que resolvi ignorar. Na rua ventava muito e tava bem frio, sorte que não chovia. Me arrependi um pouco de ter me concentrado mais em parecer bonita do que me esquentar. Chequei meu celular e agradeci a mim mesma por ter recusado a chamada, era só aquele número que a operadora usa pra fazer propaganda de planos novos que eu não contrataria.

Ao contrário do meu, aquele prédio tinha elevador e eu não poderia ficar mais grata. Cheguei na porta de Jaebum com todos os fios do cabelo no lugar (e cheirando muito bem), percebendo que a mesma ficava aberta e o som baixo parecia encher todo o ambiente. Entrei de fininho pra fazer surpresa e fechei a casa com suavidade pra não fazer barulho e tirei os sapatos, procurando por JB. Ele cochilava no sofá coberto por algumas colchas coloridas, com um livro meio aberto e marcado pelo seu dedo que descansava em seu peito. Me agachei ao seu lado com cuidado e fiz carinho em seus cabelos, o observando abrir os olhos devagar e sorrindo em câmera lenta. Eu poderia acordar vendo isso todos os dias.

- Hey, baby... – Sua voz saiu rouca e meio embolada de sono, mas foi o melhor som que ouvi no dia.

- Olá, meu bem. – Sorri e levantei, escaneando a sala cheia de caixas. Era um apartamento muito grande e bem maior que o meu. – Vejo que a gente tem muito trabalho pela frente.

- Eu já desfiz algumas caixas, mas não vou mentir. Ainda tem muitas pela frente. – Ele passou a mão pelo cabelo e o colocou pra trás, deixando o undercut bem visível.

- Já te disse que adoro quando você quase raspa seu cabelo assim, tipo dos ladinhos? – Passei a mão indicando onde era e me deliciei com aquela sensação de pontinhos macios espetando.

- Não. Mas eu gosto quando você passa a mão assim. – Ele ronronou e esfregou a cabeça na minha mão. Tão manhoso.

- Você tem alma de gato. – Dei uma risada e puxei sua mão. – Agora vem. Se você não sair daí a gente não termina nunca.

JB levantou e começamos a abrir as caixas. Fiquei feliz quando vi que quase todas eram de cacarecos, panelas e pratos. Só uma que tinha o rack da TV, então iniciamos guardando as coisas menores. Ouvimos música e cantamos juntos, fizemos vassouras de guitarra e tocamos bateria no ar, dançamos até ficar exaustos (com direito a b-boying ao vivo) e ele me ajudou com cada coisa que eu não conseguia guardar na parte mais alta dos armários. Depois que acabamos com tudo, passamos pro rack e ele foi montando enquanto eu separava sua imensa coleção de cds e dvds por ordem alfabética e gênero.

- Baby?

- Huh? – Respondi sem olhá-lo.

- Eu montei... Mas não devia sobrar esse parafuso, eu acho. – Virei em sua direção e o vi segurando um parafuso.

- Não devia. – Nos olhamos sérios e depois gargalhamos. – Eu terminei aqui com as mídias, então vou dar uma olhada nesse móvel. Você tem material pra fazer chocolate quente?

- É... – Ele coçou a nuca. – Não. Na verdade, zero comida.

- Você quer viver de vento? – Fiquei horrorizada. – Tem pelo menos três lojas de conveniência, um super mercado e uma Daiso por aqui. Compre chocolate em pó, canela e leite, sim? Se der, traga leite condensado também.

- Sim senhora!

Jaebum tomou um banho rápido antes de sair e trocou de roupa*** já que antes tava de pijama. Eu podia facilmente dizer que ele era simplesmente a pessoa mais atraente do mundo quando se vestia todo de preto daquele jeito e ele sabia, esse exibido. Bateu continência e veio até mim, deixando um beijo no topo de minha cabeça. Quando JB saiu, vários sentimentos tomaram conta de mim; Primeiro nossa familiaridade, parecíamos um casal fazendo uma mudança super planejada. Segundo, o vazio que ele deixou quando saiu só não era tão devastador pela presença do seu perfume que enchia a sala. Terceiro, aquela sensação de que aquele era meu lugar.

Sorri involuntariamente com meus pensamentos e comecei a desmontar todo aquele móvel pesado. Eu suava de tanto esforço e prendi meus cabelos de forma torta, tentando dar um jeito naquela franja que continuava caindo em meus olhos. Fazia aquele frio de primavera lá fora e mesmo assim era como se fosse verão naquela sala. Girei todos os parafusos e consegui montar tudo sem sobrar peças. Aquele bobão... Não conseguia nem montar um móvel. Por sinal, ele tava demorando bastante. Achei estranho mas logo pude me acalmar, quando vi o chegando e colocando uma pequena sacola na mesa.

- Eu não acredito que te peço pra comprar quatro coisas e você me volta com duas. – Cruzei os braços depois de averiguar a compra. Esse cidadão não existe.

- Eram quatro coisas? Não era chocolate e leite condensado? – Ele me olhou como se eu fosse louca.

- Claro que não, Jaebum! Aff, como se faz chocolate quente sem leite líquido? – Bufei e rolei os olhos. – Como se eu não tivesse mais nada pra fazer. E como você demora tanto sendo que só trouxe metade dos itens? – Saí reclamando pela sala e fui até ao banheiro ajeitar o cabelo.

- Se acalme, mulher. É só a gente voltar lá, não tem pra quê fazer tempestade. – Ele me seguia tentando me acalmar. – E eu me perdi. É muito setor, muito treco.

- A gente já podia estar tomando chocolate quente, se não fosse essa sua cabeça de vento.

Nós saímos de carro em busca dos ingredientes que faltavam e fui resmungando por todo o caminho, até entrar no mercado. Lá peguei tudo que iríamos precisar e já sabendo que muito provavelmente eu ficaria pro jantar, selecionei alguns produtos de pratos principais e pensei em cozinhar alguns side dishes pra completar. Aproveitei pra comprar alguns mantimentos saudáveis e de rápido preparo pra aquele homem não acabar comendo ramen todo dia ou acabar em fast foods. Ele reclamava da quantia de dinheiro que estávamos gastando naquela mini-feira e eu nem ligava, o deixando falar sozinho como punição por ter me feito perder tempo. Ele devia agradecer que eu faria o jantar.

- Baby, eu juro que nunca mais entro num mercado com você. – Eu rolava os olhos enquanto observava a moça do caixa passando tudo com cara e tédio.

- Não esqueça nada da próxima vez e você não precisa fazer sacrifícios como esse, meu bem. – Dei de ombros e continuei tirando as compras do carrinho e colocando na esteira.

- Da próxima vez eu me certifico de me sacrificar ao invés da minha carteira. – Gostei de como ele concordou que haveriam próximas vezes. Ele fez gestos de quem se enforcava e eu ri, dando um beijinho em sua bochecha.

- Você acha que me enrola sendo carinhosa? – Enquanto falava, ele fingiu que se derretia com as mãos no peito.

- Seu bobo. – Dei um soquinho em seu ombro. Ele não podia fazer essas coisas que me conquistavam.

- Você é bipolar.

Nós rimos e a magia do momento foi cortava pela mulher que nos olhava com cara e quem não aguentava mais gente melosa. Ela anunciou o preço da compra e eu me senti satisfeita por ter feito um grande buraco na conta bancária de Jaebum por maldade. Ele me fuzilou discretamente com o olhar enquanto digitava sua senha e eu peguei metade das sacolas. JB pegou as sacolas restantes e roubou algumas que eu levava, diminuindo meu peso.

- QUEM CHEGAR NO CARRO POR ÚLTIMO É A MULHER DO PADREEEEEE~ - Gritei e sem dar muito tempo pra que ele raciocinasse, saí correndo como uma criança.

- EI, ISSO NÃO VALE! – Apesar de reclamar, ele correu atrás de mim rindo e eu não sabia se gargalhava ou corria.

- GANHEI! – Acabei chegando primeiro, mas só por conta da vantagem inicial.

Jaebum chegou depois de mim por questão de segundos e nós ríamos cansados, suados e sem fôlego. Não conseguíamos tirar o sorriso do rosto e nos olhávamos que nem dois bobos. A atmosfera leve foi se transformando aos poucos quando percebi que ele respirava com dificuldade e começava a me encarar sério.

- Uns chicletes e uma vitamina de morango pelos seus pensamentos. – Sorri, divertida.

- Eu dispenso os chicletes, mas aceito a vitamina. – Ele continuava sério.

Meu sorriso se desfez quando ele deixou as compras caírem no chão e enlaçou minha cintura com força, fazendo minhas sacolas escorregarem também. Fiquei entre seu corpo e o carro, sentindo que ele encostava toda sua pele em mim e me empurrava contra o automóvel. Seus olhos seguravam os meus como ímãs e eu não consegui desviar, sentindo minhas pernas ficarem moles e relaxando em seus braços.

Sua respiração pesada batia em minhas bochechas e eu sabia que a minha própria tava tão desregulada quanto. Sentia seu perfume me envolvendo e parecia que eu ia ficar tonta de tão cheiroso que ele era.  JB me lançava aquele olhar penetrante e avassalador, sorrindo torto perversamente e mordendo os lábios. Ele chegou mais perto, esfregando o nariz no meu pescoço e respirando forte, me fazendo arrepiar da cabeça aos pés. Quando chegou até minha orelha, a mordeu lentamente e eu só consegui aproveitar a sensação, sentindo algum som estranho sair pela minha garganta.

- A única coisa que eu tô pensando... – Ele sussurrou com uma voz rouca em meu ouvido. – É que eu quero fazer isso há um maldito tempo.

E umedecendo os lábios logo em seguida, Jaebum foi lentamente se aproximando.

Aos 5 anos, minha percepção de paraíso foi ganhar brinquedos no natal.

Aos 10 anos, minha percepção de paraíso foi comprar meu primeiro kit de maquiagem.

Aos 15 anos, minha percepção de paraíso foi passar de ano por média.

Aos 20 anos, minha percepção de paraíso foi perceber que eu dava orgulho à minha mãe.

Mas pra ser sincera, nenhuma sensação de conhecer o paraíso foi tão intensa quanto a que eu tinha sentido naquela hora.

O paraíso era ter Im Jaebum me beijando com a maior vontade que eu já tinha visto na vida.


Notas Finais


espero que tenham gostado do capítulo :)
nossos favoritos estão escalando rápido, tô feliz!
é isso. eu não tenho muito o que falar, ando meio distraída desde a última live desse homem :<

* = https://image.prntscr.com/image/DMF5_7-tQimHMnUJeiDyNQ.png
** = https://image.prntscr.com/image/4_nMEF2gQMuIE-5vTWcCzA.png
*** = https://image.prntscr.com/image/g74cnDCbR5ixeYAUTMETQg.png

Próximo: 12/08


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