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História Mútuo ( Suga) - Vale a pena morrer por amor?


Escrita por: YoonChae

Notas do Autor


ALGUÉM VIVO DEPOIS DESSE ÁLBUM?

Ignorem os erros por enquanto, eu to com sono ( já sabem pq kkk ) então revisarei depois 😄

Capítulo 47 - Vale a pena morrer por amor?


A passos leves cheguei na casa dos meus tios, isso por volta das 07h43 da manhã. Segui lentamente até a escada, evitando ao máximo chamar a atenção ou fazer qualquer barulho, porém, Janet apareceu tão silenciosa quanto eu e quase me matou do coração.

__ Menino, isso é jeito de entrar em casa? Parece até um ladrão!

__ E isso é jeito de aparecer? Tô muito novo pra morrer, sua doida. - deixei meu corpo deslizar pela parede fria e levei minha mão até o peito, numa tentativa de "acalmar" o meu coração.

__ O que deu em aparecer a essa hora? Por que não foi para o hospital?

__ É meu dia de folga e eu tenho planos em mente. - sorri diabólico para o nada. Tenho muitos planos.

__ Planos? Para serem feitos  aqui? - perguntou confusa olhando para o teto, provavelmente tentando imaginar o que eu poderia fazer. Mal sabe ela.

__ Digamos que o meu apartamento vive cheio de gente que a todo momento pede pela a minha atenção, diferente dessa casa gigante, vazia e silenciosa. - lancei um olhar sugestivo e esperei ela se "tocar".

__ O que você está tramando? Não entendi.

Ela abriu e fechou a boca quando escutou barulho vindo da porta. Olhei sorridente nessa direção a espera do meu cúmplice para tais planos. Hoseok sorriu quando olhou para mim também, e cumprimentou Janet com um abraço apertado antes de vir até mim. 

__ Senti sua falta. - sussurrei após nos afastarmos.

__ Eu acho que agora entendi aonde você quer chegar. -Janet que nos observava em silêncio, levou a mão até a testa e riu.

__ Mulher inteligente.

__ Olha aqui, eu estou indo cuidar dos meninos e quero essa casa, e principalmente a minha cozinha, inteira quando eu voltar. Entendeu, Taehyung?

__ Poxa, eu estava pensando em usar ali também... - fiz um biquinho e em troca recebi um chinelo voador na canela.

__ Ai, eu tô muito velha para isso. - pediu o chinelo e eu arremessei com pouca força. - Se cuidem, ok?

__ Tchau, tchau.

Assim que ouvi a porta sendo fechada, peguei Hoseok pelas mãos e o arrastei pelos degraus e pelo extenso corredor até o meu quarto. Chutei a porta e joguei minha mochila e a dele no chão, em seguida, ataquei seus lábios com um certo desespero. Você tem ideia do que é estar quatro longas e torturantes semanas longe do corpo, beijo e calor do seu namorado?

__ Tae, calma. - Seok pedia enquanto minhas mãos involuntariamente (ou não) erguia sua camisa.

__ Me peça tudo, menos calma.

__ É sério. - ele riu entre o beijo que pouco a pouco foi desfeito por si. Olhei para ele com um misto de raiva e curiosidade.

__ O que foi? - perguntei aflito. Que atitude foi essa?

__ Não me olhe assim! Eu só estou cansado. - caminhou até a cama e se jogou ali.

__ Essa é a sua desculpa? Cansaço?

__ Tae, eu fiquei num ensaio por 5 horas, sai de la e peguei o primeiro vôo, de 7 horas, não durmi nada nas ultimas 26 horas e você acha que o meu cansaço é uma desculpa?

Ok, ele tinha contado sobre tudo o que fez durante as últimas 26 horas. Contou quando acordou e o que fez logo em seguida, contou sobre o almoço e a curta viagem até o lugar do ensaio, contou sobre as vezes que foi ao banheiro e perdeu tempo ali jogando no celular e contou quando embarcou. Mesmo que eu não possa conversar com ele em determinados momentos, isso por estar trabalhando no hospital, Hoseok faz questão de me contar o que faz, apenas para desabafar mesmo ou querer me incluir na sua rotina. Ele realmente não durmiu durante as ultimas 26 horas. 

__ Ain, me desculpa. - suspirei e me joguei em seus braços. - É que eu estou com tantas saudades que não quero perder um único segundo. 

__ Eu também estou, meu amor. - sorriu e tirou alguns fios dos meus olhos. - Só me deixa dormir um pouquinho, e eu prometo recompensá-lo quando acordar. Temos todo o tempo do mundo.

__ Todo tempo não! Temos apenas 11 dias seguidos até a sua próxima viagem. Até lá eu posso morrer, consequentemente não aproveitando todo esse tempo ai que você falou.

__ Vira essa boca pra lá. - gargalhou e beijou minha testa. - Agora fica agarradinho comigo e vamos dormir.

Hoseok tirou o tênis, a calça jeans e a camisa, colocando apenas uma bermuda logo em seguida. Peguei uma manta fina no armário e o cobri, e fiz do seus braços o meu cobertor. Ele rapidamente fechou os olhos e passou a respirar fundo, e eu fiquei ali, bons minutos admirando o seu belo rosto com uma expressão de tranquilidade. Toquei sua pele algumas vezes, me certificando de que esse ser que respira profundamente ao meu lado é mesmo real. Por que tão lindo? Por que tão bom? Por que tão intenso e apaixonante?

Perguntas que não se calam há dois anos. 

E pensando nessas e outras perguntas, assim como em outras milhares de qualidades que o compõe, acabei adormecendo também. 

Acordei naturalmente sentindo uma leveza e uma alegria fora do normal. Passando mão no lado direito da cama, senti um vazio ali. Bocejei e me espreguicei, chutando a manta para o chão, e peguei o meu celular no criado-mudo para ver o horário. 13h07. 

Respirei fundo, levemente irritado com o tempo que passei dormindo, e senti um cheio muito bom. Só pode ser o Hoseok lá em baixo!

Corri até o banheiro e fiz a minha higiene, depois deixei o meu quarto e com a mesma pressa me dirigi até a cozinha, encontrando ali o meu namorado...e o meu tio! Ah não.

__ Aleluia! Eu estava indo te acordar agora. - disse ele todo sorridente mexendo na frigideira, enquanto Seok sorri amarelo lavando alface.

__ Tio, por que não está no hospital? - sorri sem graça e me sentei em um das banquetas da ilha.

__ Esqueceu que hoje é o teste da Robin para ser cirurgiã-chefe? Ela ficará encarregada de tudo.

__ E o senhor não devia estar lá supervisionando-a?

__ Ah não, eu confio nela! A minha presença a deixaria nervosa e ai sim erros e equívocos poderiam acontecer. 

__ Se o senhor diz...

Suspirei chateado vendo que mais uma vez os meus planos com o meu namorado serão adiados.

Depois que almoçamos e conversamos esperando a comida ser digerida, meu tio sugeriu um mergulho na piscina, então fomos. Fiquei alguns minutos ali, mas logo sai e fui até o jardim atrás da casa. Caminhei até o quartinho de ferramentas e peguei dali alguns itens de jardinagem e algumas sementes de flores, e assim que eu sai, dei de cara com o Hoseok sentado no chão olhando as flores.

__ Cansou de nadar? .- perguntei, colocando tudo no chão.

__ Como a intenção é passar o tempo todo com você, vim.  - sorriu e pegou um pacotinho de sementes de girassol. - E o seu tio também saiu, logo me deixando só.

__  Então veio porque foi abandonado. - dei um leve soco no seu braço e mordi seu ombro. Ele apenas  riu e esfregou os locais doloridos.

Com cuidado e desajeitados, começamos a mexer na terra e a plantar as sementes. Hoseok queria colocar girassóis, tulipas e margaridas em um único lugar, mas eu fiz ele escolher apenas uma e não bagunçar o lindo jardim que existe com a sua mistura sem noção.

__ Ah, quer saber? vou plantar rosas brancas.

__ Tão clichê. - ri e recebi uma careta. - Pode plantar o quiser, eu plantarei uma tulipa ao lado. 

Por fim ele esqueceu a rosa e plantou uma semente de girassol, dizendo que a flor é alegre e radiante como ele. Tenho que concordar. Como tinha dito, plantei a minha ao lado e prometi, enquanto segurava as suas mãos, que cuidarei das plantas como cuido do nosso relacionamento.

Tudo o que eu estava sentindo sumiu por tempo indeterminado, pois a presença do meu tio serviu como um bloqueio de tais sentimentos. Ok, eu posso entrar no meu quarto e trancar a porta? Posso. Posso ignorar a sua existência? Posso. Mas, eu estou tão louco, mas tão louco e necessitado que não serei nenhum pouco silencioso - e nem quero. Só queria extravasar e liberar tudo o que está preso dentro de mim, sem pudor e sem ser contido. O jeito e esperar mais um pouco.

A fim de me animar e me distrair, Hoseok me chamou para jogar videogame. Ali perdemos o resto da tarde, brigando algumas vezes quando eu errava algo ou quando ganhava dele. Pensem em uma pessoa que odeia perder? Esse alguém é o meu namorado! Agora mesmo está bufando pela sua estratégia não estar surtindo efeito. Sem querer, acabei apertando dois botões e com isso acabei vencendo. Nem sei como eu fiz isso?

__ Eu ganhei mesmo?!

__ Nossa, você nem tem certeza disso. - cruzou os braços e fez o maior bico. É, eu sou o dramático. - Mesmo sem entender você sempre me vence.

__ E agora você vai ficar bravo?

__ É claro que não. - sorriu e apertou a minha bochecha.

Meus lábios foram tomados sem a minha permissão, me deixando, claro, surpreso e feliz. Sentei em seu colo e assim passei a beijá-lo melhor, tendo os meus pêlos eriçados quando senti seus dentes serem cravados com uma certa força no meu lábio inferior. Com os braços em seu pescoço, levei uma das minhas mãos até a sua nuca e deixei meus dedos deslizarem entre os seus fios macios. Suguei seus lábios e suspirei quando senti seus dedos por debaixo da minha camiseta.

__ Hoseokie. - disse dengoso. - Vamos para outro lugar?

__ Por favor.

Levantamos sem interromper o beijo, mas nos afastamos para calçar os nossos sapatos. Peguei o meu celular do sofá e me surpreendi com o horário. 19h02. 

__ Tae, o Yoongi disse para irmos jantar lá. A sua mãe e a Emily estão trazendo comida do shopping.

Meu tio brotou na sala todo arrumado. Olhei para Hoseok e xinguei todo mundo internamente. Sério mesmo?

__Vamos?!


Entrei no apartamento e dei de cara com os meninos imitando os movimentos do Kung Fu Panda, e com um Yoongi jogado no sofá prestando atenção no teto. Os dois pequenos vieram até Hoseok e o encheram de beijos, deixando o maior hiper sorridente. Como a Em e a minha mãe não sabem que o Seok está aqui, peço comida para ele.

Acabei me entretendo com os episódios do desenho animado e com a animação dos meninos. Eles deram os nomes dos personagens a nós, então imitavamos alguma fala ou movimento de acordo com a cena mostrada. Mesmo recebendo um nome, Yoongi está aéreo a tudo; apenas dá atenção ao seu celular.

__ Brinca com a gente, idiota. - joguei uma almofada nele.

__ Eu tô tentando falar com a Emily, espera.

__ Caramba, já é 20h03 e elas ainda não apareceram com a comida. Em disse se ia passar em mais algum lugar? Em uma loja, talvez?!

__ Ela disse que iam assistir um filme, então devem estar no cinema. Mas a essa hora...

Meu Deus.

__ Cê é idiota? Elas nao atendem pois devem estar na sala de cinema. -  virei os olhos e joguei a almofada nele mais uma vez, conseguido a proeza de derrubar o seu celular no chão. - Deixe-as em paz e espere.

Eu pensei que ele ia me xingar ou me bater, mas me ignorou e pegou o celular no chão, dando atenção a esse com uma certa aflição. Yoongi está muito estranho. Será que aconteceu alguma coisa? Ele parece meio, sei lá, desconfiado e preocupado. Ai não. Será que eles brigaram? Aposto que ele fez merda e agora tenta conversar com ela.

Se passaram uma hora. A comida do Seok chegou - e os meninos acabaram comendo -, e nada da Em e da minha mãe. Eu tô com fome.

Ao ouvir o barulho de chaves vindo da porta, Yoongi levantou esperançoso, mas desanimou-se ao ver que é a Rosé.

__ Ei, ei, ei! Você falou com a Emily? Viu ela? - se aproximou aflito.

__ Nos falamos na faculdade, por que? Aconteceu alguma coisa?

__ Não aconteceu nada, apenas deu uma crise nesse idiota. - disse.

__ Não diga besteira! Eu só estou...preocupado. - pensou por um minuto.

__ E tem motivos para isso?

__ Não Rosé, não tem. Eu vou pedir comida. Quer?

__ Obrigada, eu já comi.

Yoongi pareceu ainda mais nervoso e todo seu silêncio começou a me preocupar. Eu tentei entender essa angustia dele, mas ele não me disse nada. Algo está estranho.

__ E-ela acabou de mandar mensagem. Tenho que ir buscá-las. 

__ Ue, e por que? Aconteceu alguma coisa?

__ O carro quebrou e a Em não quer esperar o guincho. - sorriu amarelo e coçou a nuca.

__ Quer que eu vá com você?

__ Não! .- gritou, assustando todos nós. Aproximou-se do balcão e pegou a chave do seu carro. - Eu já volto, fique aqui.

Yoongi pareceu meio perdido, imagino que preocupado com as duas, mas, por algo tão simples? Bobo! Mas parando para pensar, ele está bem diferente depois que reataram, ainda mais preocupado e próximo a Em, como se tivesse  medo de perdê-la outra vez. É, consigo entendê-lo.

Nossa, o dia voou. Desde que sai de casa, até agora, a hora tem passado num piscar de olhos. Por exemplo, já se passaram mais 15 minutos desde a saída de Yoongi, e o pior é que nenhum dos três atendem os celulares para dizer aonde estão. O shopping é aqui ao lado!  Eu quero a minha comida.

Ai, finalmente o Yoongi está ligando!

__ Pelo amor de Deus, aonde vocês estão? Eu quero a minha comida! Estamos vesgos de fome e...

__ Taetae... - a voz do outro lado da linha saiu tão arrastada e baixa que, se não fosse por esse apelido, eu nem diria que é o Yoongi.

__ Fala mais alto. Aonde vocês estão?

__ Eu...eu tô no estacionamento do shopping e... - seu choro desesperado fez com que o meu coração falhasse por um segundo. Respirei fundo e me dirigi até a varanda.

__ P-por que você está chorando? - perguntei receoso já sentindo meus olhos lacrimejarem.

__ Elas não estão aqui, Taehyung.

__ Como não? Onde elas estão? Como assim? O que aconteceu?

__ O carro da Em está abandonado, assim como a comida que elas compraram. ELE PEGOU ELAS, FOI ELE!!

Assim como o meu celular, fui até o chão. O mundo parou, meu corpo travou e meu ar sumiu, voltando com a voz do Hoseok que pouco a pouco foi aumentando de tom na medida em que eu voltava ao meu normal.

__ E-eu sinto muito. - disse, encerrando a ligação do Yoongi e me abraçando forte.

Isso...isso está acontecendo?

*

11h28 da manhã.

As primeiras horas após a fatídica ligação do Yoongi fora de total desespero, já as últimas, bem...foram iguais.

Pouco tempo depois ele apareceu no apartamento desnorteado, dizendo coisa com coisa, e revirou a casa a procura de não sei o que. Mais tarde eu descobri que era uma arma. Desde quando ele tinha isso guardado? 

Meu tio, que no momento era o que estava melhor psicologicamente, ligou para um amigo da polícia e disse que todos  nós deixariamos o apartamento e estaríamos a espera dos mesmos na mansão. Pois bem, cá estamos.

Abraçado ao meu joelho e apoiando meu queixo nesse, deixo o meu olhar vagar por toda a sala, parando por um momento no investigador que tenta incansavelmente encontrar um sinal do celular das duas, e depois dirijo o meu olhar para o Yoongi. Ele está na mesma posição imóvel a algum tempo; o olhar vazio em nenhum ponto específico, os punhos cerrados e uma mão no queixo. Seus cabelos desgrenhados e suas olheiras devem estar parecidas com as minhas. Não durmi momento algum, mas não sinto um pingo de sono.

Só sinto medo e desespero.

Elas estão bem?

15h37

A polícia já se mobilizou e  emitiu um alerta nacional: aeroportos, rodovias e estações estão sendo paradas. Todo esse empenho é bem comum nesse tipo de ocorrência, mas se tratando da nossa familia, prestigiada e conhecida, parece que está sendo ainda maior.

__ Finalmente, finalmente. - um policial falou, chamando a atenção de todos presentes na sala. - O sinal do celular da Sojin está vindo da estrada Roseville, sentido Lancaster.

__ Avisem todas as unidades e mandem um helicóptero também. Todos para lá, agora.

__ Eu vou com vocês. - Yoongi se levantou e caminhou em direção a porta, seguindo 4 policiais.

__ Não, é muito perigoso! Você tem que se acalmar e esperar aqui.

__ EU NÃO POSSO SEGUIR ESPERANDO! EU NÃO AGUENTO MAIS ESPERAR POR UMA NOTÍCIA QUE NÃO VEM. - gritou, chutando a mesa de centro. Ao sentar-se no sofá, escondeu o rosto entre as pernas e começou a chorar. Suas mãos nervosas puxam seus fios com muita força. Vê-lo assim está me matando ainda mais. - É a minha mãe e a minha namorada. E-eu preciso fazer alguma coisa. Deixe-me ir com vocês.

__ Yoongi. - um policial ajoelhou-se em sua frente e e olhou com conforto e paciência, como se ele fosse uma criança. - Não podemos colocar outra pessoa em risco. Por favor, entenda. 

21h01

Quando a polícia chegou na estrada Roseville, especificamente na casa abandonada de onde vinha o sinal, encontrou apenas o celular da minha mãe. Não havia ali nenhum, absolutamente nenhum rastro dela, da Em ou dele. Os que estavam ali ligaram e contaram sobre, levando todos aqui à fúria. No fundo eu sabia que isso não ia dar em nada. Ele não quer jogar com a gente, nem quer algo em troca.

Ele quer vingança. Ele quer se vingar pelos anos que passou na cadeia após quase MATAR minha mãe e eu. Doente.

Por isso estou desanimado e desesperado! Eu sei do que ele é capaz e imagino as coisas que deve ter feito, ou irá fazer, com as duas. Aquele monstro é puro ódio e maldade.

Minuto após minuto meu coração se pesa mais. Bem quando tudo estava indo bem, com a minha familia reunida e tranquila mais uma vez, isso acontece. Algo dessa magnitude. Sinceramente, eu não sei o que esperar e nem pensar.

Acabei de tomar um banho, tentando com isso amenizar a minha dor de cabeça já que os remédios não resolvem. Hoseok empenhado em me animar, foi até o mercado comprar besteiras. Ele acabou de sair. 

Eu não quero comer.

Me jogo na cama secando o cabelo com uma toalha, e suspiro fundo. Olho para o meu lado esquerdo e vejo ali na parede, fotos com a Em durante esses 4 anos juntos. Eu tenho tanto medo de transformar tudo isso em memórias, e não em conversas bobas durante um fim de tarde...

Eu preciso dela aqui.

Me levanto e caminho lentamente até essas fotos. Seguro uma em especial, uma em que estamos sorrindo com o Daniel sorrindo também em nossos braços. Olho o verso da fotografia e sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

" Nós três somos um só, por toda a vida e para todo o sempre."

As lágrimas seguintes pesaram uma tonelada.

O toque do meu celular um pouco mais baixo que o normal tira a minha atenção por um segundo, então vou atender. Aceito a chamada sem ver quem liga, e limpo a garganta e o nariz para falar melhor.

__ Alô? - digo sem muito humor.

__ T-Tae, so-sou eu. - paraliso por um segundo, mas logo solto o ar preso nos meus pulmões por ouvir a voz que eu tanto desejava.

__ Em! Onde você está? Você está bem, meu amor? E a minha mãe? O que aconteceu-

__ Você não po-pode...não pode aceitar... - ela fala de um jeito estranho e muito baixo.

__ Aceitar o quê? Fala mais alto e diga aonde vocês estão. A polícia está fazendo de tudo para encontrá-las e-

__ Você continua tagarela, moleque imundo. - ouvir essa voz fez todo meu corpo estremecer, assim como fez o meu estômago embrulhar.

__ Yoongi estava certo quando disse que você estava por trás de tudo...

__ Ele sempre foi o mais esperto dos dois. 

__ Deixe-as em paz, seu maldito, livre-as ! Pare de nos fazer mal, por favor.

__ Cala a boca e me escuta, idiota. Eu quero que você venha aonde estamos-

__ Como assim? Ir até ai? O que você quer comigo? - me sento na cama e cravo as minhas unhas curtas na minha coxa exposta.

Eu preciso que a policia ouça essa ligação e rastreie esse número. Vou levar o meu celular para eles.

__ Se eu fosse você não mostraria essa ligação para a polícia. - meu corpo paralisou em frente a porta do meu quarto. Lentamente olho para trás a procura dele ou de outro alguém no cômodo. Como ele..?! - Confesso, nesse momento estou com um pouco de pena da sua cunhada. Ela parece sentir muita dor. - de repente ficou em silêncio, então esperei até que ele voltasse a falar. - Isso é sua culpa! Sua cunhadinha está chorando de dor e medo por sua culpa. Você nao vai fazer nada, Taehyung?

__ O que você quer que eu faça? - pergunto em meio a lágrimas.

__ Venha até mim para darmos um fim nisso tudo. Eu não aguento mais sofrer, eu quero paz.

__ Então deixe a gente-

__ NÃO! EU SÓ VOU TER PAZ COM A SUA MORTE E COM A MORTE DA VADIA DA SUA MÃE, ENTENDEU? Não deseje apenas a sua paz, não seja egoísta.

__ Você é doente, podre de alma. Você vai pagar caro ainda, eu sei que vai.

__ Não deseje o mal de quem te criou por um bom tempo, imundo. Agora vamos parar com essa conversa! Eu quero você aqui o mais rápido possível. Espero que seja inteligente e não diga nada a ninguém, entendeu? Ou eu mato as duas! Bom, a sua mãe eu já vou matar, mas a Emily... Você não acha que ela merece viver para cuidar dos meninos e ser feliz com o Yoongi? Eu acho que ela merece.

__ Por favor, pare de dizer essas coisas. - balanço a cabeça em negação tentando aceitar essa proposta doentia.

Eu tenho que contar para a polícia. Eles irão em muitos e assim o pegará e trará as duas em segurança. Não é?

Por outro lado, e se eu fazer isso e colocá-las em um risco maior? Eu...eu não posso.

__ Aonde você está? - digo firme, convicto da minha decisão.

__ Estou em San Diego. Enviarei o local exato por sms. Espero que você não diga nada a ninguém.

__ Eu não vou.

Assim que encerrei a ligação, deixei o celular cair no chão. Enguli seco ao me dar conta do que eu acabei de fazer.

Acabei de dar a minha sentença de morte.

Quantos sonhos ainda tenho em meu coração? Quantos lágrimas, sorrisos, decepções, momentos, perderei? O quanto tempo de vida eu terei caso não siga até lá? Eu vou mesmo pôr a perder uma vida que eu nem sei se, pelos planos iniciais, irá terminar agora? 

Vou. Pela Emily, pelo meu irmão, pelos meus sobrinhos e, quem sabe, pela minha mãe. Eu posso pôr em prática todos os golpes que eu aprendi assistindo Kung Fu Panda ontem a noite, assim mobilizando ele por um tempo que, será suficiente para minha mãe fugir do local em que está.

É, esse é um bom plano.

Antes de sair do quarto, visto uma roupa mais quente e pego o meu celular do chão. Fecho a porta atrás de mim e caminho lentamente pelo corredor, olhando para todos os lados a fim de gravar pequenos detalhes em minha mente. Passando em frente ao banheiro social do segundo andar, dou de cara com Rosé limpando o nariz com o papel higiênico. Acabo soltando um riso. 

__ Você também está horrível, ok?! - faz uma careta e me belisca. - Vai sair? - pergunta me olhando dos pés a cabeça.

__ Vou comprar um remédio. - minto. - Er, a minha vó já voltou com os meninos?

__ Ainda não.

Meu coração dói um pouco mais pelo fato de que partirei sem ao menos dar uma última olhada e um último abraço nos dois. Eles estavam agitados pela ausência da Emily, então minha vó resolveu levá-los até um parque no outro lado da cidade. Ela me chamou mas eu não quis ir. Eu poderia estar brincando com os dois, gravando mais alguns momentos e sorrisos em meu coração, mas... Tudo bem.

__ Rosé, promete sempre estar com a Em e com os meninos como você sempre fez? - peço, apertando-a e segurando as lágrimas.

__ Ai Tae, nem precisa pedir isso. Jamais os deixaria! - ela desfaz o abraço e acaricia meu rosto com muito carinho. - Vamos nos manter forte e esperar a volta das duas sãs e salvas. Tudo vai ficar bem.

__ Eu prometo que vai. - suspiro e deposito um beijo demorado em sua bochecha. - Amo você, não se esqueça nunca.

__ O que é isso? Parece que está se despedindo. - ri, mas dá pra notar um nervosismo.

__ Ah, com toda essa situação eu me senti tentado a dizer isso. Só quero dizer que você é importante pra mim.

__ É, isso nos ensina muitas coisas...

Suspiro mais uma vez. Tenho que fazer isso para segurar o choro que está prestes a dar as caras. Ela e nem ninguém pode perceber nada.

Deixo-a para trás e desço as escadas, tendo dali a visão da sala com alguns presentes. E mais um pedacinho do meu coração se parte ao olhar Yoongi e meu tio. Eu não posso ir até eles; eu desabaria em lágrimas e, com certeza, diria algo. Não, é melhor eu ir de uma vez.

Passando pela sala, chamo a atenção de dois policiais e do Yoongi. Respiro fundo e faço a minha maior cara de tédio, e digo que estou saindo para tomar um ar e  comprar analgésicos. Eles não dão muita importância, então saio da casa e vou até a garagem para pegar a minha moto. Mais um suspiro. Hora de ir. 

Subi na minha moto e acelerei o quanto pude e era permitido. Não demorei a chegar na via expressa que liga as duas cidades. Pouco a pouco mais distante de tudo. 

Será que um dia todos me perdoarão pelo o que eu estou prester a fazer? Digo, entendo que eu tinha a opção de avisar a policia e deixar que eles planejassem a melhor forma de resgatá-las, mas, e se tudo desse errado? E se ele cumprisse a promessa de acabar com as duas? Eu quem não me perdoaria!

Eu estou cumprindo a promessa de sempre estar com a Em e fazer tudo por ela. Ela me deu tanto; me deu amor, respeito, sorrisos, Daniel, um novo sentido ao meu irmão... Eu nao estarei fazendo nenhum sacrifício em tentar ajudá-la - coisa que eu deveria ter feito desde que recebi a ligação do Yoongi.

E quanto a minha mãe? Ela precisa e merece viver tranquila FINALMENTE. Imaginar o medo e as ameaças que ela deve estar sentindo e recebendo só me dão forças e coragem para encará-lo e me colocar no lugar das duas.

Não é tão ruim morrer por amor.

Sinceramente, nem sei como estou guiando essa moto. Além das lágrimas, os pensamentos e lembranças, além da minha dor de cabeça, me deixa atordoado. Poxa, eu já andei um tanto e nem percebi. Estou chegando.

Ainda estou remoendo o fato de não ter se despedido da minha família.

Meu Deus, eu nem falei com Hoseok!

Ai, por favor, lágrimas! Não atrapalhem a minha visão.

Eu vivi um amor tão intenso e divertido ao seu lado. Desde que botei meus olhos nele, eu sabia que tudo seria diferente e que éramos um para o outro. O seu sorriso, a sua personalidade e a sua compaixão deram cor e um outro sentido a minha vida. Foi lindo desde sempre.

E se eu parar e ligar para ele de algum lugar?

Cerca de 7 minutos depois, avisto um posto de gasolina e uma loja de conveniência, bem típica de estradas. Como o tanque está cheio, apenas deixo a minha moto de lado e adentro a loja à procura do telefone. Assim que encontro, digo que quero usar e pago o preço por isso.

Três toques e nada.

No quinto.

__ Alô? - seu tom é de curiosidade, e isso me faz imaginar sua expressão. 

__ Hoseokie, sou eu. 

__ Eu to tentando te ligar, mas está desligado. Onde você está? E esse número? É fixo. 

__ E-eu to bem longe, e isso não é importante agora. Eu só liguei pra ouvir a sua voz nem que seja por alguns segundos. - afastei o telefone e limpei a garganta. - Seok, espero que um dia você me perdoe por-

__ Te perdoar? Pelo o quê?

__ Você vai ficar sabendo. - mordo os meus lábios e fecho os meus olhos, mas isso nao impede que uma lágrima caia. - Eu amo você, de verdade.

__ Taehyung, o que-

Desligo. Eu não consegui ouvir sua voz nem mais um segundo.

Como já havia pago, saio correndo do estabelecimento meia boca e sigo para minha moto. Algumas lágrimas molham o banco e se misturam com um leve chuvisco que se iniciou.

Calma, Taehyung! Respira e siga o seu destino.

Novamente subo na moto e continuo o trajeto que logo irá terminar. As vezes me permito olhar mais ao redor, chegando a conclusão de que as estradas são bem características de um filme de sequestro. Aposto que ele está em uma cabana de madeira no meio do mato.

Tudo é bem real. 

E após 2 horas e alguns minutos, chego na estrada que falou. Há dois caminhos entre duas florestas que estão divididas pela pista. Acelero para o lado esquerdo. Diminuo a velocidade e mantenho o meu olhar atento a tudo; o lugar é inabitado, mas a floresta é um pouco fechada e escura. Tão assustador. Mais um pouco e lá está, diferente do que eu imaginei, uma pequena casa branca.

Bom, é melhor eu deixar a minha moto longe e seguir a pé. Se eu não fazer barulho e não chamar a sua atenção, posso seguir o plano de atacá-lo e libertar as duas. Se ele notar a minha chegada, pode se preparar de alguma forma.

Corto caminho por entre as árvores até me aproximar da casa. Como ela está num ponto mais elevado, levanto a minha cabeça e tento enxergar alguma coisa. Não vejo nada. Caminho lentamente,inspirando e expirando de medo, ansiedade e adrenalina.

" __De-desculpa esbarrar em você, estava distraída lendo esse papel.

__Tudo bem, eu quem peço desculpas. Você se machucou ?

__ Não se preocupe, estou bem. Você trabalha aqui ? Me chamo Emily.

__Prazer Emily! Me chamo Taehyung. "

O melhor encontro...

"__ É, realmente passamos por coisas ruins, mas em troca, ganhamos um lindo presente para amarmos e nos amar. Quando aqueles caras me pegaram eu jurei que ia morrer. Quando eu senti que perdia a consciência eu logo pensei em você e no Dan. Eu me agarrei a vida por causa de vocês. Você foi a melhor pessoa que apareceu na minha vida e eu digo com convicção que SEMPRE estarei com você. Te amo muito Em. Te amo de todo meu coração. Não pense nas coisas ruins, por favor.

__ Eu também te amo muito Taehyung."

Com você e por você, Em. Sempre.

"__ A senhora está tão bonita! Assim como eu imaginei todos os dias, seu rosto ainda tem a mesma expressão de doçura e calma.

__ E você se tornou um belo homem! Parece até um modelo. "

Mãe, prometo acabar com o teu sofrimento.

É isso, vamos lá.


Notas Finais


Oi gente! Nossa, me desculpem pelo quase 1 mês sem atualizar. Me deu um bloqueio do caralho + ansiedade, então imaginem a merda?

Eu escrevi esse capítulo umas três vezes e não gostei de nenhum, até que esse saiu, bem, como está. Espero que tenham gostado. Mesmo.

E falando sobre o comeback, o MV e o álbum

O QUE ACHARAM?

Nossa, eu escutei DNA umas três vezes para ter ctz do que eu senti, então = eu gostei.

Aaaaaaiiiii, eu fui atrás das outras músicas e, sério, pensei que ia ter um treco. Eu to chocada com esse álbum e MUITO de cara com Mic drop. QUE MÚSICA DO CARALHO É ESSA?

E Go Go? Adorei a flauta e essa coisa meio árabe kkkkkkk

Gente, to muito feliz com isso! Eu não tinha concluído o capítulo ainda, mas depois que ouvi as músicas, deu uns coiso em mim e ai saiu, FINALMENTE!

serio, me desculpem por qq coisa do capítulo. Se alguém aqui sofre de ansiedade vai entender como é quando esse negócio chega e te deixa perturbada. É um saco.

Um beijo, um cheiro e muito BTS no fone de ouvido de vcs ❤


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