História My Angel - Fuck.

Luna nunca estivera tão magoada, nem o beijo de Âmbar e Marco haviam deixado a pequena garota tão triste. Âmbar, seria sempre ela a roubar seus garotos? Ora, Matteo era de Luna, não era? Sempre fora seu anjo, seu amigo mais fiel e... e agora era livre. Agora era um ser humano, livre pra fazer o que quiser, inclusive beijar outra boca que não fosse a dela.

Tola, sua amiga, ou melhor, ex-amiga, era muito mais atraente. Mas Luna tinha uma coisa que Matteo presava e que Âmbar jamais teria mais que do que a menina Valente, diversão. Luna jorrava diversão por onde passava, era animada e cheia de vida e Matteo era loucamente apaixonado por esse seu jeito encantador, uma pena que sua ex-protegida  não fizesse ideia disso.

-Você pode parar de olhar para eles um segundo que seja? -Simon questionou irritado, mas Luna não lhe deu ouvidos e continuou a fuzilar os dois amigos que se beijavam loucamente no canto de uma parede. -Certo, vem aqui!

-Me solta, eu quero arrancar os cabelos da sua ex! -Luna grunhiu se debatendo na tentativa de sair dos braços do melhor amigo. 

Delfi e Pedro se afastaram a pedido de Simon, que tentava conter a amiga. Mas de repente, ela parou, ela parou de se mover e começou a chorar, como uma criancinha.

-Ei, está tudo bem, Lu! -o garoto começou a acariciar os cabelos da menina, que apoiou sua cabeça sobre o ombro de Simon enquanto chorava de soluçar. -Se ele merecesse você, estariam juntos agora. Não chore por esse idiota. Olhe para mim, entendi que não devo chorar por Âmbar.

-Eu devia ter lhe dito, ele não sabia o que eu sinto... ninguém além de mim sabia!

-Mas Luna...

-Vai passar! -ela disse ríspida, limpando qualquer lágrima que ousasse escorrer de seus olhos tão bonitos. -Eu preciso beber!

-Você precisa. -Simón concordou, o que espantou Luna, mas deixou-na feliz por não ter que insistir. -Vamos lá!

[...]

Passavam das duas da manhã e Matteo procurava Luna por cada canto do Roller, ele não a via faziam horas e isso começara a preocupa-lo. Perguntou a cada uma das pessoas pelas quais passou e por fim, Nico, que estava no bar, disse que a menina havia pegado uma bebida ali há dois minutos, no máximo.

-Com bebida você diz refrigerante, correto? -Matteo questionou aflito, mas Nico negou, calmamente. -Você deu bebida a uma menor? Você é maluco garoto?

-Ah, quem é você? -Nico revirou os olhos. -Sou amigo da Luna tem anos, sei o que posso ou não fazer! Aliás, ela está com Simón, que sempre cuidou muito bem dela. Não venha me ensinar a fazer o meu trabalho. 

-Imbecil. 

Antes que pudesse terminar a discussão, como um colírio para os olhos do garoto Balsano, Luna dava risadas ao lado de Simón, próximos ao palco. O que faziam naquele canto afastado? Sem pensar muito, o garoto foi correndo até lá, praticamente aos pulos. 

-Até que enfim encontrei você! -Matteo falou alto o suficiente para que as risadas cessassem. 

-Sério? Eu acho uma pena! -Simón retrucou baixinho, fazendo Luna rir. -Luna está bem, sem você aliás.

-Desculpe-me por deixa-la sozinha, menina Delivery! Mesmo! -o garoto pediu, sabendo que havia errado com a amiga. 

-Eu não ligo. -ela deu de ombros. -Nunca precisei de babá.

-Certo, ou está muito bêbada ou muito zangada. -o menino concluiu, puxando-a pelos braços. -Temos que ir embora, você não devia ter consumido nada alcoólico. 

-Foi você quem prometeu ao pai dela que ela não consumiria álcool, Balsano! -Simón disse em tom de acusação, tentando puxar Luna de volta, mas Matteo escondeu-na atrás de si.

-Pensei que Luna fosse consciente e que seus amigos também fossem, mas estava errado. -Matteo revirou os olhos, deu um passo a frente e colocou o indicador no peito do melhor amigo de Luna. -Eu gostava de você, garoto, gostava!

-Gostava de mim? -Simón deu risada. -Do que ele está falando, Luna? Nem me conhece direito...

-Amanhã nos falamos. -a menina disse calmamente. -Vá para casa também. -Luna pediu desvencilhando-se de Matteo. -Te explico tudo depois. 

Logo, a menina Valente selou os lábios do amigo em um beijo rápido, o que deixou Matteo de boca aberta, com enjoo, ele amava Luna, e toda vez que a via beijar outro era como um choque, um choque doloroso.

Luna Valente soltou o amigo, que a encarava surpreso e feliz pelo antecedente e então, a garota passou por Matteo sem dizer uma palavra e caminhou para a saída do Roller.

[...]

-É isso o que acontece quando eu deixo você sozinha? -Matteo perguntou enquanto seguia Luna sobre seus patins, ele não entendia como ela conseguia patinar estando bêbada. 

-Me deixa sozinha para beijar Âmbar? -a menina perguntou de forma debochada, sentando-se em um banco enquanto sua cabeça parecia girar. 

-É por isso que está com raiva? Por que beijei alguém que você não gosta?

Luna queria gritar que não, gritar que estava brava porque gostava de Matteo, mas não podia, não podia ser mais fraca do que já estava sendo naquele momento. Sem forças para uma discussão, a menina apenas levantou-se e seguiu caminho.

-Luna, pare de fugir de mim! -Matteo gritou, irritado, voltando a segui-la. -Tenho que levar você para comer alguma coisa, não pode ir para casa assim!

-Sei me cuidar sozinha! -a garota retrucou, correndo cada vez mais rápido pelas ruas vazias. -Aliás, meu pai já deve estar dormindo.

-Não parece que sabe se cuidar sozinha! -Matteo debochou, mesmo sabendo que irritaria a ex-protegida. Ele a conhecia, ele a amava de todo coração e o beijo que ela havia dado em Simón ainda ardia em sua cabeça. -Por que beijou Simón? Gosta dele?

-Pare de me seguir, vá pela outra rua. -Luna exigiu ignorando por completo a pergunta de seu antigo anjo. -Não cuidou de mim quando devia, não venha fazer isso agora. -e então ela parou, dando tempo para que Matteo a alcançasse. -Como eu disse, não preciso de babá.

-Como não? Sempre precisou de mim! -Balsano retrucou irritado. -Foi uma idiotice ter me tornado humano, eu me arrisquei pelos seus amigos, para te deixar feliz, mesmo sabendo o que tinha a perder por isso. Eu não ligo de ser humano, mas simplesmente não posso te proteger mais!

-Você é um babaca! -Luna o empurrou e em seguida deixou que uma risada falsa lhe escapasse. -Eu não preciso de você, Matteo Balsano, seu mauricinho de merda, metido a besta!

Sem pensar duas vezes, Luna virou-se e foi em direção ao outro lado da rua, mas no mesmo instante, um único carro passava pela rua, mas estava tão irritada que nem sequer percebeu. Só deu conta do que estava para acontecer quando o farol iluminou seu rosto com uma claridade terrível.

Luna precisava de Matteo, seja para salva-la ou não, a menina precisa de seu anjo, amigo e amor, mas era muito orgulhosa para assumir.

Os braços finos do mais velho agarraram-na pela cintura antes que o carro pudesse atingi-la.

-O que seria de você sem mim, hein? -Matteo brincou, mas estava tão assustado quanto a menina.

-Metido. -Luna reclamou enquanto envolvia os braços no pescoço do garoto, que mantinha os olhos fechados enquanto respirava fundo e tentava encontrar sua respiração. -Obrigada. -disse contra vontade.

-Nunca -Matteo iniciou o que para Luna seria um sermão saindo do abraço, segurando o pescoço da menina logo em seguida. -, nunca mais, me dê esse susto. -disse pausadamente. -Eu não posso perder você. -e então, Matteo selou os lábios de Luna com um beijo.

E sim, ela correspondeu.