História Little Lie - Em edição - Capítulo Treze

21ª Semana

Comparação: Banana;

Peso aproximado: 350 g;

Tamanho: 20 cm;

Dias de gravidez: 147 dias

Rebekah acordou faminta. Os enjôos já estavam bem reduzidos e isso deu lugar para uma fome infinita. Hoje era o dia da ultrassom que daria para descobrir o sexo do bebê, se ela e Jonathan não tivessem feito a aposta. 

Bekah pegou seu celular e notou que marcavam dez horas. Havia quinze chamadas perdidas do Jonathan. Confusa, retornou a ligação para o amigo.

— Bekah! Está tudo bem? — A voz do amigo soava preocupada.

— Claro, Johnny. Eu estava dormindo e o celular no silencioso. Aconteceu alguma coisa? 

— Sim, eu vou me atrasar e não tenho como te levar para a consulta. Mas, estarei lá com certeza. Você acha que consegue alguém para te levar?

— Posso ver com o Charles. Acontece alguma coisa para você se atrasar?

— Não, eu só estou adiantando o máximo que posso dá faculdade porque, como você sabe, vou começar na empresa na próxima semana e quero deixar tudo em dia. Se não, vou acabar me perdendo. 

— Entendo. Vou me arrumar e ligo para o Charles. Nos vemos lá. 

— Até mais. 

Finalizando a ligação, Bekah respirou fundo e se levantou da cama, caminhando até a cozinha. Nessa altura, ela já estava mais que acostumada com o apartamento, a presença do Jonathan, a ideia maluca dele assumir a paternidade. Sua vida parecia estar andando ao contrário, mas de certa forma ela sentia que tudo estava sendo como deveria ser. 

Depois de tomar um café da manhã reforçado, Bekah tomou um banho e colocou um vestido solto, dessa forma sua barriga não aparecia tanto, já que agora estava bem nítida. Isso na maior parte do tempo incomodava ela, principalmente quando saia e ouvia as pessoas comentando de longe. Depois de pronta, pegou seu celular e ligou para Charlie que logo no segundo toque atendeu.

— Rebekah! Está tudo bem?

— Está sim, Charlie. Na verdade, preciso de um favor. — Comentou apreensiva.

— Claro, Bekah! O que você precisar sempre.

— Então, o Jonathan está um pouco ocupado hoje. Por acaso você conseguiria me levar na consulta. Vou encontrar com ele lá.

— Claro, só me fala que horas precisa e eu vou.

— É meio que agora. — Murmurou sem graça.

— Em dez minutos estou aí. 

— Está bem. Obrigada!

Nas últimas semanas, Bekah se aproximou mais ainda de Angelita e Charles. Para a surpresa de todos, Lilian continuava na sua casa. Coisa que nunca havia acontecido. Bekah, Jonathan, Ray e Cher também ficaram mais unidos que nunca. Os quatro sempre se encontravam no apartamento. Faziam programas de amigos, ou apenas jogavam conversa fora.  

Rebekah desviou seus pensamentos quando viu uma mensagem de Charles dizendo que já estava na frente do prédio. Pegando sua bolsa, ela desceu, indo até o carro. 

— Está tão linda, menina Bekah! Como se sente? — Angelita falou assim que a morena entrou no carro.

— Estou bem. — Respondeu enquanto colocava o cinto. — E vocês? Quanto tempo não aparecem!

— Tudo na mesma, infelizmente! Por algum milagre, hoje dona Lilian não estava em casa. O que nos deu a liberdade de vir os dois. — Charles explicou.

— Estou achando tão estranho toda essa mudança dela. O que vocês acham? — Bekah questionou.

— Vamos combinar que sua mãe nunca foi normal. Estranha sempre foi. Tudo que ela fez. Não me surpreende mais. — Charles despejou, fazendo Bekah dar uma risada.

— Devo concordar com ele. Nós nunca entendemos ela. Não será agora que passaremos a entender. — Angelita completou. 

O caminho todo eles foram conversando. Bekah sentia falta da presença diária deles. Mas, deveria confessar que gostava bastante da presença de Jonathan todos os dias com ela. Já havia se tornado parte da sua rotina. E quando não acontecia, tinha a impressão de faltar algo. Logo eles chegaram e Bekah se despediu dos dois. 

Entrando na clínica, Rebekah falou seu nome e sentou para esperar sua vez. Havia três gestantes à frente. Mandou rapidamente uma mensagem para Jonathan, informando que já havia chegado ali. Bekah estava um pouco nervosa. Ela já havia feito outro ultrassom, mas hoje seria diferente. Vai ser morfológica, irá ouvir as batidas do coração, a formação do cérebro, dos órgãos, e vai medir os ossos para saber se o crescimento está dentro da média. Quase vinte minutos depois, avistou Jonathan, Cher e Ray entrando na clínica e indo em direção a ela. 

— Ainda bem que chegamos a tempo! — Jonathan disse, depositando um beijo na testa de Rebekah e se sentando ao seu lado. 

— Bem acredito que finalmente vamos descobrir o sexo! — Cher falou, com bastante empolgação. 

— Na verdade, não vamos… — Bekah murmurou.

— Como é que é? — Cher a encarou confusa.

— Eu e Jonathan fizemos uma aposta. Só vamos descobrir no nascimento.

— Não! Não! Podem desfazer agora! Eu preciso saber! — Cher falou um pouco alto.

— Cher! Eles são os pais! Eles que escolhem isso. — Ray tentou acalmar a namorada.

— Não, Ray! Já faz semanas que estou pensando nisso. Não faz sentido. Transfiram a aposta para hoje! 

— Aliás, o que foi a aposta? — Ray olhou confuso para os dois.

— Nada demais. Porém, se a Bekah quiser, podemos saber hoje… — Jonathan olhou sugestivo para Rebekah.

— Por mim tudo bem. Confesso que estou curiosa!

— Ah! — Cher deu um gritinho de comemoração. — Mal posso esperar! 

— Senhorita Davenport. — A enfermeira chamou. 

Os quatro entraram no consultório.

— Bom dia, meu quarteto favorito! — A doutora Madelyn disse.

— Bom dia! — Responderam uníssono.

— Ansiosos para saber o sexo? — Questionou.

— Muito. — Bekah respondeu sorrindo.

— Já sabem o nome? 

— Se for menina será Kayla, se for menino será Colin. — Jonathan respondeu.

— Muito bem. Vamos lá então?

Bekah trocou de roupa e se ajeitou na maca. Logo a doutora Madelyn começou com o procedimento. 

— Bom, está tudo normal. Seu bebê é muito saudável. — Disse depois de alguns minutos. — O tamanho está dentro do normal. Aqui estão os pezinhos… — Bekah sorriu olhando para o monitor. Rapidamente olhou para Jonathan e ele sorriu para ela. — As mãozinhas. 

— Olha os dedinhos! — Cher comentou. 

— E, olha só! Meus parabéns, é uma menina!

Os olhos de Bekah se encheram de lágrimas. Ela estava esperando uma menininha. Olhou para o Jonathan que tinha um sorriso bobo estampado. 

— Será Kayla. — A doutora Madelyn concluiu. 

Logo que terminou o exame, eles saíram do consultório. Os quatro não poderiam estar mais felizes e faziam questão de não esconderem isso, já que nenhum deles conseguia parar de sorrir.

— A gente deveria comer para comemorar! — Ray sugeriu. 

— Nossa, estou mesmo com fome! — Bekah comentou.

— Então, vamos comer. — Jonathan falou indo em direção a porta. 

— Não acredito que nosso mascote é menina! — Cher falou assim que se sentou em uma das cadeiras da lanchonete.

— Nem eu! — Bekah confirmou.

— Kayla é um belo nome! — Ray sorriu para Bekah e Jonathan. 

— Droga! Perdi a aposta! — Bekah se deu conta naquele momento.

— Eu disse para você não apostar. — Jonathan rebateu convencido.

Eles comeram e conversaram. Passaram um tempo juntos e depois, Ray e Cher voltaram para o campus, enquanto Bekah e Jonathan seguiram para o apartamento. 

— Ainda não acredito que é uma menininha! Estou tão feliz! — Bekah disse assim que entrou no apartamento. 

— Eu também estou muito feliz. Agora que ganhei a aposta, já sabe como ficará o nome dela. Vou tomar um banho e deitar, estou acabado hoje! — Ele disse indo até o banheiro e fechando a porta, deixando Rebekah ali pensativa.

O nome dela… Rebekah parou ali para pensar. Ela nunca havia imaginado que o sobrenome da sua filha seria o mesmo que seu melhor amigo. Alguns meses atrás essa história seria absurda. Mas, ela estava tão certa daquilo. Parecia que desde o momento que se conheceram, esse seria o futuro. E Bekah estranhamente estava tranquila com relação a tudo o que estava acontecendo.

Kayla Davenport Jenkins

Até que combinava!