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História Mútuo ( Suga) - Uma promessa não pode ser quebrada


Escrita por: YoonChae

Notas do Autor


Eu to muito triste. No decorrer da fic, o Daesung do Bigbang se tornou meu bias, e a peste da fic leva o mesmo nome e sobrenome que ele. Aff 😑😑😂

Ah, leiam esse capítulo ( de preferência nos momentos finais) ao som de Breathe ( 2am) - Anna Nalick. Vocês sentirão o impacto.



Vamos ler e sofrer um pouco mais. Eu chorei escrevendo isso.

Capítulo 48 - Uma promessa não pode ser quebrada


Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa quando recebi uma ligação do Monster. Não atendi, pois estava no meio de uma transmissão,  mas minutos depois eu vi a chamada perdida. Tentei ligar logo em seguida, mas não consegui falar com ele; todas as minhas tentativas foram para a caixa postal, e    isso se estendeu durante todo o dia.

Já estava imerso num poço de desespero quando - finalmente - recebi sua ligação à caminho do shopping. Eu esperava por uma notícia ruim, ou no caso, uma confirmação. E ela veio; ele queria falar sobre Dae, mas eu o cortei e preferi não ouvir o que já sabia. Desnorteado, segui por todos os cantos do shopping a procura das duas, mas o único que encontrei foi o carro da Em aberto no estacionamento escuro e vazio.

Eu surtei; eu gritei; eu me machuquei mesmo estando totalmente imóvel e silencioso ao lado do veículo. Interiormente morria aos poucos.

Durante as seguintes horas, me perguntei mentalmente inúmeras vezes de onde surgiu tanta força e autocontrole. Logo eu que surto por coisas pequenas, estava sem reação, sem expressão e nenhuma atitude. Na verdade, não sei dizer se isso é força ou fraqueza. Cadê o justiceiro que eu costumava ser? Justo agora eu tinha que ser assim? 

Normalmente eu estaria movendo o céu e a terra por elas, mas por alguma razão eu não consigo sair do lugar. Algo dentro de mim diz que qualquer ação que eu tome será inútil, em vão. Talvez seja o medo por um desfecho ruim que esteja dizendo tais coisas.

Isso. O medo me paralisou.

Pelo o clima estar pesado e nossas expressões denunciarem todo a nossa aflição e nervosismo, minha avó decidiu levar as crianças para passear. Essa foi uma boa ideia. Eu já não aguentava mais ouvir os dois perguntarem pela Em e dizer que a queriam ali naquele exato momento.

Assisti os três saírem pela porta da frente e me dirigi até a cozinha. Me sentei em um dos bancos da ilha e me servi um pouco de café. Segurei o copo com as duas mãos e fechei meu olhos enquanto bebi pouco a pouco; senti a bebida me aquecer por dentro e com isso uma sensação de tranquilidade se manifestar. Suspiro. Relaxar por um segundo me faz pensar em algumas atitudes que posso tomar. O Monster está aqui e agora pode me ajudar a encontrá-las. Como? Eu não sei. Até os policiais, com toda a tecnologia e meios para rastrear uma pessoa, não conseguiram nada. Tenho que pensar em algo.

Voltando para a sala, meu olhar se encontra com o do Taehyung, que está com a cabeça repousada sobre os ombros do Hoseok. Seu rosto está umedecido pelas lágrimas, estas que ainda caem incessantemente. Me sento no sofá sem cortar o contato visual com ele, e nesse olhar encontro súplica por uma atitude minha. Sinto um peso cair sobre mim, então desvio o olhar. Ele sabe muito bem que estou com as mãos atadas e que por hora não posso fazer muita coisa. Eu quero fazer, mas o que-

__ Finalmente, finalmente. - um policial falou, chamando a minha atenção e cortando os meus pensamentos. - O sinal do celular da Sojin está vindo da estrada Roseville, sentido Lancaster.

__ Avisem todas as unidades e mandem um helicóptero também. Todos para lá, agora.

Esse é o meu momento! Saber a localização delas é mais do que o bastante para eu fazer alguma coisa.

__ Eu vou com vocês. - digo firme, me sentindo um pouco mais vivo e capaz. Sigo 4 policiais até a porta, mas um deles me segura pelo braço e me força a parar.

__ Não, é muito perigoso! Você tem que se acalmar e esperar aqui.

Nossa, isso é sério? Como ele pode pedir a minha calma e querer que eu espere aqui QUANDO EU SEI AONDE ELAS ESTÃO? eu fiquei até agora com os braços cruzados esperando que algum deles fizessem algo, mas agora é o momento de fazer as coisas com as minhas próprias mãos. Eu não aguento mais.

A raiva acumulada em mim se faz presente quando, ao tentar sair do aperto de um com uma certa rispidez, outro policial veio e me apertou com mais força. Idiotas! Eles não podem fazer isso.

__ EU NÃO POSSO SEGUIR ESPERANDO! EU NÃO AGUENTO MAIS ESPERAR POR UMA NOTÍCIA QUE NÃO VEM. - gritei, e me livrando dos dois,  chutei a mesa de centro.

Me sinto tão impotente, tão inútil. E pela primeira vez no dia me permiti chorar. De raiva, desespero, raiva, medo, mais raiva...

__É a minha mãe e a minha namorada. E-eu preciso fazer alguma coisa. Deixe-me ir com vocês.

__ Yoongi, não podemos colocar outra pessoa em risco. Por favor, entenda. 

Eles não tem ideia do quanto posso me cuidar e acabar com isso sozinho. EU MATEI PESSOAS e posso muito bem matar mais uma e resgatar outras duas. Tsc. Quem ficará em risco?

É um saco não poder dizer isso e me provar.

*

Taehyung subiu para o seu quarto e ainda não voltou. Isso já tem um tempo.

Quando os policiais que estavam em Lancaster ligaram dizendo que na cabana não havia ninguém, e sim apenas o celular da minha mãe, ele subiu enfurecido e ignorou os meus chamados. Sim, eu estava bravo e aflito tanto quanto ele, mas por estar um pouco mais controlado, quis tranquilizá-lo de alguma forma. Não funcionou. Ele me deixou de lado e até mandou o Hoseok ir. Bom, foi o que pareceu, já que o mais velho saiu sem dizer nada.

A polícia que ainda está aqui segue fazendo ligações e tentando inutilmente encontrar alguma pista. Puft, isso é vão. A única chance seria o sinal do celular da minha mãe, mas como já sabemos que isso foi um truque para perdermos tempo, agora não há outro meio. Eu queria muito que ele ligasse e pedisse dinheiro, sei lá, mas sei que isso está fora de cogitação. Ele quer nos torturar, quer brincar com a gente! Mas até quando? Já se passaram mais de 24 horas e não há uma mínima luz para nos guiar, para seguir. É agoniante esperar pelo nada.

Monster acabou de mandar uma mensagem. Ele estacionou no início da rua e está a espera de uma resposta minha para agirmos. Argh, eu não consigo pensar em nada. Vou conversar com o Tae, quem sabe algo surge.

Deixo a sala e sigo para a escada. Subo cada degrau com muito desânimo, e minhas mãos nervosas que parecem ter vida própria, puxam algum fios do meu cabelo afim de aliviar a minha tensão. Caminho pelo corredor e paro por um instante para responder o Mon.

__ Você deveria pensar em algo também. Me ajuda! Nessa situação nem consigo pensar.

Me aproximando do antigo quarto do Tae, o ouço falar ao telefone. Penso duas vezes antes de escutá-lo atrás da porta ( sei lá, pode ser o Hoseok), mas o seu choro e os seus passos me fazem parar ao lado da porta.

__ Aonde você está? - o ouço dizer.

Será que é Hoseok? Só pode! Ele saiu já faz um tempo e até agora não voltou...

__ Eu não vou.

Ao dizer isso, o escutei jogar o celular no chão. Pelo jeito eles brigaram...

Ameaço sair do lugar, mas ao ouvi-lo cair no chão, fico ereto e atento. Seu choro carregado de dor agora é a única coisa que ouço. Devo entrar e ajudá-lo? Conversar, talvez...?

__ Taehyung, você não pode contar para a polícia! Seja forte e acabe com isso. Salve as duas mesmo que isso custe a sua vida.

Me agarro a parede para não cair e tento assimilar o que ouvi. Não, não...não pode ser o que estou pensando. O que isso significa? E-ele falou com o maldito do Dae e vai até eles? E pretende não contar a ninguém? É isso mesmo? Esse moleque é idiota!

__ Eu vou acabar com isso. Eu vou. Não preciso ter medo daquele maldito.

Levo minhas mãos à boca e impeço que algum xingamento saia. Droga, ele vai fazer isso. E agora? O que eu faço? 

__ Monster, o maldito entrou em contato com o Taehyung, e pelo jeito esse idiota irá atrás dele. Eu escutei tudo atrás da porta. O que eu faço?

__ Não fala nada. Vamos segui-lo.

__ E quanto a polícia? Não é melhor contar?

__ Se ele ligou somente para o Taehyung, é provável que o tenha ameaçado e dito para não avisá-los. Não vamos arriscar. Venha logo, a viatura que estava aqui acabou de sair.

Quando ouço barulho vindo da maçaneta, dou uns passos para trás. Alarme falso, ele não saiu. Respiro fundo e faço a minha melhor cara de tédio antes de voltar pra sala. Me sento ao lado do meu tio, que está quase cochilando, e espero Tae descer, o que não demora muito a acontecer.

Ele me olha com um certo desdém e segue rumo à entrada principal. Esse idiota disfarça tão bem quanto eu. Resolvo perguntar aonde ele vai, e com um tom carregado de desinteresse, diz que irá comprar analgésicos e tomar um ar. Mentiroso.

Assim que ele cruza a porta, não espero muito e vou também.

__ Vai aonde? - meu tio pergunta meio sonolento e aéreo.

__ O Tae vai na farmácia, vou pedir para que ele traga remédios para mim.

Ele dá de ombros, assim como os outros policiais, então saio da casa. Corro o máximo que posso quando o vejo montado na moto pronto para fechar os portões, e assim que o atravesso, Mon estaciona o carro e abre a porta pra mim.  

__ Cadê ele? Para que lado ele foi? - pergunto afobado enquanto brigo com o cinto de segurança.

__ Ele virou a esquerda. Alguém notou alguma coisa?

__ Eu acho que não. Devem ter acreditado na desculpa dos dois.

__ O que o Taehyung disse?

__ Que ia na farmácia. Por favor Monster, acelera um pouco mais.  

__ Já estou ultrapassando a velocidade permitida. Espere quando cairmos na rodovia. 

Abracei o meu joelho e mantive o meu olhar fixo na moto preta que está um tanto a nossa frente. Vez ou outro o perdemos de vista por causa dos outros veículos, mas logo ele aparece no nosso campo de visão. Tae corre como um louco.

__ Você trouxe o seu celular? - pergunta sem tirar os olhos da estrada.

__ Não. É certo que eles iriam me rastrear também.

__ Que bom! Olha ai atrás; trouxe algumas armas, uma boa quantidade de balas, faca, um kit de primeiros socorros...

__ É provável que ele as tenha machucado. - digo mais pra mim do que pra ele. Cerro os punhos e tento não pensar no que aquele maldito fez a essa altura.

Como as coisas estão no banco de trás, começo a mexer em tudo e a colocar balas em algumas armas.

__ Não mexe nessa caixinha. Há duas granadas prontas.

__ Você é doido? Por que trouxe isso?

__ Quando tirarmos as duas de lá, prenderemos o infeliz na casa e deixaremos que ele exploda. É mais rápido.

__ É, pode ser. Mas temos que impedir Taehyung de encontrá-lo primeiro.

__ Não se preocupe, agora iremos voar.

Dito isso, saímos na rodovia e, como prometido, Monster acelera e segue a velocidade do Tae, que passou a correr mais também.

__ Será que ele está armando algo? Por que ele foi ligar a essa hora da noite?

__ Temos que ficar esperto.

Atentos em Taehyung, entramos na saída 23 sentido San Diego. Cansado de balançar minhas pernas e roer minhas unhas, ligo o rádio e tento me distrair com as músicas que tocam. Monster mantém o olhar fixo e o semblante tranquilo, diferente do meu que está carregado de aflição e nervosismo. Tapo meus olhos com as mãos por um momento e respiro fundo, sendo tomado pela adrenalina e ansiedade de acabar logo com isso. Eu vou poder fazer alguma coisa. Eu vou acabar com ele, finalmente. 

Uns quilometros depois, uma placa iluminada bem mais a frente chama a minha atenção, e ver que Taehyung diminui a velocidade me põe alerta.

__ Ele deve estar indo comprar alguma coisa, ou então vai usar o banheiro.

Monster diz e diminui a velocidade na medida em que nos aproximamos. Ele para o carro numa distância segura, e Tae desce da moto e entra numa loja de conveniência.

__ Droga, chuva não. 

Alguns pingos caem, mas nada muito forte ou que vá atrapalhar. Bom, pelo menos por enquanto.

Não demora nem 3 minutos para Tae voltar. Antes de subir na moto, ele olha pro céu e parece chorar.

Minha vontade é de correr até ele e abraçá-lo forte.

O que será que Dae disse a ele? O que o fez tomar essa decisão de vir sem dizer nada a ninguém? ELE NÃO CONFIOU EM MIM! Por que ele teve que ser tão imprudente? Ele não precisava carregar isso sozinho.

Voltamos para a estrada quando ele volta também. Para a nossa sorte, há vários carros na estrada, então é bem provável que ele não tenha desconfiado de nada. A hora passa, assim como a estrada e a paisagem que não muda. Eu conheço San Diego muito bem, mas essa estrada era desconhecida até então. Não tem muitas coisas além de árvores, pastos vazios e luzes de algumas residências bem distantes.

E finalmente chegamos a algum lugar. Tae novamente diminui a velocidade e parece pensar para qual estrada de terra seguir. Um carro entra no lado direito, e ele entra no lado esquerdo. Mon o segue, mas para em frente a uma casa bem no início da estrada.

__ Por que você parou? Iremos perdê-lo de vista!

__ Não se você correr. Seguir de carro levantaria suspeitas. Vamos!

Pego a mochila com algumas coisas e ele trava o carro. Começamos a correr floresta a dentro, sem pensar e olhar para outra coisa que não seja Tae em sua moto. O ruim é que a mata é muita fechada e há pouquíssima iluminação, o que complica muito.

__ Espera! Ele vai parar.

Nos escondemos ( não que seja necessário) atrás de uma árvore, eretos e silenciosos, vendo Tae desligar a moto e deixar o capacete nela. Ele passa a correr e isso causa um certo barulho, já que o chão está cheio de folhas secas, então caminhamos o mais sorrateiro e lento possível pelo mesmo caminho que ele faz. Ele para outra vez, e outra vez nos escondemos atrás de uma árvore. Apoio minha mão no tronco, mas pulo e tapo a minha boca com a outra quando sinto algo. 

__ U-uma aranha, eu tenho certeza! L-liga a lanterna do seu celular e mata ela. Mata, mata!

Sim, eu tenho medo de aranha. Muito medo.

__ Ela já deve ter caído no chão do tanto que você chacoalhou esse braço. Agora vamos... - ele me puxa com tudo, tirando a minha atenção que estava toda depositada em ver se a aranha estava em outra parte do meu corpo. - Ele está olhando para aquela casinha! É ali onde todos estão. Vamos, Yoongi.

Inspirei e expirei várias vezes antes de voltar a caminhar. A cada passo que dou fica mais difícil de respirar e raciocinar. Pisco algumas vezes olhando para a pequena casa, e tiro da bolsa uma das armas carregadas.

Deixo Monster para trás e caminho até Taehyung, que está pensativo e temeroso parado em frente a porta. Estou surpreso com o quão distraído ele está para não ter notado a nossa presença até agora, principalmente de não ter notado que estou atrás dele. Quando sua mão ameaça tocar a maçaneta, tapo a boca dele e o arrasto para longe de uma janela. Ele se debate em meus braços, mas com um certo esforço consigo segurá-lo.

__ O que você pensa que está fazendo, seu idiota? - o jogo no chão e o vejo arregalar os olhos.

__ Co-como você...

__ Eu escutei a sua conversa, por sorte. Me diz o que você tem na cabeca de vir até aqui sem dizer nada a ninguém? - sussurro.

__ Você não entende! Ele disse que mataria a Em se eu contasse a alguém. Ele quer acabar comigo e com a nossa mãe. E-eu pensei que poderia me colocar no lugar das du-

__ E morrer? É isso? - digo mordendo os lábios. - Você é um idiota! Sequer pensou em mim e se colocou nessa situação. Você poderia morrer.

__ Eu pensei em você o tempo todo. - Tae se levanta e segura o meu ombro com força. - Eu pensei em não destruir a sua felicidade e não acabar com a oportunidade de viver com a Em e os meninos felizes por um bom tempo.

__ Você acha que seríamos felizes sem você e a nossa mãe?! Você pensou nisso? Aposto que não.

__ U-uma hora vocês esquecem e aprendem a viver sem nós. - respira fundo e impede que as lágrimas caiam. - Agora...eu preciso entrar e resolver isso. Vá embora! Se ele te ver,  cumprirá com o que disse e matará as duas.

__ Não! Eu não vou deixar você ir. Eu tenho mais chances de resolver isso, então eu vou.

__ Você não v-

__ Eu vou e você não vai me impedir. - Monster surge atrás dele e o aperta como eu fiz a pouco. - Se necessário, o apague, amarre ele ou qualquer outra coisa, desde que não o machuque e que o faça ficar quieto. Eu vou lá.

__ Está com a arma?

__ Aqui. - levanto a minha camisa e a mostro. - Tae, eu vou voltar com as duas. Fica quieto, por favor, ok?! Eu já volto. 

Monster passa uma fita na boca e nas mãos dele, o impedindo de falar e/ou fazer algo. Toco o seu rosto e limpo algumas lágrimas que caem, evitando olhar em seus olhos e encontrar ali súplicas para eu não fazer o que tem que ser feito.

O desespero tomou conta de mim e a sensatez foi embora quando eu vi em seus olhos determinação para ir até lá e morrer pela Em. Nunca, jamais poderia viver sem o Tae e conviver com o peso de poder ter mudado isso. Eu tenho mais chances que ele de acabar com tudo, afinal. Eu acredito e sei que nada irá acontecer.

Os deixo ali e sigo até a pequena porta branca e velha. Giro a maçaneta lentamente e abro a porta do mesmo jeito. Adentro a casa e me deparo com um cômodo sujo cheio de tralhas e ferros. Me esquivo das teias de aranha e seguro a arma com força, olhando para onde piso e para onde devo ir. Há uma porta mais a esquerda, uma à direita e uma escada no canto. Caminho até a porta mais próxima; a direita. Giro a maçaneta lentamente, mas não consigo abrir a porta. Trancada. Respiro fundo e caminho até a outra porta. Abriu. A primeira coisa que faço é passar a mão na parede a procura do disjuntor. Encontro. Pisco algumas vezes por causa da luz clara, e olho atentamente para cada objeto no cômodo - que é um quarto. Há uma cama de solteiro, uma cômoda vazia e um banquinho. Mais nada. Fecho a porta e fico alguns segundos escorado nela, olhando para a escada e para a escuridão que vem dali. Engulo seco e início meus passos, até colocar meu pé no primeiro degrau e recuar por causa do barulho que isso provocou. Tenho que tomar cuidado; os degraus então velhos e meio apodrecidos. Desço um por um, tentando inutilmente enxergar algo nesse breu, com a arma apontada para o nada. Quando chego ao chão, procuro novamente por um disjuntor. Acendo e vejo um amarelo fraco iluminar o ambiente. Quase caio pra trás quando meus olhos vagam por todo o espaço.

Duas mesas bem parecidas com as de um necrotério então no meio. Uma prateleira cheia de potes e objetos cortantes estão mais a direita, e num sofá velho há panos ensanguentados. Pensar que esse sangue pode ser das duas me deixa atordoado. Esse é um cenário perfeito para um desmembramento ou coisa parecida.

Não posso pensar nisso. Me nego.

Parado no meio do espaço, observo cada centímetro do lugar a procura de uma sala secreta ou um sinal das duas. Se elas não estão aqui, estão naquele cômodo que está trancado. Ou talvez ele tenha mentido para o Taehyung e não está aqui.

Mil vezes maldito.

Minha vontade é de destruir tudo isso aqui e descontar a minha raiva, mas como não posso perder tempo, subo para o espaço principal. Apoio as mãos no joelho e procuro tranquilizar a minha respiração descompassada. Tudo está girando. Deixo meu corpo tombar em uma das paredes, e sem forças, deixo meu corpo ir de encontro ao chão. Até que uma porta se abre.

Uma porta falsa.

De súbito, levanto e paraliso quando as encontro dentro do cômodo inteiramente branco.

__ Poxa, é bem curioso como você é parecido com o Yoongi, Taehyung. - o maldito diz sarcástico, mas eu o ignoro, apesar dele estar com a minha mãe ao seu lado.

Sem pensar, me atiro no chão, ao lado da Em, e procuro pulso em si. Ela respira, ela está...não ela não está bem. A olho de cima a baixo e encontro hematomas horríveis em todas as partes expostas. Seu rosto está num estado ainda pior; seus olhos estão inchados e com coloração variada de tão machucados.

__ Por que você fez isso? Por que foi tão cruel? - digo sem olhá-lo diretamente.

__ Ela é forte, por pouco não me deixou cego. Tome cuidado com ela, filho! - o sorriso dele quase me fez vomitar.

__ Ela.. - aponto para a minha mãe. Seu rosto também tem hematomas, mas são infinitamente inferiores que os da Em. Mas, há sangue saindo da sua cabeça. Eu vou matar esse maldito.

__ Não, ela não está morta. Ainda. Eu não posso matá-la sem o imundo do seu irmão. Aquele boca aberta teve que te contar, não é mesmo? Nunca foi capaz de resolver nada sozinho...

__ Não fala do meu irmão.

__ Meio irmão, você quer dizer. Assim não conta! Por que defender e se importar com alguém que não tem o mesmo sangue que você? Por que ele não tem, você não concorda? Ele é só filho dessa vad-

__ NÃO OUSE XINGAR A MINHA MÃE! - aponto a arma para ele.

__ Ei, abaixa isso, é perigoso. Se você apertar esse gatilho, ira desencadear uma seqüência de mortes; primeiro sou eu, mas antes mesmo de uma bala me atingir, eu irei colocar o máximo possível dentro dessa imunda. E então? Vamos lá, abaixa isso.

Temeroso, abaixo a arma e me aproximo outra vez da Em. Mantenho contato visual com o desgraçado e gradativamente sinto o ódio aumentar dentro de mim. Engulo seco e deposito a minha atenção nos machucados que há nas pequenas mãos da garota ao meu lado. A respiração dela está pesada e falha, e em intervalo de alguns segundos, seu corpo parece sofrer um pequeno choque. Eu preciso tirá-la daqui e levá-la ao hospital o mais rápido possível.

__ Por favor, deixe a minha mãe. Você não vai sobreviver se fizer algo a ela.

__ Desde que ela morra, poderei morrer em paz também. Tudo bem que o idiota do Taehyung ficará vivo, mas Sojin é melhor que nada. - balanço a cabeça em negação, descrente por ouvir essa baboseira. - O que? Por que você não tenta me entender? ELES DESTRUÍRAM A MINHA VIDA! Nada mais justo que eu faça o mesmo.

__ Não! Você não pod-

__ Filho, me entenda.

__ NÃO. ME. CHAMA. DE. FILHO. - grito pausadamente. Seguro a mão da Em para não surtar, e acabo despertando-a.

__ So-solta a mi-minha mão. Dói. - ela resmunga, então obedeço rapidamente. Por um instante ela parece não me reconhecer, mas não demora para cair a ficha, pois algumas lágrimas caem. -V-v-vai, ele vai te m-matar.

_Shiiiu, não fala. Eu não vou sem você. - ameaço acariciar seu rosto, mas deixo a minha mão no ar quando dou por mim que isso pode causar dor. - Iremos sair daqui.

__ Sim, vocês irão. Na verdade eu nem sei porque você ainda está aqui. Vá, e leve a Emily para um hospital.

__ Eu não vou sem a minha mãe.

__ Então os dois irão apodrecer aqui. - até agora ele dizia tudo num tom tranquilo e leve, mas essa última vez soou diabólico. Um calafrio percorreu todo o meu corpo.

__ Vamos, larga a minha mãe, agora.

__ Eu não vou fazer isso.

__ Então eu vou ter que te matar.

__ Yo-yoon...p-para...

__ Tudo bem, mas ela também irá morrer.

Mordo o meu lábio inferior com certa força e forço os meus dedos a apertarem o gatilho, mas ao mesmo tempo não tenho forças suficiente pra isso. Ele vai atirar nela se eu atirar, mas eu preciso arriscar. Aponto a arma pra cabeça dele e tento ignorar os resmungos da Emily. Eu preciso tentar. Respiro fundo, sentindo o meu coração bater mais rápido que o normal, e aperto o gatilho. Mas no momento exato alguém afastou o meu braço e o projétil atingiu a parede.

__ ELE DISSE QUE IRÁ MATÁ-LA, VOCÊ NÃO ENTENDEU?

Taehyung me sacudiu como um boneco, e imerso em lágrimas segurou o meu rosto com as duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.

__ Deixa isso comigo.

__ Isso, deixa. O assunto é com ele.

__ Cala a sua...

__ Por favor, vá. Por mim, pela Em, pelos meninos...

__ Eu não posso, não posso. - nego, me rendendo às lágrimas e ao desespero. Eu não posso permitir que ele faça isso. Deve haver outro meio.

__ Não há outro jeito.

Taehyung me empurra para o lado e toma a minha frente. Dae sorri e aponta a arma para ele. Sinto o ar sumir dos meus pulmões quando vejo seu dedo curvar pronto para apertar o gatilho e, sem raciocinar, coloco meu corpo na frente do meu irmão, sentindo no mesmo instante alguns pontos do meu corpo queimar como o inferno.

__ Não, Yoongi, n-não. -

Taehyung segura o meu corpo que pouco a pouco vai perdendo a força, incrédulo e desesperado. Fecho os olhos por um segundo quando ouço disparos. Por sentir que o Taehyung ainda está me segurando, abro os olhos e vejo Monster com a arma apontada na direção do Dae. Ele finalmente morreu??!

__ Por que você fez isso? Por que? - Tae dispara contra o meu rosto. - Meu Deus, ele acertou pontos vitais. Precisamos ir para um hospital agora. Por que, Yoongi?

__ E-eu prometi que sempre iria te prot-teger, lembra? - sorrio. Eu jurei isso aos 9 anos de idade. - Uma promessa como essa nunca pode ser quebrada.


Notas Finais


Pois é, foi isso ai mesmo!

Não é um sonho, não é brincadeira. Não me matem e aceitem isso.

Um cheiro ❤


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