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História Mute {HIATUS} - Stop Stop It


Escrita por: Skyel

Notas do Autor


olá!
como prometido, o capítulo do dia ♥
algumas explicações nas notas finais.
enjoy.

Capítulo 7 - Stop Stop It


Fanfic / Fanfiction Mute {HIATUS} - Stop Stop It

“Sempre que você faz isso me deixa louco

Quando você olha nos meus olhos com esse sorriso

Eu quero te abraçar com toda a minha coragem

Pare com isto, pare, pare, pare com isto

Quando eu sinto seu toque, o alarme toca

Sempre que conversamos, você me segura pelo braço

Eu quero te envolver e te abraçar fortemente”

Stop Stop It

 

Day 26, month 6 –

 

Rolando de lado na cama, comecei a fazer teorias loucas que pessoas sonolentas fazem. Tipo pensar na possibilidade de ter sido abduzida ou algo do gênero. Juro que não entrava na minha cabeça como eu tinha dormido tanto! Mesmo tendo uma noite normal de sono no hospital (tirando a questão da poltrona), eu pifei assim que cheguei em casa. Lembro de ter dado uma olhada rápida na hora antes de deitar e o relógio marcava quase dez da manhã... Agora eram três da tarde. Hoje eu passaria no trabalho bem rapidinho, só pra dar uma olhada em Jaebum.

Meu horário tinha sido totalmente repaginado, já que agora eu daria plantões. Às segundas, quartas e sextas eu bateria ponto por volta de 10:00 e dormiria com JB, folgando do plantão nas terças, quintas e finais de semana. Jackson e Bambam me cobririam nesses dias. No dia pós plantão, às duas da tarde eu teria que bater ponto e ficaria até às oito da noite.

Hoje eu tinha sido dispensada pra descansar um pouco, mas minha agonia não me deixava ficar em casa. Só tava enrolando um pouquinho mais na cama pra não acabar me encontrando com a mãe de JB... Ela disse que iria hoje e eu não queria me intrometer, acredito que eles tenham muito pra conversar. O pai dele já tinha ido algumas vezes, mas era realmente muito raro e eu nunca o encontrei. Não sabia por que a mãe dele vinha tanto antes e com o tempo tinha diminuído bastante as visitas. Os amigos dele nunca vieram também.

Jaebum aparecia em pequenas matérias de fofocas sobre gente rica como um cara tranquilo e cheio de amigos, mas era exatamente o contrário. Ele era agitado, por mais que gostasse da calmaria e muito solitário, mesmo que não estivesse sozinho. Solidão vai muito além de termos pessoas ao nosso redor, entende? Às vezes saímos com um grupo grande de amigos ou vamos a uma festa lotada e nos sentimos solitários, como se mesmo com tanta gente ali ninguém fosse capaz de entender o que passa em nossas cabeças ou como se todas as pessoas fossem apenas corpos estranhos ocupando um espaço.

Isso me lembrava a época de escola. Eu tive alguns momentos bons e melhores amigos aleatórios com o passar dos anos, mas havia dias em que eu achava que ninguém me conhecia de verdade. Era como se minha mente funcionasse numa frequência diferente das outras, como se eu pensasse em AM em vez de FM. Não é só uma questão de ser a diferentona dos blogs mainstream que gosta dos cults e critica sem parar a nova geração “não apreciadora das coisas que realmente prestam”, não era nada disso. De fato sempre fui bem normal por fora, mas por dentro eu via coisas que as pessoas pareciam não ver, dava importância pra coisas que geralmente eram ignoradas, ficava totalmente de boa com coisas que ofendiam ou incomodavam muita gente e vice-versa. Eu me achava meio esquisita, mas isso também podia ser uma impressão minha. Talvez todo mundo pensasse como eu e passasse pelas mesmas coisas.

Resolvi parar com minhas filosofias de boteco (sem o boteco) e tomei um banho rápido, me arrependendo um pouco de não ter lavado o cabelo. Meus fios eram bem lisos naturalmente, mas se você acha que isso é sinônimo de bom comportamento... tá bem errado. Provavelmente enquanto eu dormia de guarda baixa, houve uma rebelião capilar em busca de independência e agora cada grupo de mecha fazia o que queria. Inclusive algumas pareciam mais extremistas, ficando pra cima o tempo inteiro. Por sorte tinham uns grupos pacifistas que ficavam em seus lugares na maior parte do tempo.

Coloquei uma roupa básica* e um boné pra controlar esse cabelo maluco, peguei meu jaleco e sai pulando a escada de dois em dois degraus enquanto jogava algumas barrinhas de cereal na bolsa. Eu mal tinha coloca os pés no hospital e Jinny me arrastou como uma louca até minha sala.

- Amiga eu tô tentando não surtar. – Ela se jogou no sofá e suspirou dramaticamente, colocando as costas de uma mão na testa.

- Oi Jinny, eu tô bem, obrigada por perguntar. E você, como tá? – Jinny rolou os olhos. - O que aconteceu? – Arqueei uma sobrancelha.

- Olha, é bom você controlar esse seu homem. Não tá dando pra lidar. – Eu gargalhei, já sabendo que ela falava de Jaebum.

- Vaquinha, ele não é meu homem.

- Ainda. – Ela cantarolou. – Ei, você não tá de folga hoje?

- Tecnicamente. – Dei de ombros.

- Eita fogo no ra...

- Jinny! – Arregalei os olhos e a censurei.

- Ops. – A safada ria da minha cara.

- De qualquer forma. – Desconversei. – O que tá rolando?

- Eunnie, minha deusa. Esse delinquente sem alma resolveu dar um rolê na cadeira de rodas pelo hospital hoje com a mãe e depois fazer fisioterapia.

- E...?

- E que eu não sei quem deu permissão pra ele, mas ele saiu arrasando o coração de toda a ala feminina. Uma parte da masculina também. – Ela deu uma risada. – A mãe dele trouxe algumas roupas novas e ele fica bem... diferente sem as roupas do hospital.

- Era só isso? – Fiz um olhar de desinteresse e encarei minhas cutículas.

- Você não tá entendendo. Esse homem cortou o cabelo e apareceu todo de preto como um bad boy mas dizendo coisas meigas pra a mãe e sendo simpático e polido com velhinhos e crianças. – Jinny colocou uma mão no queixo. – Isso é material de namorado, fofa. O exemplar perfeito dos sonhos de qualquer mulher. Pra completar ainda saiu todo suado da fisioterapia.

- Você é maluca. – Eu olhei Jinny como se ela fosse um alien. – Acho que só você tem uma mente tão mirabolante desse jeito.

- No no, baby. Toda a equipe de enfermeiras pareceu concordar comigo, inclusive adicionar detalhes sórdidos que não precisam ser mencionados. – Eu corei instantaneamente quando ela me chamou de “baby”. – Tá com febre?

- Eu não. Você tá vendo coisas. Delirando.

- A senhora não me engana, dona Eun. Olha essas bochechinhas vermelhas!!!! – Ela me apertou. – Pode explicar.

- Você me chamou de baby, sua boba. – Falei hesitante. – Jaebum me chama assim às vezes.

- Mas vocês já tão nesse nível? E eu pensando que ainda não tinham nem dado uns selinhos... – Ela arregalou os olhos falsamente. – As crianças de hoje em dia.

- Sua doida! – Me espantei com sua sugestão. – Isso não é um apelido ousado. Ele só brincou comigo, acho que ele fala assim com todas.

- Eun, é tão fácil encher seu saco. – Ela riu. – Eu sei. Mas acho que ele só te chama assim.

- Nós não temos como saber. – Fiquei um pouco triste, mesmo sabendo que não deveria.

- Fale por si. Eu sou uma bruxa que sabe de tudo. – Jinny piscou e deu uma risada de vilão.

- Oh bruxa, então me diga uma coisa. – Eu sorri e falei em tom dramático, de brincadeira. – Quando eu vou achar um amor e ser feliz pra sempre?

- Você já achou. Seu feliz pra sempre não vai demorar. Eu... vejo... um futuro... OH! Você vai ficar frustrada hoje. Ele vai querer te dar uns pegas. – Ela fechou os olhos e fingiu uma cara de dor. – Ai, acho que usei demais os meus poderes.

- Falei. Tá delirando. – Revirei os olhos e dei um tapinha em sua barriga. – Tem remédio pra essa sua dor de cabeça ali. – Apontei pra a doceira cheia de bombons.

- Ótima médica, sabe das coisas. – Ela enfiou três balas de morango na boca e eu ri.

*N/A: desculpem por interromper, mas gostaria de recomendar uma experiência. Escutem One – Heyahe enquanto leem essa parte do capítulo, foi a música que ouvi pra escrever esse trecho e a que imaginei eles dois ouvindo ^-^*

Tirei meu boné e Jinny me acompanhou, falando pelos cotovelos até o elevador. Aproveitei o tempo de subir os muitos andares tentando ajeitar o cabelo no espelho, mas não tive muito sucesso. Pelo menos minha franja tinha ficado no lugar. Bati algumas vezes na porta do quarto de JB, mas não tive nenhuma resposta. Depois de esperar um tempo, resolvi dar uma espiada.

Jaebum tinha aberto as cortinas e assistia o pôr do sol, completamente virado pra a janela. Ele usava** touca e uma regata preta que destacava suas costas e braços. Notei que ele tinha fones de ouvido e provavelmente não tinha me escutado, então resolvi entrar devagar pela porta. Busquei meu celular e abri a câmera pelo atalho tentando registrar a cena, mas a foto não saiu como eu esperava. A cor da sua pele brilhava muito mais pessoalmente, banhada pela luz alaranjada do entardecer. Preferi capturar aquele momento com os olhos e lembrar pra sempre, só assim poderia ter todos os detalhes reais e vívidos. Ele pareceu finalmente notar minha presença e se virou, tirando os fones.

- Oi... – Ele deu um sorriso tímido e meigo.

- Parece que hoje você resolveu ser normal. – Eu ri.

- Não devia ter dito oi. – Ele fez uma careta, mas logo desfez e esticou uma mão pra mim. – Vem aqui.

Andei até ele e peguei sua mão. JB me conduziu até o outro lado da cama de forma que fiquei entre ela e a janela. Ele sinalizou pra que eu sentasse ao seu lado e assim o fiz, curiosa com o que propunha.

- Minha mãe trouxe um celular. Viva a tecnologia. – Ele riu suavemente e balançou o aparelho em suas mãos.

- Agora você é um ser que pode se comunicar e interagir com o mundo exterior. Uau.

- A melhor coisa é descobrir músicas novas. – Ele pareceu meio envergonhado. – Algumas são novas só pra mim, no caso.

- Não deixam de ser legais. – Sorri meiga, tentando o deixar menos embaraçado.

- Sim, eu concordo. Não sei se você conhece essa.

Senti seus dedos encostando levemente em minha orelha, colocando um fone e depois escorregando levemente pelo meu pescoço. Meu corpo inteiro se arrepiou e o encarei, vendo seus olhos fixos em minha boca. Uma batida sexy e lenta encheu meus ouvidos e imediatamente entrei naquele mood. Tive vontade de dançar ali mesmo, era incrível como música mexia com meu estado de espírito. Sou do tipo que canta alto e dança em qualquer lugar que estiver se curtir o som (mesmo que eu não saiba exatamente dançar). Vamos comentar que não tem nada melhor do que se esconder em seu quarto e começar uma bagunça musical, fingir que tá fazendo seu próprio music video e usar coreografias malucas (insira aqui seus body rolls).

Jaebum se aproximava de mim sem perceber, brincando com uma mexa do meu cabelo. Ele pareceu balançar a cabeça inconscientemente e olhou pra frente, respirando fundo e acompanhando a música baixinho. Sua voz era muito melhor do que a da canção original e eu quis ouvir ele cantar um pouco mais alto, mas ao mesmo tempo não quis atrapalhar. Continuamos sem falar nada, apenas apreciando o pôr do sol. Eu via o céu colorir as nuvens de azul claro, laranja, rosa e lilás, acompanhando as mudanças na intensidade da luz.

Depois de um tempo encostei minha cabeça em seu ombro e percebi que ele me olhava. Encontrei seu olhar, virando meu rosto pra cima e me arrependi amargamente de ter feito isso. Estávamos absurdamente perto e eu sentia sua respiração pesada batia em minha pele. Não conseguia me decidir entre as opções de olhar em seus olhos que pareciam tão selvagens agora, me concentrar em não deslizar o dedo pelo seu nariz perfeito ou prestar atenção no lábio que ele mordia.

JB me olhava de forma intensa e eu senti todos os clichês de filmes e livros de romance. Haviam borboletas no meu estômago, fogos estourando na minha cabeça e com certeza meu coração falhava uma ou duas batidas. Eu podia ver que ele não pensava nada inocente nesse momento, era como se me acariciasse com o olhar. Tentei me convencer de que é normal que adultos sintam desejos e controlei os meus próprios enquanto notava que aquele quarto esquentava.

Não fui capaz de escolher uma das três opções então criei uma extra, que me pareceu uma boa saída na hora. Encerrei o contato tirando minha cabeça de seu ombro e Jaebum se afastou discretamente, como se voltasse pra si. Quando percebemos que já escurecia, ele pareceu nervoso.

- Acho que já podemos fechar as cortinas, não concorda? – Ele deu um sorriso sem graça.

- Não acho. A noite também pode ser bonita. – Eu comentei de propósito. Sabia que ele não gostava da noite chegando, mas queria entender o motivo.

- É bonita. Só não gosto. – Ele suava e começava a ficar pálido. – Fecha a cortina...

- Eu não. – Fiz cara de quem não liga. – Quero ver o anoitecer.

- Eun. – Se existia coisa melhor que meu nome saindo daquela boca, eu não conhecia. – Fecha a cortina agora, baby. – Continuei com minha cara de paisagem, depois de muito esforço pra não obedecer. Jaebum dando ordens era... Aff.

- Não tem motivo pra fazer isso. – Dei de ombros.

- Não gosto do escuro. É como se eu fosse voltar a ficar... naquele limbo. – Ele fez uma cara estranha, franzindo as sobrancelhas.

- Que limbo?

- Não sei explicar. Durante... o coma. – Ele falou como se cada palavra o machucasse. – Teve momentos em que eu senti uma parte da minha mente. Não era como se eu tivesse realmente consciente, sabe? Eu não escutava nada, não sentia nada, não via nada. Era tudo escuro e solitário.

- Jaebum... – Eu não sabia exatamente o que dizer. – Mas você sabe que acordou. Pra quê esse medo?

- Não é medo! – Ele bufou, contrariado. – É uma agonia. Tipo uma fobia. Eu não tinha isso antes, então vai passar.

- Você se engana... Nós não nascemos com fobias, nós as desenvolvemos com o tempo. Mesmo que inconscientemente, mesmo sem saber o motivo. – Lancei um olhar de preocupação. – E fobia não se cura. Se supera.

- Não tô a fim de superar agora. – Como era teimoso, senhor.

- Já sei. – Eu fui mais pro lado e ele se afastou. Sentei ainda mais perto e ele se afastou de novo. – Quer parar?

- O que? – Ele não parecia entender.

- Tô tentando sentar mais perto, seu gênio. – Revirei o olhos e fui mais pra perto. Dessa vez ele ficou parado.

- Daqui a pouco você senta no meu colo. – Ele deu uma risada safada. – Não que eu esteja reclamando.

- Cale a boca. – Senti o rosto esquentar e tentei ignorar.

Peguei suas duas mãos e entrelacei nossos dedos. Nesse momento, senti que todo o ar de riso de Jaebum tinha morrido. Ele me olhava sério e eu inclinei a cabeça pra que ele olhasse o céu enquanto anoitecia. Eu jurava que JB ia vomitar ou algo do tipo, notei o quão enjoado ele parecia. Apesar disso, ele continuou sua tarefa e quando a noite chegou completamente, finalmente começou a relaxar um pouco mais. Foram longos minutos.

- Viu? Tá de noite. – Pisquei pra ele.

- Você fala como se fosse fácil. – Seu tom saiu meio amargo e olhei bem em seus olhos. O desconforto ainda era aparente, mesmo que menor...  o retrato do sofrimento estampava sua expressão.

- Tudo bem, chega por hoje. – Soltei suas mãos com delicadeza e fechei as cortinas rapidamente.

- Agora sim. – JB suspirou e foi se acalmando. – Sou um novo homem.

- Seu bobo. Você é mais forte do que pensa.

- Você pensa que eu sou mais forte do que realmente sou. – Ele desviou o olhar.

- E você não me contou como foi seu dia sem mim. – Consegui sua atenção novamente.

- Triste, frio, sozinho, com fome... abandonado! – Ele fez um drama de brincadeira e rimos juntos. – Falando sério, eu fiz fisioterapia hoje. Foi doloroso, mas eu aguentei e já consegui dar uns passos depois de algum esforço. O médico comentou que em duas semanas eu já vou andar normalmente. Queria que você começasse a me acompanhar nas sessões, acho que seria mais fácil pra mim. – Eu concordei com a cabeça, aceitando. – Minha mãe veio me ver, como alguém escreveu num recadinho...

- Não faço ideia de que recado você tá falando. – Olhei pra cima e assobiei.

- Um recado aí que deixaram pra mim, junto com uns presentes. – Ele me olhava como se quisesse dizer algo e não conseguisse. – Eu gostei muito, Eun. Foi especial. – Eu ri, sabendo que ia ser o máximo que ia arrancar dele.

- Quero só ver se você vai voltar a treinar agora. – O olhei com carinho.

- Eu não sei se você vai ver as fotos, mas vou começar um projeto. Uma foto por dia.

- E por qual motivo eu não veria as fotos?

- Vai que eu não queira mostrar. – Ele prendeu o riso. – Só mostro se merecer.

- Ora, seu... – Ele me interrompeu.

- É assim que você quer ver as fotos, baby? – Arqueou uma sobrancelha e sorriu mordendo o lábio inferior. Não faz isso, menino...

 - Não tá mais aqui quem falou. – Fiz um “x” com os braços.

- Voltando ao assunto, mamãe veio aqui. Nós conversamos um tempo e foi muito bom... ela tá diferente. – Ele deu uma risadinha tristonha. – Também me explicou a situação em que ela e meu pai estão. Os dois moram no Japão agora, em Osaka. Papai fechou um contrato importante e agora expandiu os negócios em quase toda Ásia, então eles foram morar onde era mais conveniente. – Isso explicava muita coisa.

- E você vai morar com eles? – Perguntei receosa. Não queria pensar de forma egoísta, mas...

- Que? Tá maluca? – Ele arregalou os olhos. – Eu não saio de Seoul. Aqui é onde eu quero estar.

- Ah, sim. – Dei um sorriso amarelo por ter ficado desesperada.

- Então, Youngjae foi com eles. Não sei se você o conhece.

- Não que eu saiba... – Quem era esse?

- É meu irmão mais novo. Ele gosta mais de se aventurar por aí. Eu prefiro ficar. – Ele buscou o celular soterrado no edredom. – Mamãe me trouxe um celular, que eu já te mostrei. Amém, igreja. E roupas, como você pediu... – Apontou pra touca preta, que tinha “no pictures” escrito. Eu ri com as muitas ironias daquela frase enquanto o via tirar o acessório e o olhar. Seu cabelo tinha sido claramente cortado e por ter ficado muito tempo dentro da touca, tava todo pra trás. Eu podia ver os undercuts laterais e achei que tinha combinado muito com ele. – Do que você tá rindo?

- Nada não. – Ele estreitou os olhos quando eu continuei rindo. – Tá, tá. É que tem escrito “no pictures” na sua touca.

- E daí?

- E daí que você gosta de tirar fotos e eu tava tirando uma su... – Tapei a boca com as mãos quando percebi a besteira que tinha falado. Meu santinho das bocas grandes. Alguém me salva.

- Agora você vai falar. – Jaebum fechou a cara e eu sabia que tinha me ferrado.

- Falar o que? – Sonsa nada.

- Nem tente dar uma de doida. – Ele me fuzilou com os olhos e esperou. Continuei em silêncio. – Fale logo, mulher!

- AAAAAAAAH! Que chato! – Estirei a língua. – Eu tentei tirar uma foto sua, satisfeito? Mas não ficou boa, então pronto.

- Você vai me mostrar isso agora. – Seus olhos brilharam perigosamente.

- Nunca. – Alcancei meu celular e o protegi.

Jaebum me ameaçava silenciosamente e aproveitou a curta distância que havia entre nós pra se mover e começar a fazer cócegas em mim. Eu sou terrivelmente sensível e logo caí na cama, quase morrendo sem ar de tanto rir. Pedi misericórdia e ele parecia se empolgar ainda mais, dando risadas do mal e prendendo meus pulsos pra que eu não tentasse sair.  Ele rolou por cima do meu corpo e colocou todo seu peso em mim... de repente tudo perdeu a graça.

Meu ar agora se esvaia pelo nervosismo da proximidade, eu sentia suas pernas entre as minhas e mais uma vez nossos rostos ficaram perto demais. Eu podia estar ficando louca, mas juro que ele ronronou e fez uns barulhinhos com a voz rouca, acho que falando algo que eu não entendi. Fiquei meio fora de órbita nessa hora... Ele me encarava como se gravasse cada parte do meu rosto e eu podia sentir sua mão apertando minha cintura. Me recusei a quebrar o contato visual e tava bem pronta pra mandar tudo pras cucuias, quando ele pareceu lembrar de algo e tirou suas mãos.

- Desculpe. – Ele usou o máximo de sua força e saiu de cima de mim, ficando meio vermelho. Apesar de também estar meio envergonhada, achei uma graça como ele parecia tão confiante e depois ficou tão tímido.

- Já que você foi um monstro malvado e sem piedade que quase me matou de cosquinhas – eu tentava recuperar o fôlego -, vou deixar você ver a foto.

- Cadê?

- Pera. – Escondi o celular e o desbloqueei sem que ele visse meu papel de parede. – Aqui.

- Eun... – Ele estreitou os olhos e me olhou, sério. – Essa foto... – Jaebum parecia emocionado. – Tá muito mal enquadrada. – Ele quebrou minhas expectativas.

- Você é um pirralho. – Bufei.

- HAHAHAHAHAHAHHA! – Ele ria abertamente, fazendo aquilo de colocar os dentes um pouco pra frente e eu não aguentei, rindo junto. – Você devia ter visto sua cara!

- Eu podia ter tirado uma foto melhor, tá? – Cruzei os braços. – Só que eu preferi guardar aqui, ó. – Apontei pra minha cabeça.

- Espero que tenha guardado aqui também. – Ele apontou pro próprio peito e eu sorri.

- Claro que guardei, meu bem. E meus olhos capturaram todas as cores que a câmera não capturou. Todas as suas cores.

E voltando pra casa, a única coisa que eu conseguia pensar era que Jinny realmente era uma bruxa.

 

Day 28, month 6 –

 

O sábado tinha chegado com muita preguiça de presente. Aproveitei pra fazer uma bela faxina na casa, que não tinha sujeira em si mas tinha muita poeira nos móveis, sem falar nas bagunças diárias de Cat. Esse gato era um prejuízo, já tinha levado minhas cortinas essa semana e agora além de descobrir que ele rói os pés das minhas cadeiras, o desalmado também queria brincar de arranhar o estofado do sofá. Eu mereço.

Acabei me dando o luxo me pedir o almoço, não queria cozinhar e lavar um monte de prato e panela. Enquanto eu comia sentada no chão, Cat relaxava deitado na batata da minha perna.

- Você é um folgado. – Cutuquei sua barriguinha com a parte de cima dos meus hashis. – E abusado. – Cat rolou e me deu um miau. – E lindo e fofo. A mamãe ama muito.

Ele sabia que conseguia me comprar facilmente e esfregou as orelhinhas na minha pele. Igualzinho a alguém que eu conheço... Meu celular começou a tocar.

- Existe uma princesa do outro lado da linha? – Ele riu baixinho.

- Yug! – Abri um sorriso, feliz. – Eu ia te ligar hoje.

- Parece que eu sou um pouco agoniado. – Murmurou envergonhado.

- Nah, sem essa. Você pode me ligar quando quiser. – Levantei do chão e fui colocar os embrulhos da comida no lixo. – Então, eu tava pensando... e se eu aceitasse sua proposta do final de semana?

- Eu diria que você é esperta. – Nós rimos. – O que você quer fazer?

- Jantar fora soa bem, mesmo que eu tenha acabado de almoçar.

- De acordo. Eu te busco?

- Nos encontramos lá. – Entrar no carro de Yugyeom me parecia estranho, de certa forma. Não consegui pensar em ficar confortável. – Te passo o lugar por mensagem.

- A realeza manda. – Tão fofo! – Até mais tarde. Esteja linda.

- Até, Yug... Eu vou estar.

Yugyeom era sempre encantador, mas hoje eu infelizmente o veria pela última vez como um possível pretendente. Meus últimos dias com Jaebum foram cheios de tensão por dois motivos: primeiro, eu gostava dele e já tinha admitido isso pra mim mesma e segundo, eu o desejava como ninguém e mesmo que fosse apenas atração física, sabia que despertava interesse nele também.

Ou seja, as coisas com JB eram realmente possíveis, bastava ele sair do meu ambiente de trabalho e eu tentar. Por mais que Yug fosse uma ótima pessoa e claro, lindo pra caramba, ele sempre seria apenas um bom amigo. Eu não podia o enrolar ou ser desonesta... Gosto de deixar as coisas claras e definidas, pra não ter mal entendido depois.

Eu sabia que Yugyeom não ia querer ser só meu amigo, as chances eram muito baixas. Qual é, ninguém é ingênuo a esse ponto. Ele dá em cima de mim sempre, se eu mostrar desinteresse ele no máximo vai tentar algumas vezes mais e cair fora. É uma relação diferente de querer ser amigo. Coisas tristes do mundo adulto.

Já que eu ia dar um pé na bunda dele, que fosse pelo menos um pé na bunda estiloso. Escolhi um bom restaurante em Gangnam e procurei uma roupa*** super arrumada bem antes do tempo de me arrumar. Geralmente quando eu deixo pra fazer as coisas de última hora, dá errado. Tipo quando eu acho um buraco aleatório na única roupa que eu tinha pra usar ou nem mesmo acho uma roupa decente. Por sorte, adoro comprar roupa (tudo de bom, né?) e montei um pequeno estoque baseado nas situações que eu geralmente vivencio.

Passei a tarde lendo e escutando música, inclusive matei a vontade de dançar aquela que Jaebum tinha me mostrado. Por um momento deixei minha imaginação voar e mesmo que eu usasse shorts folgados de tactel com uma camiseta antiga do meu pai, me senti a mulher mais sexy do mundo. Tentei transformar Cat em JB no meu sofá e dancei pra ele como uma deusa, mesmo sabendo que muito provavelmente minha desenvoltura era a de uma minhoca. Cat me encarava sem interesse e logo dormiu, aproveitando a música e o ventinho que entrava pela varanda.

Quando começou a escurecer, me arrumei e caprichei na maquiagem. O batom vermelho contrastou com meus olhos simples e eu me senti muito bonita. Coloquei um pouco a mais de perfume e indo pro carro, lembrei que ia precisar de um cartão de crédito que havia ficado em meu escritório. Ai que raiva, só pra passar lá e perder no mínimo meia hora. Dirigi o mais rápido possível e quando cheguei percebi que o lugar parecia muito calmo e vazio. Jinny não trabalhava nos fins de semana, só Bambam e Jackson. Já que eu tava lá de qualquer jeito, resolvi saber de Jaebum.

- Toc toc! – Falei do lado de fora do quarto.

- Quem é? – Jackson e JB me responderam como crianças.

- Seus bobos! – Ouvi as risadas. – Posso entrar?

- A boba é você, esperando pra entrar. – Tinha como ele ser menos moleque alguma vez na vida?

- Uau. Se eu soubesse que você ia vir de traje de gala, tinha me arrumado um pouquinho. – Jackson se curvou todo duro como um robô, fazendo graça.

- Há-há. – Estirei a língua pra ele. – Eu vim resolver umas coisas rápidas aqui. Aproveitei pra saber como esse moço tá. – Apontei pra Jaebum.

- Eu tô bem... Mas você tá melhor ainda, baby. – JB me deu um daqueles sorrisos de tirar o fôlego e eu senti que ia morrer. Talvez não tenha sido tão ruim assim que meu cartão tivesse ficado aqui.

- Eu não sei se devo sair pra deixar vocês serem felizes ou se devo evitar que esse quarto pegue fogo e incendeie o resto do hospital... A situação aqui tá complicada.

- Pare com isso. – Dei uma cotovelada nas costelas de Jackson. – Agora que eu já sei que vocês estão bem e não parece que vão fazer coisas estúpidas, eu vou nessa.

- Se eu fizer algo estúpido você fica pra me parar, então? – Jaebum piscou e me derreteu com aquele sorriso torto. Seus olhinhos sorriram junto.

- Negativo, capitão. E nem tente.

- E eu posso saber pra onde a doutora vai, que não convidou o melhor amigo e o futuro marido pra irem junto? – Jackson é doido de pedra, céus. – Não olhe pra mim assim, você sabe que eu shippo. – Alguém controle essa criança. JB apenas riu e pareceu aliviado que Jackson fez a pergunta.

- Dispensar um cara. – Dei de ombros, vendo os dois morrendo de rir.

- Elsa. – Jackson falou entre risos.

- Let it go. – Mandei um beijo no ar pra ele, que segurou e fez que guardava no bolso.

- E eu? – JB fez um bico de criança e eu mandei um pra ele também, que rejeitou o beijo flutuante rebatendo com um peteleco. – Não quero assim. Quero aqui. – E apontou pra sua bochecha. Andei até ele e vi Jackson virando de costas e escondendo os olhos como uma menininha e dando gritinhos. Eu ri e estalei um beijinho no rosto de Jaebum.

- Se comportem, sim? Até segunda!

Quando entrei no restaurante, fiquei aliviada em ver que Yugyeom tinha escolhido uma mesa decente. Nós jantamos, rimos, tomamos umas taças de vinho branco e eu fui diretamente ao assunto. Contei a ele de Jaebum, das coisas que aconteceram e de tudo que se passou. Ele pareceu meio magoado e triste, mas garantiu que gostaria de continuar sendo meu amigo e até me deu umas dicas, o que me deixou bastante surpresa. Também disse que ainda cuidaria de Cat e perguntou se eu não tinha nenhuma amiga solteira pra apresentar. Homens.

Depois de tirar os saltos que vinham me matando, me preparei pra entrar de vez na cama e chequei o celular. Provavelmente Yugyeom tinha mandado aquela mensagem que tinha chegado. Eu quase deixei pra amanhã, mas pensei que seria melhor abrir de uma vez.

 

“De: Número Desconhecido

Para: Meu Chip 1

Assunto: Não consigo dormir

Me avise quando chegar em casa, baby. Fico preocupado.

DefSoul.”

 

Definitivamente não era Yugyeom. Aquele “baby” só podia ser de Jaebum e como sempre, dando ordens. Como ele tinha conseguido meu número? Salvei o seu como o apelido que ele tinha se dado na mensagem.

 

“De: Meu Chip 1

Para: DefSoul

Assunto: Como você tem meu número?

Oi, meu bem. Tô em casa já faz mais de uma hora... Vá dormir, sim? Não se preocupe.”

 

Em poucos minutos, recebi uma resposta.

 

“De: DefSoul

Para: Meu Chip 1

Assunto: Eu tenho meus contatos

Ótimo. Você também, já pra cama. Sonhe comigo, baby.

Ps.: Como você sabe que sou eu?”

 

Ri com seu jeito mandão. Esse homem é um problema. Vários, na verdade.

 

“De: Meu Chip 1

Para: DefSoul

Assunto: Seu contato se chama Jinny

Vou sonhar ;)

Ps.: Só você me chama de baby.”

 

Fiquei na esperança de ainda receber alguma resposta, mesmo sabendo que não era necessário. Dormi com a alma leve e um sorriso sereno no rosto. É... esse é o efeito Jaebum.

 

Day 12, month 8 –

 

- Eu não aguento mais, Dr. Hwan! – A testa de Jaebum brilhava de suor. – Esse negócio de correr em círculos... Eu pareço um idiota, por acaso? – Ele virou pra mim e apontou. – Não responda. – Dei uma risadinha.

- Só mais uma vez, menino Im. – O senhor de bigode grisalho olhou sério por baixo dos óculos grossos.

- Jeibi, falta pouco. Só mais esse circuito e você termina, meu bem. – Ele me olhou acabado e assentiu. Eu lancei meu sorriso mais meigo. – Fighting!~

Fazia semanas desde que JB tinha começado a fisioterapia e ele já andava normalmente, os exercícios que ele vinha fazendo agora eram de corrida. O médico revezava entre treinos no campo da parte externa do hospital e na piscina.  A equipe médica concordou que logo Jaebum seria liberado do hospital de vez, precisando apenas passar em toda a bateria de exames de segurança e voltar todos os dias úteis da semana pra consultas comigo, além de continuar as sessões de fisioterapia.

Eu ficava feliz que ele estivesse se recuperando e finalmente iria pra uma casa, mesmo sabendo que sentiria falta das noites de plantão. Falando nisso, JB finalmente venceu o medo da noite. Ele dispensou pessoalmente Jackson e Bambam, que ficaram muito orgulhosos por ele ter superado algo difícil, mas não tocou no assunto comigo e eu também não procurei falar sobre. Continuo passando a noite com ele alguns dias durante a semana.

Nós também fizemos algum progresso com suas memórias. Ele bloqueava a maior parte delas por conta do trauma, então estamos trabalhando lentamente nisso. Agora ele tem flashes daquela noite, mas ainda nada muito concreto ou preciso.

Vi Jaebum terminando o ciclo de corrida e deitando na grama em seguida. Sua respiração entrecortada, os cabelos grudados na testa e esparramados na grama, a camiseta branca suada... Ugh. Que pecado. Aquela imagem era tão indecente que devia ser ilegal. Ele tinha ganhado vários quilos a mais durante as últimas semanas e por conta dos exercícios, seu corpo parecia definido e perfeito. Amava como seus quadris pareciam largos e seus ombros mais ainda.

- Admirando minha beleza, baby? – Ele bloqueou o sol com uma mão na altura dos olhos.

- Quase isso. – Respondi sem vergonha. Nós tínhamos desenvolvido uma relação bem transparente. – Você parece muito convencido agora, huh?

- Você parece muito linda agora. Eu gosto do seu cabelo no sol. – Fiquei tímida. Mesmo que fôssemos diretos um com o outro, ele não era de fazer elogios. Olhei em volta, procurando o Dr. Hwan.

- Aquele velhote... – Ele já tinha sumido. Suspirei. – Ele não sabe se despedir das pessoas?

- Talvez ele não goste de despedidas. – JB riu e se levantou. – Eu também não gosto delas.

- Preocupado com isso? – O olhei curiosa.

- Um pouco. Isso é estranho, mas vou sentir falta daqui. Eu nunca morei sozinho e andei pensando em como vou fazer isso depois dos meus problemas. – Ele estreitou os olhos. – Vai ser uma aventura, mas quero tentar.

- Sua solidão não vai durar muito tempo. – Dei uma risadinha, mesmo sabendo que isso me magoava um pouco. – Você vai se declarar pra ela, esqueceu?

- É verdade. – Ele abriu um sorriso terno e isso foi como uma facada no coração. – Mas isso não quer dizer nada.

- Oh, pare com isso já. Você sabe muito bem quem é. – Bufei e cruzei os braços, enquanto andávamos de volta pro prédio do hospital. – Ela vai pular nos seus braços, vocês vão casar e ser felizes pra sempre. – Eu ficava mais chateada a cada palavra que falava. Só imaginar isso já me fazia desconfortável.

- Quem eu sou, Eun? – Ele parou e segurou meu pulso, me fazendo virar.

- Você sabe quem é, JB. Você é um homem lindo, inteligente e meigo. Você é um ser humano maravilhoso que gosta de ajudar os outros e deixar as pessoas felizes à sua volta, que sorri com os olhos e que parece uma criança inocente enquanto dorme. Você é aquele cara que qualquer mãe gosta, que respeita e é educado. – Eu desviei os olhos e ele pegou meu queixo com delicadeza, me fazendo voltar a olhá-lo. Eu continuei a peitá-lo sem me intimidar. – Você se interessa por bons livros, bons filmes, boas artes e o principal: bons valores. Você tira fotos dignas de exposição mesmo que nunca me deixe vê-las, canta como um anjo e dança como um demônio. Você é teimoso e infantil, mas só quando quer algo de verdade e vai atrás até conseguir. Você se esforça todos os dias pra melhorar quem é, mesmo que negue e tente disfarçar. Você seduz qualquer um com seu jeito charmoso e encantador, principalmente quando sorri torto e pisca ou morde os lábios. Mas também parece que tem um delay mental quando ri de algo sem jeito e isso é bonitinho. – Ele parecia congelado. Só piscava e me olhava de um jeito que eu não sabia interpretar. Tinha algo ali que eu não conhecia. – Você fica bravo facilmente e se irrita o tempo todo, mas eu amo quando você projeta seu queixo pra frente, raivoso. Cinco minutos depois você fala com a pessoa como se nada tivesse acontecido. Você é engraçado, atencioso, responsável, carinhoso, fofo... E se eu fosse falar todas as suas qualidades precisaria de uma vida inteira. – Eu suspirei. – Já pros seus defeitos, eu precisaria de duas. Mas eu gosto de tudo sobre você. Im Jaebum, você é uma das melhores pessoas que eu conheço. Então não se preocupe, ela não vai te rejeitar.

Eu tirei a mão de JB do meu queixo com um pouco mais de brusquidão do que o necessário. A vontade de chorar era grande, mas esperei até virar as costas e estar a alguns metros de distância. Aquele idiota só tinha ficado lá, parado, me ouvindo falar tudo aquilo com rispidez. Tenho bastante certeza que agora ele sabia o que eu sentia, caso contrário ele seria muito tapado.

A “ela” que estávamos falando era Park Sunhee, a mulher por quem Jaebum se apaixonou anos antes do acidente. Eles se conheceram no ensino médio e eram muito amigos. Depois de me dar um voto definitivo de confiança, ele me procurou e pediu orientação sobre o que fazer com seus sentimentos. JB havia me contado tudo, desde o início.

Long story short, pra resumir a situação: ela tinha se declarado no último dia de aula e depois eles não se viram mais. Então ele descobriu que gostava dela (esse babaca lerdo), mas não fez nada sobre isso e guardou o sentimento. Quando ele se recuperou do coma, resolveu tomar uma atitude e veio pedir ajuda logo pra quem? Bingo. Pra mim, sim senhor (esse babaca realmente lerdo!).

E eu, como alguém que adora ele... Fui tão idiota quanto o próprio. O ajudei a entender seus sentimentos e dei ideias de como contatar a mulher, de como ele se abrir pra ela. Em todo o processo eu senti meu coração despedaçar a cada passo que eu o ajudava a dar. E agora ele tinha um encontro marcado com a mulher da sua vida.

Na cafeteria da ala dos médicos, pedi um chá gelado e sentei na minha mesa favorita, que ficava num cantinho isolado. Dizem que quando você ama alguém, você só quer ver aquela pessoa feliz, mesmo que isso signifique que ela não seja sua.

Meu coração batia forte e eu me martirizava por não ter sido capaz de negar a ajuda que ele pediu.

Talvez isso significasse que eu era uma grande boba e simplesmente amava Jaebum.


Notas Finais


Êêê. O baguio tá ficando tenso, né?
Continuam reclamando no meu in-box que eu coloco pouco detalhe na Eun.
Vou explicar o motivo: Eun pode ser qualquer uma.
Eun pode ser eu, pode ser você... Acho até que já a descrevi demais.
Mas eu tenho me esforçado pra lembrar de pelo menos colocar os detalhes da roupa, hehe.
Obrigada por lerem até aqui! ♥
Espero que tenham gostado do capítulo.

* = https://image.prntscr.com/image/DcLWG6NxQKa5H4N1kgg_Zg.png
** = https://image.prntscr.com/image/av4V_JZVT8qI3KugM59LDg.png
*** = https://image.prntscr.com/image/75vTEEWkT5WAMRQeH5BbUQ.png

Próximo: 09/08


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