MY BODY GUARD
Capítulo 10
_let me know_
Sua mão apertava meu ombro, numa tentativa falha de me confortar.
Eu era definitivamente uma estúpida. Eu fiz com que ele revivesse um dos piores acontecimentos da sua vida, e ainda me fiz lembrar das perdas que jamais seriam preenchidas, mas que podiam estar seguras dentro de mim, escondidas, porém jamais esquecidas.
- você não devia ter me provado nada. Todos mentimos. - me virei, o encarando.
- tudo, exatamente tudo o que eu disse ontem é mentira. - ele se aproximou, me prensando no carro.
- do que tá falando? - franzi o cenho, enquanto repousava minhas mãos em seus ombros, debrulhando o tecido de seu blazer entre meus dedos.
- você é muito mais do que o meu tipo, Fayer. Eu só disse aquilo porque não posso te pôr em perigo, não posso e não tenho como desafiar o seu pai. - ele depositou as mãos em meu quadril.
Ficava difícil acreditar que eu era o seu tipo, e o pior, que ele mesmo me confessava isto.
- tá falando sério ou tá tirando uma onda comigo? - perguntei.
- você quer que eu prove? - ele se aproximou perigosamente.
- não devemos transformar isso num caso, lembra? - eu arqueei as sobrancelhas, lhe refrescando a memória.
- foda-se. - deu de ombros e me puxou para si, me tomando em um beijo lento e desejado.
Suas mãos eram quietas, porém severas em cada toque. Sua língua era ágil, e seus braços me domavam, quase que me deixando imóvel. Eu não queria parar.
O ar faltou, nos obrigando a apelar pela separação.
Seus olhos ainda estavam em mim, me deixando constrangida.
- o que foi? - sorri sem graça, encarando meus pés.
- não quer me contar por que saiu daquele jeito? - ele agarrou meu rosto entre suas mãos e acariciou o mesmo com seus polegares.
- eu não quero me lembrar. - neguei, afastando suas mãos.
- você já sabe o que aconteceu na minha vida. Me deixe saber sobre você. Eu quero saber tudo, Fayer. - ele insistiu.
Respirei fundo, me dando por vencida.
- o que quer saber exatamente? - perguntei adentrando o carro.
Ele fez o mesmo em seguida.
- que tal me contar o que te fez sair daquele jeito, huh? - disse sorrindo fraco e dando partida.
- é tão ruim se sentir impotente diante de algo ou alguém. - engoli a seco - há alguns anos, nossa antiga casa pegou fogo, a origem do mesmo é desconhecida. Todos já haviam saído, mas eu, teimosa, voltei para pegar minha boneca favorita, e aí eu acabei ficando presa. Minha mãe voltou para me salvar, e ela conseguiu, mas acabou pagando com a própria vida. Ela morreu na minha frente, diante de mim. - eu desabafei, deixando lágrimas rolarem.
- eu sinto muito. - tocou minha mão e eu lhe forcei um sorriso.
- não quer me contar mais nada?- disse parando o carro.
- me procure para saber mais, eu conto o que quiser. - sorri e saí do carro, adentrando a casa e dando de cara com Maggie ao pé da escada.
- onde estavam? - ela perguntou olhando por cima de meu ombro, onde via Jimin.
- ele é um bom álibe.- disse para ela e dei de ombros, subindo para meu quarto e sorrindo para Park.
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