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História The Hidden Story - Prazer em te conhecer!


Escrita por: JHK94_

Notas do Autor


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*Capítulo betado* 25/07/2021

Capítulo 5 - Prazer em te conhecer!


Fanfic / Fanfiction The Hidden Story - Prazer em te conhecer!

➪ THE HIDDEN STORY
➼ Prazer em te conhecer!  

O caos estava instalado.

Gritos guturais eram emitidos pelos alfas e os rosnados assustavam alguns ômegas que corriam para se esconderem da guerra iniciada naquele recinto.

— Pegue SeokJin e se esconda! — Foi o que ChungHee disse quando estavam mata adentro. 

— Mas e você?! — A mulher exclamou nervosa, segurava seu pequeno filhote em seus braços, o embalando protetoramente. — E se algo acontecer com você?

O homem suspirou e deu um sorriso fraco.

— Não se preocupe, o mais importante aqui são vocês... — Disse calmamente, aproximando-se e selando a testa de sua amada. As mãos um tanto calejadas seguravam o rosto bonito, e os seus olhos levemente avermelhados analisavam cada feição da ômega.

Temia, pois não sabia se sairia vivo desta vez. Havia entrado em guerra com o Clã de Solis, pois seu irmão estava demonstrando sentimentos de ambição e violência óbvio que uma hora ou outra iria querer invadir o território em um momento de guarda baixa.

— Mas... — Joeun choramingou e uma lágrima escapou de seu olho esquerdo quando ChungHee beijou os seus lábios docemente. — Eu te amo.

— Mantenha-se segura com o nosso filhote. — Foi o que ele disse quando se afastou e tirou a blusa preta de linho, envolvendo o tecido fino em torno do menino de 1 ano e 5 meses. — Eu vou voltar para vocês... — Foi o que ele disse assim que lambeu a marca de sua esposa e os pulsos do pequeno SeokJin, tal ato demonstrava que os queriam seguros e a lambida era uma forma de transmitir proteção aos dois e uma ameaça para aqueles que ousarem se aproximar, deixando claro que ambos estão sob sua proteção.  

Dito isso, afastou-se andando de costas e em um salto metamorfoseou-se, indo para longe de sua esposa e filho.

Joeun chorou alto, a dor em seu peito só crescia mais e mais. O bolo preso em sua garganta a deixava aflita. Sentia a insegurança junto do sentimento agonizante percorrer por todas as suas veias e artérias, como veneno se espalhando após um gole generoso do líquido impuro.

O pequeno filhote estava sentido a aflição de sua progenitora, ficando levemente incomodado. Olhava para o rosto banhado em lágrimas a sua frente e chegou a conclusão de que não gosta da ideia de vê-la assim.

A pequena mãozinha foi até a face bonita da mais velha e deixou a mesma repousando na bochecha avermelhada e quentinha. Os olhos de cor de nébula encaravam fixamente a imagem transmitida à sua frente.

Aaa... — Comunicava-se da forma que podia, em sua cabecinha tais palavras possivelmente iriam trazer um conforto a mais velha.

— Sim, meu filho. O papai vai voltar para nós. — Ela disse e alisou os fios acinzentados. 

SeokJin franziu o cenho e fez um biquinho adorável. O que a mamãe estava falando? Estava com fominha.

— Buu... — Tirou a pequena mãozinha do rosto da mais velha e a levou, juntamente com a outra, em direção ao decote do vestido que a ômega usava.

Puxou o tecido com as pequenas e gordinhas mãos aquele pano chato que escondia o lugar na qual amava passar parte do tempo se alimentando.

Perdão, meu menino... — Joeun murmurou, alisando a pequena franjinha galega do bebê. — Precisamos nos esconder primeiro. — Disse a si mesmo, analisando aquela mata densa e silenciosa.

Não estava muito distante daquele campo de batalha, mas também não estava muito perto. Seus instintos protetores gritavam dentro de si para que protegesse o seu filhote a todo custo.

Respirando pesado, a Kim segurou firme o seu filho em seus braços protetores e SeokJin manhosamente encostou a cabeça nos peitos de sua progenitora aguardando o momento em que seria alimentado de uma forma decente.

A mulher usava todo o seu senso de localização para seguir até um local seguro e longe de todo aquele caos, por mais que todos os seus poros gritassem para voltar ao lugar onde o seu homem estaria lutando com todas as suas forças. A Kim poderia facilmente se metamorfosear mas seria um risco carregar o seu pequeno filhote sobre as costas, pois de certa forma sua retaguarda estaria vulnerável.

Olhando para cima, a mulher analisou a copa das árvores — que consequentemente escondia o brilho do sol, por causa de suas folhas — e fechou os olhos. Conversou silenciosamente com a mãe natureza e esperou, esperou até o momento que o canto de alguns pássaros soaram ali, juntamente com o barulho de suas asas batendo.

Leste... — Murmurou pra si mesma e preparou-se para seguir aquela direção.

Com os pés descalços, sujos de terra e mato seco, a mulher deu inicio a sua caminhada insegura. Respirava pesado, olhando para os lados e para trás de forma desconfiada, qualquer barulho denunciaria perigo. Joeun faria qualquer coisa para manter o seu primogênito e bebê em seu ventre seguros.

Martirizou-se naquele segundo por não ter contado ao seu alfa do futuro filho que estaria por vir. Não se faziam uma semana desde que descobriu a sua nova condição, consequentemente seu marido também não notou seu cheiro diferente, já que estava ocupado e preocupado o suficiente com as ameaças de invasão de seu irmão.

Andou insegura por alguns minutos até que notou algo diferente, um cheiro diferente.

Não era forte o suficiente para ser um alfa ou ômega, deveria ser algum beta com carácter de um dos dois. 

Segurou SeokJin firmemente em seus braços, o pequeno filhote se encontrava encolhido e em uma soneca muito gostosa, as mãozinhas estavam confortavelmente juntinhas próximas aos seu rostinho, os pezinhos estavam da mesma forma e a babinha escorrendo de seu biquinho mostrava o quão bom o seu soninho estava.

A ômega apurou os seus sentidos ao mesmo tempo que as gloriosas íris azuis tomavam de conta do castanho claro de seus olhos. 

Naturalmente, quando uma mulher ou homem ômega dão à luz aos seus filhotes, ficam mais ariscos do que o normal, da mesma forma quando estão gerando outra vida em seus ventres, a tendência é matar todos aqueles que transmitem perigo para si e o seu bebê.

Procurando algum lugar seguro, Joeun caminhou rapidamente em direção a um pequeno amontoado de matos e escondeu seu filhote ali. Onde o pequeno bebê se aconchegou.

Com a respiração desregulada, a mulher se afastou dali e acabou dando de cara com um beta, um beta com caráter dominante alfa.

— Ora, ora o que achei aqui... — A voz do homem reverberou pelo recinto. — ChulHoo vai gostar de saber disso.

Joeun o observou atenta e calada, qualquer passo dado por aquele homem ela não hesitaria em se metamorfosear e atacar.

— Que ômega arisca, huh? — Ele deu um passo à frente.

Joeun recuou bruscamente e lhe mostrou as presas.

— Não faça com que isso seja difícil, apenas se entregue. — O beta falou e se aproximou mais uma vez, fazendo com que a Kim rosnasse alto.

SeokJin, que ressonava sob a seguranças das folhas que o envolvia, acordou por consequência do som de ameaça que sua progenitora direcionou ao beta de carácter dominante.

Curioso como sempre foi, o filhote se levantou com um pouquinho de dificuldade  e procurou de onde vinha aquele som, sua mamãe estava sendo ameaçada?

Os olhinhos com cor de nébula analisaram todo aquele espaço onde estava, não conseguindo encontrá-la. Sua cabeça girava de um lado para o outro, ele estava desesperado,  não estava gostando de estar sozinho naquele ambiente mais fresco e frio que o normal e por mais que estivesse envolvido pela blusa de seu papai e ainda sentisse o cheirinho de sua mãezinha em si, sentia-se perdido e abandonado.

Foi inevitável quando um biquinho tristonho se formou em seus lábios cheinhos e as mãozinhas fechadas em punho seguiram um caminho até os olhinhos banhados em lágrimas de desespero.

Tanto é que o chorinho do pequeno filhote chamou a atenção do beta que ainda cercavam a mulher não muito longe daqui.

— Mas ora vejam só o que temos... — O homem sorriu oblíquo e Joeun se desesperou, arregalando os olhos. — Agora as coisas vão ficar mais fáceis, achei que a esposa do líder de Luna fosse mais esperta.

— Se afaste! — Rosnou quando o beta deu mais dois passos à frente, as suas unhas já estavam grandes o suficiente para perfurar a carne do outro, ninguém ousaria chegar próximo ao seu filhote.

— As ariscas são as melhores. — Voltou a falar com um sorriso nojento nos lábios. — Isso vai ser bom.

— Se afaste! Não ouse se aproximar! — Joeun voltou a rosnar, os olhos azuis denunciando a ira de sua loba.

O beta então sorriu, se endireitando quando olhou para trás.

Mama... — O pequeno filhotinho choramingou nos braços de uma mulher alfa.

SeokJin... — No momento em que se virou e abaixou a guarda, o beta a segurou por detrás e a imobilizou pelo pescoço, em pouco segundo a mulher desmaiou nos braços alheios.

Não muito distante dali, de volta ao campo de batalhas, o cheiro de sangue era forte e presente.

Os homens rosnavam como loucos e alguns metamorfoseados destroçavam algumas cabeças por ali, os corpos se chocavam com violência. 

Socos, chutes eram dados uns contra os outros. Lutavam, literalmente, até a morte.

O suor e sangue espalhados sobre suas epidermes eram detalhes mínimos em relação aos cortes profundos que tinham em seus corpos devido aos ataques, mas nenhum daqueles alfas se importavam com isso, já que tinham um objetivo.

Não importava o quão cansados e a beira da exaustão estivessem, eles teriam que lutar até o fim, aquilo também era por sua honra.

Até então, Luna e Solis eram terras pacíficas. Ambas lideradas por homens competentes e muito bem respeitados. ChungHee e ChulHoo são irmãos de sangue, todavia, de uns tempos para cá a ganância por terras cresciam cada vez mais.

Por mais que tivessem o mesmo tanto e hectares de terras, o sangue humano das gerações passadas ainda percorriam por suas veias, então aquilo não era o suficiente. O desejo de guerra nunca havia morrido, fruto disso foi o Clã de Solis atacar primeiro.

Os homens "competentes" foram corrompidos pelos desejos de mais e por mais que suas ômegas implorassem por tranquilidade e chorassem com medo de perderem os seus filhotes, os homens estavam cegos, como se estivessem com um vírus em seus corpos que não os permitissem pensar direito.

E agora, ambos os alfas se enfrentaram de forma selvagem ali. Não enxergavam nada claramente diante de seus narizes, era como se uma névoa chegasse às suas mentes.

ChungHee grunhiu quando recebeu uma mordida forte próximo aos seu pescoço, perdendo um tufo de pelos no processo.

Rosnou irado e não perdeu tempo antes de chocar o seu corpo contra o de seu irmão, rolando no chão, grunhindo e desferindo mordidas onde podia e conseguia.

ChulHoo não perdeu o foco e continuou da mesma forma, a baba escorria de sua boca canina conforme mostrava os seus dentes para o seu irmão.

Os feromônios eram soltados sem miséria já que queriam marcar território, queriam dizer que aquele território era deles.

 

"Desista" ­— Foi o que ChungHee disse.
"Nunca!" — Ganhou em resposta.
"Pare de ser idiota! Sabe que essa batalha está sendo em vão!"
" Você não sabe o que está dizendo, ChungHee!"

 

Rosnaram alto e continuaram.

Já próximo dali, o beta que encontrou Joeun na floresta, a carregava como podia em seus braços e a alfa trazia o pequeno filhote do Clã de Luna em seus braços, SeokJin não parava de chorar chamando por sua mamãe, as mãozinhas se abriam e fechavam em direção da mulher, implorando para que ela lhe tirasse dos braços musculosos daquela mulher esquisita.

Com o balançar dos passos do beta, Kim Joeun aos poucos foi despertando. Sua cabeça doía levemente e um pequeno zumbido em seus ouvidos a deixava levemente irritada. 

Quando foi capaz de escutar o chorinho agudo de seu filho, automaticamente despertou. Tentou pular dos braços do homem que lhe segurava e falhou.

— NÃO! — Virou o corpo com violência para a direção de onde estava o seu filhote. — ME SOLTA! ME SOLTA AGORA! — Desesperada e com lágrimas nos olhos a ômega implorou.

— Fica quieta! — O beta rosnou e puxou o corpo da mulher para mais próximo. — Ou será pior para você.

Joeun ainda resistiu por alguns minutos de caminhada mas parou no momento em que viu que seria impossível.

Estava arrasada, apenas queria que o seu filhote estivesse em seus braços.

Não muito longe dali, Yeoreum estava escondida dentro de uma casa de madeira, conseguia escutar o barulho das carnes sendo perfuradas e também dos rosnados que machucavam os seus ouvidos. Por incrível que pareça, Namjoon permanecia quietinho em seu colo, sempre foi um bebê muito calmo e o barulho dos rosnados e carnes sendo dilaceradas não lhe assustavam ou incomodavam nenhum pouco.

A ômega agradecia por tudo isso, já que para serem encontrados não seriam muito difícil. Poderia muito bem ter se escondido na floresta mas aquele seria o primeiro lugar onde iriam procurá-la, então de forma estratégica se escondeu em uma das casas no meio de todo aquele caos.

Tentava a todo custo manter a sua respiração regulada, pois até o mínimo passo poderia chamar atenção mesmo que do lado de fora tudo estivesse barulhento até demais.

Achava que estaria segura até poder ser capaz de repensar quando a janela foi quebrada por um corpo que foi atirado ali.

O alfa que grunhiu um pouco se virou e arregalou os olhos ao poder enxergar a mulher encolhida no canto da parede.

— Olha só o que eu achei aqui... — Sorriu, com os dentes manchados de sangue assim como o seu rosto e como maculado.

Yeoreum arregalou os olhos assustada e tentou se levantar quando o homem rosnou e com a voz dominante disse:

— É melhor ficar quietinha e me acompanhar... 

Namjoon que até então estava quietinho e com a sua costumeira face séria, franziu o cenho com a voz do homem mais velho, não havia gostado nadinha daquilo e muito menos de quando o cheirinho gostoso da sua mãe mudou e denunciou o quão incomodada e com medo estava.

— Vamos, ômega; Levante. — O alfa ordenou e sem escolhas a mulher o fez. Sendo segurada de forma bruta pelos braços.

Andaram por todas aquelas pessoas que paravam a luta apenas para conseguirem ver as ômegas dos líderes rendidas, assim como os herdeiros.

Os líderes que mesmo exaustos e ainda lutando pararam no mesmo lugar assim que sentiram a consciência voltar ao normal quando sentiram os cheiros de suas companheiras.

— ME LARGA! — Joeun gritou alto o suficiente para ChungHee escutar e olhar atrás do corpo do seu irmão a sua mulher sendo segurada pelos braços de outro homens e o seu filhote nos braços de uma alfa qualquer, enquanto mantinha o rosto inchadinho de tanto chorar.

O mesmo aconteceu quando ChulHoo escutou o grunhido de sua ômega que estava rendida enquanto segurava o seu filhote grandinho nos braços.

— Alfa... — Choramingou quando viu o seu homem machucado.

Os alfas que até então estavam com a mente nublada em ódio acordaram e rapidamente voltaram ao seu corpo humano, ambos com machucados por toda a pele nua.

Todos estavam parados esperando alguma ordem, já que aparentemente os seus líderes abaixaram a guarda.

— ME SOLTA SEU IDIOTA! — Joeun mandou ainda raivosa. — ChungHee faça alguma coisa! — Rosnou irada, nunca foi uma ômega de abaixar a cabeça mesmo estando rendida.

Amorzinho... — Yeoreum chamou baixinho pelo alfa. — Meu braço está doendo, faça algo! — Reclamou e NamJoon levantou a cabeça para olhar para a sua mãe e imediatamente cruzou os bracinhos e olhou raivoso para o seu papai, num pedido mudo para que ele obedecesse sua mamãe ômega.

Os homens permaneceram observando as suas esposas até conseguirem se fitar por um momento e franziram o cenho, não sabiam como isso tinha acontecido.

Até que como um click eles lembraram:

 

Haviam tirado um dia para caçarem, apenas os dois como nos velhos tempos.

Como o tempo havia se passado rápido demais, assim como mais responsabilidades que todos os líderes deveriam ter, não possuíam tempo o suficiente.

Tinham esposas para cuidarem, um Clã inteiro para liderarem assim como filhotes recém nascidos para zelar pela segurança.

Eram homens muito ocupados para os lazeres da vida mas naquele dia estavam decididos a terem um momento tranquilo, apenas como ChungHee e ChulHoo, alfas comuns e não líderes. Suas esposas também os apoiaram nesse momento, tranquilizando os homens de que conseguiriam ficar bem sem eles durante um dia.

Eles andavam lado a lado com roupas frescas e leves, já que planejava caçar em sua forma de lobo.

— Faz tanto tempo desde que estivemos aqui... — Foi ChulHoo que quebrou o silêncio.

— Sim... — ChungHee concordou nostálgico. — Vínhamos caçar com a nossa mãe alfa, você lembra?

O irmão mais velho riu, lembrando-se de um dia em específico.

— É claro... — Entrelaçou  as mãos atrás do próprio corpo. — Mamãe literalmente nos jogou para lutarmos com uma onça, enquanto nos observava de longe.

— Nunca senti tanto medo na minha vida. — Acompanhou o irmão em uma gargalhada. — Ainda não sabíamos controlar os nossos lobos.

— Mas a velha Kim não nos colocaria em perigo a toa, a mulher sabia o que estava fazendo...

Ficaram em um momento de reflexão enquanto caminhavam pelo chão acidentado e cheio de raízes e mato seco.

— O que acha de apostar uma corrida? — ChungHee propôs. — O perdedor fica com a caça do outro também.

ChulHoo arqueou a sobrancelha direita e já começou a arrancar as próprias roupas, o irmão mais novo fez o mesmo.

— Espero que você me dê uma caça bem grande. — O Kim mais velho disse debochado, enquanto pulava no ar já transformado em um grande lobo preto com manchas cinzas.

Ambos os irmãos iniciaram uma corrida acirrada mas estavam se divertindo, afinal, esbarravam um no outro de propósito e se xingavam de vez enquanto.

Acabaram não percebendo que correram demais e ultrapassaram a área proibida.

"Sai de cima de mim, cara!" — ChulHoo ralhou quando ChungHee tropeçou em uma raiz e acabou o levando para o chão consigo.

"Foi mal" — Disse levemente dolorido, sua pata traseira esquerda estava latejando um pouco.

" Onde estamos?" — Foi o que o mais velho disse após algum tempo em silêncio, estava sentado sobre suas patas traseiras, a língua rosada tombava para o canto de sua boca cheia de dentes pontiagudos, denunciando o seu cansaço, queria um pouco de água.

"Não sei..." — ChungHee murmurou, seus olhos analisavam aquele lugar, não era muito estranho.

"Vamos voltar, acho que aqui não é seguro." — O mais velho disse sério, empurrando o irmão com o focinho, esfregando-o na glândula de cheiro do mesmo, sentia falta de estar com o mais novo.

 

O que os dois não perceberam é que aquele espaço foi um dos palco da 3ª Guerra Mundial, época onde todos eram considerados "humanos" uma raça fraca e suscetível a diversos tipos doenças contagiosas, com  tendência a se auto destruírem e de personalidade egoísta e competitiva.

 

As terras daquele chão eram poluídas com a carne  e sangue daqueles que morreram na guerra, e as flores daquele espaço — parecidas com plantas carnívoras ­­— liberam toxinas que deixam o indivíduo com a personalidade raivosa por tempo indeterminado, — consequência da grande carga de ódio que aquele lugar possuía pelos mortos dali— despertando o sentimento de ganância e ambição, quando entrado em contato com os gases liberados pela planta, aparentemente inofensiva.

 

Tanto é que há alguns anos esse lugar havia tido a entrada restrita e com foi esquecido pela maioria da população que não faziam questão de chegar perto.

 

 

 

 

ChungHee e ChulHoo ainda estavam confusos, como eles chegaram até aquele ponto?

— Liberem-nas. — Ordenaram ainda sem deixarem de se fitar, em um pedido mudo de desculpas.

Quando Joeun foi solta correu até a mulher que segurava o seu filho e o tomou de seus braços, o pequeno filhote  agarrou o decote do vestido da mulher e fungou ali desesperadamente, logo achando a glândula de cheiro um pouco mais acima, entre o ombro e pescoço, repousando o nariz ali e aos poucos se permitindo ficar mais calmo, estava seguro.

Yeoreum fez o mesmo só que correu em direção ao marido e o abraçou de lado, não se importando com o sangue espalhado pelo corpo do mesmo.

— ChungHee? O que foi isso que aconteceu agora? — Joeun indagou enquanto se aproximava com SeokJin em seus braços.

Eu... eu não sei... — Olhou confuso para o seu irmão, que passou os braços pela cintura da esposa e a trouxe para mais perto.

— Acho que sei o que aconteceu... — O mais velho iniciou. — Lembra quando tiramos um dia para aproveitarmos juntos? Acabamos correndo e ultrapassando o permitido.

— A floresta proibida... — ChungHee chegou a uma conclusão.

— Estávamos cegos por um ódio manipulado pelas toxinas...

Meu Deus... — Yeoreum praguejou e olhou ao redor, diversos homens mortos e a terra banhada em sangue. — A que ponto vocês chegaram! Olhem esse tanto de gente morta! ChulHoo!

— Vocês colocaram em risco a vida dos seus filhotes! — A ômega líder de Luna rosnou em direção ao esposo que apenas abaixou a cabeça, em submissão.

— Me desculpe, minha pérola... eu nem sei o que dizer... — O alfa murmurou, o seu corpo nu era o mínimo dos problemas que tinham para resolver agora.

— Não é o que dizer, Hee... e sim fazer! Olha ao teu redor, olha para o teu filhote! Ele está assustado! — A mulher dizia raivosa enquanto segurava SeokJin encolhido em apenas um dos braços e com o outro livre estica e apontava o dedo em sua pele imaculada.

— Eu nem sei o que dizer... vocês dois deveriam prestar mais atenção, vocês são líderes de duas matilhas grandes, como puderam cometer um deslize desse? — Yeoreum continuou o sermão.  — Colocando a vida de muita gente em risco! Foi assim que os humanos foram dizimados, graças à violência e a ganância.

— Me perdoe, minha rainha... — ChulHoo pediu, aguentando firme quando as unhas pontudas de sua esposa ficaram na carne de seu braço.

Enquanto as ômegas discutiam com os seus alfas, os dois filhotes se olhavam timidamente, SeokJin mais do que Namjoon.

Namjoon como um bebê sério que era, olhava com as sobrancelhas franzidas em direção ao pequeno filhote de pele tão clara como a neve.

Sentiu uma euforia em seu pequeno corpinho e se chacoalhou nos braços da sua progenitora, que entendeu o recado e o colocou no chão, já que o perigo havia se findado.

O pequeno Kim do Clã de Solis deu passinhos erráticos em direção a ômega líder do Clã de Luna que ainda segurava um filhote tímido e de olhar curioso em seus braços.

Quando Namjoon parou em frente a mulher, ergueu os bracinhos e fechou as mãozinhas, chamando o pequeno bebê no colo da mulher.

— Oh! Você quer brincar? — Joeun indagou mas foi ignorada pelo menino que continuava chamando com carinha de bravo. — Tudo bem então. — Disse e se agachou, colocando o seu tímido filhote no chão.

SeokJin abaixou a cabeça e olhou para os próprios pezinhos descalços e  ficou mexendo os dedinhos na terra molhada.

— Neném... — Namjoon chamou e se agachou à sua frente, tombando a cabeça para que o filhote menor lhe olhasse.

SeokJin então fixou seus olhos com cor de nébula no garoto de cabelos pretos agachado na sua frente e abriu a boca.

Não sabia o que era mas estava encantado com o bebê que curiosamente sorria à sua frente com os olhos brilhando em uma cor verde com um fundo dourado. E automaticamente se agachou também, ainda perdido na imagem do bebê de cabelos pretos.

Namjoon por instinto levantou as duas mãozinhas até as bochechas gordinhas do menino de cabelos acinzentados e as espremeu, franzindo o cenho mas gostando daquela textura, pouco se importando com a baba molhando os seus dígitos.

Jin apenas levou as pequenas mãos até as suas semelhantes e a deixou ali descansando, não conseguia parar de olhar para o outro.

— Bebê, vamos para casa? — Joeun perguntou se aproximando mas sendo surpreendida com um rosnado baixinho do herdeiro do Clã de Solis quando tentou tirar SeokJin do chão.

Neném MEU! — Namjoon mostrou as pequenas presinhas e se jogou sobre o outro filhote.

Aos poucos os presentes conseguiram sentir um cheiro forte e bem presente para uma criança de 3 anos. Era uma mistura de chá verde e hortelã.

SeokJin aos poucos foi fechando os olhos se acalmando com o cheirinho, nem se dando conta de que acabou soltando seu aroma pela primeira vez também, um cheirinho de  cereja e avelã, fazendo com que o pequeno recém descoberto alfa se acalmasse e dormisse sobre o também recém descoberto ômega.

Ambos os filhotes estavam grudados e não tinham ninguém que os desgrudassem.

 

 

"Enfim juntas, meu amor..." o vento trouxe o breve sussurro das deusas aliviadas por poderem se encontrar em mais um século.

 



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