História My awkward life - Accident

- Que ridículo! Mary não veste 38, você já viu aquelas banhas? Eu vi ela no clube com uma saia minúscula, e acredite em mim, não era do jeito bom.

Depois aquela noite que eu tinha considerado ser a pior da minha vida, eu finalmente pude voltar para a casa, e o que é melhor do que ser recebida por sua mãe fofocando no telefone?

- Não, claro que não, ela nem sequer é atraente! Ah, só um momento, Jane – ela finalmente pareceu ter notado minha presença e logo esticou um papel para mim – Chegou isso para você mais cedo, querida.

Peguei o papel que logo identifiquei como uma carta, e senti o olhar de minha mãe sobre mim. Ela sempre sabia quando havia algo de errado.

- Blair.. não pago seu cabelo para você deixar desarrumado desse jeito. – e ela prontamente queria evitar meus problemas.

Subi para meu quarto ligando meu laptop e conectando no meu blog pessoal.

Como eu chamo o pior dia da minha vida? Talvez...

"Embaraçoso, cru e revirado"

Senti meu celular vibrar em baixo de mim e vi uma chamada no FaceTime de Lydia, minha melhor amiga. Atendi, é claro.

... 3 minutos depois...

- Ele te rejeitou? Que estúpido! Mas eu meio que esperava isso.

- E não me avisou? – falei um pouco exaltada, podemos dizer assim.

- Não foi psíquico ou algo assim. Caras como Justin não saem com garotas como nós. Mas olhe pelo lado bom, pelo menos ele não pôs na internet que te abandonou para sair com a Freak Carrie. Que humilhação hardcore. Pelo menos, no seu caso, nada aconteceu.

- É.. – digamos que eu não tenha contato a história toda para ela.

- Imagina que suicida você estaria se tivesse transado com ele.

- Posso imaginar. – essa é a hora em que eu fico louca?

- Você precisa sair dessa, B-town. Mas agora, tem uma festa hoje na casa de Dylan Carpenter e já que Hannah não vai, você precisa ir comigo.

- Ela está de castigo de novo?

- Sim, não conseguiu tirar acima de 120 em uma prova estúpida lá. Os pais dela podem estar achando que ela não é chinesa de verdade.

- Essa não foi legal.

- Palavras da Hannah, não minhas. Então, você vai?

- Não sei, te ligo mais tarde.

- Vou esperar. Vá lá chorar no seu blog, e fale de mim se quiser. – falou enquanto pintava suas unhas e desligando logo em seguida.

Levantei da cama e vi a carta que minha mãe tinha me entregado caída no chão. Peguei ela e fui até o banheiro colocando a banheira para encher. Abri a carta desdobrando apenas um pedaço e comecei a ler.

"Blair,

Do jeito que você é agora, você poderia desaparecer que ninguém notaria

A friend"

Um amigo???

"Aqui está uma lista de sugestões que deve levar urgentemente em consideração.

Número 1: pare de ser uma vadia medrosa."

Não terminei de ler, desliguei a torneira da banheira, amassei a carta e joguei na minha estante logo que cheguei em meu quarto.

Fui até meu laptop entrando em meu blog novamente.

"Quem escrever a carta não deixou rodeios. Mas era verdade. E a verdade dói"

- Jantar em 10 minutos! – escutei minha mãe gritando, mas ignorei e continuei escrevendo.

"Às vezes, ser adolescente te faz querer morrer."

Voltei para o banheiro e olhei meu reflexo no espelho. Cabelos bagunçados e duas bolsas roxas enormes embaixo dos meus olhos.

- Estou horrível – falei para mim mesma. Coloquei a banheira para encher e peguei o pote com minhas aspirinas tirando duas de dentro.

- Aspirina me faça ir embora.

Engoli elas sem água mesmo, o que foi uma péssima ideia. Comecei a engasgar e tossir, deixando o pote de aspirina cair todo no chão, espalhando pelo banheiro todo. Minha garganta estava fechando quando conseguir cuspir as pílulas, mas bati meu braço sem querer derrubando meu secador - que sim, estava na tomada - dentro da água da banheira, fazendo a luz da casa toda apagar. E, para completar o desastre, escorreguei quando pisei nas malditas aspirinas e caí por cima de meu braço esquerdo, gritei sentindo uma dor imensa tomar conta dali.

- Blair? Blair? Cadê você?