Quanto tempo passou desde que nós dois estamos na varanda? O tempo suficiente para ele tragar mais 2 cigarros e me dá mais um o qual eu aceito na hora. O meu corpo esquenta pelo calor do fumo, não sabia que isso acontecia, eu estou apenas com uma camisa branca comprida fina e a calça moletom preta, tirei a jaqueta.
-Você tem que acordar cedo amanhã? – meu vizinho pergunta me encarando.
Seu olhar sereno, sem expressão, serio. Voltei a senti uma leve onda de medo no corpo, mas agora tem o significado por eu não saber o que ele está pensando.
-Tenho – respondo bagunçando meu cabelo fazendo uma leve careta lembrando as aulas que tenho na sexta – as aulas de sexta são cansativas e chatas.
-Que pena – ele fala mordendo o lábio e soltando um suspiro pouco alto. Escuto uma campainha tocar abafada e baixa, é a do vizinho – deixa pra outro dia então.
-O que? – ele me convidaria para algum canto??? Meu estomago revirou agora.
-Nada, vá dormi que está tarde – ele fala dando a volta e entrando no apartamento e fechando a porta.
...
Já me reviro na cama pela decima vez.
Do KyungSoo não sai da minha cabeça, penso nele como uma pessoa fofa e delicada. Do porquê disso não pergunte, minha cabeça gosta de pensar sozinha e eu fico apenas navegando nesses pensamentos. E o que martela minha cabeça é o fato que hoje conversei com o meu vizinho em um dia mais que um mês inteiro.
E meu primeiro cigarro traguei hoje, minha mãe que não descubra. Foi bom principalmente o primeiro que havia passado pelos lábios do mais velho, fosse como o gosto dele estivesse naquela droga. Tenho certeza que esse não é um cigarro que compra em uma taberna.
Quando ele entrou para seu apartamento atender a campainha eu escutei uma voz masculina o cumprimentando e tenho impressão que o tom de voz de felicidade dos dois infestou aquela varanda que tive um certo enjoou.
Vou ligar pro SeHun.
Liguei o abajur do lado da cama e pegando o celular iniciando uma chamada de vídeo, por que sim. Sehun tem um sono leve, então é certo ele atender.
-Insônia de novo? – sua voz não chega a ser de irritação, mas está bem rouca por causa de ter acabado de acordar – fala o que você quer.
Escuto uns barulhos, ele está levantando da cama e como está tudo escuro apenas consigo ver seu rosto quando ele liga a luz da cozinha colocando o celular na mesa e eu o vejo mexer na geladeira. Ele está na casa do LuHan.
-Tem mais casa não? É a segunda semana seguida que está na casa do Luhan hyung – pergunto com um sorriso.
-Quando você achar um namorado e ele souber cozinhar conversamos sobre esse assunto – o meu amigo aparece com um bolo de abacaxi e agora sentado e comendo conversamos como estivéssemos um na frente do outro – fale o que está na sua cabeça.
Como essa porta me conhece tão bem?
-Por que não pode ser namorada? - pergunto me sentando na cama.
-Você gosta tanto de mulher quanto eu e o Luhan – ele fala com a boca cheia e em forma de ironia.
-Fato – falo revirando os olhos – Hunnie, eu fumei.
Sehun se engasgou, previsto.
-Ta louco? Quem da facu de teu cigarro? Vou bater no cara! Foi hoje? – Sehun fala meio descontrolado – você fumou o que?? E essa é uma pergunta importante, idiota.
-Ta ta! Calma, vou responder – fala com um semblante triste – foi depois que falei com você no telefone e foi o KyungSoo que me deu.
-Não vou bater nele, vai que ele me joga pela janela? – Sehun comenta com um pequeno sorriso.
Conto para ele o que falamos na varanda cada detalhe até do meu enjoou quando ouvi as vozes felizes. E fiquei esperando o ser humano porta acabar de engolir o ultimo pedaço do bolo pra falar:
-Ele quer teu corpo nu! – Sehun exclama gargalhando, Sehun tem um humor até legal de madrugada – mas falando sério, não aceita mais cigarro de ninguém. Nem do teu crush. E do jeito que tu ta falando não é um cigarro comum.
-Ok, até porque se minha mãe descobrir... – falo deixando minha voz acabar – e o que você acha do “deixa pra próxima”?
Sehun sorriu de maneira maliciosa e deixando a louça na pia e começando a lavar a louça, não demora ele volta a sentar, olhando para o quarto e coçando a nuca.
-Que o Luhan não me ouça, mas vou analisar com a minha relação com o hyung – Sehun fala baixando o tom de voz – Luhan é 4 anos mais velho que eu e quando ele me convidou pela primeira vez para sair estávamos no final do segundo, provas finais e o que mais queríamos é nos tirar o peso dos ombros.
-O que isso tem haver? – pergunto confuso.
-Que durante as provas apenas trocávamos fotos e mensagens necessitadas – epa, que baixou o filosofo no Sehun – no último dia de prova nos encontramos e foi a noite de sexo mais incrível da minha vida.
Sehun conheceu o Luhan através de um aplicativo de relacionamento e até hoje não conheço o casal mais safado e romântico ao mesmo tempo. Gosto do casal menos de sair junto com eles para servi de vela.
-Vou ignorar a parte que você mandava nude para ele – falo fazendo careta – me explica de novo.
-Que começamos um relacionamento que preste através da nossa necessidade pelo... – Sehun bate uma mão com a outra sinalizando sexo – e ele que não te conhece, te oferece cigarro e pergunta se você tem que acordar cedo. Ele faria alguma coisa até tarde.
-Sehun não sabe da conselho – conheço a voz calma do namorado do Sehun, o loirinho passa pela frente do celular sentando no colo do loiro maior. Os dois são loiros – mas acho que sei o que ele quis dizer, mas não comparar. Esquece o que ele falou bebe.
Luhan passa o braço pelo pescoço do mais alto e vejo os braços do Sehun em volta da cintura fina do outro. O loiro mais alto deita o rosto no pescoço do Luhan. Meu Deus! Que fofos!
-Vou ficar com diabetes assim – eu falo mordendo os lábios.
-Diabetes é seu sorriso meu amor – Luhan manda um beijo para mim.
-Que putaria – Sehun fala jogando o cabelo parra trás e negando com a cabeça.
Eu e Luhan temos essas brincadeiras apenas para provocar o ciúmes no Sehun. Ele é muito ciumento, muito mesmo.
-Kai – Luhan fala meu apelido – eu acho que o seu vizinho quer te pegar.
-Você escutou a conversa toda? – Sehun pergunta balançando o mais velho para olha-lo.
-Sim, meu bebe – Luhan dá um selinho no outro e olhando para mim – Kai, você é lindo, te pegava se eu não tivesse namorando... ai! Sei que você também pegava ele.
Já nos pegamos, mas melhor eu não falar.
O casal começa a conversar entre eles e eu fico pensado no que o Luhan falou, porque Sehun não entendi. O KyungSoo quer ficar comigo? Não consigo lembrar de nenhum momento que ele mostrou interesse ou alguma olhada, ele me encara e eu tive vontade de corre.
Escuto um barulho bem alto.
-Escutaram? – pergunto e o casal apenas nega com a cabeça.
Levanto da cama rápido e vou para a sala ligando as luzes do corredor, não sou burro. A porta da sacada está escancarada.
Levanto o celular e vejo o casal, o Luhan está me olhando curioso e o Sehun de volta no pescoço do Luhan.
-O que foi? – pergunta o mais velho.
-A porta da minha varanda ta aberta – falo indo até a varanda e estremecendo pelo vento frio – devo ter esquecido ela apenas encostada.
-Kai, quando quiser conversar sobre seus sentimentos – Luhan vira o corpo ficando de frente para mim escondendo o Sehun que reclama – não fala com o sem noção do Hunnie. Vem falar comigo meu chocolate delicia!
Luhan fala alto e começa a gargalhar por alguma coisa que o Sehun está fazendo alguma coisa que não consigo ver e a tela fica escura.
Mas que barulho foi esse? Ele não é nada que eu tenha escutado. Olho para o lado e vejo uma silhueta preta pela janela do lado da varanda do KyungSoo e fico olhando. Uma mais encorpada e alta de frente, fica de perfil e aparece uma outra mais baixa.
Meu coração acelera só em saber que tem alguém com meu vizinho.
Eles parece está discutindo pela movimentação dos braços e um tapa desferindo no mais alto. A sombra menor vai embora.
A luz da sala é acessa chamando a minha atenção, não consigo mexer meus pés para fora da varanda.
KyungSoo abre a porta da varanda e me encara dando leves passos até está no canto da varanda mais perto da minha.
-Pensei que tivesse dormindo – ele fala apoiando suas mãos no parapeito com um leve sorriso sem dentes.
Esse sorrisinho é de modo encantador, seus olhos grandes estão me encarando de uma forma estranha.
-Não conseguir dormi – respondo automático.
O analiso, ele está com uma calça de moletom e uma camisa de manga comprida vermelha bem grande, sua respiração está agitada. Vejo seu pescoço está pouco vermelho.
-Não está com frio? – ele pergunta olhando para baixo do meu rosto.
Olho para mim e percebo que estou apenas de calça moletom, gosto de dormi com no máximo pouca roupa possível. Mas como está frio eu apelo em usar uma calça ou uma blusa, nunca é os dois juntos.
Sorriu sem graça coçando a nuca e provavelmente vermelho.
-Soo, já concertei a cama – aparece um homem ruivo da sala do KyungSoo vestido apenas de boxer – ohh, acordamos você?
Apenas nego a cabeça percebendo um sorriso de alivio do ruivo. O analiso e o mesmo não parece ser muito velho, 20 anos talvez, ele é a silhueta que vi da outra janela. Seu sorriso demostra ser uma pessoa completamente inversa do KyungSoo, alegre e animado. Seu corpo é incrível e tem uma tatuagem no braço direito indo para o pescoço que não reconheço, ele passa mais tempo que eu numa academia.
Olho para o KyungSoo que está com um pequeno sorriso, mas diferente dos outros esse me dá um arrepio no ventre. Entende o que quero dizer? No entanto, meu rosto está sério. Quem é esse poste ruivo perto do meu vizinho?
-ChanYeol – KyungSoo chama o ruivo. Esse é o nome dele então?
Os dois trocam olhares por segundos e o mais alto arregala os olhos como se estivessem conversado pelas mentes. A reação do ruivo foi pouco estranha, ele me encara e depois para o baixinho com um sorriso diabólico.
Os dois me encaram ao mesmo tempo e uma onda gélida passou por todos meus pelos do corpo.
Fiquei pouco assustado agora.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.