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História Mutter - Diálogos


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 11 - Diálogos


                Na manhã seguinte, Ichigo levantou e foi buscar fazer um café. Ele praticamente não havia dormido e precisava de algo que o deixasse alerta durante o longo dia de trabalho que estava por vir.

                Ele estava tomando a bebida quando a Karin, que estava passando uns dias com a família no Japão, sentou ao lado do irmão.

                - E aí Ichigo, tudo em cima?

                - Oi Karin, tudo certo.

                - Você mente muito mal. Tu chegou em casa ontem de tarde, se trancou no quarto e ficou lá direto. Agora tá aí bebendo café com essa cara de bunda.

                - Eu tô com dor de cabeça, só isso.

                - Viu como você não tá bem? Ao contrário já estaria brigando porque eu te chamei de cara de bunda - ela suspirou, e ao perceber o silêncio do rapaz, prosseguiu - tem a ver com a Tatsuki, não é?

                - Nada a ver...

                - Que nada vê é cego, a única vez que te vi assim foi quando a Rukia terminou com você. Eu sei que você sempre foi mais próximo da Yuzu do que de mim, se não se sentir a vontade em falar comigo liga pra ela, ou quem sabe pra algum dos seus amigos.

                - Obrigado - foi um agradecimento rápido, porém sincero, pela preocupação da irmã.

                Em outra parte da cidade, Tatsuki também se sentia mal. Tentou ligar para o Ichigo várias vezes no horário de almoço, porém o ruivo não atendeu. No fim do dia, certa de que ele não atenderia às suas ligações ou responderia suas mensagens, ela se dirigiu à casa dele. Ela pegou a condução meia hora depois, estava na frente da casa. Pensou em chamar, todavia ficou com medo de outra pessoa atender, talvez o Isshin, e a mulher não conseguiu evitar ficar apavorada ao pensar na possibilidade do Ichigo ter contado ao pai sobre o ocorrido.

                Resolveu simplesmente sentar na calçada, na esperança de interceptar o Ichigo na hora que ele estivesse chegando em casa. Minutos depois alguém se aproximou, era a Karin e o Jinta chegando na casa.

                - E aí Tatsuki, o Ichigo ainda não deve ter chegado ainda, quer entrar? - perguntou Karin.

                - Não, obrigada, vou ficar por aqui mesmo.

                - Jinta, entra e vai adiantando a janta - disse Karin.

                - Eu tô de férias, não vou pra cozinha - protestou o rapaz.

                - Férias de que? Você não faz nada, eu que te sustento, o mínimo que você deve fazer é alguma tarefa doméstica de vez em quando. Agora entra logo antes que eu chute sua bunda.

                Diante de argumentos tão convincentes, o rapaz entrou resmungando. Depois disso, Karin sentou ao lado da "cunhada".

                - Você e o Ichigo tem que se acertar.

                - Ele falou alguma coisa com você? - perguntou Tatsuki, preocupada.

                - Não, mas ele tá com uma cara horrível desde ontem e a sua não está muito melhor.

                Arisawa apenas suspirou, então a outra continuou.

                - Ele gosta muito de você e estou vendo que você também gosta muito dele, mas relacionamentos são difíceis mesmo. Tipo, só de casada com o Jinta eu tenho três anos, ele é preguiçoso, sem noção e às vezes tenho vontade de passar acidentalmente com um carro por cima dele cinco vezes, mas eu o amo e perdoo todas as burradas que ele faz.

                - Seria fácil perdoar, mas... - Tatsuki deu uma pausa, pensando se continuaria ou não o que estava pra dizer - e o que eu faço quando fui eu quem fez besteira?

                - Então peça perdão sua trouxa! O Ichigo tem bom coração, talvez precise apenas de um pouco de tempo pra acalmar as ideias - Karin levantou - agora vou entrar antes que o Jinta tente fritar um ovo e acabe incendiando a casa.

                A garota entrou. Tatsuki levantou, disposta a partir e dar um tempo para o Ichigo esfriar a cabeça, quando ele surgiu diante dele.

                - Arisawa san, o que faz aqui?

                - Ichigo chan, preciso conversar com você!

                - Conversar o que, que mentiu pra mim esse tempo todo? Isso eu já sei.

                - Eu sei que sou uma pessoa horrível, mas pode apenas me escutar?

                O homem parou por um instante e pensou no assunto.

                - Tudo bem, mas não aqui porque meu pai e o meu cunhado são muito fofoqueiros, tem uma praça aqui perto, podemos conversar com calma lá.

                O casal caminhou até o lugar sugerido sem dizer uma palavra um ao outro, na verdade, eles sequer trocavam olhares. Ao chegar, eles sentaram em um banco.

                - Pois bem, o que você quer me dizer?

                - Me desculpa Ichigo, eu não queria que as coisas tivessem chegado a esse nível, simplesmente aconteceu.

                - Espera aí, você está dizendo que não queria se aproximar de mim, dizer que era solteira e morava com a mãe, assumir namoro, conhecer minha família, mas na verdade é casada com a mulher que fez uma inseminação artificial e vai gerar um filho meu?

                - Falando desse jeito parece que sou um monstro... - ela praticamente sussurrou.

                - Já sei, vocês queriam era ter uma garantia de que eu daria um filho a vocês, não é isso? Se a inseminação não desse certo você poderia engravidar de mim naturalmente, já que a Inoue não gosta de homens.

                - Tá tudo errado! - Tatsuki deu um grito, abaixando a voz logo em seguida - a Orihime não sabia que eu já te conhecia, e até agora pensa que nosso único contato foi no almoço de ontem.

                - Então realmente você é um monstro. Pior do que mentir pra mim é enganar sua companheira de tanto tempo e que te ama, tem noção de como os olhos dela brilham quando fala de você? Tem noção de que ela quer formar uma família com você e o bebê que ela deve estar esperando?

                Foi então que a Tatsuki ficou definitivamente sem palavras.

                - Se não era pra engravidar, porque ficou se encontrando comigo?

                - Porque eu me apaixonei por você seu idiota!

                Agora foi Ichigo que ficou sem saber o que dizer.

                - Quando a Orihime me falou que conheceu um cara e combinaram dele ser o doador, fiquei muito desconfiada. Eu precisava a todo custo investigá-lo, então peguei informações suas e vim te procurar. O que eu não imaginava de maneira nenhuma é que ia sentir algo mais, inexplicavelmente eu queria te ver todo dia, inventava mil desculpas pra mim mesma, tentando achar motivos para querer estar com você, até que naquele dia no mini golfe acabei me entregando a esse impulso, foi lá que a ficha caiu.

                - Mas você não acha que deixou isso ir longe demais?

                - É claro, mas toda vez que eu tentava resolver tudo, mais medo me dava. Eu sabia que alguma hora teria que abrir o jogo com você, só que o tempo passou rápido demais e aqui estamos.

                - Já ouvi bastante - Ichigo tomou fôlego, então continuou - eu estaria mentindo se falasse que não quero te abraçar, te beijar e fingir que nada aconteceu, mas tem certas coisas que não dá pra ignorar. É muita informação, preciso de um tempo pra processar tudo.

                - Entendo - disse Tatsuki, cabisbaixa.

                - Agora vou pra casa, preciso dormir um pouco. Quer que eu te acompanhe até a estação?

                - Não precisa, vou sozinha.

                Ela foi embora, enquanto Ichigo permaneceu na praça. Ele levantou e começou a andar rumo à sua casa, porém parou sua caminhada um pouco antes de chegar. Tirou seu celular do bolso e ligou para alguém.

                - Alô Ichigo - uma voz masculina atendeu o telefone.

                - E aí Chad, beleza? Sei que já está de noite e é dia de semana, mas posso te encontrar pra falar umas coisas?

                - Coisas... pode.

                - Certo, aonde te encontro?

                - No bar do Shunsui às oito e meia.

                - Tá beleza, já tô indo pra lá - Ichigo desligou e partiu para o local combinado.

                Os amigos chegaram no bar quase ao mesmo tempo. Se sentaram e pediram duas doses de saquê.

                - Nossa Chad, faz tempo que não bebemos juntos.

                - É.

                - Como vai a Mashiro? E a Nel, já deve estar enorme né?

                - Estão todas bem, mas acho que você não me chamou aqui pra perguntar sobre elas, estou certo?

                - Infelizmente está.

                Ichigo começou a contar tudo o que aconteceu, desde quando conheceu a Inoue até sua última conversa com a Tatsuki.

                - Hum, situação difícil - comentou Sado.

                - O que você acha que eu devo fazer?

                - Você gosta dela?

                Apesar de saber a resposta, era difícil para ele admitir. Ichigo parou, pensou e enfim respondeu.

                - Muito.

                - Então dê uma chance pra ela, a deixe decidir entre você e a garota. Se ela te escolher bem, se escolher a garota, toque sua vida. Mas tenha certeza de que depois que seu filho nascer você vai ter preocupações bem maiores e coisas desse tipo não vão mais te abalar.

                - Você tá certo - Ichigo deu um pequeno sorriso - você fala pouco mas fala bonito!

                - Obrigado.

                Nesse momento, o dono do bar se aproximou dos amigos.

                - Olá garotos, há tempos que não os vejo por aqui.

                - Olá Shunsui!

                - Vocês estão com umas caras péssimas. Querem alguma bebida especial pra relaxar?

                - Você tem tequila? - perguntou Sado.

                - Pra você sempre tenho. Volto já.

                O homem se retirou e voltou um pouco depois com uma garrafa da bebida, copos, sal e limão.

                - Sirvam-se. Eu tô indo resolver uns assuntos na contabilidade, mas se precisarem de alguma chance chamem a garçonete Nanao.

                -Obrigado!

                Os rapazes começaram a beber e conversar sobre assuntos amenos. Depois de alguns copos, Ichigo já estava rindo a toa e vendo o bar girar.

                - Hei Chad, eu sempre quis te perguntar uma coisa.

                - Fala.

                - Como é que cabe?

                - Cabe o quê?

                - Você sabe, tu é tão grande e a Mashiro tão pequenininha.

                - Você já tá bêbado Ichigo.

                - Tô nada, veja só, um mais um dois, dois mais dois quatro... - Kurosaki começou a fazer contas tentando mostrar que estava sóbrio.

                - Nanao, traz a conta!

                Sado pagou a conta, colocou seu amigo nos ombros como se fosse um saco de batatas, sob protesto do mesmo, e o carregou para sua casa.

                Na manhã seguinte, Ichigo acordou em um lugar estranho. A última coisa que lembrava era de estar no bar com o Sado. Ao levantar, percebeu que estava usando roupas muito maiores que as suas.

                - Puta que... - ele resmungou.

                A porta se abriu e por ela entrou a Nel correndo, sendo seguida pela sua mãe.

                - Itsugu! - a menina pulou em cima do Ichigo.

                - Nossa, não achei que ela lembrasse de mim - disse Ichigo, fazendo um cafuné na menina.

                - Ela sempre pergunta por você, vê se aparece mais. E sóbrio se possível!

                Foi então que o Ichigo se deu conta do que aconteceu. Ele ficou tão bêbado que seu amigo o levou para sua casa.

                - Desculpe o incômodo - Ichigo estava envergonhado.

                - Que nada, o Chad manda muito melhor depois de beber um pouco. Ah, e cabe sim, se bobear peço mais!

                Ichigo não entendeu o que ela disse, afinal, não se lembrava dessa parte da conversa.

                - Cadê o Chad?

                - Já saiu pra trabalhar. Já são mais de são mais de oito horas sabia?

                - Tô lascado, meu chefe vai me matar! - Ichigo ficou desesperado - cadê minhas roupas?

                - Na secadora, vou pegar!

                Enquanto Mashiro foi buscar as roupas, Ichigo ficou brincando com a Nel. Pouco depois, a mulher entregou as roupas,ele foi ao banheiro se vestir.

                - Obrigado por tudo e desculpe o incômodo – Kurosaki agradeceu, logo após ter vestido suas roupas, que haviam sido lavadas, e ele não teve coragem de perguntar em que estado elas estavam.

                Ichigo se despediu e a Nel fez cara de choro, então Ichigo prometeu voltar e passar um dia inteiro com ela. Enfim, ele partiu para o seu trabalho.

                *****

                Tatsuki teve um dia comum, disposta a dar o tempo que o Ichigo precisasse. No fim da tarde, quando já se preparava para ir para casa, ela recebeu uma ligação do Ichigo.

                - Alô, Ichigo...

                - Oi. Podemos conversar hoje? - ele perguntou.

                - É claro. Em que lugar?

                - Pode ser naquela praça aqui perto de casa?

                - Pode. Já estou indo.

                Tatsuki se dirigiu ao local indicado. Ichigo a procurou mais cedo do que ela esperava, mas isso não significava que estavam indo passear no parque de mãos dadas. De toda forma, havia um impasse que tinha que ser resolvido.



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