MY BODY GUARD
Capítulo 9
_prove_
Minha culpa aumentava a cada rua que deixávamos para trás.
Me sentia uma estúpida por estar ali, a procura de uma prova da qual eu não tinha o mínimo direito. Ele mentiu,e daí,quem nunca fez isso?!
- sabe que não precisa fazer isso,não sabe? - disse chamando sua atenção.
- chegamos. - disse parando o carro.
Olhei para o lado e vi um gigantesco pátio colorido com um chafariz desligado no centro. O lugar era grande,parecia um hospital.
- você não vem? - arqueou as sobrancelhas.
- aham. - assenti, deixando o carro.
Andamos lado a lado em um absoluto silêncio constrangedor. Um senhor de idade abriu o portão para nós,sorrindo abertamente.
- Jimin,já estávamos sentindo sua falta. - o homem comentou o abraçando desengonçado.
- eu também já estava com saudades de vocês, Will. - ele retribuiu o gesto.
- esta mocinha, sua namorada? - o homem me encarou formidável.
- esta é Fayer... - ele começou, porém o interrompi.
- Fay, apenas, Fay. - me apresentei sem formalidade.
- prazer. Entrem lá. - ele me cumprimentou e nos indicou o caminho.
Jimin o tomou primeiro e eu o segui, indo logo atrás. Pássavamos por algumas salas. Tudo nas paredes eram infantis, coloridos, artificiais. Algumas pessoas de jalecos e outras caracterizadas de personagens animados passavam por nós, todos, sem excessão, cumprimentavam Jimin.
Paramos em uma grande vidraça que refletiam crianças, aquelas visivelmente doentes. Umas com medicação, outras carecas e algumas de máscaras.
A culpa apertava meu coração.
Em conjunto, todas as crianças acenaram para ele, que retribuiu gentilmente. Um Jimin totalmente diferente do que eu conhecia.
- não precisava ter me provado nada. - murmurei sem graça, sem tirar os olhos das crianças.
- Dakota viveu aqui por muitos anos, até que a doença a levou. - contou com os olhos marejados.
- eu sei como se sente. Acredite, passar por isso duas vezes não muda nada, é a mesma dor sempre. - me encontrava da mesma maneira.
- eu não consegui salvá-la, mas talvez um deles tenha mais sorte. - sorriu para uma garotinha que lhe acenava.
- eles gostam muito de você. Com certeza tá fazendo o possível por elas. - toquei seu braço.
Aquela sensação de incapacidade me acompanhava desde a morte da minha mãe. Toda vez que eu encarava a foto dela e de Harry eu penso no que poderia ter feito. Minha mãe morreu após me salvar do incêndio. Ela conseguiu me tirar pela janela, mas quando foi sua vez, uma labareda caiu, a queimando diante dos meus olhos e apelos. Harry se foi só para me poupar das brigas que tinha com meu pai. Agora eu estava fazendo Jimin reviver tudo o que ele queria e merecia esquecer. Eu não tinha que ter aceitado prova nenhuma. Eu era uma estúpida. Fútil.
- me perdoa... - deixei as lágrimas caírem e saí correndo, não o deixando falar nada.
O corredor parecia uma estrada interminável.
- Fayer, espere! - ele vinha logo atrás.
Passei pelo portão, deixando Will preocupado.Parei em frente ao carro e desabei, sentindo uma mão tocar meu ombro.
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