*George ON*
-Senhor, por favor mantenha a calma!- a diretora do hospital, Martha Stuart, disse-me
-Manter a calma? Da última vez que tive calma ia matando a minha filha após assinar os papeis para desligar as máquinas!
-Senhor Swan, já referi que o que aconteceu foi um acidente! Acontece, não tão frequentemente, os médicos enganarem-se. Declarar morte cerebral é complicado principalmente quando a paciente está em coma. O eletroencefalograma mostrava pequena perda definitiva das funções do cérebro no entanto havia ausência de movimentos oculares e reações por parte da doente. A melhora da menina Emma pode considerar-se como um milagre.- a médica de Emma, Claire, argumenta
-Milagre ou não a minha filha iria morrer se não tivesse acordado a tempo e a culpa disso quase ter acontecido é deste hospital e quero, no minimo e como indeminização, um pedido de desculpas público no qual este hospital reconhecerá o erro que cometeu.-peço
-Não se preocupe Senhor Swan, isso será feito.- a diretora do hospital garante-me.
*Sebastian ON*
Estou sentado no sofá a ver um programa qualquer de televisão que está a passar quando escuto a porta de casa a ser aberta e logo de seguida, ser batida. Poucos segundos depois, George aparece no meu campo de visão.
-Tudo certo?- pergunto referindo-me à conversa que sei que ele teve no hospital
-Prometeram fazer um pedido de desculpas público. É bom que cumpram. Que estás a fazer aqui, Sebastian?
-A Emma pediu-me para ficar com a minha mãe. Mas Diana acabou de sair para as compras e deixou-me aqui.
-E Emma?- ele pergunta
-Está com Liam, onde mais estaria?
-Não gosto dela com ele. Quer dizer, o último deu no que deu. Aquele Harry merecia mais do que um soco.
-Liam é diferente. Não cheguei a conhecer o Harry mas o Liam, durante estes 7 meses, conheço. E ele gosta mesmo dela. E ela igual.
-Que estás a dizer Sebastian?
-Só digo que li muitas vezes a Cinderella para Emma, quando criança. Liam e Emma têm um amor de contos de fadas. Só falta que o admitam mesmo.
-Uau, vocês estão a ter uma conversa civilizada - a minha mãe diz aparecendo no vão da porta e olhando para nós. Nenhum de nós a ouviu entrar e apanhamos um susto - Continuem, estarei na cozinha se precisarem de mim!- ela diz e retira-se. De facto, eu e George não tinhamos uma conversa normal há anos.
Quando eu era pequeno, a minha mãe casou-se com o George e pouco tempo depois eu ganhei uma irmãzinha, a Emma. Eu não sou filho de George e penso que, por isso, ele não gosta lá muito de mim. Quando eu era pequeno, ele ainda disfarçava e quase me tratava como se fosse filho dele mas, quando cheguei à minha adolescencia, começei a cometer muito erros e aí ele mostrou o seu desprezo por mim. Um dia, os meus amigos fizeram-me experimentar drogas e ele descobriu. Aí o mundo desabou. George disse que não me queria lá em casa e muito menos a conviver com Emma pelo que eu seria uma má influencia para a sua menininha. Eu saí de casa, muito novo, por causa dele e fui morar com um amigo até arranjar trabalho e poder ter a minha casa. Saí de casa com 16 anos, tendo a Emma 11 e hoje tenho 22. Recuperei das drogas e tudo o mais e trabalho como psicólogo para adolescentes que estão a tentar desviciar das drogas, tal como eu já fiz. Arrependo-me muito de ter seguido tudo o que ele ordenou e não me ter tentado encontrar com Emma antes. A minha mãe sempre me mandava mensagens a contar como tudo estava mas óbviamente não era a mesma coisa que estar lá sempre. Emma aceitou muito bem a minha volta e George sabe que desta vez não tem volta e que não manda mais em mim. Lá porque temos uma conversa civilizada não significa obrigatoriamente que deixamos de desgostar um do outro. Eu nunca vou esquecer o que ele fez.
*Emma ON*
-Mas eu não quero!- digo-lhe
-Mas Emma, qual é o problema?- Liam pergunta-me. Estavamos a passear num parque de mãos dadas e a discutir o meu futuro académico, como Liam gostava de dizer.
-O problema é que eu não quero gastar um ano a mais dedicando-me à escola. Eu sei que consigo fazer o exame e passar. Pensei que me apoiasses.
-Emma, sabes que te apoio em tudo mas não tem mal nenhum repetires o ano de novo!
-Mas eu quero me formar com os outros! E é isso que vou fazer! Só tenho que estudar a matéria de 7 meses de aulas em 1 mês e fazer o exame. Vais ajudar-me ou não?
-Sabes que sim, Emma. Sempre. - ele diz e eu olho-o. Ele fala com carinho como Harry nunca falou e olha-me de uma maneira que me faz derreter de amores. Ele é diferente de todos. Eu tinha a certeza que ele me amava, como nunca tive antes. E o amor é reciproco. Num impulso, ponho-me em bicos de pés e dou-lhe um selinho demorado. Quando nos separamos, ambos sorrimos. Ele agarra-me pela cintura e dá-me outro beijo que eu aprofundo. Quando ficamos sem ar, juntamos as nossas testas e ficamos a olhar para o sorriso bobo um do outro.
-Eu amo-te- ele sussurra
-Eu sei- digo e beijo-o de novo
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