História Mutual - Chapter 20

Por favor, leiam as notas finais.

Junhui narrando

Acordei com o barulho em minha cozinha, espreguicei-me lentamente sentindo meus músculos cansados, apertei os olhos e os abri me acostumando com a clareza do quarto, virei o rosto para o lado vendo o quanto estava bagunçado me fazendo sorrir, sentei-me e decidi vestir uma cueca, segui em direção ao cheiro delicioso que a cozinha emanava. Joshua estava animado fritando ovos, o rádio da cozinha tocava alguma música famosa no momento e que ele parecia gostar, ri soprado e segui em silêncio abraçando-o por trás, seu susto fora imediato e quase deixa cair à espátula.

― Bom dia Shua!

― Quer me matar do coração? – Ele perguntou visivelmente ainda abalado depositando a espátula na pia, desligou o fogo já que havia acabado e virou-se me fitando com cara de bravo, apertei seu nariz e beijei seus lábios levemente.

― Dormiu bem? – Ele sorriu e assentiu.

― Vem, vamos comer antes que esfrie.

Sentamos á mesa que já estava posta, meu estômago roncou com o cheiro maravilhoso da comida, levantei meu olhar faminto ao escutar a risada contida de Joshua, sorri sem graça e começamos a comer. Fitei a janela vendo o tempo nublado que parecia pronto para chover, tomei um gole de café sentindo o gosto sutil do chantilly se misturando, voltei o olhar para Joshua que acabará de comer e mexia em seu celular parecendo entretido, levantei da mesa pegando meu prato e o dele levando até a cozinha, o mesmo veio trazendo os potes e o resto para a cozinha para guardar.

― Parece que Wonwoo e Mingyu se acertaram. – Joshua escorou ao meu lado na pia.

― Já estava na hora também.

Joshua concordou, continuei a lavar e quase deixei o talher cair ao sentir seus braços rodeando minha cintura, sorri ao sentir sua cabeça em minhas costas e seu resmungo satisfeito, ficamos naquela posição até eu acabar de lavar. Sequei minha mão e comecei a andar com ele ainda grudado nas minhas costas, gargalhei ao ver como parecíamos um macaco e seu filho.

― Ei, assim fica difícil andar Shua. – Falei segurando seus braços e ele apertou-os ainda mais a minha volta.

― Se vira. – Ele riu safado e mordeu minhas costas.

Neguei com a cabeça e andei até o sofá onde me joguei com tudo de costas no mesmo, Joshua me chutou reclamando e eu ri pulando em cima do mesmo, nesse momento agradecia pelo meu sofá ser grande, comecei a lhe fazer cocegas.

― Jun! Para! Eu vou morrer. – Ele se contorcia no sofá já chorando de rir, ao vê-lo tossir ficando sem ar parei e abracei seu corpo colocando minhas pernas abraçando as suas.

― Você agora é meu prisioneiro!

― Bobo. – Ele começou a fazer carinho em meu cabelo, grunhi satisfeito enfiando minha cabeça em seu tronco sentindo seu cheiro de amaciante.

Ficamos naquela posição por um bom tempo, apenas em silêncio curtindo o clima, meus pelos se arrepiaram ao sentir suas unhas começarem a fazer um caminho em minhas costas nuas, gemi abafado beijando seu pescoço.

― Joshua, não faz isso. – Sussurrei passando meu nariz levemente em seu pescoço.

― Fazer o que?

Levantei meu rosto fitando seu rosto com seu sorriso gentil, sem mostrar seus dentes e deixando sua bochecha levantada, não me contive ao beijar seus lábios demoradamente. Senti seu suspiro, mordi seu lábio inferior puxando levemente, ao aproximar-me nos beijamos de forma lenta. Sua mão foi diretamente ao meu cabelo e as minhas em sua cintura, gemi abafado quando seu corpo ondulou contra meu membro, senti o calor alastrar pelo meu corpo.

― Joshua. – Gemi ao me separar do mesmo sentindo sua mão descer até meu membro começando a massageá-lo.

― O que foi? – Ele disse inocente e por fim sorriu de lado, ofeguei e encostei minha cabeça em seu ombro.

Ao sua mão entrar em contato com meu membro senti todos meus pelos se arrepiarem, meus músculos tencionarem e todo o fogo subir pelo meu corpo, suspirei e ondulei meu corpo ao sentir seus movimentos cada vez mais precisos, gemi quando o mesmo massageou apenas minha glande. Parei sua mão e fitei seu rosto, seus olhos brilhavam e sua boca estava vermelha pelo mesmo morder seus lábios, lambi os meus e aproximei nossos rostos começando um beijo afoito, virei-me ficando acima de si fitando seu rosto confuso.

― Não quero lhe machucar. – Deitei meu corpo beijando seus lábios.

Minhas mãos foram até a calça de moletom que ele havia catado em meu armário, retirei seu membro já rígido, ambos gememos os nossos membros entrando em contato, ao pressionar os dois juntos senti suas mãos apertando minhas coxas, fitei seu rosto corado e seus olhos cerrados em prazer.

Ficamos apenas aproveitando aquele momento, com movimentos sem pressa, misturando nossas respirações, nossos corpos ficando suados, os beijos sendo lentos para esse momento. Gemi quando suas unhas enfiaram em minha coxa sentindo seu corpo ficar rígido, acelerei os movimentos e senti meu espamo, fechei os olhos e joguei a cabeça para trás sentindo todo meu corpo entrar na frenesia do orgasmo, ao ouvir o resmungo de Joshua abri os olhos e observei seu rosto também explodir em prazer gozando.

― Vamos tomar banho? – Perguntei jogando meus cabelos suados para trás, sorri quando o mesmo puxou minha cintura para eu deitar e começarmos um beijo.

― Vamos. – Ele sorriu e beijou minha testa, ri soprado e levantei sentindo minhas pernas dando indicio de começar a formigar.

Liguei o chuveiro deixando a água esquentando, entrei no box e Joshua veio logo após, ficamos ajudando um ao outro a se ensaboar e lavar o cabelo, suspirei aliviado ao colocar uma roupa confortável e decidimos deitar no sofá para assistir um filme qualquer. Foi quando um toque de celular começou a ecoar pelo local, fitei-o levantar e pegar o aparelho atendendo, seu rosto pareceu surpreso e apenas concordava, por fim desligou suspirando bagunçando seu cabelo.

― Jun, vou ter que ir embora.

― O que houve? – Perguntei preocupado ao ver o mesmo já começando a recolher suas coisas.

― Minha sobrinha está com febre e passando mal na casa da amiga, minha tia está trabalhando fora. Sou o único que posso ir busca-la.

― Quer que eu vá junto?

― Não precisa, de verdade. Aviso quando chegar em casa. – Ele correu para o quarto se trocando, voltou e me deu um beijo rápido saindo.

Deitei no sofá e o silêncio preenchia o local, era estranho sentir isso, dei de ombros e resolvi ir dormir mais cedo, desliguei tudo e fui até o quarto capotando até o dia seguinte.

Acordei no dia seguinte com alguém me espancando com travesseiro, abri os olhos confusos e fitei a cabeleira vermelha como fogo, o mesmo riu ao obviamente ao ver meu rosto de quem iria mata-lo.

― Bora acordar, seu preguiçoso! Já sabe que horas são? – Ele colocou o braço na cintura me fitando.

― Se eu estava dormindo, obviamente não sei que horas são.

― Chato. – Ele resmungou e rolou os olhos. ― Já é meio-dia!

― Sério? Nossa ein. – Falei irônico e recebi um travesseiro na cara me fazendo rir.

― Venho aqui para gente almoçar junto e é assim que me recebe.

― Primeiro que você invadiu minha casa, segundamente me acordou de meu sono sagrado e espera que eu lhe receba rindo?

― Não invadi você que deu a chave.  – Ele mostrou a língua e se jogou deitando ao meu lado.

― Tanto faz.

Dei de ombros e levantei, o mesmo me seguia enquanto eu ia até a cozinha encher um copo de leite e o tomar, notei a aura feliz e o jeito inquieto do mesmo, semicerrei os olhos ao vê-lo sorrindo todo bobo para o celular. Ai tem.

― To sentindo que vem bomba por aí. – Comentei como quem não quer nada passando por ele e indo até meu quarto me trocar.

Peguei meu celular e sorri ao ver a mensagem de Joshua, informando que ela havia melhorado e que o dia que passamos juntos fora ótimo, respondi rapidamente e me fitei no espelho. Ótimo, lindo como sempre.

― Vamos fósforo.

― Muito engraçado você ein, deve ter transado para estar com esse humor.

― Acertou em cheio. – Pisquei o olho e o outro gargalhou fechando minha porta.

Seguimos andando até um restaurante que eu gosto muito, sentamos em uma mesa mais reservada, já fizemos o pedido, pois eu estava morrendo da fome.

―Joshua? – Minghao levantou uma sobrancelha sorrindo de lado.

― Sim ue. – Cruzei os braços bebendo água.

― Hm, fico feliz que estejam curtindo. – Ele falou brincando com seu canudo e notei o sorriso do mesmo aparecendo do nada.

― Fala logo. – Resmunguei apoiando minha cabeça em minha mão fitando o rosto de besta do mesmo.

― Acho que descobri como é gostar de alguém. – Ele sorriu sincero e suas bochechas ficaram coradas. Ele estava simplesmente fofo, tanto que a garçonete que voltou deu um suspiro fazendo-o ficar ainda mais vermelho, quase na cor de seu cabelo.

― Foi na festa? – Perguntei curioso ajeitando minha postura.

― Sim, eu a conheci ali e saímos ontem também. – Ele riu bobo provavelmente relembrando.

― Você parece um idiota agora, sabia? – Gargalhei fazendo a expressão dele fechar e rolar os olhos.

― Insensível. – Ele resmungou tomando seu suco.

― Desculpe, meus pensamentos ás vezes saem pela minha boca. Ela é da nossa faculdade?

― Sim, amanhã eu a apresento para todo mundo.

― Ótimo.

A comida chegou e parecíamos dois esfomeados, já que eu descobri que ele também acordou tarde depois de ficar sonhando acordado com sua crush, nos atualizamos sobre nossas vidas e pagamos a conta. Resolvemos sentar no parque em frente ao meu prédio, observei o movimento agora mais intenso das pessoas voltando para suas casas depois de um final de semana bem aproveitado.

― Eu nunca imaginaria que seria assim.

Virei-me para fitar Minghao que parecia também observar o movimento, seu olhar virou para mim e ele sorriu, e deitou a cabeça para poder fitar o céu.

― Assim como? – Perguntei curioso ao ouvir seus pensamentos.

― Que eu ficaria feliz por cada simples gesto, apreensivo por medo de não ser correspondido, meu coração bater como louco por qualquer toque, meu rosto doer por sorrir tanto ao ler as mensagens. É algo muito intenso, acho que entendo o porquê você ter essa dificuldade em voltar a sentir isso.

Deitei para também fitar o céu, as pessoas a minha volta agora me parecem cada vez mais preciosas, por mais que estejam felizes e resolvidas se preocupam comigo, procurando me entender e ajudar, é algo que é raro hoje em dia. Suspirei fechando os olhos, procurei deixar minha cabeça vazia e apenas aproveitar aquele momento.

― Ei Jun, será que não é tempo de você procurar alguém para lhe ajudar?

― Por que isso de repente? – Abri os olhos e arrumei minha posição.

― Por nada, mas é normal querer ajudar um amigo, não é? – Ele também levantou e sorriu bagunçando meus cabelos.

Assenti e levantei do banco, ambos nos despedimos e eu segui para casa.

O dia na faculdade havia começado uma loucura já que estávamos organizando um festival, consegui apenas respirar no final do horário e fui encontrar o grupo, acenei animado para o grupo que acenou de volta rindo.

― Olá gente! – Disse animado e todos ainda riam, franzi a testa e Joshua negou pegando um lenço aproximou-se limpando meu rosto e eu agradeci dando um selinho rápido no mesmo.

― Vejo que realmente seu curso está sobrecarregado. – Jeonghan comentou comendo sua maça.

― Esta uma loucura. – Sentei no único banco vazio e puxei Joshua para meu colo, beijei seu ombro e recebi um tapa do mesmo envergonhado já que todos nos olhavam. ― Ainda não entendi porque só a gente tem que estar se virando no trinta.

― Bem, todos os outros cursos estão ocupados com seus próprios trabalhos do semestre. – Wonwoo ajeitou seu óculo e resmungou quando Mingyu apertou-lhe, ri ao observar o casal.

― Mas eu sei que vão conseguir e vai ficar lindo. – Seungkwan sorriu me dando um fighting e eu repeti o gesto.

― Como ela está? – Sussurrei para apenas Joshua escutar.

― Bem melhor, já está toda saltitante. – Ele respondeu parecendo aliviado.

Ficamos conversando nos distraindo enquanto cada um ia para seu compromisso após a aula, suspirei ao notar que estava na hora do meu trabalho, a preguiça me consomia.

― Tem que ir? – Joshua perguntou se levantando e eu assenti.

― Infelizmente, tenho sim.

― Depois eu dou uma passada lá. – Joshua sorriu e me deu um selinho se despedindo.

Fitei o céu e vi o mesmo nublado, suspirei fundo e resolvi encarar minha realidade, voltei até a sala para pegar minhas coisas e segui caminho ao meu trabalho, o dia passou voando e já estava quase na hora de ir embora. Estava saindo do balcão quando virei vi Woozi ali, me assustei quase derrubando a caixa que segurava, respirei fundo colocando a caixa de lado.

― Quer me matar, me fala logo. – Coloquei a mão no coração e respirei fundo.

― Desculpe, não foi minha intenção. – Ele sorriu pequeno. ― Apenas senti que tinha que vir dar tchau para você.

― Oi? – Perguntei curioso cruzando os braços.

― Vou para os Estados Unidos, recebi uma proposta depois de enviar uma das minhas composições, estou indo amanhã. – Ele sorriu feliz e isso também me deixou, era seu sonho e o mesmo finalmente conseguiu alcançar.

― Falei que iria conseguir seguir seu sonho. – Sorri e fiz um joia para o mesmo.

― Então é isso. – Ele brincou com suas mangas parecendo inquieto. ― Vou seguir em frente e não quero me arrepender de mais nada, então quero dizer novamente que eu me arrependo de tudo que te fiz e também desculpa por ter lhe beijado na última vez.

― Está tudo bem, apenas siga em frente como eu fiz.

― Obrigada.

E então arregalei os olhos surpreso com o abraço repentino, ri soprado e retribui o mesmo lhe desejando sorte, escutei a chuva forte começar a cair e o sino da porta tocar. Foi quando meu olhar encontrou com o de Joshua, seu rosto estava sério e o cabelo pingava pela chuva, separei-me imediatamente e Woozi também virou-se.

― Então, estou indo.

Mas eu não conseguia responder ao ver Joshua me fitando agora com seus olhos marejados, ele apertou sua boca em uma linha reta, perdi o tempo que ficamos nos encarando, apenas a respiração acelerada do mesmo eu conseguia escutar, apenas acordei do transe quando o mesmo saiu pela porta e correndo pela chuva, corri atrás do mesmo e o puxei pelo braço.

― Me solta Jun!

― Joshua, me deixa...

― Explicar? Você não me deve nada Junhui. – Senti seu tom cortante me fazendo engolir em seco, ter aquele tom direcionado a mim fazia eu me sentir desconfortável. ― Mas eu sou mesmo um idiota, me largue antes que eu fale besteira.

― Se acalma Joshua, eu juro que não estava traindo nossa relação.

― Relação? As nossas ficadas? Isso é uma relação para você? – Ele soltou o braço de minha mão e riu. ― Eu amo você Wen Junhui, eu estou fodidamente apaixonado por você.

Arregalei meus olhos e senti todo meu corpo travar, fitei o rosto vermelho de Joshua que respirava fundo e bagunçou seu cabelo molhado.

― Eu não quero me machucar de novo, não mais. Achei que conseguiria suportar, apenas tendo você desse jeito, mas eu não consigo Junhui. Eu quero você inteiro para mim, não apenas fisicamente, eu quero seus sentimentos.

― Joshua, eu...

― Para, não fala. Eu já sei. – Ele soluçou e tentou limpar seu rosto, mas a chuva só havia piorado, tentei me aproximar, porém ele deu um passo para trás e colocou suas mãos para frente. ― Me desculpe, mas não consigo mais suportar isso. Eu tentei nesse final de semana, mas depois que eu fui embora apenas consegui chorar quando minha sobrinha foi embora, ao ver nossos amigos juntos daquela maneira completa e tentando só me fez cair ainda mais na real.

― Eu sinto muito.

― Eu lhe quero Junhui, muito, como eu não quis ninguém nessa vida. Mas se não é reciproco, do que adianta eu amar sozinho? Apenas me deixe sozinho, por favor.

E foi assim que eu lhe vi a última vez durante esse um mês que passou, ainda lembro da sensação fria da chuva batendo em meu corpo e eu não ligando nem um pouco, apenas fitando sua silhueta sumir.

O mês que passou fora estranho, todos nossos amigos pareciam querer o máximo em nos animar, não fazer a gente se encontrar e não tocar no nome um do outro. Suspirei ao terminar de tomar meu café, fitei Minghao e o mesmo me olhou curioso, Jeonghan também parou o que fazia e me fitou.

― Vou seguir seu conselho Ming.

― Sério? – O mesmo largou tudo e pela primeira vez eu vi seu sorriso sincero.

― Sério, não aguento mais essa situação em me sentir vazio e ser o maior canalha da face da terra.

― Gosto de você porque tem essa consciência e admite. – Jeonghan riu e me abraçou forte.

― Muito engraçado. – Rolei os olhos e tomei o último gole. ― Quero segredo ein.

― Pode deixar. – Ming zipou a sua boca. ― Fico feliz que vá tentar.

― Por ele vale a pena. – Disse sincero e fitei a lágrima descendo pelo rosto de Jeonghan, neguei com a cabeça e a limpei.

Depois do serviço cheguei cansado e fitei os folhetos que havia achado de alguns psiquiatras, toquei o botão da secretária eletrônica enquanto seguia andando até a cozinha, a primeira mensagem era minha mãe reclamando das poucas ligações que eu faço, rolei os olhos e depositei tudo na mesa fechando os olhos, foi quando eu escutei aquela voz.

“Oi, como vai você? – Meu coração falhou ao sentir sua tristeza, ouvi seu suspiro e prendi a respiração. ― Eu não sei por que liguei para você, mas iremos nos ver novamente? Nada, apenas esqueça. Bye.”

E foi nesse momento que peguei o primeiro folheto que achei e liguei para marcar minha consulta.