História The Hybrids - Conflitos

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 Estava escuro, um vento gélido batia contra o rosto de YooJin e a garota não sabia ao certo onde estava; era apenas um ambiente álgido. Caminhava devagar, sentindo o musgo presente no chão, adentrar entre meio os dedos do pé. Olhava para os lados em buscar de achar um lugar com uma visibilidade maior.

— Acho que sim... – Uma voz feminina, fora escutada.

— Olá? – Caminhou devagar tentando seguir a voz, abraçando o próprio corpo numa maneira de deixa-lo aquecido. — Tem alguém aqui? – Esbarrou em algo; um crânio.

A garota se assustara ao ver tal coisa, parte de um esqueleto coberto por mariposas. YooJin prestava atenção naquela cena medonha e observou um, daqueles pequenos seres, se aproximar. Ela estenderão indicador para que a pequena mariposa, pudesse pousar. O inseto a picara. A garota, por impulso, queimou o corpo do animal. Primeiro suas unhas, depois dedos e logo suas mãos foram rodeadas por chamas e ela não conseguiu evitar.

YooJin observava o inseto perdendo o brilho da brasa que o queimara. Sentia-se culpada por ter feito isso novamente, sempre que algum tipo de ameaça se aproximava, ela não tinha tanto controle sobre seus poderes. Já as companheiras, da então falecida mariposa, começaram a atacar YooJin. Ela correra, o mais rápido que conseguia para fugir daqueles animais.

Enquanto corria, olhou para traz para ver se elas ainda a seguiam e assim que vira já não estar mais sendo seguido, esbarrou em ponte agudo e se assustei. Uma árvore havia lhe acertado, ou melhor, ela havia acertado uma árvore. Isso lhe causou um ferimento no rosto, pois eu sentiu uma leve ardência.

— Se machucou? – A mesma voz que antes ouvira, parecia mais próxima.

— Oi, pode-me dizer quem é? – Tentou procura-la, mas por estar escuro teve dificuldade. — Ou onde estou?

— Não se preocupe, Seol, não está perdida. Apenas continue seguindo minha voz. – A garota esbarrou em outra árvore.

— Você não pode vir até mim? – Não percebendo ser chamada por outro nome — Estou tendo dificuldades em encontrá-la. – A voz rira. — Não ria.

— Desculpe, mas me surpreende que não se lembre do caminho ou onde estamos. – Apareceu em sua frente, dando-a um leve susto. — Acho Erick estava certo, você realmente não se lembra de nós? – Parecia triste.

— Erick está aqui também? – A perguntei, mas a mesma negou. — Para onde vamos? Pode me dizer seu nome?

— Seol, você realmente não se lembra? – Parou em e a encarou.

Seus olhos brilhavam como a luz do luar, eram tão brilhantes quanto noites de lua cheia.

— Luna?! – Espantou-se, mas já não era mais YooJin naquele corpo.

— Você se lembrou, você se lembrou de verdade. – A abraçou, dando pulinhos de alegria. — Fiquei com tanto medo de que não se lembrasse de mim.

— Desculpe....

— Não se preocupe. – Sorriu. — Mas farei questão de contar para Erick que você se lembrou mais rápido de mim e não dele. – Sorriu ainda mais.

 Luna era sua melhor amiga, quando pequenas faziam tudo juntas, desde brincar até cometer algum tipo de absurdo. Lembrou-se dela por causa de seus olhos, sempre foram lindos. Luna era fruto do amor entre Solaria e Lumen, deuses do sol e da lua. Sua energia era tão forte quanto a do sol e sua beleza era tão encantadora quanto da lua, podia-se dizer que ela era realmente uma obra prima.

— Mas Luna, aonde vamos? – Indagou-a. — Não me recordo deste lugar e está frio. – Esfregou as mãos em seus braços.

— Vamos nos encontrar com os outros, eles estão com saudades. – Seguiu na frente. — Mas não se preocupe, lá você poderá se aquecer. – Estendeu sua mão. — Estou muito feliz por finalmente revê-la. – Sorriu e segurei sua mão.

— Luna... quem são os outros? – Perguntou envergonha e a mesma soltou uma gargalhada.

— Não é possível. – A encarou quase perplexa. — Você realmente se esqueceu dos outros? Seol, você também se esqueceu do Chung-Ho e do TaeWon? – Pendeu a cabeça para o lado.

— Luna, quem são essas pessoas? – Arregalou os olhos.

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 YooJin abriu os olhos rapidamente, seu corpo tremia, ela estava suada e seu coração estava acelerado. Tudo ao seu redor girava.

— O que acabou de acontecer? – Ofegava. — Será que foi apenas um sonho? – Suspirou pesadamente. — Eles parecem tão reais...

 Olhou ao redor e tudo estava escuro, ela achou que estava à noite ainda, mas não se lembrava de quando dormiu. Sentiu dores na cabeça, levando uma das mãos no local onde doía.

— Por que doíam tanto assim? – Gemeu baixo de dor.

 Levantou-se da cama e olhou as horas em meu despertador; marcavam 04:04am.

— Talvez eu tenha acordado muito cedo para ir ao colégio e olha que eu nem estou gostado dele. – Comentara consigo.

A garota descera indo em direção a cozinha, sua garganta estava seca e tudo o que ela quereria agora era um copo com água.

 Às vezes, pensava em contar sobre esses sonhos para Jin, talvez ele soubesse o porquê de ela os ter e o que significam, mas não queria preocupa-lo, não queria criar mais problemas para ele, ele parecia que está tão sobrecarregado com o trabalho e de fato estava.

 Assim que tomou a água, quando iria voltar para seu quarto, ouviu um barulho de algo caindo e se quebrando; o som viera da sala. Andou sorrateiramente até o local e viu ser JungKook. Sentiu alivio.

— Ainda bem que é você, pensei que fosse outra pessoa. – Suspirou com a mão no peito, mas ele se assustou, levando a mão em desespero para a boca para abafar o grito que o mesmo acabara de dar.

— YooJin, não me assusta assim! – Sussurrou. — Ficou louca?

— Não, mas por que parece estar com medo?

— Por que Jin não sabe que eu saí, se ele souber me mata. – Se sentou no sofá. — Aí!

— Você está bem? – Se aproximei dele.

— Só um corte na mão, não é nada. – Observava sua destra.

— Deixe-me te ajudar. – Estendeu sua mão para que ele desse a dele, mas o mesmo recusara, não queria que ela sofresse. — Por favor. – Ditou baixo e, assim que o fez, ele concordou, não conseguiu negar depois do olhar que ela o dera.  — Prontinho. – Sorriu, mas ele abaixou seu olhar, aparentava tristeza. — Você está bem?

— Eu ia te fazer a mesma pergunta. – Olhou-a tristonho. — Ainda está sentindo dor? Quando eu te olhei naquela hora, você parecia estar sofrendo tanto.

— Dor? – Assentiu. – Que dor?

— Você não se lembra?

— Eu deveria me lembra de alguma coisa? – Olhou-lhe com espanto — Você está bem?

— É sério mesmo? Você não se lembra? De nada? – Negou.

— O que era para me lembrar?

— Da dor... – Ditara baixo. — Bem, é melhor deixar para lá. – Sorrira minimamente.

— Por que está todo sujo de sangue? – YooJin se aproximara do rapaz, pegando na blusa ensanguentada de JungKook. — Só era aquele ferimento? Se tiver mais algum eu posso te ajudar com isso. – JungKook sorrira olhando para o rosto preocupado de YooJin. Segurara em sua mão e tirara do lugar que agarrava.

— Taehyung me chamou para caçar, mas Jin não gosta quando faço isso sem o consentimento dele. – Se acomodou no sofá. — Ele acredita que me meterei em problemas. – Ironizou.  

— Mas JungKook Oppa, eu não estou vendo nada. – Olhou ao redor. — Você caçou algum servo ou coelho? Eles estão do lado de fora?

— Não é esse tipo de caça, YooJin. – Sorriu e se levantou. — Volte para seu quarto, está muito cedo e você deveria estar descansando. – Sorriu. — Não conte ao Jin que você me viu aqui, ok? – Piscou. — Será o nosso segredinho.

— Duvido muito. – Era Jin. — Quero que me espere em meu escritório mocinho, temos muito o que conversar.

— Droga. – Murmurou.

— Agora! – Assentiu e saiu. — YooJin, como está se sentindo, meu amor?

— Estou bem. – Sorriu.

— Tem certeza? Não está doendo em nenhum lugar, não? Se tiver doendo me diga. – Disse procurando alguma coisa na garota, desesperado.

— Estou bem, Oppa. – Rira ao sentir cocegas em sua barriga. — Pare com isso. – Ria mais. — Ainda bem. – Levou uma das mãos para o peito.

— Mas por que está acordada? Achei que estivesse dormindo.

— Acordei a pouco tempo e como estava com sede, resolvi tomar um pouco de água. – Sorriu.

— Ok. – Abraçou-a. — Se precisar de algo não hesite em me dizer. – A garota vacilou por um momento. — Mesmo que seja um abraço. – Bagunçara seus cabelos sem perceber como a sobrinha havia ficado.

— Tudo bem. – Sorriu. — Vou para meu quarto, daqui a pouco tenho que ir para o colégio mesmo. – Se levantou.

— Não precisa ir para o colégio hoje YooJin, acho melhor que fique e descanse. Não estou me confortável para você vá. Ao menos assim, saberei como está. – Segurou suas mãos.

— Eu já disse que estou bem. Eu me sinto bem, então não se preocupe. – Beijou suas mãos. — Vou subir, sim? – Assentiu.

— Irei resolver alguns assuntos então. – Se levantou. — Tenho que ter uma conversa com aquele rapaz levado. – Sorriu.

— Pega leve com ele, não acho que tenha feito algo demais.

— Até parece. Sendo o JungKook, pode-se esperar tudo. – Ironizou.

— Mas eu não fiz nada demais, só saí. – Disse JungKook perto da porta do escritório de Jin.

— Eu disse para me esperar em meu escritório! – Pisou fundo indo em direção ao rapaz.

— Credo. – Sorriu e subiu para seu quarto.

             Jin estava sentado em sua cadeira observando com certa raiva, o rapaz ali presente e esse, nem sequer mantinha o olhar para o mais velho. Odiava receber sermões.

— Eu já não lhe disse para não fazer a YooJin mentir por causa de você? E quantas vezes vou ter que te dizer para não sair sem que eu saiba?! – Jin dissera bravo ao garoto sentado à sua frente. — Sabe muito bem o quão perigo é para você ficar saindo assim, ainda mais para fazer algo tão grotesco!

— Eu só quis me divertir um pouco. – Dissera baixo. — E também não fiz mal à ninguém.

— Olhe o seu estado! – Apontara para o garoto. — Você fede a licor, seu cabelo está todo desgrenhado, sem contar o sangue na sua blusa. – Massageou o cenho. — Você está de castigo.

— O quê? Por quê? Eu não fiz nada! – Falou indignado, levantando-se.

— Abaixe seu tom comigo rapaz! – O garoto se sentara novamente. — Você está de castigo por duas semanas e ponto! Se você ousar fazer isso novamente, as coisas ficaram ruins para você.

— Eu não sou mais uma criança.

— Mas ainda sou seu guardião!

— E eu sou seu rei.

— Você não foi coroado, é basicamente um forasteiro. – Olhava serio para JungKook. — E não me venha falar da sua linhagem, sei de muito mais coisa que você. – O garoto se emburrara, cruzando os braços.

— Eu só queria tomar um pouco de sangue!

— E eu não iria impedir, só queria ser avisado.

— Você estava dormindo.

— Deixasse um bilhete. Oras!

— Seu chato. – Mostrou língua.

— Eu te mimei muito. – Massageava suas têmporas.

            O rapaz então se levantara do lugar para ir em direção ao seu quarto.

— Eu não terminei. Sente-se. – Jin dissera.

— O que foi agora? – Olhou com desdém.

— Garoto... Não me tire mais do sério... – Seu tom mudara para um mais grave e JungKook engolira o seco. — Como começo da sua punição, eu quero que vá para o pântano de Greenpony pegar alguns fungos para mim. – O garoto bufara. — Essa é a lista de quais eu quero. – Entregara ao garoto. — Depois vá ao rio Espectral e traga alguns dos cristais. Não os danifique, senão você voltara até lá.

— Você está judiando de mim.

— Não me faça rir, JungKook. Eu ainda estou pegando leve com você.

— Pegando leve?! – Ficara indignado. — Sabe o quão fedido e nojento é aquele pântano?

— Não quero ouvir suas reclamações. Você vai e ponto. – Se levantara.

— Aquele rio é traiçoeiro, eu sempre me machuco quando vou lá. Aqueles cristais são afiados.

— JungKook, para de reclamar e vai logo. Você só tem doze horas.

— Mas eu estou com sono. – Dera um bocejo falso.

— Mas não estava, enquanto farreava, não é mesmo? – O rapaz abaixara o olhar. – Pegue o portal noroeste.

— Ué, mas esse leva para a casa do Yoongi.

— O Taehyung vai te acompanhar, ele também está de castigo. – Saíra em direção a porta o deixando parado ali. — JungKook, vá se trocar e ande logo. Você só tem doze horas!

— Tá, tá, já estou indo. – Revirou os olhos.

Enquanto isso, deitada em sua cama, YooJin ouvia música para tentar afastar os pensamentos do tal Chung-Ho e TaeWon, e o motivo ter presenciado aquele sonho tão vívido, mesmo sentido não estar nele. YooJin se presenciara algo parecido antes, quando era mais nova, sobre não se sentir mais naquele corpo. Ela ouvia vozes em sua cabeça, mas, por algum motivo, elas cessaram.

A menina estava confusa, de cada dez pensamentos, doze eram voltados ao que havia acontecido, e, por algum motivo, não conseguia parar.

— Não poderia ter sido um sonho, eu senti aquele corte. - Comentara a garota.

Pensara também em Luna que apareceu, ela parecia com sua amiga imaginária que brincava quando criança. Elas sempre se viam em sonhos, mas depois de um tempo parou.

Depois de suas crises, tudo parou e ela não sabia o porquê.

— Queria poder vê-la novamente. – Suspirou fundo.

Se levantou e foi para o banheiro, iria tomar banho para finalmente começar o dia no seu mais novo inferno; também conhecido como colégio. A garota ficava se perguntando se fizera bem em recusar a proposta de Jin, essa era uma oportunidade que não aparece assim do nada.

— O que me deu de não recusar? Que burra eu fui! Mas, não adianta mais, eu já disse que iria e também que tentaria me dar bem na nova escola. – Suspirou. — Tenho que colocar um zíper na minha boca.

Tomou seu banho, vestira uma calça preta, uma blusa quentinha cinza de manga comprida e um tênis da mesma cor. Voltou para o banheiro e escovou seus dentes, mas, mesmo assim, não deixava de pensar em seu sonho. Tinha algo lhe incomodando. Olhou para o seu reflexo no espelho, seus olhos estavam cinzas.

Os últimos dias tem sido difíceis controlar seus poderes, ela sentia isso.

Desviou seus olhar e voltou para o quarto, arrumou o material, vendo que ainda faltava um livro da escola, foi até sua escrivaninha e pegou um livro de seu pai, iria lê-lo no caminho da escola. Colocou seus óculos, um gorro e o colar que Jin lhe dera. Olhou para seu celular e viu que eram seis e meia da manhã. Desceu e sentiu um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, Jin preparava o café da manhã.

— Que cheiro bom. – Sorriu, sentindo mais o delicioso cheiro.

— Sente-se, já irei lhe servir. – Disse Jin sorridente.

            Ele a servira e se sentara ao seu lado, para podermos comer juntos. Estava realmente delicioso.

— E o JungKook? Não vai vir? – Perguntou.

 — Ele saiu mais cedo, precisei que ele buscasse uma coisa para mim. – Tomou um gole de seu café. — Talvez não vá para o colégio hoje.

— Hum. – Terminaram e foram em direção ao carro.

A viagem foi em silêncio e YooJin conseguiu ler um pouco. A garota adorava ler as anotações de seu pai, ele era fascinado pelo mundo do qual nascera e anotava tudo com admiração as características de conhecidos e amigos, esses que eram de diferentes reinos. Ela gostaria de conhecer mais sobres eles.

Chegaram e, assim, que ia descer do carro, Jin lhe impedira e a observa.

— Tome cuidado querida. Se precisar de algo me ligue, mas se não tiver como, peça ajuda a algum professor e diga para que me liguem. Se se machucar, vá a enfermaria e me avise se estiver bem. – Disse rápido e beijou sua testa.

 — Eu vou ficar bem Oppa. – Sorriu com a sua preocupação. — Estou apenas no colégio, eu vim nele ontem esqueceu? – Sorriu.

— Me preocupa deixa-la sem ninguém, ainda mais porque seus olhos estão mudando com mais frequência. Está tudo bem mesmo?  

— Oppa, você já viu quantas pessoas tem nesse colégio? Não estarei sozinha e sim, eu estou bem. – Ela não estava. — Não se preocupe atoa. – Abraçou-a.

— Fique bem sim?! – Beijou sua testa. — Vamos, irei com você. – Sorriu e saíram.

 Como na primeira vez, todos murmuravam. Cochichos de lá e acolá.

“Tão irritantes.” Bufara.

— Vá para sua sala, irei conversar com o diretor. Me ligue assim que der o horário ok? – Assentiu. — Boa aula. – Sorriu e seguiu com seu caminho.

Seguia em direção à sua sala, mas assim que ia entrar, viu o garoto monstro de três metros de altura e o que parecia ser o resto, derrubarem alguém no chão. YooJin correu para ajuda-lo e assim que se aproximei, o idiota e os amigos dele saíram.

— Você está bem? – O ajudou a se levantar. — Se machucou? – Pegou seus materiais no chão. — Toma. – Estendeu as coisas para ele, sorrindo.

— Obrigado. – Sorriu meio envergonhado.

— Por nada. – O observou.

Seu jeito era meigo e fofo, o cabelo era nos tons de rosa e azul, sua pele branquinha e olhos brilhantes que o deixava mais fofo ainda. YooJin deduzia que ele poderia ser, talvez, da espécie Bolymon.

Bolymons eram criaturas adoráveis, fisicamente, mas bem traiçoeiros e agressivos a maior parte do tempo. Caso, algum dia, encontrassem algum de sua espécie em seu tempo mais desagradável, você poderia começar a rezar ou fazer algum tipo de pedido aos deuses celestiais, pedindo por misericórdia.

— Qual seu nome?

— Logan. – Fora simplista.

— Muito prazer, sou a YooJin. – Estendeu sua mão e ele fizera o mesmo. – É de qual turma?

— Não sei. – Olhou para o papel em suas mãos. – É a sala.... Sala cinco, do segundo ano.

— A mesma que a minha. – Sorriu. — Seremos colegas. Venha, vou te levar até lá. – A seguiu e adentraram a sala que por sinal estava um pouco vazia. — Prontinho.

— Obrigado. – Sorriu e se sentou na frente.

YooJin seguira para seu lugar e se sentou. Jimin não havia chegado ou talvez também não fosse hoje, então, a garota pegou novamente o livro de seu pai e voltou a ler. Esse era um de seus livros favoritos, já era a sexta vez que o lia, era realmente muito bom.

Entretanto, enquanto lia, um frio repentino tomou o local, um zumbido aumentara de volume em sua cabeça; essa que agora começara a doer. Risadas infantis podiam ser ouvidas, a garota olhava de um lado para o outro de maneira que poderia ser considerada, desesperada, mas parou.

YooJin fechara seu livro e caminhara até a grande janela de sua sala, depositando suas mãos naquele local. Ao longe, via uma enorme árvore com um balanço, este que oscilava um lado para o outro fortemente, porém, só. A garota poderia até pensar que seria o vento fazendo aquilo, mas não. Mesmo aparentando estar vazio, alguém brincava ali e as risadas que antes eram ouvidas, sumiram. Já o balanço, este, agora, encontrava-se parado, com uma sombra formada no gramado.

O vapor que saia da boca de YooJin, pudera se visto. O tempo se esfriara ainda mais e a garota nem percebera que agora, seus olhos estavam pretos. O vidro começou a congelar, suas mãos se consolidavam vagarosamente com o gelo naquele local e o vidro se partia, de acordo com seu desejo de poder estar do lado de fora, junto a sombra que voltara a brincar.

— Bom dia, YooJin. – Era Jimin.

            YooJin rapidamente desfizera o contato com a janela congelada, e tanto esta como a própria garota, voltaram ao normal como se nada tivesse acontecido. Somente a garota vira aquilo e a sombra do lado de fora, desaparecera.

— Bom dia, Jimin. – Sorriu forçado dando atenção ao rapaz, tentando não demonstrar o susto que acabara de tomar.  

— Chegou cedo hoje. – O garoto percebera seu estado, mas evitou transparecer. — Quer dar uma volta antes de começar a aula? – Assentiu.

A garota guardou livro e seguiu com Jimin para fora, mas antes de saírem, percebeu ter sobre si, a atenção de Logan. Ela sorrira para ele, mas assim que o garoto percebeu, tentou disfarçar, então ela apenas seguiu seu caminho. Aos poucos, mais e mais alunos iam chegando, os dois caminhavam devagar e Jimin lhe contava coisas aleatórias.

— Bom dia meninos. – Senhorita Walsh havia os parado.

            Ela trajava um longo vestido preto e o que parecia ser um sobretudo, complementava sua vestimenta. Mas, diferente do dia anterior, quando a garota vira ela pela primeira vez, o olhos de Alanis não estavam mais pretos e sim, azuis com o céu.

— Bom dia senhorita Walsh. – Dissemos ao mesmo tempo.

— Desculpe atrapalha-los, mas Jimin, pode me acompanhar por um momento?

— Ah, claro. – Parecia nervoso. — Te vejo depois. – Sorriu e saiu.

YooJin voltara para sala, esperaria entediada, sua primeira aula, esta, o qual, estava demorando muito para si. Com a cabeça escorada no braço pousado pela mesa, a garota brincara com um cavalinho que havia gerado.

— Com licença. – Levantou rapidamente assustada, fazendo com o cavalo desaparecesse. — Desculpa te assustar. – Era Logan.

—Tudo bem, não foi nada. – Tentou se ajeitar.

— Será que você pode me emprestar uma caneta? Eu esqueci a minha. – Corou um pouco.

— Claro. – Pegou uma em sua mochila, entregando a ele.

— Obrigado. – Saiu.

— Que fofo... – Deitara novamente.

            YooJin voltara a conceber o pequeno cavalinho, sem se importar com os comentários dos alunos que chegavam.

— Teremos a primeira aula com o lindo do professor. – Uma garota comentara.

— Ah, ele é tão bonito, com certeza foi abençoado pelos deuses. – As meninas riam entre si.

A cabeça de YooJin começara a doer e em momentos assim, ela só queria ficar em casa.

— O professor não vai gostar nada disso. – Um grupinho de garotas riam em seus lugares mais à frente de YooJin, a encarando.

Ainda distraída com o cavalinho, YooJin não percebera o silencio que reinava na sala e a atenção que recebia de todos, sobre si. O professor havia adentrado a sala pela segunda porta no fundo e ela não percebeu, estava distraída, enquanto fazia o pequenino cavalgar de um lado para o outro e ria com as vezes que o mesmo escorregara e caíra. Assim que o cavalinho iria soltar sobre o obstáculo que YooJin colocara – um lápis –, uma mão extremamente grande, esmagou o pobre coitado.

— SEM MAGIA NA MINHA AULA. – Gritara o professor, o qual, pudera-se dizer que se destacava dos demais.

            Aquele, escandaloso, professor tinha cabelos lisos e pretos, tatuagens pelo pescoço e usava um óculos de lentes cor de rosa e, por trás das lentes, seus olhos brilhavam. YooJin já o odiara logo de cara.

— Meu cavalinho... – Ela ditara ao ver somente as cinzas sobre a mesa, enquanto todos os outros riam da garota, exceto Logan.

— Muito bem alunos, abram seus livros na página quinhentos e noventa e seis. – Dissera enquanto escrevia algo na lousa. — Para os novatos, eu me chamo Bon-Hwa, sou seu professor de lição de magia.

— Uma aula de magia que não se pode usar magia! – YooJin comentara consigo um pouco alto demais, recebendo novamente a atenção de todos sobre si. — Que controvérsia temos aqui. – A garota rira consigo pela indignação.

— Pelo visto temos um engraçadinha na turma. – O professor comentara indo em direção a garota. — Você. – Batera com uma caneta na mesa de YooJin. — Onde está seu livro? – Olhava para a garota em desaprovação.

— Não tenho. – Falara com a mesma entonação e cara de bunda que o professor.

— Então é uma encrenqueira desleixada. – Comentara o professor tirando seus óculos colocando a cima da cabeça.

— Não sou desleixada. – Respondera com indignação.

— Então, onde está seu livro?

— Já disse que não tenho! – Levantara um pouco mais o tom de voz e os alunos observavam a tensão na sala.

— Não levante o tom para mim, fedelhazinha.

— Então limpa a sujeira do ouvido para me ouvir melhor, seu arrogante.

— Levante-se.

— Não.

— Não? – O professor arrastara a cadeira de YooJin com um movimento simples que fizera com a mão e a levantara facilmente. — Vejamos, só? Você está de pé. – Ele ria cínico para a garota.

— Se está tão cansado, sente-se você. – YooJin usara seus poderes para mover a cadeira para traz do professor e o obrigara a sentar como se estivesse amarrado. — Satisfeito? – Pendeu a cabeça para o lado.

            YooJin começara a perder o controle de seus poderes, novamente.

 — Deve estar muito cansado, sinto muito se não fui tão agradável e compreensiva assim. – Rira de canto.

— Como ousa, garota. – Uma aluna comentara se levantando.

— Calada. – Com um movimento simples, YooJin fez a boca da garota desaparecer.

— Menina, solte-me! – O professor se debatia na cadeira.

— Não. – E os alunos começaram a discutir sobre o que estava acontecendo e o porquê do professor não tomar nenhuma atitude.

— CALADOS. – O professor gritou, já estressado e os outros balbuciavam baixo. — E você, fedelhazinha, solte-me agora! – Ordenou.

— Já disse que não! E meu nome é YooJin. – Disse irritada. — Yoo-Jin. – Soletrou.

— O que está acontecendo aqui? – O diretor Kim e SeokJin adentraram a sala.

— Diretor Kim, ajude-me. – E assim o fez.

— YooJin, o que está fazendo? – Jin fora até a menina e se espantara com seu estado.

             A garota mais uma vez estivera com a coloração negra dominando suas orbes, suas presas já se faziam presentes e suas garras, essas grandes e afiadas, começaram a aparecer, tendo também uma tonalidade preta cobrindo suas mãos. Se não se apressassem e saíssem dali em pouco tempo, YooJin poderia se transformar.

— Vamos embora. – Jin Pegou o material da garota e a puxou para fora daquele lugar, deixando todos, estupefatos com tudo.