História My Best Friend (Nova Versão) - Despedidas surpreendentes

Hoje ia ser o último dia. Nem consigo acreditar. Isto deve ser apenas um pesadelo. Eu vou acordar, correr ao quarto da Emma e abraçar a minha bebé enquanto ela me diz o quão ridículo o meu sonho foi. Mas não. Eu e o George tomamos o pequeno almoço em silêncio e de seguida dirigimos nos até ao carro e ele conduz até ao hospital. Se isto for um sonho, então que acabe depressa...

* Cat ON*

Acordo com uma mensagem de Liam a fazer o meu telemóvel vibrar e só ao ler a mensagem no visor é que acordo verdadeiramente. Hoje não é um dia qualquer que eu vou a escola e passo um dia bem aborrecido. Mas de facto, trocaria bem este dia por um desses aborrecidos na escola, desde que a Emma estivesse lá comigo. Respondo ao Liam a dizer que já acordei e que vou comer para tentar ganhar forças mas duvido que isso seja possível, sequer. Ao pequeno almoço a minha mãe tenta animar-me a mim e ao Jamie mas mais tristes que nós com a partida da Emma estão eles, que são os padrinhos dela. Depois de comermos entramos no carro e damos partida para o hospital. Chegando lá, observo os pais de Emma a falarem com Claire, a médica dela e vejo Liam e Sebastian sentados lado a lado calados. Chego na beira deles e abraço-os, um de cada vez e sento-me aguardando notícias.

*Lauren ON*

Diana aproxima-se de nós e traz lágrimas nos olhos. Levanto-me e abraço-a. Se nem para mim é fácil imagino para ela...

-A médica diz para fazermos as visitas agora. Vamos dois a dois dividindo assim em 4 visitas. Primeiro eu e o George, depois tu e o Augustus, depois a Cat e o Jamie e finalmente o Liam e o Bash, pode ser? -Diz apontando para as pessoas de quem fala fazendo-nos acenar em concordância. Ninguém quer de facto falar. E quanto mais tempo as visitas demorarem mais tempo a Emma estará realmente "viva"

*Diana ON*

Isto é a coisa mais difícil que algum dia tive de fazer. Peçam-me para doar um rim, medula ou até mesmo uma perna que eu dou. Tudo menos ter de me despedir da minha filha, que está deitado numa cama de hospital. Aparentemente não há esperança.

- Filha, eu te amo tanto. Agora quem é que vai fazer biscoitos cmg? Com quem é que eu vou reclamar quando se esquecer de lavar a loiça? Quem é que me vai encher o juízo quando eu quiser descansar? -Lágrimas escorrem cara abaixo e já mal consigo respirar com o nariz entupido por causa do choro. George está igual mas ele é mais forte e consegue vir ter comigo  dar-me um abraço e fazer-me limpar as lágrimas. Não consigo dizer mais nada. Só rezo para que seja mesmo um pesadelo.

- Desculpa nunca termos ido a casa do terror que tanto querias com o Bash. Foi tudo culpa minha. Sempre prestei mais atenção ao trabalho que a família e agora pago bem caro o preço disso. Sempre vou pagar. Não só por não ter estado sempre contigo mas sentir-me-ei muito culpado por te ter afastado a ti e ao teu irmão que não esteve tanto tempo contigo e agora tem de se despedir de ti. Não fui justo, fui um pateta idiota. Desculpa-me por tudo Emma. Eu te amo filha- disse George com as poucas forças que ainda tinha. Depositamos um beijo na sua testa e saímos. Era tão duro olhar para ela ali assim deitada na cama, sem reação e sem aquela energia que ela sempre tinha...

*Lauren ON *

Nunca fui uma madrinha presente, principalmente quando eu e a Diana mudamos para cidades diferentes o contacto era raro e eu não vi crescer a minha querida e adorada afilhada. Anos depois venho a descobrir que a melhor amiga da minha filha é a minha afilhada. Mas o que isso adianta agora? Como eu sempre ouvi dizer "Partem que mais faz falta e ficam aqueles que poderiam nunca ter nascido". Eu e o Augustus estamos arrasados, a última vez que a tínhamos visto tinha sido quando ela tinha 6 anos e agora passado 10 anos eu a encontro numa cama de hospital.

-Minha querida afilhada, só quero que saibas por mais distante que estivemos sempre estiveste no meu coração mesmo estando estes anos todos sem nos vermos sempre foste como uma 3° filha. Onde quer que tu estejas, se me estiveres a ouvir é só para saberes que estarás sempre no coração dos padrinhos. - o Augustus depositou um beijo na testa da Emma e eu fiz o mesmo. Se eu estava mal nem queria saber como se sentia a Diana, agora tudo o que tenho a fazer é ajudar a minha amiga como ela sempre fez comigo.

*Cat ON*  

Quando os meus pais saíram percebi que não dava para adiar mais...Era a minha vez e do Jamie de nos despedirmos da Emma. A minha melhor amiga… não espera, irmã. Jamie e eu levantamos-nos automaticamente e deixamos os nossos pais a consolarem-se para trás. Ao passar da porta, corri para Emma e deitei-me a seu lado sob o olhar vigilante do meu irmão.

-Emma...vou sentir tanto a tua falta! Eu dava tudo para que acoradasses agora e voltasse tudo ao normal. Mesmo que tivesse de perder tudo. Como é que isto foi acontecer? - digo chorando desalmadamente e agarrando-me mais ao braço de Emma - Tanta gente e isto tinha de te acontecer a ti...Que vamos fazer?

*Jamie ON*

Qualquer um percebia que a minha irmã estava desolada pela perda. Nunca tive grande coisa com a Emma excepto as patetices que costumávamos fazer...mas ela era especial na mesma. Não tenho grande jeito para discursos e as palavras da minha irmã resumiram tudo então, é melhor não falar, ou sou capaz de chorar como a minha irmã e eu não quero dar parte de fraco na frente de tanta gente. Sou praticamente o único que está abalado mas não está a chorar e vou ter de ajudar a minha mãe e irmã então prefiro parecer bem...embora não esteja. Já se passaram 20 minutos desde que entramos e Cat continua a falar em surdina com Emma. Posso não conseguir apanhar tudo mas sei que ela está a fazer um resumo de tudo o que elas fizeram juntas. A minha mãe aparece à porta a dizer que excedemos o tempo e que Liam e Sebastian querem ver a Emma. Aperto a mão de Emma como despedida e ‘arrasto’ a minha irmã para o corredor onde a espera a minha mãe com mais uma caixa de lenços que anda a distribuir por todos. Eu próprio retiro um. Uma lágrima caiu e além de a ter limpo com a bainha da camisola, já estou a fungar do nariz. Agora é a vez de Liam e Sebastian. Desejo-lhes sorte.

*Sebastian ON*

A culpa é dele! Não acredito nisto! Tenho que me despedir da minha irmãzinha depois de não a ver à imensos anos? E despedir dela a sério? Porque nunca mais a verei? A culpa é de George e nunca mais o perdoarei. Juro. Sim, estou com raiva. E triste. E mais raiva. Simplesmente porque isto não é justo. Porquê ela?

*Liam ON*

Quando entramos sentei-me numa cadeira ao lado da cama de Emma juntamente com a minha viola e deixei Sebastian aproximar-se primeiro. Família tem prioridade ou não? Embora eu ainda não tenha percebido bem esta história de ele ser irmão dela. Sebastian chega perto de Emma e começa a falar com ela em surdina acabando por aumentar gradualmente o volume até que eu consegui ouvir a conversa. Depois depositou um beijo na bochecha de Emma e deitou a cabeça por cima da barriga dela pedindo sempre pedindo desculpa pelo tempo que esteve ausente. Quando se separou pedi licença com o olhar, ele assentiu e eu aproximei-me de Emma. Sentei-me na cadeira perto da cama e entrelacei as nossas mãos.

-Meu amor, lembras daquela série que costumávamos ver juntos depois das tuas aulas acabarem? Aquela em que o Pirata sempre tenta salvar a Princesa e inimaginavelmente ele consegue? Lembras daquele episódio em que ele morreu e ela percebeu o quanto o amava e o quanto ia sentir a sua falta? Lembras-te do quanto choraste ao veres a rapariga desabar em lágrimas e o quanto dizias como devia ser difícil para ela? É assim que eu estou… Emma, eu não fui perfeito. Até tanto quanto sei, ninguém o é mas eu queria ser perfeito para ti, estar lá sempre, ser aquele em que confiavas e te segurava nos maus momentos. Porque Emma, eu te amo. Muito mesmo. Eu...eu trouxe a minha viola sabes? Acho que vou tocar uma última vez a nossa música antes de arrumar a viola num canto pois sem ti, deixará de ter piada tocar nas tardes de domingo...

Peguei na minha viola e comecei a dedilhar a melodia que saiu perfeita. A música era perfeita. Não admirava, tinha tudo sido ideia da Emma...

Take a look past in our history (Dê uma olhada na nossa história)

Take a Step back to yesterday (Dê um passo atrás para ontem)

Anything could happen (Qualquer coisa poderia acontecer)

Secretly imagining an end (Imaginando secretamente um fim)

So it didn't go to plan (Então isto não foi planejado)

It’s hard to understand (É difícil de entender)

You’re never in one place (Você nunca está em um só lugar)

When nothing’s for sure (Quando nada é certo)

I would never throw our past away (Jamais jogarei o nosso passado fora)

I know that we can make it (Eu sei que nós podemos fazer Isso)

One day (Um dia)

With you i’ll always have enough (Com você eu sempre terei o suficiente)

We’ll go together through this life (Nós vamos juntos por esta vida)

I know that we’ll have it (Eu sei que nós vamos ter isso)

One day at a time (Um dia de cada vez)

So the boy meet the girl and looks (Então o garoto conhece uma garota e olha)

in her eyes (em seus olhos)

Time stands still and two hearts (O tempo pára e dois corações)

Catch fire in just one hug (Pegam fogo em apenas um abraço)

I knew everything (Eu soube tudo)

A última estrofe eu sempre cantava de leve enquanto a Emma com a sua maravilhosa voz prolongava os versos. Pena que ela nunca mais fosse fazer isso comigo…

This will turn history (Isto irá virar história)

This ain’t no fairy tale (Isto não é um conto de fadas)

Or fiction (Nem uma ficção)

Love is real (Amor é real)

Mas espera… Eu não era o único a cantar naquele quarto. Do canto do olho só vejo Sebastian a levantar-se de um pulo e correr até Emma e direcionando o meu olhar para lá vejo-a de olhos abertos e um sorriso fraco. Ela ainda não acabou. Ainda está a prolongar o verso “Love is real”... Mas espera...isso é possível?

-Sebastian, vai chamar um médico!- digo

Sebastian sai a correr e eu precipito-me para beira de Emma que me sorri ternurenta.

-Pensei que nunca mais te ia ver sorrir, meu amor- Sim, meu amor. Que se lixem as pessoas, e o que elas digam. Não separo da Emma um segundo a partir de agora e faço tenções de não a perder.

-Sempre vou sorrir assim se tu estiveres comigo Liam- Ela diz e eu inclino-me deixando um beijo nos lábios dela. Penso que se calhar me precipitei demasiado. Devia tê-la beijado? Mas soube tão bem… Quando a olho ela continua a sorrir cada vez mais feliz e sei que não podia ter sido de outra maneira.

-Sebastian já vai trazer os médicos sim? Eu te amo Emma- digo

Afinal há esperança...