História My Bad Boy - Eu morri.

Justin Bieber's Point of View.

Entro em casa após passar praticamente o dia inteiro com a Selena em sua nova casa, queria poder passar a noite com ela, mostrando que eu ficaria ao seu lado independente de qualquer coisa, porém não queria abusar da gentileza de Kristsn e resolvi vir para casa. Solto um suspiro assim que entro em meu quarto. No começo da semana fui até o banco para tirar todo o meu dinheiro que havia lá, eu pretendia sumir desse lugar com a Selena ainda esse mês, não havia mais nada que nos prendesse aqui, tirando meus pais, mas eles sabem se virar sem mim e eu tenho meu apê em Toronto que havia ganhado no meu aniversário de 18 anos, ano passado para ser mais específico, então estava tudo certo. O dinheiro que eu tenho dá para nos sustentarmos por uns seis ou cinco meses, até lá eu posso procurar um emprego de meio período e sobrar tempo para fazer minha faculdade. Sei que se eu realmente quero dar uma boa vida para Selena, que ela possa se sentir confortável com tudo, eu preciso concluir minha faculdade. E o que eu mais quero é que ela tenha uma vida de rainha ao meu lado.

Suspiro novamente depois de olhar para o envelope onde está o dinheiro e ao lado uma mala grande que eu já havia colocado algumas roupas para caso precisamos fugir de forma rápida.

Ficava pensando sobre tudo o que aconteceu nesses últimos meses da minha vida, é meio surreal. Nunca fiquei tão fissurado por uma garota como estou por Selena, mas não é algo que me deixa muito surpreso, Selena é diferente de todas as garotas com que já fiquei e a doçura dela é uma coisa que me prende, me deixa ansioso para vê-la, ouvi-la ou apenas ficar observando de longe enquanto ela faz alguma coisa, qualquer coisa. Tudo que ela faz é com maestria. Como se eu estivesse vendo tudo em câmera lenta para poder capturar cada pequena célula do seu corpo se movendo. Era fantástico.

Escutei uns barulhos no andar de baixo e resolvi ir ver o que era, mas antes entrei no closet para guardar o meu dinheiro. Assim que meus pés tocam no piso amadeirado da sala vejo meus pais rindo baixo enquanto se beijavam. Tudo bem, eu não queria mesmo ter que ver isso. Finjo uma tosse e eles se separaram de imediato, Pattie fica vermelha e acaba fazendo com que eu soltasse uma risada alta.

— Existem quarto para essas coisas, caso não saibam. — sento- me no outro sofá de forma desleixada. Já era um pouco tarde, o céu lá fora já estava completamente escuro, acho que era por volta de umas onze e meia e eu já estava cansado.

— Não estávamos fazendo nada. — minha mãe fala e eu rolo os olhos. Pattie sempre foi muito tímida em relação a essas coisas, até quando ela foi conversar comigo sobre o uso de camisinha eu tive que parar nossa conversa algumas vezes para dar risada de como ela estava constrangida.

— Não precisa ficar envergonhada, amor. Pode ter certeza que ele faz isso muito mais que a gente. — Jeremy fala dando um beijo em sua bochecha, fazendo com que uma risada alta saísse da minha garganta.

Ela bate com suas mãos finas nele e solta um riso baixo. Logo virando-se para mim.

— Como você está, querido? Mal vejo você ultimamente. — ela caminha até onde meu corpo está estirado e coloca minha cabeça em sua perna. Começando um cafuné reconfortante.

— Estou correndo atrás para acertar todas as coisas com a Selena, quero que tudo saia perfeito.

— Você ainda tá com essa ideia de fugir com ela? Você sabe que não aprovo totalmente essa ideia.

— Sim, estou. Mas não acho que seja uma fuga agora, já que ela não vive mais com os pais. — soltei um suspiro aproveitando o cafuné.

— Acho que descobrimos o motivo dos pais dela terem rompido a parceria com a tão de repente. — Jeremy fala olhando para Pattie.

— Desculpe, não queria prejudicar vocês. — sento-me no sofá, passando as mãos em meu rosto. — Preciso sair desse lugar e levar ela comigo. Já conversamos e vamos juntar nossas economias, mas ainda não tenho o dinheiro que eu calculei para que possamos passar pelo menos uns seis meses de boa, até eu conseguir um emprego.

— E sua faculdade, meu amor? Não quero que você deixe pra lá uma coisa que quer há tanto tempo. Quero ver você formado daqui há alguns anos. — Pattie tinha um tom de voz preocupada agora, mas eu já tinha pensado em tudo.

— Não se preocupe, eu vou morar naquele apartamento em Nova York que vocês me deram ano passado, tem algum problema? — os dois negaram. — Ótimo, porque eu me inscrevi para a faculdade de lá e eles já me responderam. Eu fui aceito. — Pattie solta um grito agudo e me abraça forte.

— Oh, que ótimo bebê! Meu filho vai ser um universitário. — ela aperta minhas bochechas e eu me afasto lentamente, rindo.

— Vou te ajudar, Justin! Posso pegar algum dinheiro no banco sem problemas. — Jeremy fala, olhando-me sério, mas sei que ele está orgulhoso de mim.

— Você faria isso? Poxa, obrigado pai. — um sentimento de alívio percorre meu corpo e me sinto mais relaxado.

— Quando você pretende ir para Nova York? Para que eu possa tirar o dinheiro.

— Quero ir o mais rápido possível, vou falar com a Selena se dá para irmos ainda essa semana. Não temos mais nada para fazer aqui, nossa formatura já passou e agora podemos seguir o nosso caminho em paz.

— Tem certeza que é isso que você quer? Pode não dar certo, e você sabe disso. — Pattie segura em minhas mãos, olhando-me nos olhos.

— Eu a amo, como nunca amei ninguém. Se não dar certo pelo menos eu posso dizer que fiz de tudo para que desse.

— Tudo bem. Amanhã mesmo eu irei no banco tirar o dinheiro. — agradeço mais uma vez e me desejo uma boa noite, logo subindo para o meu quarto.

Tomo um banho rápido e caiu na cama, enrolando-me no edredom. Fico pensando na Selena e o quanto ela ficará contente com a notícia, até o sono me vencer e eu adormecer.

No outro dia.

Bato na porta da casa da Ashley e escondo o buquê de rosas atrás das minhas costas. Não demora muito para a porta ser aberta pela morena vestindo um pijama de panda, fazendo com que eu risse alto da sua roupa. Selena pula em meu colo e eu a seguro, ainda rindo. Ela beija minha boca e desce do meu colo, puxando-me para dentro da casa.

— Trouxe para você. — mostro o buquê e vejo a surpresa em seu rosto. Ela pega o buquê e cheira, sentindo o aroma das rosas.

— Muito obrigado. Ninguém nunca havia me dado rosas. — vejo seus olhos marejados e puxo seu corpo magro para um abraço.

Era isso.

Era isso que mais me encantava nela, sua doçura, sua inocência para algumas coisas, sua garra para enfrentar tudo o que ela passou na mão daqueles pais, a coragem de tentar algo novo, a generosidade para ter ficado comigo mesmo eu não sendo merecedor de tê-la para mim, para ser minha e me dar o prazer de poder beija-la e poder chamá-la de minha.

Eu sinto vontade de ser uma pessoa muito melhor para ela, quero dar uma vida de rainha para Selena porque ela merece, faria de tudo para vê-la sorrindo assim pra sempre, e cuidarei para que isso seja possível.

Estou ansioso para ir para Nova York, onde será apenas eu e ela, sem ninguém para nos atrapalhar, ninguém para mandar em nossas vidas, termos mais tempo juntos para aproveitarmos. É, eu estava mais que ansioso para acordar e poder vê-la todo dia ao meu lado.

— Tenho novidades. — sento no sofá e percebo que a casa está silenciosa demais. — Onde está Ashley?

— Ela foi conhecer os pais do Ryan. Eles fizeram um almoço e exigiram a presença dela. Nunca vi ela tão nervosa quanto hoje, e quando o Ryan apareceu para buscá-la quase teve um piripaque. — ela ri e eu a acompanho. — Agora fala, estou curiosa.

— Acho que vamos poder nos mudarmos para Nova York ainda essa semana. Jeremy vai me dar um dinheiro extra pra ajudar, na verdade ele irá hoje tirar o dinheiro,  e tudo certo para partimos. — sorrio para ela, mas vejo que ela não faz o mesmo.

— Já? — vejo que passa uma mão na outra, em sinal de nervosismo.

— Como assim “já”? Selena, é o que queremos há meses, já está mais do que na  hora de sairmos dessa cidade, começar uma vida nova em outro lugar!

— Eu sei, só não esperava que seria tão rápido assim, não sei se estou pronta para deixar Ashley para trás, ela é minha única amiga.

— Pelo amor de Deus, Selena! Como assim não sabe se está pronta? Eu já ajeitei tudo para que possamos ir. Tudo! E outra, eu não vou impedir você de ver ela, a gente pode vir visitar ou ela ir lá, tanto faz.. Não é o fim do mundo.

— Eu sei, mas…

— Mas o que, Selena? — me levanto do sofá e começo a andar pela sala da casa. — Não venha me dizer agora que você quer desistir!

— Não, não é isso. — ela se levanta também e segura meu rosto. — Eu só estou com medo, medo de estarmos agindo de forma precipitada ou de não dar certo.

— E você acha que eu também não penso nisso? Porém, eu deixo pra lá quando vejo o quanto eu te amo e quero você ao meu lado quando vejo o quanto eu te amo e o quanto eu quero você ao meu lado.

— Eu também te amo, só peço um pouco mais de tempo para tomar essa decisão. — quando ela diz isso, tiro suas mãos do meu rosto e me afasto.

— Eu não sei se vou poder esperar muito tempo. Tenho que está lá para a faculdade daqui a duas semanas e eu não vou na última hora porque não quero ficar muito atrapalhado, então acho bom você pensar logo o que você quer. — pego a chave do carro e caminho até a porta.

— Justin, não precisa sair assim… — sua voz da embargada, mas eu não me viro para ver seu rosto.

— Quando se decidir, me avise. — saiu sem me despedir e entro em meu carro, dando a partido. Bato com força no volante tentando controlar a raiva que eu estava sentindo. Como ela pode ter dúvidas logo agora? Quando estava tudo certo para sairmos daqui?

Tentando me controlar eu dirijo de volta para casa, tentando pôr em minha cabeça que ela irá mesmo ir comigo, que não desistirá de tudo o que eu planejei para nós.

Jeremy Bieber's Point of View.

Tiro o dinheiro da minha conta e checo para ver se estava tudo certo e se tinha dinheiro suficiente para que Justin não precisasse se preocupar tanto em arrumar um emprego às pressas. Apesar de não sermos tão próximos agora como éramos antes, eu o amo muito e tenho orgulho do homem que ele está se tornando. Colocando a pessoa que ele ama como prioridade em sua vida e correndo atrás do que ele realmente quer. Fico muitíssimo feliz ao ver que ele irá para a faculdade que eu sempre quis que ele fosse, e ele também queria muito isso, e conseguiu por mérito próprio.

Tenho certeza que daqui a alguns anos ele será um dos melhores arquitetos de todo o país.

Já consigo imaginar ele com filhos, sempre quis netos para poder encher a casa de criança nos feriados e poder vê-las crescendo aos cuidados de Justin, e se for com Selena será melhor ainda, sei que eles irão ser muito felizes e espero que não demore para que casem e me dêem netos. Tenho que falar sobre isso com ele, deixar claro que quero netos assim que ele se estabelecer.

Rio dos meus pensamentos precipitados e caminho até a saída do banco após ver que estava tudo certo. Só não contava com a entrada dos três indivíduos mascarados, com armas nas mãos e anunciando um assalto.

Tentei manter a calma para não causar mais nenhum problema. Porém havia uma jovem perto de onde eu estava que não parava de chorar, estávamos todos encostados na parede após eles nos abortarem e desde então ela não parou de chorar. Acho que estava tendo um ataque de pânico e isso estava deixando o assaltante que ficou encarregado de ficar nos vigiando, nervoso. Ele não parava de gritar com ela, mas parecia que ela não estava ouvindo, agora parece que ela está com falta de ar. A jovem começa a se debater e o assaltante estava mais do que nervoso, ele ameaçou atirar nela. Sem controlar meus movimentos, me levantei para ajudá-la, o ladrão me mandou voltar para o meu lugar, mas eu não podia deixar ela morrer assim e prossegui meu caminho até a jovem. Assim que parei em sua frente senti duas balas me atingindo e eu cai imediatamente.

Eu sabia o que aconteceria depois, meus olhos já estavam se fechando e eu conseguia ouvir as pessoas ao meu redor gritando em desespero. Contudo, um segundo depois eu já não conseguia ouvir mais nada e a última coisa que eu pensei foi o quanto eu estava enganado. Não estaria mais aqui quando meus netos nascerem.

Mas de uma coisa eu tinha certeza, independente do lugar que eu estaria, acompanharia a vida deles de longe, quem sabe até cuidando para que nada de mal acontecesse com eles, e nem com o meu filho, não deu para se despedir, mas eu levo comigo todo o amor que sinto por ele e por minha querida esposa.

E então eu não senti mais nada, nem dor, nem agonia, apenas uma sensação relaxante. Eu morri.