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História I'm still here - Three- The Excursion (part 2)


Escrita por: OnlineGirl

Notas do Autor


Leiam as notas finais, por favor.

Capítulo 3 - Three- The Excursion (part 2)


Fanfic / Fanfiction I'm still here - Three- The Excursion (part 2)

                                 Emily

-Na verdade, eu não queria ir. Eu não conheço ninguém de lá e... eu nunca fui à uma excursão antes.- me justifiquei, na espera de que ela fosse entender.

-Tudo tem uma primeira vez! Vá, pode ser divertido! Você não pode saber sem tentar.- ela sorriu, as mãos sumiam na cintura daquela roupa bufante. Pensei por um momento. Se fosse, poderia me distrair um pouco dos pensamentos ruins e, por um dia, ser uma garota normal, como aquelas que usam pulseiras coloridas e são líderes de torcida.

-Tudo bem. Eu vou na excursão. Satisfeita?

-Claro. Você não vai se arrepender!- foi tudo o que minha tia disse, antes de sair pela porta, deixando um rastro de perfume francês forte para trás. Certo, eu estava tentando ser simpática porque eu havia acabado e chegar e minha tia podia me despachar para um orfanato "onde Judas perdeu as botas" quando quisesse. Eu estava triste pelo meu avô. Meu querido avô, com barba grisalha e um óculos meia lua pendendo do nariz, estilo Dumbledore. Quantas noites eu não passei sentada no colo dele, escutando suas histórias diante do fogo da lareira? Morávamos em uma casa simples de dois andares no subúrbio de Oregon e acendíamos a lareira mesmo quando fazia calor. Eu  sentia falta dele, principalmente porque ele foi o que mais me ajudou quando eu perdi meus pais. Não me lembrava daquela noite, somente do... cheiro. E do escuro. Muito escuro.

                                     ***

Estava a caminho do colégio, a mochila meio pendurada em um dos braços, as mãos ocupadas pelo meu iPod antigo. Não tinha dinheiro para comprar um novo. Caminhava devagar, admirando a paisagem, sabendo que ia chegar cedo por causa do sol ainda surgindo no horizonte. Entrei pelos portões de bronze ao chegar. Fui uma das primeiras, haviam apenas algumas alunas rindo no pátio. Um garoto baixinho de óculos e cabelos castanhos veio em minha direção. Ken.

-Oi, Emily!- ele estava muito animado. Me perguntei se ele havia usado alguma droga.

-Hã... oi. Ken, né?- nem terminei de falar e ele já me abraçou. Mal batia no meu ombro e cheirava a cookies e lã. Não era uma boa combinação.

-Estou tão feliz em te ver! Vim de Oregon só pra te ver!- ele deu pequenos pulinhos, ainda agarrado à minha cintura. O afastei delicadamente e tentei dar um sorriso.

-Que ótimo. Obrigada.- foi tudo o que pude dizer. Não o conhecia muito bem, na verdade. Ele sempre me perseguia na minha antiga escola e eu já tentei dar a real para ele várias vezes, mas ele nunca me escutava. 

-Então... você quer sair comigo hoje à tarde depois do colégio?- ele perguntou. Sua voz ficou um pouco aguda no fim da frase.

-Olha, Ken, eu não quero nada com você. Se quiser ser meu amigo, eu adoraria, mas nada mais do que isso.- ao terminar de falar isso, seus olhos se encheram de lágrimas. Algumas escorreram pela sua bochecha e terminaram na gola de seu suéter. Me senti muito mal por dizer aquilo, mas não podia iludi-lo. Pedi desculpas, lhe dei um tapinha no ombro e saí o mais depressa possível. A aula estava prestes a se iniciar. Puxei a mochila mais para cima e entrei no corredor semi-vazio. 

                                    ***

Na hora do almoço, me enfiei entre vários alunos esfomeados em uma fila no refeitório. O almoço daquele dia seria sanduíches de rosbife com picles. Não era meu preferido, mas eu não tinha dinheiro para sair da escola e comprar alguma coisa para mim, como muitos alunos faziam. Era permitido, no ensino médio, que fizéssemos o que bem entendêssemos no horário do almoço, desde que voltássemos para a escola depois disso. Uma loira vestindo uma mini saia e um top acompanhada de mais duas garotas passou pela minha fila recolhendo dinheiro de cada um, até que chegou em mim. A encarei.

-O que está esperando?- resmungou ela, após perceber minha demora.

-Eu não tenho dinheiro.- menti. Tinha um pouco, mas era para emergências.

Ela encarou minha resposta como se fosse a piada do ano. Indicou meu iPod, comprado com muito esforço com o dinheiro de balconista em um mercadinho na minha antiga cidade.

-Eu não vou dar a você, se é isso que acha que eu vou fazer. Posso ser nova aqui, mas não vou ser sua escrava como muitos alunos são.- estava começando a ficar com raiva daquela garota desprezível. Seu rosto se contorceu de raiva.

-Escuta aqui, quem você pensa que é?- gritou. Todos os alunos no refeitório olhavam na nossa direção agora. 

-É, quem ela pensa que é?- emendou uma das amigas dela, uma chinesa de cabelo preto e liso, com um batom cor de rosa na mão. Não respondi. Apenas lhe mostrei o dedo do meio, murmurei um "Vá se foder" bem alto e saí andando sem olhar para trás. Senti mãos nas minhas costas, em uma tentativa ridícula de me empurrar. Antes que ela pudesse fazer muito mais, algo a segurou. Me virei a tempo de ver o Cabeça de Menstruação a segurando pelo pulso.

-Deixa ela, Amber.- ele disse, em um tom sério, soltando ela. Então o nome dela era Amber. Combinava.

-Você vai defender ela?- ela estava incrédula, os lábios separados em um perfeito círculo de espanto. Também estava surpresa. Ele não respondeu e "Amber" saiu pisando duro. Todos do refeitório estavam olhando a briga, alguns filmavam com seus celulares, as câmeras apontando em nossa direção como revólveres. Não queria meu rosto na internet. Já podia até ver: "Garota nova causa confusão em Sweet Amoris" circulando nos Facebooks, meu rosto surpreso sendo dado replay em todos os celulares. Saí de lá o quanto antes, passando pela porta de vidro fria que saía do refeitório. A tarde estava cinzenta e chuvosa. Algumas gotas de chuva molharam meu moletom, mas não me importei. Só queria ir para longe daquela gente o quanto antes. Fiquei sentada em um canto do corredor, sem almoço. Compraria alguma coisa no caminho pra casa, sem problemas. Ainda tinha 5 euros amassados no bolso de trás do jeans. Podia comprar um sanduíche e um café. Ouvi passos atrás de mim. Não havia muita gente no corredor naquela hora, na verdade não havia ninguém. Me virei a tempo de ver o Castiel. Ele estava com os cabelos ligeiramente bagunçados, segurando um saco de papel pardo com o símbolo do McDonald's.

-Eu não quero conversar.- apenas disse isso, voltando para o meu vídeo no youtube.

-Eu sei que você está com fome.- ele estava certo. Meu estômago estava roncando. Não havia comido ainda naquele dia, mas não admiti.

-Já que você não quer, sobra mais pra mim.- ele já estava quase saindo pela porta do corredor quando eu segurei seu braço. Ele não disse nada. Apenas me levantei, caminhamos até o pátio e nos sentamos em um banco, nos afastando dos cocôs de pássaro. Ele tirou dois hambúrgueres, duas batatas fritas e dois copos de coca cola. Peguei meu Big Mac e praticamente o devorei em grandes mordidas. 

-Humm... Isso é tão bom!- falei de boca cheia. Ele riu.

-As pessoas podem pensar besteira...- ele só disse isso antes de morder o lanche dele também, dando um sorrisinho malicioso. -Tudo bem, eu nunca ficaria com uma tábua como você.- Revirei os olhos diante desse comentário, mas lancei um olhar em direção aos meus seios sem querer, avaliando se eu realmente era uma tábua. Assim que terminei o lanche, comecei a bebericar minha Coca com gelo através de um canudo.

-Então... por que você fez isso? Sabe, me defender e... o lanche.- perguntei depois de um tempo. Ainda sobravam quinze minutos do horário de almoço.

-Eu não sei.- ele respondeu depois de alguns minutos. Foi baixo, quase inaudível, como se estivesse falando para si mesmo, mas eu escutei. Ia perguntar para ele o que tava rolando com o Nathaniel, mas decidi deixar para lá. Achava que ele não queria falar sobre aquilo agora.

-Obrigada, mas eu sei me defender sozinha.- disse, na metade da bebida.

-É claro que sabe.- ele estava sendo sarcástico, mas eu não respondi. 

-Você traz todas as suas pretendentes aqui?- quebrei o silêncio depois de um tempo. A coca já tinha acabado, e só estávamos sentados no banco. Eu de pernas cruzadas e ele com os braços cruzados.

-Na verdade, você é a primeira. Não se ache.

-Bem, então fico muito lisonjeada. A propósito, estamos quites. Eu não contei à ninguém sobre a briga com o Nathaniel.- quando terminei a frase, o sinal tocou. Joguei o pacote com as embalagens dos lanches vazias, resgatando apenas uma batata frita murcha no fundo do pacote e a enfiando na boca. Fui direto para a sala de aula, pensando em tudo que havia acontecido nesse dia.


Notas Finais


Sinto muito por ficar tanto tempo sem postar. Eu tive um problema pessoal no spirit que não quero comentar, espero que me entendam. Desculpe.

Beijos❤️


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