História My Black Pearl - Mundos diferentes

POV's Mimi

Quarta-feira, 14 de setembro de 2015

Omo! Finalmente em casa, que tensão  foi hoje lá na floricultura e ainda não superei o baque daquela prova de processos digitais eu estudei e sabia a matéria, porém na hora me deu um branco indescritível, foi horrível não saber o que responder.

Só não foi pior do que aquele estranho me chamando de burra, aishhh cara chato.  

Me joguei no sofá do jeito que cheguei e fiquei fitando o teto branco do meu apartamento, esse silencio é muito bom, principalmente sem ter a  Shin escutando musicas do EXO no ultimo  volume.  

Aigoo e mais uma vez olha eu aqui pensando no EXO. Toda vez que penso em EXO vem o Baek em minha mente e o Baek me lembra minha infância, que me lembra suas promessas, que me trás varias lembranças e nem todas elas boas.  

Durante minha vida toda tive três dias bem horríveis mesmo tipo dakness punk e todos eles envolvem o Byun Baekhyun de alguma forma, coincidência? Muito pelo contrario.   

Um dias desses foi esse ano mesmo, especificamente 6 de junho.   

FlashBack on   

— É HOJE, É HOJE, SIMPLISMENTE É HOJE... —  

Fiquei aquele dia todo muito eufórica, dado que eu iria supostamente me encontrar com meu amigo de infância depois de exatos 13 anos. É muito tempo, pensava se ele iria me reconhecer, se lembraria meu nome,  já que eu o reconheceria de olhos fechados, mesmo que viva mudando a cor do cabelo, ou usando aquelas mascarás de doente e não é porque ele é famoso, ou porque é o BaekHyun Oppa. É porque ele é especial pra mim, me salvou de varias furadas quando criança e foi o que roubou meu primeiro beijo antes deu partir.   

Quando pequena era literalmente pequena e miudinha, vivia doente por qualquer bobeira e as outras crianças tiravam sarro de mim pelo meu sobrenome, naquela época a coreia era bem mais tradicional que agora e o simples fato de ter um sobrenome estrangeiro já era motivo de olhares superiores e insultos maldosos. Baek e eu éramos vizinhos fomos criados juntos, estudamos nas mesmas escolas até que eu tive que me mudar para o Brasil as pressas. Ele sempre foi popular com todo mundo e adorava cantar, resumindo ser o centro da atenção, já eu era mais tímida, porém gostava de observa-lo sempre lá do fundo da plateia de lá eu tinha um visão mais ampla dele naquele tempo era somente o pequeno teatro do primário. 

Depois que voltei do Brasil ele já havia se mudado para Seul para estudar musica e dança até que se tornou trainee da SM, quando ele debutou nem acreditei de tamanha felicidade. Fui em todos os concertos que meu dinheiro pode pagar sempre no lugar mais longe para poder vê-lo melhor.

 Naquele 6 de junho minha unnie Shin havia conseguido entradas para EXO-L vips, para pedir autógrafos para os membros e fotos, antes do concerto.  

Fazia milhares de diálogos na minha mente para quando nós encontrássemos, tanta coisa havia acontecido naqueles treze anos longe, tanta coisa que queria contar, tantas historias, tanta coisa queria ouvir dele, suas historias, tristezas, alegrias, esperava do fundo do coração que  também quisesse me ouvir tanto quanto queria ouvir ele.  

— Omo Mimi — Shin me tira-ra da minha oração para que o Baek se lembrasse de mim — já tá quase na hora e você ai de joelhos, VÁ SE ARRUMAR.  

Aish escandalosa pensei, porem ela estava certa. Corri para o banheiro, tomei o melhor banho possível, passei meu melhor perfume, coloquei meu melhor vestido, melhor sapato e melhor bolsa, a melhor de mim estava indo de encontro com a melhor parte do passado que havia ficado pra trás. 

Lembro-me que antes de sair olhei no espelho tentando encontrar aquela garotinha chorona, de cabelos na altura dos ombros pretos, olhos castanhos e quase nada de sobrancelha. E havia encontrado uma mulher de longos cabelos castanhos ondulados, os mesmos olhos, um pouco mais de sobrancelhas e o corpo mais desenvolvido, meu desejo era que o tempo de infância não tivesse acabado. 

— Aigoo Mimi já são 20:30 os portões irão se abrir ás 21:10 temos que tá lá antes — resmungava a minha unnie me puxando pra fora, ela tentava esconder, mas estava mais nervosa que eu. A Shin é uma EXO-L de carteirinha e não é só literalmente.  

— Miane — dei uma última olhada no espelho, pra sair do apartamento.  

[...]  

Pensava que aqueles foram os quarenta minutos mais longos da minha vida, esse foi o tempo que levei pra sair do meu apartamento e chegar até a porta do camarim deles. Havia mais vinte cinco garotas juntas comigo, olhar aquela porta branca com o nome de todos os integrantes me deixava aflita.   

E de repente ela se abriu, podia ouvir meu coração no ouvido tum tum tum tum tum.  

— Só mais cinco minutos EXO-Ls — para o meu desespero uma moça de roupa preta disse só colocando a cabeça pra fora, parecia ter um mostro se revirando na minha barriga ao ouvir aquilo. Omo não faz isso comigo pelo amor, lembro-me de ter pensado— Vamos á alguns pedidos, um por gentileza sei que é difícil isso e tudo mais, porém façam um esforço para não gritarem muito, dois não saiam da fila em hipótese alguma para a segurança de vocês e dos integrantes, três todos os membros irão atender cada uma com a maior atenção possível, porém como vocês são muitas para que todas tenham seu momento não demorem, quatro vocês podem ficar na sala até que os garotos tenham atendido todas na sequencia eles irão sair para a preparação da performance no concerto, quinto e ultimo não menos importante se divirtam EXO-Ls eles estão ali por vocês!  

Havia parado de ouvi-la no dois. Contei diversas vezes quantas garotas haviam na minha frente eu era a décima primeira (décima primeira) e a Shin a décima. Nunca vi ela tão calada como aquele momento.  

Lembra quando eu disse que os quarenta minutos foram os mais longos da minha vida? Estou corrigindo para aqueles cinco minutos.  

Lembre-se de mim Baek oppa, lembra-se de mim Baek oppa, lembra-se de mim Baek oppa, sussurava pra mim mesma pensando que essas palavras de alguma forma o alcançariam. 

— Entrem por gentileza! — finalmente a porta voltou a se abrir, era um dos seguranças alto e forte.   

A fila começou a andar, apertava a barra do meu vestido de tamanho nervoso, minhas mãos geladas suando frio é impossível descrever aquela sensação. E de repente consegui olhar pra dentro da sala, estavam todos sentados em cadeiras um do lado do outro sorrindo e conversando entre si normalmente, a primeira pessoa que vi foi o Baek com aquele sorriso tão amável, com um boné preto virado pra trás por cima dos seus cabelos naquele momento castanho escuro, meu mundo ali parou só conseguia ouvir meu coração batendo no ouvido.  

As primeiras meninas chegaram ao encontro do primeiro da fila Kyungsoo , o segundo o Sehun, logo do lado o happy virus Chanyeol, Suho na sequencia, Bae... Baek em seguida, Lay, Kai, Chen e por último o mais fofo Xiumin.  

— SEHUNIIE OPPA — uma das garotas gritou e em seguida foi repreendida pelo olhar dos seguranças. 

Provavelmente eu era a que permanecia mais quieta de todas elas, não é que eu não gostasse do EXO eu amo eles, entretanto é um nervoso indescritível ficar a poucos metros dos meus Bias, que eu não tinha reação.  

A Shin já falava com o Kyungsoo tão amável, queria chorar de ansiedade.  

— Annyon — me cumprimentou sorrindo depois que a unnie foi pro seguinte, levei minhas mãos no rosto envergonhada ele estava falando comigo e sorrindo, desejei que buda me levasse naquele momento — qual seu nome?  

Fiquei fitando sua beleza por alguns momentos, eles parecem ser seres de outro mundo como pode isso?  

— Kyungsoo — meu cérebro já havia virado pasta de tamanha pressão, quando respondi erroneamente — Miane, me chamo Min Woo.  

Não tínhamos muito tempo, só tirei uma foto com ele e ele autografou minha camisa do EXO que levava nas mãos. O Sehun foi outro amor, Chanyeol é mais engraçado pessoalmente ficou cutucando o Sehun e o Suho o tempo todo que eu fiquei perto dele, na vez do Suho não conseguia mais prestar atenção em nada, só no Baek logo do lado.  

Falando em Baek já disse que ele estava lindo? Pois é e não era pouco. A camisa na minha mão nem tremia mais ela pulava feito pipoca mesmo. É finalmente a hora da verdade chegou.  

— Annyon — sorriu olhando pra mim, o mesmo eye smile de sempre. Ficamos nós fitando por alguns momentos não consegui dizer nada, havia chegado até ali pra não falar nada. Seu olhar já definia que não sabia quem eu era. Porém a bobona ainda tinha alguns resquícios de esperança e pensava diga quem eu sou, diga meu nome Baek, fala que sentiu minha falta, olha bem pra mim e veja quem eu sou, só não diga — Qual é seu nome?  

Senti meus olhos arderem não menos que meu peito, o que eu estava esperando? Depois de tanto tempo é obvio que ele não ira se lembrar. Mais ainda sim porque dói tanto?   

Deixei algumas lagrimas descerem, diferente de agora pouco não eram aquelas de alegria, ou ansiedade e sim de decepção. Torcia para que ele reconhecesse como eu chorava. 

— Ya! — exclamou me fazendo voltar meu olhar pra ele — tudo bem? Precisa de agua? Fique calma okay? E não chore, pra não ficar feia. — ele falava isso pra mim quando crianças e novamente criou uma pontinha de esperança que logo se dizimou de vez — Respire fundo e me diga seu nome, ou iremos acabar nós atrasando.  

É claro que não havia se lembrado, ele fala isso pra todas as fãs. Não conseguia parar de chorar, porém fiz como ele pediu não havia só eu ali que queria sua atenção.  

Minha mente já havia desistido, porém meu coração ainda relutava em ser bobo e tentei mais uma vez rezando para que prestasse atenção.  

— M-Min W-Woo — gaguejei, porém na hora o Suho falou algo com ele e não me ouviu.   

— Miane — fez reverencia depois de voltar sua atenção pra mim — repita por gentileza.  

Me senti um lixo por ser tão fraca e respirei fundo mais uma vez batendo nas minhas bochechas provavelmente ficaram rosadas, ele não tem culpa, sua vida não é mais a mesma assim como a minha também não é, foi essa conclusão que cheguei.  

— Min-Woo — afirmei e ele sorriu concordando, na sequencia abaixou a cabeça para escrever algo na minha camisa, foi tão rápido que nem tive tempo de ver.  

— Ne! — me entregou a camisa — quer uma foto também? — neguei levemente, decidi seguir em frente e uma foto com ele não me deixaria seguir — Anyo?  

Continuei negando o vendo surpreso pela recusa da foto. O fitei pensando em tudo que queria dizer pra ele — desejo tudo de bom pra sua carreira, que consiga atingir todos os seus objetivos, eu acho que já meio que sabia que seu mundo não é mais o mesmo que o meu eu só tinha que ver com meus próprios olhos, o meu melhor passado agora está de vez no passado, levarei nossa amizade pra sempre Baek, porém agora serei somente mais uma EXO-L. Adeus! — conclui meus pensamentos sem conter as lagrimas.  

— Fghting Baek oppa! — limpei as mesmas e fiz o movimento de subir e descer os braços que sempre fazia antigamente antes de suas apresentações.  

Tinha que seguir em frente e virei-me para o próximo da fila o fofo do Lay. Admito que eu não queria mais ficar ali, mas por respeito a todos eles, a minha unnie ao dinheiro que gastei, a todas EXO-Ls que queriam estar a onde eu estava, fiquei. Sai igual uma abobora chorante em todas as fotos, mas tamo ai pra isso.  

[...]  

Com toda aquela confusão me perdi da Shin a fila de garotas acabava, havia me sentado no chão encostada em uma parede e por alguma ração não conseguia tirar os olhos dele, tão carinho e atencioso com todas, todos eram assim, mas ele era particularmente fofo.  

Lembrei-me de olhar o que havia autografado e quando vi o que havia ali mais uma vez não pude me conter: Carinhosamente de BaekHyun Oppa para Mi Woo <3  

— Realmente não me reconheceu é Min Woo, Baek... — choraminguei olhando pra camisa. 

— Achei você sua loca, — olhei pra unnie e ela arregalou os olhos pra mim assustada — Omo o que que houve com você? Parece que foi atropelada cinquenta e nove vezes por um trem bala. — fiquei calada ainda sentada encostada na parede — não... — finalmente havia percebido — não me diga que o Baek não te reconheceu?  

Neguei, a Shin me ama já que sempre mostrei fotos do Baek pequeno pra ela, me chama de Queen Privileged por causa disso, mas é somente quanto to na super bad.  

— Nem vem, — se agachou para me abraçar — você é minha Queen Privileged. O Baek tem que tem reconhecer.  

— Já aceitei unnie —  respondi parando de chorar.  

— Park Min-Woo Albuquerque não é — concordei sem perceber— PARK MIN-WOO ALBUQUERQUE — sim ela fez isso mesmo, meu rosto todo começou a queimar — PARK MIN-WOO ALBUQUERQUE.  

Olhei de relance pra cadeiras em que estavam e todos olhavam pra nossa direção surpresos. Dei um pulo do chão até a boca da Shin e a tampei.  

— Aishhhhhhhhhh unnie ta louca? — sussurrei em seu ouvido.  

Ela se remexia tentando se soltar da minha mão e acabou me mordendo.  

— OH ENCONTREI A P A R K  M I N  W O O  A L B U L Q U E R Q U E — frisou. — PORQUE TAVA CHORANDO?  

Sinto vergonha só de lembrar,  tampei mais uma vez sua boca mesmo ela tentando falar algo. Não era pra ser assim.  

— Unnie por quê fez isso? — murmurei sabendo que ela queria me ajudar — você me ajudaria muito mais só me consolando invés de ficar gritando por ai.  

Olhei mais uma vez na direção do Baek na esperança que ele viria até mim pelo menos pra perguntar algo, porém todos eles já estavam de saída, soltei a Shin e sai pelo lado oposto em que iam, prometendo pra mim mesma que não criaria mais falsas esperanças, aceitando o fato de que não faço mais parte da vida dele e que não posso ficar presa a isso pra sempre. 

— Miane Mimi — Shin foi atrás de mim — vamos embora ok? 

Me lembro de negar diversas vezes, até que ficamos. Por mais que eu estivesse chateada meu desejo não é culpa-lo, ou que alguém o culpasse, ninguém teve culpa só não é nosso destino ficarmos juntos.

FlashBack-off 

Comecei aquele dia na expectativa que voltaríamos a ser como antes, e terminei ele na esperança de que conseguiria deixa-lo de vez no passado. Porém até hoje fico me perguntando o que teria acontecido caso eu tivesse me apresentado claramente, ou se ele tivesse se lembrado de mim. Pode ser coincidência, porém a ultima performance deles naquela noite foi Black Pearl são raras as vezes que eles apresentam essa musica, ela também me trás varias lembranças...

 — Aishhhh —  resmunguei revirando no sofá, olhar pra esse teto branco está fazendo meus olhos arderem. —  t-te te odeio teto estupido —  choraminguei sei que descontar minha frustração no teto é algo idiota —  Dói tanto sabia, mesmo depois de tanto tempo porque você não sai da minha mente Baek Oppa? 

Senti as lagrimas reprimidas desde aquele 6 de junho saírem, me sinto uma idiota toda vez que isso acontece.