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História MY ANGEL - Norminah G!P (REVISÃO) - Capítulo 21


Escrita por: normanizer

Notas do Autor


Oii bolinhos!
Esse será o penúltimo capítulo da 1° Temporada (serão 5 temporadas). Qualquer dúvida, deixem nos comentários!
Boa leitura. 💘
PS.: Dessa vez não selecionei músicas, então leiam ouvindo músicas bem da bad que vocês gostem, ok?

Capítulo 21 - Capítulo 21


Fanfic / Fanfiction MY ANGEL - Norminah G!P (REVISÃO) - Capítulo 21

Normani P.O.V

– Com licença.

Saí da mesa à procura de Dinah. Vi que estava no bar e fui até lá. Ela estava agradecendo ao barman com dois copos na mão quando a abordei. Peguei meu copo e virei em um gole, sentindo meus dentes doerem ao toque dos cubos de gelo.

– Normani...

Havia um leve tom de reprimenda em sua voz.

– Estou indo embora – eu disse sem rodeios, passando ao seu lado para deixar o copo vazio no balcão.

– Não considero isso uma fuga, porque estou avisando com antecedência, e você pode ir comigo se quiser.

Ela bufou, deixando bem claro que entendia o motivo do mau humor. Ela sabia que eu sabia.

– Não posso ir embora agora.

Virei as costas. Ela me pegou pelo braço.

– Não vou conseguir ficar se você for embora. Você não tem por que ficar chateada, Normani.

– Ah, não?

Olhei o ponto em que sua mão me agarrava.

– Eu avisei que era ciumenta. E, desta vez, você me deu uma boa razão pra isso.

– Só porque me avisou você acha que pode dar uma de ridícula?

Seu rosto estava relaxado e seu tom de voz, calmo e controlado. Ninguém seria capaz de notar à distância a tensão que havia entre nós, mas seus olhos diziam tudo. Brilhavam de fúria e luxúria. Ela era muito boa em combinar as duas coisas.

– Ridícula, é? E o que você fez com Dean, o instrutor da academia? Ou com Alec, um membro da minha família?

Cheguei mais perto e sussurrei:

– Eu nunca transei com nenhum dos dois, muito menos concordei em me casar com eles! E pode ter certeza de que não converso todo santo dia com nenhum deles!

Em um gesto abrupto, ela me agarrou pela cintura e me puxou para perto. 

– Você precisa ser comida agora mesmo – ela cochichou no meu ouvido, mordendo a ponta da minha orelha.

– Não devia ter feito você esperar.

– Vai ver você fez tudo de caso pensado – rebati.

– Estava se poupando pro caso de uma velha chama se acender e você preferir trepar com outra pessoa.

Dinah virou sua bebida e depois me segurou pela cintura com toda a força antes de me conduzir até a porta. Ela sacou o celular do bolso e chamou a limusine. Quando chegamos à rua, o carro já estava lá. Dinah me empurrou porta adentrou e ordenou para Alex:

– Dê umas voltas no quarteirão até eu mandar parar.

Ela entrou logo depois de mim, tão perto que eu conseguia sentir sua respiração contra as minhas costas nuas. Pulei para o outro assento, determinada a manter distância dela...

– PARE COM ISSO – ela gritou.

Caí de joelhos no assoalho acarpetado, com a respiração acelerada. Eu poderia correr até o fim do mundo, mas ainda assim não ia escapar do fato de que Zendaya Coleman era uma companhia muito melhor para Dinah do que eu. Era calma e elegante, uma presença tranquilizadora até para mim — a pessoa que estava surtando ao tomar conhecimento de sua existência. Meu pior pesadelo. Sua mão se enrolou em meus cabelos soltos, prendendo-me. Suas pernas abertas envolveram as minhas, puxando-me com tanta força que minha cabeça encostou em seu ombro.

– Vou fazer agora uma coisa de que nós duas precisamos, Normani. Vamos transar até essa tensão se dissipar o suficiente para podermos voltar para o jantar. E não se preocupe com Zendaya, porque, enquanto ela fica lá dentro, vou estar aqui, dentro de você.

– Está bem – sussurrei, passando a língua por meus lábios secos.

– Você esqueceu quem é que manda aqui, Normani – ela falou asperamente.

– Abri mão do controle por sua causa. Cedi e ajustei meu comportamento pra você. Faço qualquer coisa pra deixar você feliz. Mas não aceito cabresto nem chicote. Não confunda minha boa vontade com fraqueza.

Engoli em seco, com o sangue fervendo por ela.

– Dinah...

– Estique as mãos e se segure na barra debaixo da janela. Não solte até eu mandar, entendeu?

Fiz conforme ela mandou, segurando a barra com revestimento de couro. Quando minhas mãos se fixaram ali, meu corpo voltou à vida, fazendo-me perceber o quanto de fato precisava daquilo. Ela me conhecia tão bem, meu amor. Enfiando as mãos sob a parte de cima do meu vestido, Dinah agarrou meus seios inchados e sedentos. Quando apertou e girou meus mamilos, minha cabeça se jogou para trás em sua direção, com a tensão à flor da pele.

– Minha nossa.

Ela esfregou a boca contra a minha têmpora.

– É tão perfeito quando você se entrega assim pra mim... quando se abre todinha, como se dependesse disso pra viver.

– Me fode – implorei, sentindo uma necessidade aguda dessa ligação entre nós.

– Por favor.

Ela soltou meu cabelo, enfiou a mão por baixo do meu vestido e arrancou a minha calcinha. Seu blazer passou voando por mim e aterrissou no assento; depois suas mãos encontraram o caminho até o meio das minhas pernas. Ela soltou um gemido ao sentir que eu estava toda molhada.

– Você foi feita pra mim, Normani. Não consegue ficar muito tempo sem me sentir dentro de você.

Ainda assim ela continuava me provocando, explorando-me com os dedos, espalhando a umidade por meu clitóris e meus lábios vaginais. Depois enfiou dois dedos em mim e os abriu como uma tesoura, preparando-me para receber seu membro grande e grosso.

– Você me quer, Dinah? – perguntei ofegante, louca para me mexer ao ritmo de seus dedos, mas impedida pela distância por ter que permanecer agarrada à barra de apoio.

– Mais do que o ar que eu respiro.

Seus lábios se mexiam perto do meu pescoço, por cima do meu ombro, e o calor de sua língua aveludada passava sedutoramente por minha pele. 

– Também não consigo ficar sem você, Normani. Você é meu vício... minha obsessão...

Seus dentes se encravaram de leve na minha pele, combinando seu desejo animal com um ruído brutal de desejo. Enquanto ela me penetrava com os dedos, sua outra mão massageava meu clitóris, fazendo-me gozar de novo e de novo com aquela estimulação simultânea.

– Dinah! – gritei quase sem fôlego quando meus dedos úmidos começaram a escorregar da barra revestida em couro.

Suas mãos me soltaram e ouvi o ruído excitante de seu zíper baixando.

– Pode soltar e deitar com as pernas abertas.

Deitei-me e ofereci o meu corpo para ela tremendo de ansiedade. Dinah me olhou nos olhos, e seu rosto se iluminou com os faróis de um carro que passava.

– Não tenha medo.

Ela subiu em cima de mim, soltando seu peso com um cuidado escrupuloso.

– Estou com tesão demais pra sentir medo.

Eu a agarrei e lancei meu corpo para cima a fim de ficar mais perto do dela.

– Quero você.

A cabeça de seu membro se esfregava nos lábios do meu sexo. Flexionando os quadris, ela entrou em mim, expirando o ar junto comigo em uma sincronia marcante. Fiquei toda mole em cima do assento, com os dedos apoiados contra sua cintura.

– Eu te amo – sussurrei, observando seu rosto enquanto ela começava a se mexer. 

Cada pedacinho da minha pele queimava como se eu estivesse sob o sol, e meu peito estava tão apertado que a respiração ficava difícil.

– E preciso de você, Dinah.

– Eu sou sua – ela murmurou enquanto seu pau entrava e saía.

– Não poderia ser mais sua.

Estremeci e fiquei toda tensa. Meus quadris se remexiam sem cessar na direção de suas estocadas ritmadas. Cheguei ao clímax com um grito abafado, toda arrepiada enquanto o orgasmo se espalhava por meu sexo, ordenhando seu membro até ela soltar um grunhido e começar a meter com ainda mais força.

– Normani...

Eu me mexia de encontro a suas estocadas ferozes, incitando-a a continuar. Ela me agarrou com força e começou a se mover mais rápido. Minha cabeça se sacudia de um lado para o outro e eu gemia sem o menor pudor, adorando aquela sensação dela dentro de mim, aquela impressão volátil de ser possuída e brutalmente saciada. Estávamos malucas uma pela outra, trepando como animais selvagens, e eu estava tão em sintonia com nosso desejo furioso que pensei que ia morrer ao sentir mais um orgasmo começar a crescer dentro de mim.

– Você é tão boa nisso, Dinah. Tão boa...

Ela agarrou minha bunda e me puxou para trás contra sua investida violenta, chegando até o fundo, expulsando um gemido esbaforido de dor e prazer da minha garganta. Gozei mais uma vez, grudando meu corpo ao dela com todas as minhas forças.

– Meu Deus, Normani. 

Com um rugido áspero, ela entrou violentamente em erupção, inundando-me com seu calor. Pressionando meus quadris, ela me deixou imóvel e se esvaziou dentro de mim na maior profundidade que foi capaz de alcançar. Quando terminamos, ela respirou fundo e ajeitou meus cabelos com as mãos, beijando meu pescoço suado.

– Queria que você soubesse o que me faz. Queria saber explicar.

Eu a abracei com toda a força.

– Não consigo deixar de fazer coisas idiotas por sua causa. É mais do que consigo suportar, Dinah. É...

– ... incontrolável.

Ela começoudo de novo, com estocadas ritmadas. Pelo simples prazer de fazê-la. Como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Inchando e crescendo a cada investida.

– E você precisa estar no controle.

Perdi o fôlego quando ela atingiu um ponto particularmente sensível.

– Preciso de você, Normani.

Seus olhos permaneciam grudados nos meus enquanto ela se mexia dentro de mim.

– Preciso de você.

[***]

Dinah não saiu mais do meu lado, e não permitiu que eu me afastasse dela, pelo resto da noite. Seu braço direito permaneceu unido ao meu inclusive durante o jantar. Mais uma vez, ela preferiu comer com uma só mão a ter de me largar. Zendaya — que havia se sentado ao seu lado na nossa mesa — a encarou com um  olhar de curiosidade.

– Não lembrava que você era canhota.

– Não sou – ela respondeu, levantando nossas mãos unidas até a boca e beijando meus dedos.

Senti-me tola e insegura quando ela fez isso — e envergonhada por Zendaya ter visto aquilo. Infelizmente, sua disposição a gestos românticos não impediu que ela passasse o jantar inteiro conversando com Zendaya, não comigo — o que me deixou impaciente e infeliz. Eu estava vendo mais as costas de Dinah do que seu rosto.

– Pelo menos não é frango.

Virei-me para ver o homem sentado ao meu lado. Estava tão preocupada em tentar ouvir a conversa de Dinah que nem prestei atenção ao restante da mesa.

– Eu gosto de frango – foi minha resposta.

E tinha gostado da tilápia servida no jantar — e limpado o prato.

– Não de frango de borracha, com certeza.

Ele sorriu, o que o fez parecer bem mais jovem do que seus cabelos grisalhos sugeriam.

– Ah, um sorriso – ele murmurou.

– E muito bonito, por sinal.

– Obrigada.

Eu me apresentei.

– Doutor Dylan Massett – ele respondeu.

– Mas prefiro só Dylan.

– Doutor Dylan. Prazer em conhecer.

Ele abriu outro sorriso.

– Só Dylan, Normani.

Durante os poucos minutos em que conversamos, convenci-me de que o dr. Massett não era muito mais velho que eu, apenas prematuramente grisalho. Além disso, seu rosto era liso e bonito, e seus olhos azuis eram inteligentes e gentis. Minha estimativa quanto à sua idade foi revista para uns trinta e tantos.

– Você parece tão entediada quanto eu – ele comentou.

– Esses eventos levantam dinheiro por uma boa causa, mas são um pé no saco. Quer ir comigo até o bar? Eu te pago uma bebida.

Tentei fazer com que Dinah soltasse minha mão sob a mesa. Ela a apertou ainda mais.

– O que está fazendo? – ela murmurou.

Vi que ela estava virada para mim. Depois acompanhei seu olhar até chegar ao dr. Massett, que estava de pé atrás de nós. Dinah fechou a cara visivelmente.

– Ela vai aliviar o tédio de ser ignorada, Hansen – disse Dylan, apoiando as mãos sobre o encosto da minha cadeira, – vai doar um pouco de seu tempo a alguém que ficaria feliz em dedicar sua atenção a uma linda mulher.

Senti-me imediatamente desconfortável diante da animosidade crescente entre os dois. Puxei minha mão, mas Dinah não me largou.

– Suma daqui, Dylan – Dinah alertou.

– Você estava tão entretida com a senhora Coleman que nem reparou que eu estou sentado nesta mesa.

Dylan abriu um sorriso tenso.

– Vamos, Normani?

– Paradinha aí, Normani.

Estremeci ao ouvir seu tom de voz, mas estava magoada o bastante para dizer:

– Não é culpa dele. Ele está certo.

Dinah apertava tanto minha mão que até doía.

– Não vamos discutir isso agora.

O olhar de Dylan se voltou para mim.

– Você não é obrigada a aturar esse tipo de tratamento. Nem todo o dinheiro do mundo dá a ela o direito de tratar alguém assim.

Furiosa e terrivelmente envergonhada, eu me virei para Dinah.

– Hansen.

Não sabia ao certo se podia usar a palavra de segurança fora do quarto, mas ela me soltou assim que a ouviu. Empurrei a cadeira para trás e joguei meu guardanapo no prato.

– Com licença. Vocês dois.

Com a bolsa na mão, saí de perto da mesa com passos firmes e decididos. Fui até o banheiro para retocar a maquiagem e me recompor, mas, assim que vi que havia uma saída ali, meu desejo de sumir dali falou mais alto. Tirei o celular da bolsa ao chegar à calçada e mandei uma mensagem para Dinah:

Não estou fugindo. Só indo embora.

Consegui pegar um táxi que passava por ali e fui acalmar minha raiva em casa. Quando cheguei ao apartamento, tudo o que eu queria era uma banheira quente e uma garrafa de vinho. Ao pôr a chave na porta e virar a maçaneta, porém, dei de cara com um set de filmagens de cinema pornô. Durante os poucos segundos que meu cérebro precisou para registrar o que meus olhos estavam vendo, fiquei parada na entrada do apartamento, inundando o corredor atrás de mim com o som estridente do tecnopop. Havia tantas partes de corpos envolvidas que eu tive tempo de bater a porta com força antes de montar o quebra-cabeça. Uma mulher estava deitada de pernas abertas no chão. Outra estava debruçada sobre ela, chupando-a. Val estava mandando ver nela com força, enquanto outro cara o comia por trás. Olhei para cima e soltei o berro mais alto que consegui, incapaz de esconder que estava de saco cheio de todas as pessoas que faziam parte da minha vida. Como o ruído da música ainda estava competindo comigo, tirei um dos sapatos e joguei no aparelho de som. O CD pulou, o que interrompeu a sessão de ménage à quatro que acontecia no chão da minha sala e chamou a atenção para minha presença. Passei por cima deles e desliguei o som antes de encará-los.

– FORA DA MINHA CASA! – gritei.

– AGORA!

– Quem é essa aí? – perguntou a ruiva na base da pirâmide.

– Sua mulher?

Por um breve momento, pude ver a vergonha e a culpa no rosto de Val, mas logo depois ele abriu um sorriso arrogante.

– Minha colega de apartamento. Tem lugar pra mais uma, gata.

– Valentin. Não me provoque – alertei.

– Você não me pegou num bom dia. Não mesmo!

O homem de cabelos escuros que estava atrás de Val saiu de cima dele e veio para o meu lado. À medida que ele se aproximava, vi que seus olhos castanhos estavam absurdamente dilatados e que as veias de seu pescoço pulsavam enlouquecidamente.

– Posso salvar o seu dia – ele ofereceu com um sorrisinho.

– Não vem que não tem.

Ajustei minha postura, preparando-me para atacá-lo fisicamente se fosse preciso.

– DEIXE ELA EM PAZ, ALARIC – Val gritou, pondo-se de pé.

– Qual é, gata – Alaric continuou, deixando-me enojada ao usar o mesmo tratamento que Val usava para se referir a mim.

– Você precisa se divertir um pouco. Pode confiar em mim.

Por um instante ele chegou a ficar a poucos centímetros de mim. No momento seguinte, estava caindo no sofá com um grito. Dinah se colocou entre mim e todos os outros, tremendo de raiva.

– Vá terminar isso no quarto, Val! – ela mandou.

– Ou então em outro lugar!

Alaric estava se contorcendo no sofá, com o nariz jorrando sangue apesar das duas mãos que tentavam estancá-lo. Val apanhou seu jeans, que estava no chão.

– Você não é minha mãe, Normani.

Dei um passo à frente e fiquei lado a lado com Dinah.

– TER ESTRAGADO TUDO COM TYLER NÃO SERVIU DE LIÇÃO PRA VOCÊ, SEU IMBECIL DO CARALHO?!

– ISSO NÃO TEM NADA A VER COM TYLER!

– Quem é Tyler? – perguntou a morena curvilínea ao se levantar. 

Quando conseguiu olhar melhor para Dinah, ela se abriu toda, mostrando seu corpo belíssimo. Seus esforços renderam apenas um olhar tão carregado de desprezo que ela enfim teve a decência de corar de vergonha e se cobrir com um vestido dourado que apanhou do chão. Aproveitando minha disposição para briga, lancei uma provocação:

– Não leve a mal, não. Ela prefere as loiras.

O olhar que Dinah lançou para mim foi assustador. Eu nunca a tinha visto assim tão perturbada. Ela estava literalmente a um passo de uma explosão de violência. Assustada por aquele olhar, involuntariamente dei um passo atrás. Ela soltou palavrões furiosos e passou as duas mãos pelos cabelos. Sentindo-me subitamente esgotada e decepcionadíssima com as pessoas mais importantes da minha vida, virei as costas para tudo aquilo.

– Não quero essa putaria dentro da minha casa, Val.

Tomei o caminho do corredor, largando o outro sapato no caminho. Quando cheguei ao banheiro já estava sem roupa, e logo depois estava no chuveiro. Esperei a água esquentar e a deixei cair por meu corpo com toda a força. Cansada demais para ficar muito tempo de pé, sentei no chão bem embaixo da água corrente com os olhos fechados, abraçando os joelhos.

– Normani.

Eu me encolhi ao ouvir a voz de Dinah, agarrando as pernas com ainda mais força.

– Puta que pariu – ela explodiu.

– Não existe ninguém no mundo que me deixe mais puta que você.

Olhei para ela por entre os cabelos molhados. Ela andava de um lado para o outro no banheiro, sem blazer e com a blusa para fora da calça.

– Vá pra casa, Dinah.

Ela parou e me lançou um olhar incrédulo.

– Não vou deixar você aqui sozinha nem fodendo. Val pirou de vez! Aquele drogado filho da puta estava quase atacando você quando cheguei.

– Val não deixaria isso acontecer. Além disso, não estou com cabeça pra aturar você e ele ao mesmo tempo.

Eu não queria aturar nenhum dos dois, na verdade. Só queria ficar sozinha.

– Então vai se concentrar só em mim.

Tirei os cabelos do rosto com um gesto impaciente.

– Ah, é? Então quer dizer que a prioridade da minha vida é você?

Ela se encolheu como se tivesse levado uma pancada. 

– Pensei que a prioridade da nossa vida fosse fazer esta relação funcionar.

– É, eu também pensava. Até esta noite.

– Meu Deus. Dá pra esquecer essa história da Zendaya?

Ela abriu os braços.

– Estou aqui com você, não estou? Mal tive tempo de me despedir dela, porque tive que sair correndo atrás de você. De novo.

– Foda-se. Não fui eu que pedi pra você vir atrás de mim.

Dinah entrou no chuveiro de roupa e tudo. Botou-me de pé com um puxão e me beijou. Com vontade. Sua boca devorava a minha, enquanto suas mãos apertavam meus braços para me manter onde ela queria. Mas mantive a postura dessa vez. Não ia ceder. Nem mesmo quando ela tentou me seduzir com lambidas lascivas e sugestivas.

– Por quê? – ela murmurou, com a boca colada ao meu pescoço.

– Por que você quer me deixar maluca?

– Não sei qual é seu problema com o doutor Massett, e sinceramente não estou nem aí. Mas ele tinha razão. Você só conseguia prestar atenção em Zendaya. Praticamente me ignorou durante o jantar inteiro!

– É impossível pra mim ignorar você, Normani.

Ela fechou a cara.

– Quando você está por perto, não tenho olhos pra mais ninguém.

– Que engraçado. Porque, pelo que eu vi, você ficou o tempo todo de olho nela.

– Que bobagem.

Ela me soltou e tirou os cabelos molhados do meu rosto.

– Você sabe o que sinto por você.

– Ah, eu sei? Sei que você me quer. E que precisa de mim. Mas você é apaixonada por Zendaya?

– PORRA, É INACREDITÁVEL! NÃO!

Ela desligou o chuveiro e apoiou as duas mãos no box em torno de mim para que eu não saísse.

– Você quer que eu diga que te amo, Normani? Essa cena toda é por isso?

Senti meu estômago se contrair como se tivesse levado um soco. Nunca havia sentido uma dor como aquela, nem sabia que ela existia. Meus olhos ardiam, e eu me abaixei para passar sob seu braço antes de cair no choro.

– Vá pra casa, Dinah. Por favor! 

– Eu estou em casa.

Ela me agarrou por trás e enfiou o rosto nos meus cabelos ensopados. 

– Estou com você.

Lutei para me libertar, mas estava abalada demais. Fisicamente. Emocionalmente. As lágrimas começaram a cair em profusão, e não havia como detê-las. Eu odiava chorar quando não estava sozinha.

– Vá embora. Por favor!

– Eu te amo, Normani. É claro que sim.

– Ai, meu Deus.

Eu a chutei e consegui escapar. Seria capaz de qualquer coisa para me afastar de uma pessoa que estava me causando tamanha dor e sofrimento.

– NÃO ESTOU PEDINDO PRA VOCÊ TER PENA DE MIM. ESTOU PEDINDO PRA IR EMBORA! – explodi.

– Não posso. Você sabe que não posso. Pare de brigar comigo, Normani. Me escute.

– VOCÊ SÓ ESTÁ ME MAGOANDO COM ESSA CONVERSA, DINAH!

– Não é a palavra certa, Normani – ela continuou, teimosa, com os lábios grudados na minha orelha.

– É por isso que eu não disse antes. Não é a palavra certa pra você nem pro que eu sinto por você.

– CHEGA! Se você gostar de mim um pouquinho que seja, vai calar essa boca e sumir daqui!

– Já fui amada antes — por Zendaya, por outras mulheres... Mas o que elas sabem sobre mim? Como é que elas podem estar apaixonadas se não sabem nem quem sou? Se o amor é isso, não é nada em comparação ao que sinto por você.

Fiquei paralisada, tremendo, vendo no espelho meu rosto borrado de rímel e meus cabelos ensopados e desgrenhados ao lado da beleza perturbada de Dinah. Suas feições estavam dominadas pela emoção quando ela me abraçou com força. Nós não parecíamos combinar em nada uma com a outra. Ainda assim eu compreendia sua alienação por estar cercada de pessoas que não podiam, ou não queriam, entendê-la. Podia sentir seu auto-desprezo, proveniente do fato de ser uma fraude, uma imagem projetada de alguém que ela queria ser, mas não era. Sabia o que era conviver com o medo de que as pessoas que ela amava lhe virassem as costas caso a conhecessem como realmente era.

– Dinah...

Ela beijou minha testa.

– Acho que me apaixonei no momento em que vi você. E quando transamos na limusine virou outra coisa. Uma coisa maior.

– Que seja. Você me deu um chega pra lá naquela noite e foi cuidar de Zendaya. Como é que você pôde fazer uma coisa dessas comigo, Dinah?! COMO?!

Ela só me largou quando se ajeitou para me pegar no colo e me levar até onde estava meu robe, pendurado em um gancho atrás da porta. Ela me vestiu e depois me sentou na borda da banheira enquanto ia até a pia e pegava meus paninhos de tirar maquiagem da gaveta. Agachada na minha frente, começou a limpar meu rosto.

– Quando Zendaya me ligou no meio daquele evento, era o momento perfeito pra eu fazer uma idiotice.

A expressão em seu rosto banhado de lágrimas era tranquila e afetuosa.

– Você e eu tínhamos acabado de transar, e eu não estava conseguindo pensar direito. Disse pra ela que estava ocupada, e que estava acompanhada, mas quando percebi que ela estava magoada, achei que precisava acertar os ponteiros com ela pra poder seguir em frente com você.

– Não entendi nada. Você me deixou de lado por causa dela. É ISSO QUE VOCÊ CHAMA DE SEGUIR EM FRENTE COMIGO?!

– Não grite, por favor. 

– Eu pisei na bola com Zendaya, Normani.

Ela levantou meu queixo para limpar meus olhos borrados.

– Nós nos conhecemos no meu primeiro ano de universidade. Ela chamou minha atenção, é claro, toda linda e meiga, incapaz de dizer uma palavra desagradável sobre quem quer que seja. Quando veio atrás de mim, eu me deixei levar e tive minha primeira experiência sexual de comum acordo com ela.

– Eu a odeio.

Ela abriu um sorrisinho ao ouvir isso.

– Não estou brincando, Dinah. Esta conversa está me matando de ciúme.

– Com ela era só sexo, meu anjo. Com você, por mais violento e selvagem que seja, eu sempre faço amor. Desde a primeira vez. Você é a única pessoa capaz de fazer com que eu me sinta assim.

Suspirei.

– Está bem. Estou um pouquinho melhor.

Ela me beijou.

– Acho que dá para dizer que nós namoramos. Só fazíamos sexo uma com a outra e íamos a vários lugares juntas. Ainda assim, quando ela disse que me amava, foi uma surpresa. Uma surpresa agradável. Eu gostava dela. Da companhia dela.

– E pelo jeito ainda gosta – resmunguei.

– Me deixe falar.

Ela me castigou batendo com o dedo na ponta do meu nariz.

– Pensei que eu poderia estar apaixonada também, da minha maneira... da única maneira que eu conhecia. Não queria ver Zendaya com outra pessoa. Então aceitei quando ela propôs o casamento.

Eu me afastei para olhar bem para ela.

– Ela propôs o casamento?

– Não precisava ficar tão surpresa – ela falou, irônica.

– Você está acabando com meu ego.

O alívio tomou conta de mim com tamanha velocidade que fiquei até tonta. Atirei-me sobre ela, abraçando-a com a maior força de que era capaz.

– Hey.

Ela retribuiu o abraço com a mesma avidez.

– Está tudo bem?

– Melhorando.

Agarrei seu rosto entre as minhas mãos.

– Continue falando.

– Aceitei pelos motivos errados. Estávamos saindo fazia dois anos, e nunca tínhamos nem dormido juntas. Nunca falamos sobre as coisas que eu converso com você. Ela não me conhece, pelo menos não de verdade, mas ainda assim acabei me convencendo de que ser amada bastava. E quem seria capaz de fazer isso melhor que ela?

Dinah passou a concentrar sua atenção em meu outro olho, removendo as manchas pretas.

– Acho que ela esperava que o noivado fosse fazer o relacionamento decolar. Que eu fosse me abrir mais. Que dormisse com ela no hotel — que ela considerava muito romântico, aliás — em vez de ir logo pra casa por causa das aulas no dia seguinte... Sei lá.

Tudo isso me mostrou como ela era uma pessoa solitária. Minha pobre Dinah. Tinha passado tanto tempo sozinha. Talvez a vida inteira.

– E de repente ela pode ter terminado tudo um ano depois – ela continuou – pra tentar dar uma sacudida nas coisas. Pra me obrigar a fazer um esforço pra ficar com ela. Em vez disso, fiquei aliviada, porque já estava começando a entender que seria impossível pra mim morar sob o mesmo teto que ela. Que desculpa eu teria que arrumar para continuar dormindo sozinha e ter um espaço só pra mim?

– Você nunca pensou em contar pra ela?

– Não.

Ela encolheu os ombros.

– Até conhecer você, não encarava meu passado como um problema. Até achava que ele tinha influência na maneira como eu conduzia as coisas, mas tudo tinha seu lugar e eu não me considerava infeliz. Na verdade, achava que levava uma vida confortável e descomplicada.

– Ops.

Franzi o nariz.

– Olá, senhora Confortável. Eu sou a senhorita Complicada.

Ela abriu um sorriso.

– Com você, nada é previsível ou tedioso, meu amor.


Notas Finais


MEUUU CASALZÃO!!! AAAAH
Espero muito que vocês tenham gostado, não esqueçam de deixar sua opinião nos comentários, é importante pro desenvolvimento da fic.
Durmam bem, meus amores e até o próximo! ❤❤


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