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História Mutter - Encontros


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - Encontros


                Na manhã seguinte, Orihime acordou mais tarde do que o de costume e com muita dor de cabeça.

                – Ai, quem diria que refrigerante com um pouquinho de saquê ia me deixar assim, parece que eu fui atropelada por um caminhão.

                Ela lavou o rosto e depois preparou um café bem forte. Enquanto bebia, começou a lembrar da noite anterior.

                – Como eu fui doida, sair correndo atrás de um estranho e ainda pedir pra ele ser o pai do meu filho, que bom que deu tudo certo.

                Foi nesse momento que ela lembrou da Tatsuki. Ficou procurando o seu celular pela casa desesperadamente, até que o encontrou caído embaixo da cama. Quando foi verificar, havia três mensagens e duas chamadas não atendidas dela.

                – Ai, ela vai me comer viva! – Orihime tentou retornar a ligação, porém seu telefone apenas chamava.

                Como não conseguiu falar com a sua esposa, Orihime passou a manhã tentando se recuperar da ressaca. No início da tarde, o celular enfim tocou e a ruiva pôde verificar que era a Tatsuki.

                – Amor, perdão, perdão, perdão por não ter te atendido  – dizia Orihime.

                – Tá tudo bem com você? Fiquei preocupada.

                – Ontem eu caí no metrô e machuquei o pé, mas não foi nada grave. E como estão as coisas aí?

                – Tá tranquilo, a viagem foi boa, eu e as crianças dormimos bem e estamos arrasando nas eliminatórias.

                – Que bom. Eu tenho uma novidade pra te contar, mas tem que ser pessoalmente.

                – Então vai me deixar curiosa até amanhã a noite?

                – Fica tranquila que é uma coisa muito boa.

                –- Tá bom então, confio em você. Agora vou desligar, os combates já vão começar.

                – Tá bom. Beijo, te amo pra caramba!   – elas encerraram a ligação.

                No domingo à noite, Tatsuki chegou. Orihime queria encontrá-la na escola, mas a mestra de caratê insistiu que ela ficasse em casa e se recuperasse da lesão. Enfim, assim que entrou em casa, Inoue pulou na sua esposa deu um longo beijo.

                – Ai amor, você não tem noção da saudade que senti! - disse Orihime, ainda abraçando Tatsuki com muita força.

                – Eu também senti saudade. Como está o seu pé?

                – Melhor. Ainda dói um pouco, mas nada absurdo, mas e aí, como foi o campeonato?

                – Foi o melhor! Como eu imaginava, a Ururu ficou em primeiro, mas a surpresa foi um aluno novo chamado Akira, ele tem só nove anos e ganhou ouro na categoria dele.

                – Que ótimo! Agora vai tomar um banho e trocar de roupa, vou fazer alguma coisa pra você comer.

                Quando Tatsuki saiu do banho, Orihime já havia preparado um missoshiro para ela e as duas foram comer.

                – Hum,isso tá uma delícia!  – elogiou Arisawa, enquanto provava.

                – O segredo é o chocolate, tudo fica melhor com chocolate. Mudando de assunto, lembra daquela surpresa que te falei por telefone ontem?

                – É verdade, o que era?

                – Eu consegui um doador.

                – Você vai fazer transfusão de sangue?

                – Não é doador de sangue, tô falando de um doador de sêmen.

                – Ah? – Tatsuki pulou da cadeira  – me explica isso direito.

                – O nome dele é Ichigo Kurosaki. Ele trabalha com remédios, cuida de um pai velhinho e doente, aceitou ser o doador sem tentar me comer e o melhor de tudo, tem o cabelo da mesma cor do meu.

                – Peraí, você quer que ele seja o pai só por causa da cor do cabelo?

                – Imagina que lindo, um menininho ou menininha no meu colo com um cabelo laranja? Por favor, pelo menos considere.

                –- Como que você o conheceu, por acaso ele tava se oferecendo na internet ou coisa assim?

                – Foi no hospital, ele presta serviços pro Uryu. Eu tenho o endereço e telefone dele, podemos marcar pra vocês se conhecerem.

                – Eu tenho uma ideia melhor, marque de fazer uma consulta no médico junto com ele, paralelamente eu vou investigá-lo. Se eu não descobrir nada de anormal, aí é só marcar o procedimento.

                – Obrigada! – Inoue deu inúmeros selinhos na boca da companheira.

                Ainda naquela noite, assim que Tatsuki foi dormir, Orihime telefonou para Ichigo.

                – Alô, Kurosaki kun?

                – Sou eu, quem deseja?

                – Aqui é a Inoue, te acordei?

                – Ah, a garota lá do centro de ortopedia... Eu costumo dormir tarde e acordar cedo. Como está o seu pé?

                – Quase bom. Eu estou querendo marcar uma consulta com você, sobre a inseminação lembra?

                – Claro que lembro. Amanhã ao meio dia.

                – Mas já? Será que vamos achar algum especialista disponível em uma manhã?

                – Confie em mim. Vou te mandar o endereço por sms, esteja lá ao meio dia. Até amanhã.

                Eles encerraram a ligação e em menos de um minuto, ela recebeu a mensagem com o endereço do consultório. Orihime sorriu, com a certeza de que o seu sonho de ser mãe estava cada vez mais perto de se tornar realidade.

                No dia seguinte, Tatsuki saiu para trabalhar como fazia todas as manhãs. Orihime contou que iria ao médico junto com Ichigo, e a morena apenas pediu para anotar o endereço e telefone do misterioso doador, e em seguida, partiu para suas obrigações.

                Aquela manhã passou lentamente para Orihime. Ela estava tão ansiosa que uma hora antes do combinado já estava esperando em frente ao local que Ichigo havia indicado.

                Deu meio dia e nada dele chegar. Ela olhava insistentemente para o seu celular e andava de um lado pro outro e quando deu meio dia e dois, Ichigo chegou.

                – Desculpe, está há muito tempo esperando?

                – Fica tranquilo, acabei de chegar também.

                – Ótimo, vamos entrar antes que o meu pai saia pra almoçar.

                – Seu pai?

                – Sim, é o melhor obstetra da cidade e especialista em reprodução assistida. Ele é o responsável pela gravidez de muitas mulheres, algumas até foi por inseminação artificial.

                Enfim, eles entraram na clínica. Ichigo cumprimentou a recepcionista e entraram em um consultório, onde Isshin estava sentado em uma cadeira e avaliando a ficha de uma paciente.

                – Pensa rápido! – o médico jogou um peso de papel no Ichiho, que acertou o nariz do rapaz, o fazendo sangrar.

                – Tá maluco, isso é jeito de tratar seu filho? – o rapaz brigou.

                Os dois começaram a discutir, enquanto Orihime apenas observava chocada.

                – Espere um pouco Ichigo, quem é essa garota extremamente bonita?

                – Inoue, pai, pai, Unoue  – ele os apresentou.

                – Muito prazer! Estou muito feliz, sabia que um dia você me apresentaria uma namorada.

                – Como o senhor é engraçado, doutor Kurosaki  – Inoue sorria.

                – Pai, ela não é minha namorada. Eu a trouxe aqui porque nós decidimos ter um filho.

                – Oh, que coisa maravilhosa! – o homem começou a chorar, olhando para um porta retrato com a foto de uma mulher que estava em cima da sua mesa – Olha querida, finalmente o nosso Ichigo vai nos dar um netinho.

                – Tá tudo bem com ele? – perguntou Inoue, no ouvido do Ichigo.

                  – Eu te falei que ele tem um parafuso a menos.

                – Fico muito feliz por vocês terem vindo falar comigo, eu faço questão de fazer o seu pré-natal e parto. Você já está grávida menina?

                Orihime balançou a cabeça negando.

                – Então já sei do que vocês precisam – Isshin abriu uma gaveta e retirou um monte de objetos  – velas aromáticas, lubrificantes, uma fantasia de marinheiro, vendas e algemas caso vocês gostem de algo mais sado e um cupom de desconto em uma suíte no melhor motel de Karakura.

                Inoue ficou muda e com a face vermelha, muito envergonhada.

                – Fica quieto e escuta, viemos aqui porque queremos fazer uma inseminação artificial – Ichigo foi curto e grosso.

                Todos ficaram em um desconfortável silêncio, até que Isshin voltou a chorar.

                – Que lástima! – ele voltou a conversar com a fotografia – Nosso Ichigo quer ter um bebê sem celebrar o ato físico do amor! Ah, como eu queria ter morrido no seu lugar.

                Depois de dez minutos chorando e se lamentando, finalmente o médico se recompôs.

                – Bem, já que você, Ichigo, prefere tocar punheta num potinho e você, linda Inoue, prefere uma seringa te furando do que o glorioso mastro da virilidade, vou passar alguns exames aos dois  – Ichin prescreveu uma bateria de exames tanto para Orihime quanto para o Ichigo  – quando tiverem o resultado de todos, faremos outra consulta, e se mudarem de ideia, eu arranjo quantos brinquedos sexuais vocês precisarem.

                – Obrigada Kurosaki san  – Inoue agradeceu

                – Valeu velho, até de noite.

                Ichigo e Orihime saíram do consultório.

                – Me desculpe pelo meu pai, ele é doido mas é uma boa pessoa.

                – Não estou aborrecida, na verdade eu adorei ele. Quando você me falou que tinha um pai, imaginei um velhinho reclamando do barulho dos vizinhos, mas ele é bem divertido.

                – Que bom que gostou dele. Agora preciso voltar ao trabalho, meu horário de almoço tá quase acabando.

                – Está bem, obrigada por tudo Kusaki kun!

                Eles se despediram, e assim, Ichigo voltou ao trabalho e Orihime, para casa.

*****

                No fim da tarde, Tatsuki saiu do trabalho. Tirou do bolso o papel aonde havia anotado o telefone e endereço do doador misterioso.

                – Ichigo Kurosaki... preciso saber quem você é.

                Ela pensou em ligar para ele, porém desistiu. Preferiu procurar pelo endereço, que ficava em bairro vizinho ao que ela trabalhava. Enfim, Arisawa pegou um ônibus, descendo pouco tempo depois.

                – Esse é o bairro que eu cresci, não mudou muita coisa, lembra os velhos tempos  – pensou Tatsuki, enquanto caminhava procurando pelo endereço anotado.

                Após andar pelas ruas e pedir informação a algumas pessoas, ela chegou ao local. Era uma bela casa de dois andares, cercada por um muro com cerca de um metro e oitenta de altura.

                Tatsuki resolveu perguntar pela vizinhança sobre o morador da casa. A maioria das pessoas falou sobre o doutor Isshin, porém quando indagou se havia algum rapaz mais jovem, confirmaram que o Ichigo morava ali.

                – Pelo menos o endereço é verdadeiro...

                Ela ainda queria mais informações sobre o homem, mas achou que sair perguntando por aí seria inapropriado, então ela teve a brilhante ideia de subir no muro e espiar a casa. A moça se pendurou no muro, então antes de subir totalmente, ela escorregou. Quando já contava em ter um desagradável encontro com o chão, Tatsuki sentiu alguma coisa amortecendo sua queda, seguido de um grito masculino. Quando foi verificar, descobriu que caiu em cima de um homem.

                – Me desculpa senhor – ela saiu rapidamente de cima do rapaz  – eu te machuquei?

                – Só o meu orgulho – ele logo se levantou.

                – Desculpe perguntar, mas qual é o seu nome? – perguntou Tatsuki.

                – Deixa eu ver se entendi, você estava pulando o muro da minha casa, caiu em cima de mim e eu que tenho que te dizer o meu nome?

                – Tatsuki Arisawa  – se apresentou, um tanto sem graça.

                – Ichigo Kurosaki, prazer.

                Nesse momento, a mulher viu que havia um grande arranhão na perna de Ichigo.

                – Kurosaki, sua perna está sangrando!

                – Ah isso? – ele olhou para o machucado  – não é nada de mais, quando eu entrar faço um curativo.

                – A culpa é minha, deixa que eu faço isso pra você. Eu sou professora de Educação Física especialista em artes marciais, sempre que meus alunos se quebram sou eu quem faço os primeiros remendos.

                – Você é uma assaltante, sequestradora ou coisa assim?

                – Fica tranquilo, só vou fazer um curativo em você e depois ir embora.

                Ichigo abriu o portão e convidou Tatsuki para entrar. A mulher estava um pouco envergonhada e sentindo que deveria fazer algo para reparar o machucado que causou, mas por outro lado, estava dentro da casa do sujeito que estava investigando. Enfim, eles chegaram à copa da casa.

                – Tem uma caixa de remédios no alto desse armário, deve ter algo de útil ali – informou o morador da casa.

                Tatsuki não alcançava a caixa, então subiu em uma cadeira e, finalmente, conseguiu pegá-la, enquanto Ichigo a observava.

                “ Que mulher estranha... gatinha, mas estranha”  ele pensava.

                 Ela desceu, pegou álcool iodado, gaze, esparadrapo e fez um curativo bem simples, afinal, estava mais para um arranhão do que um grave ferimento.

                “Até que ele é bonito, já consigo imaginar a Orihime com um bebezinho lindo nos braços” pensou Tatsuki.

                – Bem, agora eu posso saber por que você estava pulando muro da minha casa?

                Arisawa não estava preparada pra responder essa pergunta, ela não queria dizer a verdade, mas sabia que tinha que dar alguma resposta.

                – Eu morava nesse distrito quando era criança, fiquei com saudade e queria encontrar minha antiga casa, que era muito parecida com essa, mas parece que eu me enganei – ela pensou rápido.

                – Entendo. Eu moro aqui desde que nasci, se você quiser eu posso te ajudar a encontrar a casa em que você morava. Seu nome é Tatsuki Arisawa, não é isso?

                – Isso mesmo.

                – Você disse que é professora de artes marciais, por acaso você treinou com o mestre Shiba quando era criança?

                – Sim, treine  – ela respondeu, sem saber aonde ele queria chegar.

                – Eu estou quase certo de que nós treinamos juntos.

                – Sério? Desculpa, eu não estou lembrando de você.

                – Espere um pouco, já volto.

                Ele foi para outro cômodo e pouco depois voltou com um álbum de fotografias na mão.

                – Veja se lembra desse garoto.

                Ichigo mostrou uma foto dele com uns dez anos de idade, usando um kimono de caratê branco. Nesse momento, o coração da moça acelerou.

                – Sim, lembrei de você! Eu sempre te batia, lembra?

                Infelizmente, Kurosaki lembrava muito bem da garota de cabelos curtos que sempre ganhava dele nos combates e que frequentemente o fazia chorar.

                – Éramos crianças, duvido que hoje você ganharia de mim.

                – Duvida? – ele mexeu com o ego da moça – se você não estivesse machucado eu ganhava agora mesmo, sem nem suar.

                – Tá usando esse arranhãozinho como desculpa? Vamos lá pros fundos, têm uns tatames onde eu e o meu pai treinávamos, e aposto que te jogo nele em menos de um minuto.

                Ela aceitou o desafio, então eles foram para o quintal. Ichigo forrou o chão com os tatames e finalmente, o combate começou. O rapaz tentou segurar na camisa da Tatsuki, porém ela contra atacou, o segurando e jogando contra o tatame. Apesar de imobilizações não serem o seu forte, ela sabia um pouco de judô e se jogou em cima dele, o deixando imóvel.

                – E agora, quem é mais forte aqui? – ela o agarrava, com um sorriso sádico.

                – É você, agora me solta! – pediu Ichigo.

                Tatsuki ainda ficou mais algum tempo mantendo o rapaz imobilizado. Ela não sabia explicar o porquê, mas estava sentindo um enorme prazer em ficar daquela maneira. Apesar de se tratar de uma disputa, ela estava curtindo o toque da pele da sua “vítima”, bem como seu calor e seu cheiro. Enfim, a mulher voltou a si e largou o adversário derrotado.

                – E aí, ainda acha que é mais forte do que eu? – Tatsuki provocou.

                – É, você me ganhou  – ele deu um suspiro  – você nasceu, cresceu e vai morrer mais forte do que eu.

                Tatsuki sorriu, vitoriosa, porém parte dela queria que ele a desafiasse novamente só pra ganhar dele mais uma vez. Foi então que seu celular tocando, era Orihime.

                – Oi  – Tatsuki atendeu.

                – Tá tudo bem? Já são mais de oito horas, aconteceu alguma coisa?

                – Está tudo bem, foi só o metrô que atrasou. Já estou indo pra casa.

                – Tá bom, estou te esperando ansiosamente. Beijo, te amo!

                – Eu também, logo logo estou aí  – Tatsuki desligou o telefone.

                – Era o seu marido? Melhor ir antes que ele se aborreça, apesar de que você deve ser mais brava do que ele não é verdade?

                – Eu não sou casada, era a minha mãe. Agora eu tenho que ir, me desculpe pela confusão  – a mulher saiu correndo.

                – Peraí, não vai querer que eu te ajude a encontrar sua antiga casa?

                De nada adiantou, ela desapareceu do campo de visão do Ichigo quase que instantaneamente.

                – Só me aparece mulher maluca, mas essa aí eu tenho certeza de que nunca mais vou ver.

                Instantes depois, Isshin entrou em casa.

                – Olá Ichigo. Eu vi uma garota bonita saindo correndo daqui de dentro, mas do jeito que as coisas vão, ela deve ter fugido porque shippa Harry e Taylor Swift enquanto você, Harry e Louis.

                – Pai, essa história é tão absurda que eu nem vou te contar.

                Ichigo e o seu pai foram comer. Nesse momento, Tatsuki já estava no metrô, enquanto Orihime se encontrava em casa preparando o jantar.


Notas Finais


Moral da história: A Orihime quer que o Ichigo seja o pai do filho dela por causa da cor do cabelo.
Obrigado por lerem, próximo capítulo sai amanhã.


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