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História Mutter - Proposta


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Olá leitores, capítulo novo. Boa leitura!

Capítulo 2 - Proposta


                A semana passou para o casal de mulheres sem grandes alterações em sua rotina. Tatsuki trabalhava dobrado, a fim de preparar bem os seus discípulos que participariam do campeonato, enquanto Orihime fazia de tudo para deixar a casa sempre em ordem para a sua esposa.

                Enfim, chegou sexta feira. Tatsuki deu o dia de descanso para os seus alunos, afinal, o campeonato nacional de caratê começaria no dia seguinte, e ela própria aproveitou para relaxar também. Assim, ela se permitiu dormir até um pouco mais tarde.

                – Bom dia preguiçosa – Orihime, que já estava de pé há mais de uma hora, foi acordar sua companheira com um beijo.

                – Bom dia amor... que horas são? – perguntou bocejando.

                – Dez horas.

                – Dez horas? – Tatsuki deu um pulo – Por que me deixou dormir tanto? A van parte hoje à noite, preciso fazer minhas malas.

                – Eu já fiz – disse Oriime, sorrindo.

                – Você colocou o meu...

                – Quimono? Sim, coloquei – interrompeu a ruiva.

                – Também preciso levar minha identidade e...

                – A carteira da federação, está na sua carteira que coloquei no bolso de fora da mala!

                – Lembrou de...

                – Três mudas de roupa pra sair de duas pra dormir, chinelo, toalha, sabonete, xampu, desodorante, dinheiro, cartão de crédito, carregador pro seu celular, bolsas plásticas pra não misturar as roupas sujas com as limpas e umas daquelas barrinhas de proteína que você adora. Esqueci alguma coisa?

                – Bom... – Tatsuki coçou a cabeça, um tanto sem graça – eu não ia lembrar nem de metade dessas coisas, então obrigada!

                – De nada! Agora levanta, o café está pronto.

                As duas se dirigiram à mesa da cozinha, onde beberam chá e comeram bolinhos de arroz, a refeição mais normal que Orihime já havia preparado.

                – Vou sentir saudade – disse Inoue, acariciando a mão da parceira.

                – Eu também vou, mas relaxa, é só um fim de semana.

                – Eu sei, mas é que nós passamos tão pouco tempo juntas...

                – Entendo. Mas fique tranquila, independente do resultado do campeonato, semana que vem eu vou pegar mais leve nos treinos e ficar mais tempo em casa, e podemos usar esse tempo livre pra procurar um médico e se informar sobre a inseminação.

                – Que bom que você não mudou de ideia, você não falou nada sobre isso a semana inteira... – Orihime fez biquinho.

                – Pensou que eu tinha esquecido? Não sou tão insensível assim, eu sei o quanto ter esse filho é importante pra você.

                Orihime sorriu e deu um selinho na Tatsuki.

                – A van vai sair que horas?

                – Às nove.

                – Hoje é aniversário da Chizuru, ela e as meninas combinaram de se encontrar no karaokê às seis horas, que tal irmos?

                – Não sei, não posso arriscar perder a hora...

                – Não precisamos ficar até o final, quando der oito nós saímos pra você não perder a van, é a chance de fazermos alguma coisa juntas e ainda rever a galera das antigas, por favor, por favor, por favor...

                – Tá bom, mas oito horas em ponto eu saio.

                – Obrigada! – Orihime beijou novamente a morena.

                Tatsuki definitivamente não queria ir, mas como recusar um pedido tão bonitinho – e insistente – da Orihime?

                Enfim, o dia passou e no fim da tarde, Tatsuki pegou sua mala e partiu junto com Inoue rumo ao karaokê da cidade. O local era bem próximo, então elas caminharam apenas dois quarteirões e chegaram, avistaram uma mesa onde Chizuru e mais duas meninas conversavam e bebiam.

                 – Orihime, que bom que você veio... – ela acenou, mas logo seu tom alto e alegre “murchou” – ah, você também está aqui Tatsuki.

                – Parabéns, amiga! – Orihime correu até a mesa e abraçou sua velha amiga.

                – Parabéns Chizuru – Tatsuki deu um soquinho no ombro dela – e aí, como é a sensação de ser a primeira da turma a fazer trinta?

                – Idade não significa nada, o que importa é saber aproveitar as coisas boas da vida. Quer que eu peça um saquê pra vocês duas?

                – Daqui eu vou pra uma viagem a trabalho, vou pedir um chá gelado – falou Tatsuki.

                – Pede um refri de uva pra mim? – Inoue pediu para sua esposa.

                Tatsuki chamou a garçonete e fez o pedido. Quinze minutos depois, chegou Yumichika acompanhado de um garoto bastante jovem, com cabelos escorridos na altura dos ombros.

                – Amiga, parabéns! – Yumichika abraçou e deu dois beijos no rosto da Chizuru, sem tocar seus lábios nas bochechas dela.

                – Obrigada Yumichika. Não vai nos apresentar o seu amigo? – Chizuru deu uma piscadinha para o rapaz.

                – Esse é o Hanatarou, diz um oi pras meninas!

                – Oi meninas! – o garoto as cumprimentou timidamente.

                Eles sentaram à mesa e pediram bebidas também.

                – Esse garoto é seu namorado? – Orihime perguntou no ouvido de Yumichika.

                – Eu tô desenrolando com ele já tem quase um mês, mas como ele faz cu doce. Mas de hoje não passa, espero que valha o esforço – ele respondeu, também sussurrando no ouvido da moça.

                A comemoração continuou. Eles beberam, comeram petiscos e alguns se aventuraram a cantar, torturando os ouvidos de quem estava por perto.

                – Ih, já são quase oito horas, tenho que ir – disse Tatsuki, olhando para o seu relógio de pulso.

                – Ahhhhh – os amigos reclamaram.

                – A Tatsuki vai com os alunos dela pra um campeonato, a van que vai levá-los parte daqui a pouco. Foi bom estar com vocês, mas agora vou com ela até a escola, apoio é tudo. Qualquer dia marcamos outra coisa, adorei a comemoração de hoje! – disse Orihime.

                Elas se despediram, e se aproveitando de um descuido de Tatsuki, Chizuru entregou para Inoue um guardanapo onde ela escreveu “Volta pra cá depois que ela partir”. O casal de mulheres saiu do bar de karaokê, pegaram o metrô e após quarenta minutos, chegaram à porta da escola onde a Tatsuki trabalhava.

                – Arisawa sensei! – saudaram algumas crianças e pré-adolescentes, que esperavam no local segurando suas malas, acompanhadas de suas mães.

                Tatsuki cumprimentou a todos. Alguns dos alunos ficaram curiosos com relação à Orihime e foram falar com ela, enquanto as mães a olhavam com desconfiança. Pontualmente as nove uma daquelas vans com vinte lugares chegou, então todos entraram.

                – Vou morrer de saudade! – disse Orihime.

                – Eu também vou. Quando chegar no hotel eu te mando uma mensagem.

                – Vou ficar esperando. Mal posso esperar sua volta – Tatsuki finalmente entrou no veículo e partiu.

                Depois que sua amada partiu, Orihime voltou foi para a estação, a fim de pegar e metrô e ir para casa.  Ela sequer cogitou a hipótese de fazer o que Chizuru propôs, e quando estava descendo uma escada na estação olhando muito para o céu e pouco para o chão catabroc, ela tropeçou e caiu.

                – Aaai – gemeu Inoue, colocando a mão no tornozelo.

                Rapidamente, dois seguranças foram ajudá-la.

                – Está doendo? – um dos homens apertou o tornozelo da Orihime, que deu um enorme grito de dor – é, vejo que está doendo.

                – Me leva logo pro Centro de Ortopedia de Karakura! – ela gritou.

                Os seguranças obedeceram, eles a carregaram até um carro da empresa que administra o metrô e a levaram para o hospital que ela pediu. Orihime era bastante desastrada e esse era o local que ela ia toda vez que se quebrava e, além disso, o filho do dono do hospital era um velho amigo seu.

                Ela foi atendida rapidamente. Após ser submetida a uma radiografia, a médica que cuidou dela concluiu que foi apenas uma luxação, receitou um anti-inflamatório, mandou imobilizar seu tornozelo e a liberou.

                Antes de ir embora, Orihime foi procurar pelo seu amigo, que apesar de ser formado em medicina, trabalha na administração do hospital. Ela sabia que provavelmente ele não estaria lá essa hora da noite, mas como não custa nada tentar, ela mandou uma mensagem para o celular dele e, menos de um minuto depois, ele respondeu dizendo em que sala estava. Enfim, ela foi até o local informado, abriu a porta e entrou.

                 – Uryu! – ela sorriu e foi mancando ao seu encontro.

                – Olá Orihime – ele a abraçou – como foi que você se quebrou dessa vez?

                – Caí na escadaria do metrô. Mas fica tranquilo, a doutora falou que não é nada grave.

                – A Tatsuki está te esperando?

                – Ela acabou de viajar, foi acompanhar os alunos dela em uma competição.

                – Então me espera um pouco que eu vou te levar em casa, eu só estou esperando um fornecedor chegar.

                – Tá bom, eu espero.

                – Mas então Hime, quando finalmente você vai vir trabalhar aqui comigo? Você se formou em enfermagem mas nunca exerceu, acho que você deveria perder o medo e tentar.

                – No momento vou ter que recusar. A Tatsuki tem trabalhado muito e eu preciso deixar a casa em ordem, ainda mais agora que eu vou ter um bebê...

                – Você tá grávida? – Ishida quase engasgou com a própria saliva – Eu sabia que a Tatsuki era bem masculina, mas não sabia que era tanto... Espere, zera tudo, você pulou a cerca com um boy não foi? Safadinha hein, tava escondendo o jogo esse tempo todo.

                – Não é isso Uryu, você entendeu tudo errado! Eu ainda não estou grávida, mas em breve ficarei, eu decidi que vou fazer uma inseminação artificial.

                – Ufa, por que não disse logo? De qualquer forma, parabéns pela futura gravidez!

                – Obrigada!

                Nesse momento, eles ouviram batidas na porta.

                – Entre – falou Ishida.

                – Com licença – um homem, de aproximadamente trinta anos, cabelos laranjas e um tanto desgrenhados entrou na sala. Ele vestia um terno azul e uma portava uma maleta marrom.

                – Claro. Trouxe a medicação combinada?

                – Eu entreguei na farmácia, o Yukimura san já conferiu, só preciso da sua assinatura.

                O rapaz entregou alguns papéis ao Ishida, que os conferiu e em seguida, assinou e carimbou.

                – Obrigado! – o homem de cabelos laranja fez o tradicional cumprimento japonês e se retirou.

                – Quem é ele? – perguntou Orihime.

                – Eu diria que é um deus grego, mas o seu nome é Ichigo Kurosaki. Ele trabalha em um dos laboratórios conveniados aqui com o hospital, e, infelizmente, é hetero. Por quê?

                – Obrigada, outro dia eu te ligo! – a moça saiu correndo e mancando ao mesmo tempo.

                – Mas peraí, eu já vou te levar em casa! – Uryu gritou mas de nada adiantou, Inoue partiu deixando o médico falando sozinho.

                Orihime corria desengonçadamente pelo hospital a fim de alcançar Ichigo. Finalmente, ela o viu já saindo pela porta principal do hospital, então tentou alcançá-lo.

                 – Kurosaki Kun!

                Ele olhou para trás e viu a mulher de longos cabelos acobreados, pé enfaixado caindo em cima dele. Por reflexo, ele a segurou.

                – Você está bem garota? – ele perguntou, ainda com Orihime nos braços.

                – Obrigada! Bem, acho que já pode me soltar – Inoue sorriu e então Ichigo a colocou em pé e em segurança.

                – Tome mais cuidado, vai acabar se machucando de novo. E desculpe perguntar, como você sabe o meu nome?

                – Ah, bem... foi o Ishida que me falou.

                – Agora estou lembrando, você é a garota que estava com o Ishida Kun na sala dele.

                – Isso mesmo. Eu queria te perguntar se... bem, estou um pouco sem graça de perguntar, você tem algum compromisso muito importante agora?

                – Eu terminei o meu trabalho por hoje e estou indo jogar xadrez com o meu pai, por quê?

                – Nada, eu só ia te chamar pra beber um suco... me desculpe por tomar seu tempo.

                – É claro que posso ir com tomar um suco com você, realmente eu não tenho nenhum compromisso muito importante. Estou certo de que o meu velho não vai ficar nem um pouco aborrecido se eu o deixar sozinho essa noite pra sair com uma garota bonita.

                Eles foram até um bar que ficava em frente ao hospital. Sentaram, pediram sucos e começaram a conversar.

                – Você disse que ia jogar com o seu pai não é? Você parece ser um cara bem família – comentou Orihime.

                – Eu tenho que fazer companhia pro velho. Minha mãe já é falecida há muito tempo, e depois que minhas irmãs casaram eu voltei a morar com ele.

                – Que lindo, não se vê tantos rapazes como você hoje em dia.

                – Só estou fazendo a minha obrigação, sei que foi muito difícil pra ele cuidar de mim e das minhas irmãs sozinho. E falando de você, confesso que te achei muito bonita quando te vi, mas pensei que fosse a namorada do Ishida kun quando te vi com ele.

                – O Uryu? – ela começou a gargalhar.

                – O que foi?

                – Ele é mais gay do que uma fusão entre o Freddy Mercury e o Elton John.

                – Nossa, eu nem imaginava.

                – Ele é bem discreto, principalmente no trabalho.

                – E estou muito feliz que você seja solteira.

                – Mas eu não sou solteira.

                – Quê? – Ichigo pulou da cadeira – vê lá no que você tá me metendo, um amigo do meu pai teve um rolo com a esposa de um yakusa há alguns anos e ainda não encontraram todos os pedaços dele.

                – Fica calmo, apenas senta e me escuta!

                Ele sentou, ainda desconfiado.

                – Eu sou casada, mas ela não é uma yakusa. Tudo bem que ela é mestra de caratê, mas fica tranquilo que ela não vai ter motivo pra querer te matar.

                – Ela? Explica melhor porque eu não tô entendendo.

                – Eu sou casada com outra mulher e a amo muito. Eu vim atrás de você porque...

                – Porque...

                – Eu decidi que vou ser mãe. Eu ia procurar um banco de sêmen, mas quando eu te vi, tive certeza que você poderia ser o doador, não me pergunte o porquê, apenas senti isso. Você poderia ser o doador? Você me faria muito, muito feliz mesmo.

                – Acho que preciso de um gole pra raciocinar melhor. Garçom, traz uma dose bem grande de saquê!

                O garçom atendeu rapidamente ao pedido do Ichigo. Ele bebeu e continuou conversando.

                – Eu não imaginava que esse hospital fosse tão moderno. Nada contra, estou apenas um pouco surpreso.

                – Fica tranquilo, já sofri muito preconceito e uma estranheza vinda de um cara que acabei de conhecer não é nada de mais.

                – A sua esposa não vai achar ruim se o doador for alguém conhecido, digo assim, que não seja só um número em um cadastro?

                – Ela é muito maravilhosa e tenho certeza que vai apoiar qualquer decisão que eu tome!

                Ichigo terminou de tomar sua bebida, ficou um tempo em silêncio e voltou a falar.

                – Eu nunca tive muita sorte com as mulheres, talvez essa seja a única chance de passar meus genes adiante. Eu aceito sua proposta!

                – Obrigada! – Orihime o abraçou até quase esmagá-lo – Precisamos comemorar, garçom, traz um copo com três quartos de refrigerante e um de saquê!

                Ela e Ichigo ficaram bebendo e conversando até quase meia noite. Ambos ficaram altos, principalmente Inoue, que não tinha o costume de beber.

                – Ih, tá ficando tarde, vou pra casa – disse a mulher.

                – Eu te levo, já está quase de madrugada e é perigoso – ofereceu Ichigo.

                – Tá bom, mas se você for um tarado e quiser me agarrar, saiba que eu também sou mestra em caratê.

                – Que isso, nunca tentaria nada, principalmente com a futura mãe do meu filho.

                Então Kurosaki pagou a conta, chamou um táxi e foi com Inoue até a porta do prédio em que ela morava.

                – Obrigada por me acompanhar até em casa Kurosaki kun!

                – Tem certeza que não quer subir e fazer a inseminação da forma convencional?

                – Você é um ótimo comediante – ela ria escancaradamente.

                – É verdade, foi uma piada...

                “Eu tinha que tentar”, pensou ele.

                – Eu tenho o seu telefone, quando a Tatsuki voltar de viagem eu te ligo e vamos a um médico todos juntos.

                – Vou esperar. Se cuida!

                Orihime entrou no prédio, enquanto ichigo voltou ao táxi, rumo à sua casa.


Notas Finais


O Ichigo achando que ia comer a Orihime... acreditam que eu quase fiquei com pena dele?
Obrigado por lerem!


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