História Mutual - Chapter 18

Narração por Joshua

Hoje havia chegado o dia da festa que Minghao ficou importunando todo mundo para ir, porém como eu não estava no clima havia decidido ficar em casa, mas fui enganado achando que iria ficar parado. Pois Mingyu veio enchendo o saco para pelo menos fazermos algo produtivo, e comigo estava Wonwoo com uma cara nada agradável encarando Mingyu que conversava com Junhui animadamente, imagino como ele conseguiu traze-lo.

― Então, onde vamos comer? – Perguntei curioso já que não havíamos decidido nada por enquanto.

― Preferem que tipo de comida? – Jun perguntou enquanto digitava no celular.

― Quero comida japonesa. – Wonwoo foi direto e eu assenti para a proposta.

― Vamos ao Sukiya então. – Mingyu sorriu para Wonwoo que apenas rolou os olhos.

Seguimos andando até o restaurante já que era próximo ao meu apartamento, conseguimos uma das mesas mais afastadas e sentamos, suspirei pegando o cardápio. Na verdade minha vontade era ficar em casa em minha crise existencial que ainda não havia passado, mas conseguir negar um convite de Junhui era praticamente impossível agora. Seungkwan e Vernon haviam recomeçado, ambos pareciam em uma sintonia boa e Jeonghan com Seungcheol está indo em um bom caminho também, apenas eu estou nessa crise.

― Hey, está tudo bem?

Ao sentir um carinho suave na minha frente abaixei o cardápio fitando os olhos profundos de Junhui sentindo automaticamente um arrepio cruzar minha espinha, sorri assentindo.

― Apenas estou bem indeciso.

Senti o olhar de Wonwoo em minha direção, porém resolvi ignorar e resolvi realmente prestar atenção no cardápio, escolhi um rámen simples e observei todos fazendo seus pedidos.

― Então, como anda a vida? – Mingyu perguntou aleatoriamente fazendo-me levantar uma sobrancelha e Junhui riu.

― A gente se vê todo dia Mingyu, pelo amor. – Wonwoo bufou e cruzou os braços fuzilando o moreno que mostrou a língua.

― Eu não trouxe você para ficar recebendo coice não viu? – Mingyu rebateu fazendo Won rolar os olhos.

― Problema seu, ninguém manda ficar me importunando, vai arranjar algum hobby.

― Você é muito chato.

― Olha quem fala. – Wonwoo implicou com o outro que deu de ombros.

Fitei Junhui que também estava silêncio durante esse surto e não aguentamos a risada fazendo o “casal” ficarem emburrados, era tão implícito o clima de tensão sexual entre ambos que chegava a ser cômico.

― Ai, vocês dois são umas figuras. – Comentei recuperando o ar.

― Isso se chama amor enrustido. – Junhui provocou fazendo Mingyu abrir a boca e fechar logo em seguida desviando o olhar.

― Sem chance de eu gostar de um insuportável desse. – Wonwoo sorriu maldoso e segurei minha risada ao observar seu olhar brilhar de divertimento, Mingyu ficou surpreso.

― Como assim? Você é gay?

E foi aí que não estava mais aguentando, dei uma risada e bati na mesa extravasando minha excitação, sentia minha barriga doer de tanto rir. Recuperei-me aos poucos e olhei o rosto corado de Mingyu, fitei Junhui que tinha seu sorriso maldoso.

― Algum problema? – Wonwoo perguntou visivelmente envergonhado.

― Nenhum. – Mingyu sussurrou vermelho e pareceu agradecer aos céus quando a comida chegou.

Comemos conversando sem mais assuntos que envergonhassem os dois patetas, saímos do local e a brisa fria me fez estremecer, senti os braços fortes de Junhui me abraçando por trás e suspirei ao sentir seu tórax colado em mim, sorri e lhe fitei de lado recebendo um selinho rápido.

― Quero saber quando vai ser oficial essa palhaçada aí. – Wonwoo resmungou e senti um ar gelado fazendo-me travar ao lembrar aquele assunto indesejado.

― Isso é inveja? Está querendo um abraço assim também? – Provoquei sorrindo docemente e me diverti vendo a cara do mesmo de indignação.

― Olha só, eu não fui arrastado para escutar desaforo não. – Ele resmungou enrolando seu cachecol em seu pescoço.

― Vem cá Wonnie. – Mingyu abriu os braços fitando o outro com cara de deboche.

― Vai se foder Kim.

Iria rir dos dois novamente, porém parei ao sentir o beijo deixado em meu pescoço que fez meus pelos se arrepiarem, ouvi a risada gostosa de Junhui em meu ouvido me derretendo e por reflexo apertei suas mãos.

― Finalmente prestando atenção em mim, a noite toda viajando e apenas notando o casal problema. – A voz rouca sussurrada mexeu com todos meus sentidos fazendo-os ficarem alertas e totalmente conscientes dos carinhos que o maior deixava em minha cintura.

― Wen Junhui se sentindo carente? Essa é nova. – Disse sarcástico resultando em uma mordida de leve em minha orelha.

― Culpa totalmente sua que anda me ignorando.

Bem, não era mentira que eu havia me afastado um pouco já que um poço de emoções transbordava quando ele simplesmente me toca por dois segundos, eu estou internamente tendo muitos surtos com essa proximidade, mas a gente demonstra? Claro que não.

― Topa minha casa? – E eu senti aquele tom malicioso, exatamente o qual você sabe o que vai levar.

Você deve pensar, é claro que você deve negar, certo? Se você já está fodido gostando dele, fazendo algo tão profundo só vai triplicar esse sentimento e aí realmente não há volta para o que você fazer.

― Faz tempo que não ficamos sozinhos hyung.

Claro que eu vou negar, é óbvio que eu não vou ser otário desse jeito.

― Tudo bem.

― Ei, as duas crianças pequenas aí. – Junhui chamou a atenção dos dois que pareciam discutir sobre algo trivial. ― Eu e Joshua vamos indo, até Segunda.

― Vai manter meu amigo de refém por acaso? Eu posso ver ele se eu quiser esse final de semana. – Wonwoo cruzou os braços e fitava Junhui acusatoriamente.

― Quem disse que ele vai sair da minha casa? – O moreno provocou e mordeu meu pescoço.

Senti todo meu rosto ficar vermelho ao receber olhares maldosos dos outros dois, desviei dos braços de Junhui e dei um soco em sua barriga fazendo-o arquear o corpo rindo, esse debochado.

― Não liga para esse ser, curtam a noite também. – E sai puxando Junhui que ria se despedindo dos dois também.

― Hyung, não fica bravo comigo.

― Não estou.

― Está sim Joshua.

― Já disse que não. – Resmunguei e soltei a mão do mesmo andando na frente.

― Ah, para vai.

Apenas o ignorei o caminho inteiro até o apartamento do mesmo, demos a sorte do metrô estar vazio e chegar sem mais problemas. Ao chegar no local me joguei no sofá e fechei os olhos suspirando fundo, conseguia ouvir meu coração batendo como um louco, abri os olhos dando de cara com o rosto sério de Junhui fitando-me, engoli em seco e lambi os lábios. Seus lábios cheios, os olhos negros que pareciam explorar minha alma, o cabelo caído sobre sua testa fazia a vontade de puxar, arfei de leve quando o mesmo sorriu e sentou ao lado de onde eu estava deitado.

― Você anda meio distante, algo aconteceu? Isso realmente me incomoda. – Seu tom calmo e gentil me atingiu em cheio, fechei os olhos ao sentir sua mão acariciando meu rosto.

― Não é nada, apenas problemas da faculdade. – Abri os olhos e ele pareceu ponderar se acreditava em mim, por fim assentiu e eu sorri.

― Está com sono? – Ele perguntou retirando a mão fazendo-me sentir estranho sem seu toque.

― Totalmente ao contrário. – Ri baixinho.

Então um silêncio profundo se instalou, fitei seus olhos e mordi o lábio, sentei levemente e puxei sua nuca, ao sentir seus lábios contra os meus suspirei e puxei seus cabelos na nuca ouvindo um resmungo do mesmo mordendo meu lábio e assim o beijo aprofundou-se, sem parar Junhui deitou-se sobre mim e apoiou seu corpo no sofá, minhas mãos foram até a sua camisa onde deixei minhas mãos percorrerem em sua pele quente, arranhei levemente e ouvi um gemido baixo do moreno.

― Hyung, eu estou no meu limite. – Sua voz rouca me fez abrir os olhos fitando seu rosto que expressava puro desejo e foi onde eu mandei a consciência para o espaço.

Empurrei seu corpo para o outro extremo do sofá onde eu agora ficava por cima, um sorriso de lado adornava o rosto de Junhui e o desfiz beijando-o, gemi quando minha língua fora sugada e sua mão firme segurou minha cintura empurrando meu corpo contra o seu, minhas mãos foram novamente até a blusa do mesmo, Junhui ajudou a retirá-la e engoli em seco ao poder observar seu corpo moreno e definido, passei minhas mãos levemente por suas ancas e fitei o seu rosto vendo seu olhar semicerrado.

― Joshua, você está me testando? – Sua voz saiu profundamente rouca me deixando fora de órbita onde só escutei os botões da minha blusa sendo arrancados, balancei a cabeça e grunhi ao sentir a mão de Jun brincando com meus mamilos.

― Junhui. – Joguei a cabeça para trás ao sentir sua língua gelada me fazendo gemer mudo, agarrei seus cabelos em reflexo.

― A culpa é toda sua por fazer essa cara erótica.

Olhei para baixo fitando o rosto corado do mesmo e eu sorri acariciando sua nuca, voltamos a no beijar e me ajeitei melhor em seu colo, onde senti sua ereção e o outro apertou minha cintura descontando seu tesão, rebolei minimamente e sorri quando o mesmo afastou para soltar um ofego contido.  Assustei-me quando meu corpo fora virado contra o sofá e resmunguei ao sentir a madeira bater na minha coluna, não tive nem tempo de pensar ao sentir sua mão em minha região, mordi o lábio contendo o som constrangedor e isso não pareceu agradar Junhui que me fitou com o rosto fechado e logo abriu o zíper, ajudei levantando os quadris e foi tirado tudo de uma vez.

― Se você conter outro som, eu vou te punir hyung.

Apenas assenti e assisti ansioso quando o mesmo também se despia, lambi os lábios ao observar o quanto Wen Junhui era fodidamente gostoso em todos os aspectos, parei de encara-lo ao notar seu sorriso presunçoso e antes que eu pudesse falar algo apenas pude gemer ao sentir sua mão quente em meu membro, joguei a cabeça contra o braço do sofá devido ao contato, não conseguia pensar em mais nada ao meu corpo ficar cada vez mais quente com os toques, agradeci quando o moreno iniciou um beijo e minhas mãos foram em suas costas onde minhas unhas foram de cima á baixo, me afastei e colei minha testa com a dele sentindo meu corpo começar a sentir contrações.

― Eu não vou aguentar. – Sussurrei e finquei minhas unhas escutando um grunhido de dor do mesmo que parou com os movimentos me fazendo resmungar.

― Ainda não Joshua.

Fiz bico e o mesmo riu soprado deixando um selinho, franzi o cenho quando o mesmo se levantou e estendeu a mão para mim, por um momento fitei seu corpo e em especial seu membro que já estava molhado de pré-gozo, sorri de lado com minha ideia, dei um tapa na mão do mesmo me ajoelhando e coloquei o membro em minha boca, me arrepiei ao escutar seu gemido alto e suas mãos que puxaram meus cabelos.

― Você nunca deixa de me surpreender, puta merda.

Retirei o membro e chupei com força moderada sua glande, o fitei e sorri de lado logo começando os movimentos, não tinha quase experiência com isso, mas os gemidos roucos que Junhui dava me incentivavam a cada vez mais usar a língua e sugar com mais avidez, estava adorando que o mesmo estava me deixando no controle mesmo sentindo seus puxões em minha nuca mostrando o quanto ele queria foder minha boca.

― Hyung.

Soltei o membro com um barulho estalado e levantei sentindo os meus joelhos doerem pela pressão, ele puxou meu corpo contra o seu fazendo nossos membros duros tocarem, nossas bocas se encontraram de forma selvagem e completamente necessitada, aos poucos íamos caminhando esbarrando em algumas coisas até o quarto do mesmo.

― Deita, vou pegar as coisas. – Jun deu um beijo em minha testa me deixando momentaneamente envergonhado. Só ele mesmo para fazer em um momento desses algo assim carinhoso.

Deitei e observei ele ir até ao armário onde pegou o lubrificante e a camisinha, suspirei e fechei os olhos ao notar que realmente iria acontecer,  abri os olhos ao ouvir o barulho do pacote sendo rasgado e fitei o mais novo colocando a proteção em seu membro, mordi o lábio ao ver o lubrificante ser aberto e o olhar de Junhui encontrou o meu, seu rosto ficou preocupado e inclinou-se para me dar um beijo.

― Prometo que vou ir com calma, mesmo que minha paciência esteja no limite.

― Tudo bem, eu confio em você. – Sorri e acariciei seu rosto.

Fechei os olhos ansioso e agarrei o lençol da cama ao sentir o dedo gélido me causando um arrepio imediato, a dor fora inevitável ao ser invadido naquele local e tentei relaxar, apertei o tecido mais forte ao sentir o segundo e mordi o lábio descontando minha dor, abri os olhos ao sentir a respiração de Junhui em meu pescoço e suspirei ao sentir sua língua passeando por ali, afrouxei meu aperto quando senti seus dedos se mexendo e agarrei os ombros já suados do maior, relaxei ao seus dedos saírem e seus dentes morderam levemente meu pescoço.

― Pode ir. – Sussurrei abraçando seu pescoço e tremi ao sentir seu membro roçar em minha entrada.

Meu reflexo fora morder o ombro do outro quando seu membro adentrou, parecia que meu corpo ia ser rasgado a cada vez que ia entrando, parei de morder ao sentir o gosto de ferro e lambi me sentindo culpado, ouvi um gemido sôfrego de Junhui e afrouxei meu aperto em seu pescoço, fitei seu rosto e aquilo fez muito mal para meu coração, a bochecha corada com seus olhos cerrados e nublados de prazer me fizeram gemer ao sentir seu membro se mover minimamente.

― Jun. – Soltei e foi aí que me arrependi disso, pois nesse momento havia tirado o resto de controle do outro.

Arqueei o corpo ao sentir a estocada forte, ainda doía, mas o prazer começava a vir junto. Entrelacei minhas pernas em sua cintura para facilitar e rolei os olhos ao sentir os movimentos seguidos dentro de mim, desprendi os braços ao sentir minha força se esvaindo e apenas conseguir gemir ao sentir aquele calor e sentimento tão bom, o quarto era preenchido pelos sons daquele ato tão carnal e profundo.

― Joshua, vira.

E nem pensei quando o mesmo saiu de mim, virei-me afundando o rosto no colchão que abafou meu grito ao sentir um prazer descomunal com aquela estocada, senti todo meu corpo tremer e fiquei desorientado, olhei para trás ao ver que Jun tinha parado e ele sorriu maldoso, ao ser acertado no mesmo local me senti ir ao céu e voltar.

― Ah, Jun. – Gemi quando suas mãos apertaram minha cintura e as estocadas aumentaram a velocidade. ― Eu não vou conseguir mais aguentar.

Novamente os movimentos pararam e me senti vazio ao não ter mais dentro de mim, ergui meu tronco e fitei Junhui que agora estava sentado, ergui uma sobrancelha e o mesmo me chamou com o dedo mordendo o lábio, engatinhei até o mesmo e segurei seu membro direcionando a minha entrada.

― Que bela vista. – O mesmo sorriu enquanto me observava descer lentamente e ofegar ao senti-lo novamente.

Comecei a cavalgar podendo observar a expressão de Junhui e eu estava no paraíso, sentia meu coração batendo cada vez mais rápido e minha respiração ficando rarefeita, senti todo meu corpo tencionar e eu não consegui mais segurar meu orgasmo, rolei os olhos e joguei a cabeça para trás ao sentir meu corpo inteiro se arrepiar e perder a força, meus músculos flexionavam.

― Joshua.

Ao abrir os olhos senti o outro investindo contra mim me fazendo gemer ainda mais alto por ainda estar entorpecido, meus olhos lacrimejados dificultavam a ver o rosto de Junhui que também estava em seu limite. Sorri satisfeito ao sentir seu aperto em minha cintura, fechei os olhos esfregando e tive a oportunidade de ver a expressão do mesmo enquanto tinha seu orgasmo.

Seu cabelo preto estava colado em sua testa, seus olhos fechados e sua boca avermelhada entreaberta, seu pomo de adão subia e descia, seu peito suado parecia batalhar por ar.

Seus braços passaram minha cintura e me puxou contra seu peito, suspirei quando meu cabelo fora acariciado e ficamos por um tempo apenas curtindo aquele momento, o cheiro único do mesmo estava quase me fazendo adormecer quando senti-lo mexer-se.

― Precisamos tomar banho. – O mesmo beijou minha testa e depois trocamos um beijo intenso.

― Ok. – Respondi manhoso e senti o vazio quando o mesmo se retirou, suspirei ao tentar me mover e sentir meu quadril doer.

Arregalei os olhos ao sentir os braços de Junhui me erguer no ar, o encarei assustado ao ver que me carregava para o banheiro, ao sentir meu rosto vermelho escondi-me em seu peito. O alívio da água morna batendo em minhas costas fora imediato, ao sentir as mãos grandes a ensaboando também fora ótimo. Tomamos um banho rápido e do mesmo jeito fui levado a cama para deitar, onde já estava com os lençóis trocados por Junhui, me aconcheguei na cama e observei o moreno fechando as cortinas, logo depois deitou desligando as luzes, o escuro era absoluto no quarto. Sorri ao sentir ser puxado contra si e deitei em seu peito, seu coração batia calmamente enquanto o meu parecia que ia explodir dentro de mim.

Meus sentimentos só haviam se intensificado pelo mesmo, ainda mais pelo carinho demonstrado durante o ato, suspirei e tentei ignorar esses pensamentos por enquanto para apenas curtir o momento.

― Boa noite hyung.

― Boa noite Junnie. – Levantei o rosto e dei um selinho no mesmo, pude sentir seu sorriso e eu ri soprado.

Deixaria para pensar no amanhã quando chegar o tempo, por enquanto eu iria curtir essa pequena felicidade.

E no futuro eu iria descobrir que estava certo em fazer isso.