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História Mútuo ( Suga) - Pesadelo real. E se?


Escrita por: YoonChae

Capítulo 12 - Pesadelo real. E se?


* Yoongi - sonho *

Eu tinha 9 anos na época, na pior época de todas.

Morávamos em New Jersey, mas nos mudamos para Los Angeles um pouco antes de eu fazer 5 anos.

Mesmo quando pequeno eu notei mudanças no comportamento do meu pai, tanto comigo, quanto com a minha mãe e Tae. A verdade é que ele nunca foi bom mas, de uns tempo pra cá, tudo piorou drasticamente. E eu não sabia o por quê.

__ Pai, por que o senhor está fazendo isso comigo? O que eu fiz?

__ Não me chama de pai seu bastardo! Eu não sou seu pai .- deu-lhe um tapa na cara.

__ Não, por favor, não me bate .- implora.

Aquilo me doía tanto.... Eu não posso mais suportar ver o meu irmão ser maltratado dessa forma.

__ Deixa ele em paz! .- grito e interfiro.

__ Some daqui Yoongi, se não vai sobrar pra você.

__ N-nao importa .- engulo seco. Sempre sobrava já que eu sempre o defendia -. Você não vai machucar o meu irmão.

__ Some daqui, eu já falei .- me empurra e pega a cinta.

Tae olha pra ele de uma forma, implorando piedade e transbordando medo. Como ele podia continuar com aquilo? Como podia maltratar o próprio filho? Não tem sentido.

Ele pega Tae pelo cabelo enquanto o mesmo grita. Eu choro junto, suas lágrimas parecem estacas no meu peito. Quando ele ameaçou dar-lhe uma cintada, eu entrei na frente e apanhei no lugar.

Meu pai bebe cada vez mais e bate na gente por qualquer motivo. Minha mãe tenta nos proteger mas ela também apanha.

Eu não aguento mais! Suas cintadas já não doí, agora a dor é por ver meu irmão e minha mãe judiados. Eu tenho que fazer algo, mas o que exatamente? Eu sou uma criança pequena que provavelmente ninguém vai ouvir.

Eu odeio ir pra escola em dias quentes com blusa de manga só pra esconder meus machucados. Eles são muitos e são bem feios.

O estranho é que, ás vezes, do nada, ele é carinhoso comigo mas com o Tae, ele é puro ódio. Trata mal um garoto amoroso e sensível que mesmo sofrendo em suas mãos ainda sim o ama.

O que mudou? Foi o álcool?

Um dia, escuto meu pai conversar com minha mãe no quarto. A porta estava entreaberta e eu vi ele apertar seus pulsos com força.

Ele disse que ela o enganou e que Tae não é filho dele e sim de um tal de Edmond.

Eu nunca pude deixar de notar que Tae é um pouco diferente de nós. Apesar dos olhos puxados, ele não tem cara de coreano como nós temos, e seu cabelo é bem mais claro, diferente dos nossos que é preto. Mas isso não quer dizer nada, minha mãe jamais enganaria meu pai.

__ KangDae, como você pode pensar em uma coisa dessas? Você fixou essa ideia ridícula que eu te trai, eu jamais faria Isso. Taehyung é seu filho.

__Não minta pra mim .- grita -. Você disse que não poderia mais engravidar depois de Yoongi e ai do nada apareceu grávida numa época em que eu nem em casa estava. Pra variar, o menino nem comigo se parece.

__ Ele é a cara do meu pai! Você por um acaso é cego?.

__ Maldita .- da um tapa na cara dela. Ele é sempre tão agressivo -. Seu pai é outro maldito que nunca me aceitou e empurrou você pro Ed, sempre me humilhou por ser pobre, dizendo que eu não ia chegar a onde cheguei. Eu vou acabar com ele e com todos vocês, todos.

__ Não faça isso, somos a sua família.

Ele vai nos matar? Matar a própria família? Não, eu não posso permitir que ele faça isso com a minha mãe e com o meu irmão. Eu mato ele se o fizer.

Meu pai sai do quarto e eu corro para me esconder atrás do armário de livros. Alguém toca a campainha e eu o ouço falar com alguém que eu não faço ideia de quem seja. 

Escuto vozes e passos na escada. Volto a me esconder atrás do armário e vejo ele com um homem branco alto e o Tae ao seu lado chorando.

O que ele vai fazer? Por que ele insiste em maltratar-nos?

Os dois entram no quarto que a minha mãe está e encostam a porta.

__ Quem é esse homem KangDae? O que você fez pro Taehyung? .- a escuto falar.

__ Já que você gosta de agir como vadia, vai ser uma vadia agora.

__ Não, não, sai de perto de mim .- grita.

__ E você moleque idiota .- ouço um barulho forte. Acho que ele jogou Tae no chão -. Você vai assistir tudinho e depois, vai morrer também.

__ Não encosta nele seu maldito!

__ Cala a boca!

Creio que ele bateu nela e agora ri maleficamente. Ele é o próprio demônio. Os choros e gritos tornaram-se mais audíveis. O que está acontecendo? Ele deve estar os machucando muito. Saio de trás do armário e caminho a passos lentos até a porta do quarto que está entreaberta.

Eu gostaria de nunca ter saído do lugar.

Os dois malditos começam a tirar a roupa da minha mãe enquanto ela se debate. Logo eles tiram a deles também. Parecem dois porcos.

Me bate um desespero quando eles sobem encima dela mesmo quando ela implora para que não. Eu sei o que eles estão fazendo e ela está odiando e sentindo dor. Tae se recusa a assistir a cena e chora encolhido em um canto. É agora ou nunca.

Desço as escadas de fininho e corro até o telefone da sala. Não está funcionando. Saio na rua e procuro o  orelhão mais próximo. Quando o encontro, ligo pra polícia e relato tudo o que aconteceu e o que está acontecendo. Volto para minha casa e me escondo de novo. É uma pena não termos vizinhos para ouvir o que está acontecendo e nos ajudar.

Os gritos e choros são torturantes e é até difícil diferenciar o da minha mãe e o do Tae. Tapo os ouvidos e balanço a cabeça de um lado para o outro pra quem sabe assim não ouvi-los mais. Isso tem que acabar logo.

Finalmente ouço a sirene de viaturas e parece que muitos vieram. Ouço uma movimentação no quarto e um barulho MUITO alto e logo em seguida, o silêncio. Os dois já não falam nada e nem minha mãe e Tae choram mais. Será que eles...?

Muitos policiais entram em casa fortemente armados e vasculham cômodo por cômodo. Quando um deles me encontra, fica na minha frente e pergunta se eu estou bem. Eu não estou.

5 policiais entram no quarto e começam a gritar com os malditos. Um deles fala no rádio e pede que mandem uma ambulância pois tem duas pessoas gravemente feridas.

De repente respirar ficou difícil. Minha mãe e meu irmão vão...morrer?

Os dois malditos saem do quarto algemados e com um semblante de ódio. O monstro, vulgo meu pai, me encara e eu posso jurar que eu vi escrito em seus olhos que ele voltará e terminará o serviço.

Assisto os dois serem levados e depois subo até o quarto para ver minha mãe e meu irmão. Um policial tenta impedir que eu entre mas eu me esquivo e olho para os dois. Cada um está de um lado da cama e estão completamente ensanguentados. Minha mãe está pior, o ferimento dela é na cabeça.

Ela está morta.

O policial me pegou no colo e me levou do quarto enquanto eu olhava para o corpo da minha mãe já sem vida. Cada lágrima que sai dos meus olhos pesam mais que o normal. O policial tenta me confortar com um abraço mas é inútil, nada irá aliviar a minha dor.

A ambulância não demorou a chegar e logo os paramédicos deixaram a minha casa com a minha mãe e o Tae nas macas. Eu segui outro caminho com os policiais, ignorando as perguntas deles e gravando o rostos dos dois monstros na minha mente. Um causou muito, mais muito mal durante anos e o outro ,abusou da minha mãe sem dó nem piedade.

Eu sei que um dia meu pai vai voltar e vai se vingar mas eu juro, juro que estarei preparado para acabar com a vida dele e daquele aquele outro maldito estuprador.

Eu juro.

Acordo assustado com o chamado da aeromoça e me ajeito no assento. Todas as pessoas ao meu redor estão me olhando com certa curiosidade.

__ Desculpe acordá-lo mas o senhor estava tendo um pesadelo e parecia muito angustiado. Em 15 minutos o avião irá aterrissar por isso peço que coloque o cinto, por favor.

Ontem a noite recebi uma mensagem da minha avó pedindo que eu viesse pra Seul o mais rápido possível. Eu peguei o vôo mais próximo e vim sem avisar a ninguém, nem mesmo Tae e Emily.

Durante anos foi assim, vovó manda mensagem ou liga dizendo pra eu vir.

Saindo do aeroporto e desligando o modo avião, meu celular começa a apitar com sms e mensagens na caixa postal. Eu não contei  sobre meu passado pra Emily porque doí lembrar de tudo, muda meu humor e não quero ficar nervoso perto dela. Eu já fui bem idiota antes e não quero ser mais.

Um sorriso brota em meus lábios. Eu ainda não acredito que estou namorando! Juro que tentei me afastar mas chegou um momento que não dava mais e eu tive que me arriscar.

O caminho até a casa da minha vó continua o mesmo, nada mudou nesses 8 meses que se passaram desde que eu estivera aqui. Estou nervoso, sempre fico quando venho vê-la. Não quero que ela fique pior.

Aperto o interfone e ela libera a minha entrada.

__ Yoongi, meu amor .- me curvo e ela me abraça. Nada como um abraço de vó, esse despacha todas as tristezas com tanto carinho e amor que se passa.

__ Oi vó, como está? Como ela está?

__ Eu estou bem e ela não apresentou muita melhora desde a última vez que te viu mas, pediu novamente que você viesse. 

Deixo minha vó para trás e subo as escadas de dois em dois degraus. Caminho lentamente até o quarto dela e paro na porta que está entreaberta. Ela está olhando para uma foto minha e do Tae. Abro a porta lentamente e sorrio quando ela me nota.

__ Mãe?!

__ Yoongi .- levanta e vem correndo me abraçar.

Toda a vez que venho vê-la choro de emoção. Agradeço a todas as divindades existentes por deixá-la viver naquele dia horrível.

__ Mãe, como está se sentindo ?! .- me sento na cama.

__ Mal. Nunca mais serei a mesma.

Ouvir isso acaba comigo! Minha mãe antes era sorridente, brincalhona e forte. Hoje, é uma mulher abatida, triste, sem esperanças...totalmente perturbada. Bem, ela tem todos os motivos para ser assim. 

Ela começa a fazer perguntas sobre a minha vida, a faculdade, como Tae está e se pergunta dela, como meus tios estão... Respondo tudo e mais um pouco. Ela parece feliz em saber que tudo está bem mas eu sei que ela sofre por viver longe de nós. Ela disse que não tem forças para voltar nem de olhar para Taehyung sem lembrar daquele dia horrível. 

Minha mãe ficou internada muito tempo por conta das pancadas que meu pai deu, achamos que ela não sobreviveria - e num primeiro momento eu achei que ela estava morta. Quando melhorou, disse pro meu tio cuidar de mim e do Tae em Los Angeles e decidiu ficar com minha avó aqui em Seul. Ela vive trancafiada nessa casa que é grande e com grandes muros em volta. Ela tem medo mesmo achando que meu pai está morto. Eu menti e pedi que todos confirmassem pra que ela não se perturbasse mais.

Minha vó disse que ela passa grande parte do tempo no quintal cuidando do seu pequeno jardim e do cachorro Taegi, junção do meu nome e do Tae, dizendo que pode cuidar dele e amá-lo como deseja fazer conosco.

A empregada serve o almoço no jardim. Minha mãe mostra com muita empolgação o seu vaso de rosas brancas.

__ Pedi que preparassem o seu prato predileto querido.

__ Obrigado vó, está delicioso.

Permanecemos no jardin contando as novidades tanto daqui quanto em L.A e eu brinquei um pouco com o cachorro enquanto assistia minha mãe podar pequenas árvores do jardim.

__ Vou no parque, daqui a pouco eu volto .- digo.

É bom caminhar por essas ruas novamente. Seul apesar de ser uma metrópole tem o seu lado calmo que, sem dúvidas, é o parque e o rio Han.

Me sento em um banco de frente pro rio e assisto um casal de crianças alimentarem os patos. Eles me lembram Tae e eu alimentando os pombos.

Por falar em Tae, eu tenho que avisá-lo onde estou. Numa época bem perturbada em que eu não conseguia controlar a minha própria mente e tinha medo de ficar com a minha familia, sumi por três semanas sem nem se quer dar noticias sobre meu paradeiro, apenas disse que estava vivo para que eles não acionasse a polícia ou algo assim. Taehyung ficou muito perturbado sem notícias minhas e desde então prometi não fazê-lo passar por aquilo novamente. Promessa quebrada.

Pego meu celular e começo a digitar a mensagem para ele, até que um bola para no meu pé e chama a minha atenção.

__ O senhor pode me dar a minha bola? .- um garotinho de não mais que 3 anos sorri pra mim amorosamente. O sorriso dele é reconfortante.

__ Claro .- pego a bola e entrego pra ele -. Aqui está.

__ Jinhei .- uma mulher grita. A voz dela é familiar -. Eu já falei pra você não jogar a bola com força. Além de incomodar alguém, quase que ela cai no rio .- ameaça pegar ele e me olha como se eu fosse o próprio diabo -. Y-Yoon-Gi?

__ Hyorin?

Hyorin é uma garota que eu fiquei há mais ou menos 3 anos atrás.

Ela rapidamente vira de costas pra mim e pega na mão das duas crianças que estão com ela.

__ Hyorin, espera .- grito e ela não para.

Levanto e a impeço de continuar andando. Por que ela está fugindo de mim de novo?

__ O-o que você quer?

__ Nada, só queria falar com você. Não te vi mais nas últimas vezes que vim e quero saber se está tudo bem.

__ Não temos nada pra conversar.

__ Espera, por que tá brava comigo ?

__ Não estou brava, só não temos nada pra falar. Ficamos algumas vezes e pronto, acabou.

__ Eu sei que acabou e não estou reclamando por isso, só não quero que fique brava.

__ Não estou .- sorri sinceramente.

__ E essas crianças ?.- me abaixo na altura deles.

__ E-eles s-são...são filhos de uma prima que está em casa .- por que ela está gaguejando assim?

__ Eu sou o Jinhei .- o menininho sorri enquanto a garotinha se esconde atrás da Hyorin.

__ Oi Jinhei .- aperto a bochecha dele -. Eles são fofos.

__ Sim, eles são .- ela está...emocionada? Por que? Por me ver? Parece que vai chorar -. Então, eu tenho que ir....Nos vemos depois. Vai ficar muito tempo aqui ?

__Domingo eu vou embora, tenho aula e vim sem avisar.

Ela sorri e sai andando com os dois pequenos.

Hyorin é muito bonita mas está diferente, parece mais madura e ...abatida, sem expressão. Eu gostava de ficar com ela, não sentia nada mas ela é uma boa pessoa, é divertida, simples... Sempre a respeitei e fui sincero dizendo que não morava aqui e que nunca ficaria com ela, mas, isso não foi um problema e ela entendeu perfeitamente. Vim 7 vezes nos últimos três anos e não a vi. Na verdade a vi sim mas ela corria de mim todas as vezes, nunca entendi o por quê.

__ Oi querido, voltou rápido.

__ Eu vi a Hyorin no parque vó, ela está bem diferente.

__ Sim. Ela mudou depois que engravidou. Falou com ela? Ela está bem? Faz tempo que não me visita... .- suspira chateada.

__ Ela engravidou? Quando isso? .- mordo uma maçã.

__ Ah, há uns três anos. Ela teve um menininho lindo, o Jinhei! Ele é muito bonzinho e me lembra você quando criança.

Então aquele garotinho é filho dela? Por qual razão ela mentiu pra mim dizendo que ele é filho de uma prima?

Ela engravidou há três anos atrás. Isso é...

Não, não pode ser.


Notas Finais


Como eu posso ter idéias tão dramáticas e violentas?

C O I T A D I N H O dos meus bolinhos


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