-Que tal fazermos um brinde ao bebê da Nina e do Gaston? -Luna sugeriu de imediato levantando-se em seguida, e novamente Matteo se surpreendeu, a garota estava arrumando desculpas ótimas em um curto tempo e aquilo, por mais errado que fosse, o fazia acha-la ainda mais linda.
Todos olharam para Luna por um instante, confusos, mesmo ela tendo ideias tão repentinas na maioria das vezes. Na tentativa de ajudar a amiga, Matteo levantou-se com a taça nas mãos. Gaston franziu a testa e Luna inclinou a cabeça e apertou os olhos na direção do rapaz e poucos segundos depois ele percebeu que ajudaria muito permanecendo calado.
Miguel, Nina e Gastón também se levantaram e por fim, Carmen, com uma feição pior que sua natural, levantou-se contra vontade, erguendo a taça com total classe.
Assim que fizeram o brinde sem sentido, Luna sentou-se na cadeira soltando um suspiro que continha o tamanho alívio que sentia. Matteo sorriu de lado e por baixo da mesa, segurou a mão da amiga na tentativa de mostra-la que tudo estava bem, e realmente estava.
-Não sei o que seria de mim sem você, mauricinho.
-Seria...
-O que seria, rapaz? -Miguel perguntou calmamente enquanto garfava o filé de frango em seu prato. Merda, estava enrascado outra vez. Teria escutado a pergunta retórica de Luna?
-Hã... seria, Luna seria insana se não provasse as abóboras com uma cara tão boa! -murmurei e Miguel deu risada.
Pronto, fodeu!
-Luna detesta abóboras! -o pai de Luna explicou limpando a boca com um guardanapo branco logo em seguida. Sim, Matteo sabia o que Luna detestava desde que a garota tinha seus cinco anos de idade. -Mas e você, por que não as come?
Luna começou a rir pensando em mais quantas situações embaraçosas os dois se meteriam hoje, e logo, a menina engasgou-se, mas deixou o pai pensar que estava apenas debochando do menino Balsano, que olhava furioso para a amiga.
-Ah, eu adoraria, mas eu sou alérgico a abóboras! -respondeu depressa, havia sido a primeira coisa que saíra de sua cabeça. Afinal, ele tinha nojo de abóboras, nunca comera em sua outra vida humana. -Descobri aos quatro anos, doce de abóbora... é, eu fiquei realmente triste, me pareciam deliciosas e...
-História comovente, Matteo! -Nina deu risadas tentando cortar o assunto, ela sabia que estavam a mentir novamente. -Me conte sobre a Itália, o que vocês comem por lá além de pizza e macarrão?
[...]
-Vocês vão explicar direitinho essa história! -Nina murmurou baixinho enquanto eu, ela, Gastón e Matteo subíamos as escadas. -Gastón me contou tudo, se o papai pega vocês...
-Fofoqueiro! -sussurrei dando um tapa no braço do meu cunhado, que deu risada. -Vamos pro seu quarto, Ni, te explicamos lá!
[...]
-Anjo, Luna? Inventa outra! -Nina respondeu entre risadas. A mais velha achava que a irmã estava louca, ora essa, contando histórias sobre anjos. -Isso é patético, Luna Valente!
-Você está sendo patética, irmã. -Luna retrucou. -Não é complicado de entender! Matteo é meu anjo desde os cinco anos, ele era o anjo da mamãe, e quando ela morreu, se tornou o meu. Tá, essa parte é complicada. Mas você só precisa entender que ele esteve comigo durante toda a minha vida, Nina.
-E por que podemos vê-lo, se é um anjo? -Gastón perguntou e sua noiva o encarou incrédula por ele cogitar acreditar em tal loucura.
-Porque ele deixou de ser um anjo por fazer coisas como salvar a Nina na escada outra noite. Ele só poderia proteger a mim.
-Como sabe da escada? -Nina questionou arregalando os belos olhos. Ela estava sozinha aquela noite, como alguém poderia... -Isso é loucura! -a mulher concluiu.
-Me ajuda, mauricinho! -Luna pediu revirando os olhos, ela não sabia de que forma convenceria a irmã.
-Não tenho como provar nada, menina delivery! -o garoto sacudiu os ombros. -Vocês poderiam apenas fingir que eu cheguei hoje e fim?
-Podemos? -Nina ergueu os olhos para o noivo, o mesmo olhou para Luna e lançou lhe um meio sorriso. Em seguida girou a cabeça na direção da namorada e assentiu. -Somente dessa vez.
[...]
Duas semanas depois...
Todos na casa já haviam acostumado-se com a presença de Matteo e o adoravam. É claro que o anjo teve que começar uma faculdade de engenharia em Buenos Aires, ou descobririam tudo. As coisas iam mais que bem, tanto para Luna e seus amigos, quanto para Matteo e seu maior desafio, a família da menina.
Gastón e o menino Balsano se tornaram amigos, o que fez com que o mais novo desabafasse seu sentimento por Luna ao rapaz. E então, o mais velho contou a Matteo como havia sido difícil conquistar Nina, pois ela gostava de um outro homem, e isso fez o ex-anjo sentir-se um pouco melhor.
Já Luna, ah, Luna tinha um pequeno problema, estava começando a se apaixonar pelo amigo, ex-anjo, Matteo Balsano, e o pior, ela sabia disso. Como poderia ser tão burra? Logo ele? Tantos outros... Mas não havia volta, estava apaixonada, e isso não mudaria tão rápido o quanto ela queria.
-Nós iremos à festa no Roller? -Matteo perguntou a à Luna que fazia seu trabalho de história do outro lado da mesa, enquanto ele fazia os difíceis cálculos da engenharia.
-Mas é claro, tenho um par de patins reservas, você pode usar! -a menina respondeu enquanto terminava algumas anotações.
-Ele não é rosa, né? -analisou totalmente desconfiado.
-Não mauricinho, são pretos! -Luna deu risada. -Acha que há alguma chance do Simón voltar com a Âmbar?
-Eu não sei, depois do que ela fez à você... Contou à ele?
-Eu não, mas os fofoqueiros da escola sim. -a garota deu de ombros após fechar seus livros. -Eu não sinto mais nada por Marco, Matteo! Simón ainda ama Âmbar e eu tenho certeza de que algumas bebidas e eles estarão se agarrando novamente.
-Quem estará se agarrando, Luna? -o pai da garota questionou ao entrar na sala, surpreendendo ao casal de amigos ali presentes.
-Hã... é...
-Elijah e Hailey. -Matteo respondeu no lugar da amiga, referindo-se a um casal de um série conhecida. -São um casal bonito, mas é uma história fictícia, senhor!
-Interessante. -o homem respondeu, mas não havia achado nada interessante ali. -Não voltem tarde da festa no Roller, tenham cuidado, Luna, nada de bêbidas! -alertou para a menina, que assentiu. -Matteo, cuide dela e cuide-se também, certo?
-Certo, Sr. Valente.
[...]
Matteo e Luna foram patinando até o Roller no início da noite, as estrelas começavam a surgir no céu e o rapaz ficava cada vez mais encantado com a beleza da menina. Luna deslizava a sua frente, ele observava seus cabelos voarem para todos os lados enquanto a menina se divertia dando mais e mais giros.
Sua risada era deliciosa, a felicidade da amiga o enlouquecia. Bem menos experiente que Luna, Matteo correu mais lentamente, até suas mãos encontrarem as dela e o seu peito quase colar nas costas da mesma.
-O que está fazendo? -ela perguntou ingênua.
-Apenas seguindo você, menina delivery.
-Gosto disso. -ela comentou constrangida entrelaçando seus dedos aos do rapaz.
Luna sentia algo muito forte por Matteo Davies, e acreditava que esse sentimento seria seu próximo obstaculo.
[...]
Luna estava animada em ver todos os amigos reunidos no Roller, fazia tempo que não iam juntos a uma festa grande.
Duas horas se passaram e a menina manteve sua promessa de não beber álcool, afinal, nunca havia o provado e tinha medo de como poderia se comportar. Mas Matteo, ah, ele sim estava bebendo drinks e mais drinks, mas Luna decidiu não se preocupar, ele tinha idade o suficiente para saber o que estava fazendo, e depois de tantos anos como anjo, merecia se divertir, mesmo longe da vista da amiga.
-Onde está o seu amigo? -Simón girou Luna na pista de dança enquanto ela conversava com Delfi e Pedro. -Olá casal!
-Oi, Simón! -cumprimentaram juntos, fazendo os dois amigos darem risada.
-Está falando do Matteo? -a menina perguntou e Simón assentiu bebendo um pouco da vodka com morango em seu copo. -Eu não faço ideia! -respondeu dando risada.
-Estão falando do Italiano que nos apresentou mais cedo, Lu? -Pedro perguntou e a garota concordou com a cabeça. -Ele está bem ali, com a Âmbar!
Com Âmbar? Impossível. Eles nem se conheciam direito.
Luna resolveu olhar para o lugar para onde o namorado de Delfi havia apontado. E lá estava Matteo Davies, o garoto por quem estava apaixonada, beijando a garota que fora sua melhor amiga um dia.
-Como... merda, me apaixonei pelo garoto errado! -a menina grunhiu, mas não estava tentando parecer forte, pois suas lágrimas já escorriam lentamente logo após o grande choque e os minutos nos quais havia observado em silêncio. -Me dê essa merda de bebida na sua mão, Simón! Antes que eu ensine a Âmbar o significado de amizade!
-Mas ninguém sabia que estava apaixonada pelo idiota ali, muito menos ela! -tentou justificar, Simón.
-Não sabia, mas vai saber se eu for lá. Ah, vai!
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