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História Mútuo ( Suga) - Noite péssima


Escrita por: YoonChae

Notas do Autor


É, mais um

Capítulo 8 - Noite péssima


*Meredith*

Depois de nos arrumarmos, um amigo da Ali que nunca vi chegou buzinando aqui em casa. Ele chegou com dois amigos num lindo carro esporte vermelho.

Ali combinou de irmos em uma danceteria diferente que até então eu não conhecia. Fica aqui no centro da cidade, na famosa avenida das baladas.

Assim que entro, fico abismada com a infinidade de pessoas que tem no lugar, mas não é de se estranhar já que é sábado.

Observo o espaço amplo atentamente e mais ao fundo avisto sofás e poltronas de várias cores.

__ Mas já está olhando para os sofás? .- Ali sussurra no meu ouvido -. Espera para usá-los depois.

Eu sei desde que a conheço que Ali é uma depravada mas não esperava que ela me trouxesse em um lugar assim. Algumas pessoas estão se pegando lá no sofá e fazendo sexo oral.

Não disfarcei o meu incômodo e desaprovação em ver aquilo e Ali riu de mim. Como ela consegue achar coisas desse nivel normais?

Foquei em dançar com todos do nosso grupo. Esses caras são bem estranhos e juro que nunca os vi antes, nem mesmo ouvi Ali falar deles algumas vez. Tem um em especial que chega a me dar repulsa. Ele tem a maior cara de tarado e não larga do pé da Ali, que por sua vez, não parece se incomodar e responde a todas as investidas do cara.

Esse mesmo perguntou se queríamos beber. Eu disse que não mas como a Ali disse que sim, ele foi buscar com um deles.

Um dos meninos, que é o único com cara confiável, me puxou para dançar. Fui com ele mais pro meio da pista e deixei minha amiga com os outros, bebendo e dançando sem limites.

Acho que dancei umas 4 músicas, acabei ficando com sede. Caminhei até o bar, sem a companhia do carinha, e permaneci ali por um bom tempo. Depois de dois saquês, parei e comecei a procurar Alison com o olhar. Não vejo ela nem ninguém do grupinho.

Levanto preocupada e me esquivo das pessoas do meu caminho sem me desculpar quando os empurro ou piso em seus pés. Olho ao meu redor, nas mesas, nos sofás e nada.

Uma angústia e um mal pressentimento toma conta. Eu não encontro ela e nenhum dos outros caras.

A última esperança é o banheiro. Que ela esteja lá, por favor.

Peço licença pra cada pessoa no caminho e vou até o banheiro, mas antes de chegar, encontro Ali beijando o cara estranho.

__ Ali do céu, não suma assim .- afasto ela do cara -. Vamos, quero ir pra casa.

__ Que isso moça, tá cedo, fica ai .- o nojento fala -. Ou se quiser mesmo ir, peça para algum dos meus amigos levar você mas deixa a Alison curtir aqui .- diz com um sorriso safado.

__Não, ela vai embora comigo .- puxo ela do abraço dele e ela quase cai sem um apoio. Nunca a vi tão louca.

Carrego ela até banheiro e jogo água em seu rosto. Ela se esforça para abrir os olhos mas não consegue.

__ Minha barriga e minha cabeça dói, Mer .- diz quase chorando.

__  Isso que dá beber igual louca. Você tem que se controlar amiga.

Ela tentou sorrir mas não conseguiu. Carreguei ela do jeito que deu e fui até o caixa. Sai da balada e não vi nenhum dos caras. Eu espero que ela nunca mais invente de sair com eles.

A arrastei até a rua e acenei para um táxi. Primeiro ajeitei ela e depois entrei. Ela parece uma boneca, tá toda molenga e não responde nenhuma pergunta que faço. 

__ Se ela vomitar no meu táxi, vou cobrar o estrago .- o taxista fala sério.

__ Relaxa moço, SE  acontecer, eu pago.

Ele segue a viagem em uma velocidade razoável. Hora ou outra olho pra Ali e vejo se ainda está viva. Não é exagero, mas eu nunca vi ela assim em toda  minha vida. 

Passando em frente ao posto de gasolina próximo ao hospital, Ali começou a se mexer, deve estar dançando já que o taxista ligou o rádio. Olhei pra ela rapidamente e desfiz o sorriso ao vê-la espumar e virar os olhos. Ela está tendo uma convulsão.

Rapidamente virei sua cabeça para o lado. Por sorte, estudo farmácia e no curso eles ensinaram como agir em situações como essa, e mais sorte ainda é estar passando em frente ao hospital. 

Só que mesmo tendo a noção do que fazer, por ser alguém próximo que esta passando por algo, não dá pra agir com calma porque eu sei o quanto isso é grave.

Mas, como se isso já não fosse ruim, ao tocar em suas mãos que estão em seu colo, sinto sangue. Quando olho pra região, me desespero mais em ver aonde é o sangramento. Ela está tendo uma hemorragia?

O taxista para na frente do hospital e eu desço gritando por ajuda. Rapidamente enfermeiros vem com uma maca e a tira do carro. 

Pago a corrida, pego nossos pertencentes e corro até os enfermeiros, mas, não os encontro.

A senhora da recepção olha pra mim com a maior cara de pena, com um olhar de "sinto muito mas ela não vai ficar bem".

Encosto na parede fria e deixo as lágrimas rolarem. Estou sentindo tanto medo que seria capaz de gritar aqui até estourar as minhas cordas vocais. Alison tem que ficar bem.

Ando de um lado para o outro, mordisco a ponta dos meus dedos, puxo meu cabelo levemente mas parece que nada alivia esse desespero e medo. Eu não consigo acreditar que ela tenha ficado mal assim só de beber. Ela não bebeu tanto a ponto de chegar onde chegou.

Cogito ligar para a Rosé , mas dar uma notícia dessas sem nem saber dos resultados só vai desespera-la em vão. Os pais delas estão em um cruzeiro pelo Caribe. Segunda lua-de-mel. Vou deixar pra falar com ela quando boas notícias chegarem.

Mas é que eu também não posso aguentar isso sozinha, eu preciso de alguém aqui pra me acompanhar quando Ali estiver bem. Ela vai ficar bem, não vai? 

Já sei pra quem vou ligar.

Limpo meus olhos, porque as lágrimas estão atrapalhando minha visão e digito uma mensagem para a Emily. Tenho certeza que ela virá em minutos.

*Emily*

Receber uma mensagem dessas, dessa maluca e nesse horário só me faz obviamente pensar o pior.

Será que estão feridas? Será que alguém as assaltou?Ou as baleou? Ou pior, será que alguém... Não, isso não.

Imaginando o cansaço da Violet, opto por não avisá-la sobre. Do jeito que ela é, capaz de passar mal sem nem mesmo saber o que de fato aconteceu. Como nem eu mesma sei...

Coloco um moletom qualquer e saio do meu quarto de fininho. A luz do quarto dela está apagada. Desço as escadas silenciosamente e passo por Mon assim, que dorme como o anjinho que é. Pego a chave do carro dela, da casa e saio. Entro no carro e o ligo. Fico alguns segundos olhando para a janela dela mas não vejo nenhum movimento lá. Ela realmente está dormindo.

Dirijo até o hospital o mais rápido que posso. Assim que chego, pergunto pelas garotas e a mulher da recepção me diz o que aconteceu. Não termino de ouvir o que ela disse e procuro Meredith pelos corredores. A encontro chorando sentada no chão mesmo tendo uma fileira de cadeiras ali.

Me aproximo chorando também e ajoelho ao seu lado.

__ Prima .- me abraça -. Você tinha que ver o estado dela, eu nunca vi ninguém daquele jeito! Ela estava sangrando.

__ Sangrando?.- afasto ela -. Mas o que aconteceu? Aonde vocês foram? Com quem estavam? .- chacoalho ela -. Responda.

__  Fomos em uma danceteria com os amigos dela. Ela ficou sozinha por uns minutos, depois eu fui atrás dela . - volta a chorar -. Ela estava beijando um dos caras que estavam com a gente e ela estava muito bêbada. Eu levei ela pro banheiro e depois sai da balada, ai ela começou a convulsionar e sangrar pelas partes íntimas.

__ Ai meu Deus .- tapo a boca abafando um grito -. Esse cara abusou dela?

Ela balança a cabeça negativamente, mas no sentido de não saber a resposta para a minha pergunta. Levanto do chão e a puxo também, nos sentando na cadeira.

__ E se ele fez algo pra ela e eu não vi? .- me aperta.

Abraço ela com força e tento não pensar nisso. De tudo, tudo de ruim que pode acontecer nessa vida, nada se compara a esse mal. Eu nunca vou entender o que se passa na cabeça de um demônio para pegar uma pessoa a força. Que ela tenha ficado assim apenas por beber demais.

Mer chora baixinho no meu peito enquanto acaricio os seus cabelos. Eu nem sei que horas são nem quanto tempo estamos aqui esperando notícias. Esqueci meu celular em casa.

Pego o da Mer e vejo que já são 03:32. Eu estava morta de cansaço, mas o medo e a angústia se instalou no lugar do sono.

Não tiro os olhos do corredor a frente e fico ereta quando vejo um médico vindo em nossa direção. Ele para uma jovem mais a frente e logo a deixa para vir falar com nós.

__ Vocês estão com Meredith Shepard? .- dizemos que sim -. Então meninas, sinto dizer mas ela foi drogada .- passo a mão no rosto -. A droga é tão forte que ela teve uma parada cardíaca assim que entrou na sala de cirurgia e ainda... .- faz uma pausa -. Sofreu um aborto espontâneo.

Cada palavra dele fez minha boca se abrir mais e mais. Mer voltou a chorar no meu colo e eu, tão desnorteada quanto estou, apenas o olho sem aceitar tudo que está acontecendo.

__ Ela.está.bem? .- falo pausadamente. Minha voz falhou por um instante.

__ Aparentemente sim. Agora ela está fazendo exames neurológicos para ver se por conta da convulsão não sofreu nenhum dano cerebral. Mesmo depois de sofrer a parada cardíaca, o órgão dela está bem. Quando saírem os resultados eu venho dizer a vocês .- sorri fraco e sai de perto de nós. 

Provavelmente ela foi drogada por algum dos caras e se eles fizeram isso foi na intenção de fazer algo ainda pior com ela. Preciso saber quem são e avisar a polícia.

E como assim, grávida? Desde quando ela estava? É muita informação e desgraça pra uma noite só.

__ Mer .- pego na mão dela -. Você conhece algum deles? Eles são da faculdade? .- ela nega -  Precisamos encontra-los e denunciá-los. Se a drogaram é porque iam fazer algo ruim.

__ Nunca os vi antes. Quando fui até a Ali e disse que queria ir pra casa, ele tentou impedir e ela estava mais louca que o normal sabe, e ela não bebeu o suficiente pra perder o chão tão rápido. O pior que quando uns deles ligou era de número restrito. Você sabe como ela é, conhece alguém um dia e já sai, ela é doida, não toma cuidado .- funga - E essa história de gravidez? Meu Deus...

__ Se acalma. O pior já passou .- abraço ela -. Não quer ir pra casa? Você deve estar cansada depois de passar por isso e ainda tem que trabalhar ás 10. Vá, eu fico aqui e trato de ligar para a Rosé assim que os exames neurológicos saírem.

Ela se nega, mas eu insisto por um tempo e ela finalmente decide ir. Um pouco depois que ela saiu, o médico voltou e disse que Ali está realmente bem e que tinha sido levada pro quarto.

Sigo para o quarto acompanhada do médico e me acomodo em uma poltrona bem confortável, por sinal. Vou poder descansar um pouco até ela acordar.

Desperto com uma enfermeira tropeçando no meu pé. Olho assustada pra ela e para tudo ao meu redor e me recordo da estou e o que estou fazendo aqui.

Alison ainda está desacordada.

__ Não se preocupe, ela só está adormecida por conta dos medicamentos.

Ela sai do quarto e eu vou junto. Tenho que avisar a Rosé do que aconteceu.

Depois de ligar pra ela, ouvi-la se desesperar e ir até o banheiro lavar o rosto, volto para o quarto e assisto Ali dormir.

Acabo dormindo também.

__ Emily. Emily .- alguém me chacoalha -. Acorda.

Abro os olhos lentamente e observo Rosé com um semblante triste. Parece que ela chorou.

__ O médico me contou o que aconteceu e Ali acabou de acordar .- dá espaço para que eu a veja.

__ Alison .- pego na mão dela -. Como se sente?

__ Com muita ânsia e dor de cabeça .- suspira -. Será que você pode me contar o que aconteceu?

__ Aconteceu muita coisa .- suspiro -. Primeiro eu quero os nomes, telefones e endereços dos caras que você encontrou ontem.

__ Nate, Alex e Chuck. Eu não sei onde eles moram e eu não sei o número deles. O que aconteceu?

__ Como assim você não sabe? .- grito, e busco calma no fundo do meu ser -. Você precisa se lembrar e contar para a polícia .- falo baixo.

__ Mas por que? O que houve? .- me olha aflita.

__ O que houve é que eles te drogaram .- ela arregala os olhos -. Você acabou tendo uma convulsão e quando chegou no hospital sofreu uma parada cardíaca .- controlo minhas lágrimas -. E...

__ E?! .- seu semblante é tão desesperador que dá até medo de contar o pior dos fatos. Mas, seja por mim ou por outra pessoa, ela vai ficar sabendo.

__ Você estava grávida e perdeu o bebê. 

Ela começou a rir, mas rir de nervoso. Suas lágrimas se misturam com os gritos/risos e isso é MUITO assustador. Não esperava essa reação.

__ Grávida? Eu estava grávida? .- balança a cabeça parecendo não acreditar -. Não é possível.

Ela virou para o lado contrário e começou a gritar no travesseiro. Rosé ameaçou confortá-la mas eu a impedi. Ela precisa expressar essa dor assim. 

Se pra nós já foi difícil aceitar tudo isso, imagina como está sendo pra ela?

Assisti-la nesse desespero é desesperador.

*

Agora são 20 da noite. Sai a pouco do hospital depois que Rosé foi pra casa buscar algumas coisas e voltou. Estou tão cansada que estou pensando seriamente em não ir pra facul amanhã.

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei em casa foi tomar um banho e escovar meus dentes. Agora estou recolhendo o lixo para jogá-lo fora antes de preparar algo pra comer e por fim, descansar.

Arrasto o grande saco preto pelo gramado e grito pro RapMon parar de tentar rasgá-lo. O viadinho é pequeno mas faz estrago quando quer.

Jogo o saco de lixo são e salvo na lixeira e brinco um pouco com o pequeno terror.

Ele começa a latir quando um carro para em frente de casa e eu estranho quando vejo Yoongi sair super alterado do carro.

__Por que não atendeu minhas ligações?

__ Oi, tudo bem? .- sorrio irônica -. Eu não atendi porque ... .- caramba! Agora que eu lembrei que não pego no meu celular desde que cheguei da festa -. Porque eu não mexo no meu celular há quase um dia. Aliás, onde pegou meu número? .- ele faz cara de " sério mesmo " ? -. Ah, Tae .- respondo minha própria pergunta.

__ E onde esteve que não pôde mexer no celular durante todo o dia?

Gente, desde quando estamos juntos que eu não sei?

__ Por que está alterado? E o que queria falar comigo?

__ Eu só .- coça a cabeça -. Queria falar com você depois do que aconteceu.

O que aconteceu mesmo? Ah é! Quase perdi minha vingindade com ele no sofá da minha sala. Involuntariamente fecho os olhos e lembro de tudo.

__ Queria falar comigo mas nem ao menos perguntou se eu estou bem .- pego Mon no colo.

__ Desculpa .- se aproxima -. Você está bem? Parece tensa.

__ E estou .- suspiro.

__ Por que a gente não entra .- beija meu pescoço -. E resolve isso?

__ Qual é o seu problema? .- afasto ele -. Será que pelo menos uma vez na sua vida você pode agir normalmente e não pensar em sexo? Sério, não me trate como as suas transas de cada dia. Quer sexo ? Procura outra.

Deixo ele pra trás e caminho em direção a porta da entrada enquanto Mon late pra ele no meu ombro.

E eu por um momento senti uma felicidade, uma esperança que esse idiota tinha se preocupado, pensado em mim de outra forma, mas não. É obvio que ele só quer me levar pra cama assim como faz com qualquer uma que passa na frente dele.

Por que justo por ele tive que sentir algo?

Galinha nojento!

Eu vou fazer o que for mas não vou em hipótese alguma nutrir mais qualquer sentimento por ele. Eu me recuso a gostar desse cara, me recuso.

Mas ele é tão...  Argh! Me recuso.


Notas Finais


Uma pequena amostra das desgraças futuras.


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