História My Boss - New Life

Justin Bieber p.o.v

- Justin! Me ajuda, cuida da Emy! - É a primeira coisa que eu escuto ao atender o telefone.

E não, não pode ser!

- Alyss - começo a falar quando sou interrompido por gritos do outro lado da linha.

- Você vai se arrepender de ter feito isso! - A linha fica muda e eu deixo o celular cair olhando para todos os lados procurando por ela, e nesse mesmo momento, ouço o choro da minha filha.

- Justin? - Chaz me chama e eu saio correndo para as escadas entrando no corredor dos quartos, vendo o meu com as portas abertas e com a luz acesa. - Filha! - Pego ela no colo e procuro pela Alyssa.

- Justin por que está tão agitado?! - William aparece na porta.

- Viu a Aly? - Digo ofegante e ele nega dizendo :

- Não, ela deve estar no banheiro.

- Olhei ali agora, ela não está, olha lá em baixo.

- Qual o problema? - Pergunta e eu respiro fundo.

- Telefonaram e era a voz dela, ela estava desesperada William… eu… eu - Aperto Emily e William sai correndo.

Desço as escadas e todo mundo continua a conversar.

- Anna!! - Grito e ela me olha - Anna, a Alyssa ela…  -Emy continua a chorar e minha mãe pega ela do meu colo, a atenção de todos na sala fica em mim - A Alyssa sumiu - Passo a mão no cabelo sentindo lágrimas nos meu olhos.

De novo não, na última vez que ela sumiu Adam quase à matou.

- Como assim!? - Ela se altera e Marcos se aproxima.

- Alguém me ligou em um número desconhecido, ela - Deixo uma lágrima cair - Ela estava desesperada pedindo ajuda e pedindo pra eu cuidar da Emily - Passo a mão no cabelo - Porra…

- Mas ela tinha ido falar com a Laisla no quarto - Marcos diz e eu arregalo os olhos negando com a cabeça.

É simplesmente impossível, ela não pode ter saído da prisão.

- Laisla?! - Me altero - NÃO, PORRA, NÃO! - Ando de um lado pro outro.

- Sim, Laisla é filha da Emma. - Marcos explica e Anna fica estática.

- Como ela é?! - Pergunto.

- Baixa, morena, cabelo escuro e… - Marcos diz e eu fecho os olhos.

- Laisla tentou matar ela - Digo baixo - Que merda, quem deixou aquela vadia entrar na minha casa?! - Grito indo para fora com os meninos e minha mãe atrás tentando acalmar minha pequena.

- Marcelo! - Chamo o porteiro e ele vem até mim sorrindo. - Você viu minha mulher?!

- Ela saiu com uma moça, disse que ia tomar um ar.

Merda, merda, merda!

- Laisla não tem motivos pra fazer mal à ela - Emma defende e Anna ri repugnante.

- Ela tentou matar a minha filha!! - Grita desesperada - Onde a vadia da sua filha está!!

- Anna, cala a boca! - Marcos exige - Não sabemos se Laisla está com ela!

- Então onde está a Laisla?! - William se intromete - Hein, porra?! - Grita e Emily volta a chorar.

Passo a mão no rosto várias vezes ando de um lado para o outro e pego a bebê no colo tentando acalma-la. O que é falho.

- Vou subir com ela - Minha mãe diz e eu assinto entregando a pequena e pego o celular ligando para a polícia.

- Deixa eu falar com eles. - Anna pega o celular da minha mão  colocando no ouvido e começa a falar saindo dali.

- E agora?! - Christian diz ofegante, todos estamos preocupados.

- Eu não sei - cerro os dentes com raiva - Ela tá grávida - dito isso o movimento para e todos me olham surpresos - Está grávida e está tendo complicações na saúde, não pode sofrer emoções fortes que a traumatizem - Digo por fim e Chaz me abraça - Eu não quero perder ela.

Alyssa p.o.v

Minha cabeça começa a latejar e eu abro os olhos encontrando Laisla parada me observando com um cigarro nos lábios. Depois de sentir três aranhas enormes passeando na minha perna, tentar dormir foi a melhor opção que eu tive. Eu estou com fome, frio e tonta, parece que a Heroína que ela aplicou em mim está presente no meu cérebro me fazendo ouvir coisas, mais o que me preocupa agora é a minha criança que está aqui comigo!

Será que meu bebê está bem? Será que… que ele está vivo?

- No que tanto pensa?! - Pergunta e eu a encaro olhando para o canivete ao seu lado - No que tanto pensa!? - Grita e eu dou um pulo de susto.

- Por que? - Murmuro e ela se levanta com o canivete na mão. - Por que tudo isso?

- Eu estou tão machucada por dentro, que te ver sofrendo por dor física me alivia.

Meu Deus, esse pensamento está idêntico ao de Adam! Ele queria descontar a dor, parece que eu sou a fonte de alívio de ambos.

- Adam pensava assim, enlouqueceu e agora ele está morto - Digo fria e ela cerra os dentes - Não precisa ser assim, Laisla - Suspiro - Você é nova, tem uma vida pela frente, você pode arrumar um namorado, ter uma família, você pode ser feliz e… e dar orgulho à sua mãe. Laisla, ela é casada - Isso fez eu me remexer desconfortável, afinal é casada com meu pai - ela tem um bebê pra cuidar e você quer deixar ela triste? Mais triste do que ela já esteve por saber que a filha foi presa por tentativa de assassinato?! - Digo e ela acerta um tapa na minha cara, deixando a área queimando.

- Emma nunca se importou comigo, tanto é que eu fui morar com meu pai em Chicago, com sete anos e durante esse tempo eu vi ela duas ou três vezes, então não tente o drama familiar, não adianta. - Diz passando as mãos no meu rosto, sorrindo em seguida.

- Quer ver minha dor e aproveitar do meu cartão de crédito?! - Debocho e ela pega o canivete passando na minha coxa.

Por incrível que pareça, eu não estou com medo.

- Estou juntando o útil ao agradável.

- Laisla, pelo amor de Deus, para de ser louca, pensa direito, pensa na sua vida, pensa na cadeia, você não quer voltar pra lá, quer?! - A enfrento.

- Não quero e não vou - Exclama com convicção e eu assinto.

- Já reparou em uma coisa? - Faço uma pergunta retórica - Você sempre se faz de forte e tudo o que você fala é em vão. Da última vez, você se mostrou boazinha comigo - me refiro à época em que ela é Scooter me odiavam - Você me contou que Scooter queria me separar de Justin e eu até te aconselhei a ir atrás do Adam na clínica, depois daquilo, quando eu pensei que você tinha tomado jeito você volta e tenta me separar sendo cúmplice da cabeçuda.

- Onde quer chegar?!

- Se investigou a minha vida você sabe bem onde eu quero chegar, Laisla. - Bufo.

- Não sei.

- Tudo que você faz de ruim, nunca dá certo, nada. - Explico na maior ironia possível - Não adianta tentar me matar, eu vou sobreviver, Laisla, porque eu não estou com medo! - Digo alto e ela parece chocada - Não tenho medo de você, mais tenho medo do que pode fazer com a minha filha.

- Eu não fiz nada com ela - Suspira - É só uma criança.

- Eu não sei por certo suas intenções comigo, até onde eu sei, quem te deixou atolada na merda foi a Selena!

- FOI VOCÊ! - Ela enfia o canivete na minha coxa e eu urro de dor tentando me acalmar.

Minha criança não pode sentir minhas emoções.

- Não foi e você sabe - resmungo - Eu nunca pensei que Adam ficaria louco e que Selena quisesse me matar ou algo do tipo, eu nunca fiz mal à vocês duas, nunca pensei em me vingar da Selena por eu ter perdido meu filho ou de você por ter tentado me matar, nunca!

- Por que?! - Aperta mais o canivete na minha coxa e eu me encurvo gritando alto. - Por que não se vinga?!

- Porque eu tenho coisas mais importantes na minha vida, tenho mais sentimentos além do rancor - Murmuro - Eu tenho um marido e dois filhos, eu tenho que dar amor à minha família.

- Dois filhos?! - Ela me olha nos olhos e olha para a minha barriga.

- Sim - Digo sem medo - Eu estou grávida.

Eu pensei que ela fosse socar a minha barriga ou algo assim, mais ela retirou a faca da minha coxa e enfiou na outra - que está coberta por um vestido longo - e deixou o objeto ali, saindo do apartamento me deixando urrando de dor com as mãos presas nas costas, sem poder fazer nada.

[...]

23h

Justin Bieber p.o.v

- Ligaram no celular dela?! - Pergunto impaciente olhando no relógio em meu pulso.

- Ficou na bolsa dela, lá no quarto - Marcos se senta ao meu lado e Emma se senta com Mikael no colo e começa a discar o número da filha.

- Laisla?! - Ela atende e nós focamos a atenção na chamada - filha onde você está?! - Pergunta e eu me levanto arrancando o celular das suas mãos.

- ONDE VOCÊ ESTÁ COM A MINHA MULHER?! - Jogo alguns enfeites no chão e minha mãe vem até mim tentando me acalmar.

- Olá, patrão - Ela ironiza gargalhando - No momento eu não estou com ela, mais fica tranquilo, à essa altura ela deve ter perdido bastante sangue e seu bebezinho deve estar muito mal - Bufo fechando os olhos e Emma pega o celular da minha mão.

- Laisla, por que está fazendo isso?! - Emma pergunta chorando, talvez de decepção pela filha que tem. - Isso não está certo, eu juro que se você não deixar ela sair de qual lugar vocês estejam, eu coloco a polícia atrás de você - Ameaça e eu olho para um dos policiais que está em casa - Eu sou sua mãe, e se for pra você apodrecer na cadeia, desta vez eu vou deixar - Seca as  lágrimas e olha para o celular - Ela desligou.

- E agora?! - Anna pergunta e eu coloco as mãos no rosto.

- Eu não sei - Suspiro e ouço o choro de Emily, é impressionante como parece que crianças sabem das coisas, ela está assim desde que Aly sumiu.

Subo para o quarto e pego ela do berço tentando acalmá-la, vejo meus irmãos entrarem no quarto e se sentarem na cama.

- Não chora, Justin - Ouço a voz de Jaxon - A Pattie disse que vai ficar tudo bem.

- Vai sim - Afirmo passando a mão no rosto.

- Posso ver a Emy? - Jazzy pergunta e eu assinto me sentando na cama com ela. - Ela é linda, se parece com você - Sorri e eu sorrio fraco. - Eu sei que ela não é sua bebê de sangue, mais eu acho que ela se parece com você.

- Então ela é linda - Brinco e as crianças sorriem me abraçando com cuidado, era tudo que eu precisava agora - Vocês são os melhores.

Percebo que Emy parou de chorar e está com um sorriso esperto nos lábios - Vamos achar sua mamãe, eu sei que vamos - Digo beijando suas bochechinhas.

Eu preciso acha-la, eu vou enlouquecer, eu… e se Laisla tiver machucado meu filho?

Eu preciso encontra-la,  me mata ter que ficar aqui esperando! Eu não quero esperar, eu quero ela, eu preciso dela.

[...]

01h00

Alyssa p.o.v

Eu tento manter minha cabeça longe, pensando em Emily, no seu sorriso, nos olhinhos claros e espertos, no corpo cheio de dobrinhas, os pés fofos, o choro, a gargalhada, em seus cabelos, nas vezes que Justin brincou com ela. Tento pensar no meu bebê que está aqui, como ele/ela vai ser, na cor dos olhos, do cabelo, se irá ser rebelde futuramente, se for um menino, eu tenho certeza que vai querer ser igual à Justin, copiar as roupas e o cabelo, jeito de andar ou as gírias; se for menina acredito que vai ser a melhor amiga da Emy; as duas vão fofocar pela casa, sair com as amigas, arrumar namoradinhos na mesma época - enlouquecer Justin - e vão pegar meus sapatos e roupas, as pulseiras e brincos.

Eu quero muito isso, e é esse pensamento que está me mantendo firme e forte, tentando não ligar para a minha coxa machucada e para minha coxa que ainda está com a faca.

A heroína parece ter saído do organismo, minha mente se estabilizou e eu estou tentando ignorar de todas as formas a vontade de consumir mais a nicotina.

- Adivinha com quem eu falei!? - Laisla entra no apartamento batendo a porta me fazendo dar um pulo de susto. - Não vai tentar adivinhar? Caminha até mim e eu dou de ombros - Falei com seu marido.

Olho rapidamente para ela e ela ri se jogando no sofá ligando a televisão.

- Estão falando sobre seu desaparecimento na televisão - Ela diz e eu olho de relance vendo que estão ao vivo do lado de fora da mansão, um pouco distante por ter seguranças de Justin por todo lado. - Eu falei com Justin  e ele está desesperado…

- Me deixa sair?  - Peço e ela ri dizendo :

- Já sabe a resposta.

- Não, eu não sei, e também não sei o porquê que você está fazendo isso.

- Já expliquei.

- Aquilo não é um motivo congruente. - Olho para o meu sangue que já está empossado na sala em pequena proporção.

- Para mim é!

- Eu vou repetir detalhadamente o que eu disse mais cedo - Digo e ela revira os olhos - Você pode ter um futuro, um lindo futuro, uma chance de recomeçar, se você deixar eu sair, eu peço para não te levarem pra prisão e você fica livre pra ir embora, recomeçar.

- Por que eu faria isso?! - Se levanta do sofá e puxa uma cadeira ficando sentada de frente pra mim.

- Porque eu vejo no seu olhar que você está cansada, cansada de tanto ódio, você quer mais na vida, Laisla, vai atrás do seu futuro, investe em algo construtivo, as maldades que você está fazendo agora, vão ser cobradas futuramente e você vai ficar na merda, não deixa isso acontecer… - Sinto ela puxar o estilete da minha coxa e jogar no chão - Você é melhor do que isso, você é inteligente e bonita, pode ter tudo o que quiser, não deixa o ódio te dominar.

Ela parece pensar, mais logo se levanta e desamarra as minhas mãos e meus pés.

- Some daqui - diz e eu assinto me levantando, na mesma hora, minhas pernas perdem a força e eu caio sentada na cadeira. - Se quiser, rasteje até lá fora, já estou fazendo demais te deixando sair, não vou ajudar.

- Tudo bem - Tento me levantar e vou até a porta dando uma última olhada para ela - Obrigada - Sussurro e ela fica sem expressão, olho para o estilete no chão e suspiro,  saindo dali em seguida.

Abro a porta e procuro por um elevador, o que não encontro, vendo apenas um lance de escadas.

Tudo pra ajudar.

Me sento no chão, arrastando a bunda nos degraus com dificuldade por conta do vestido e dos machucados que não param de sangrar.

- Vamos, Alyssa! - Digo para mim mesmo tentando tontear a minha tontura e a ânsia de vômito - Vamos… você consegue - Continuo a descer vendo que estou no quinto andar, isso vai demorar demais.

Seguro no corrimão e me levanto gritando de dor, os machucados pulsam implorando por um curativo ou algo assim, começo a descer e cambaleio tropeçando, tomo postura e volto a descer, meu suor escorre pelo meu rosto e eu chacoalho a cabeça expulsando qualquer vontade por drogas, parece que quando eu tenho contatos com elas, meu organismo se acende pedindo por mais.

Continuo a descer vendo uma senhora de meia idade passar.

- Moça… - Chamo e ela me olha assustada - Preciso de ajuda - Peço vomitando em seguida sentindo gosto de sangue.

- Meu Deus! - Ela sobe as escadas - O que aconteceu?! - Pergunta e eu suspiro.

- Que lugar é esse?! - Pergunto.

- Washington DC - Explica e eu arregalo os olhos - De onde lugar você é?

-  Moro na cidade de King, perto do Obelisco espacial.

- É aqui em Seattle? - Pergunta e eu assinto - Fica quase duzentos quilômetros daqui.

- Você… você consegue chamar um táxi pra mim? - Pergunto e ela assente.

- Você precisa de um hospital - Afirma e eu nego - você está muito machucada.

- Preciso de ver minha filha - Digo e ela assente discando o número do táxi.

- Alyssa! - Ouço a voz de Laisla - Você tem uma família linda - Ela passa por mim - Vou atrás do meu futuro - Vejo ela com malas.

- Boa sorte - Digo e ela dá do dedo do meio.

- Nunca mais vai ouvir falar de mim.

- Assim eu espero - Digo por fim e ela sai do estabelecimento.

- O táxi chega em vinte minutos, enquanto isso, vou fazer algo pra você comer - a senhora diz e eu assinto me sentando em um banquinho que tem ali sentindo falta de ar.

Vejo Laisla arrancar com o carro e fecho os olhos, acho que no fundo ela só precisava de ouvir as palavras certas, pra tentar fazer o certo, Laisla é carente, ela precisava de ouvir algo bom. Certo que ela fez mal pra mim, ela quase me matou e ameaçou minha filha, muitos acham que ela deveria morrer, mas eu não acho, todo mundo merece uma segunda chance.

Eu estava na merda há dois meses atrás e só sai dela porque eu me permiti ser feliz de novo, eu me deu uma nova chance, por que com ela seria diferente?

Eu desejo que ela consiga crescer e ser feliz, e eu sei que lá no fundo ela vai me agradecer.

- Aqui está - A senhora me entrega um lanche natural - Fiz agora.

- Obrigada - Começo a comer e ouvimos barulho de buzina.

- Seu táxi, tem certeza que está bem? - Pergunta e eu assinto tentando convencer à mim mesma que estou bem.

- Muito obrigada.

- Por nada. - Diz me ajudando a ir até a rua - que fica em um bairro bem desfavorecido, estranho por Laisla ter me trago aqui e não ter me enfiado num casebre qualquer - entro no táxi e passo o endereço.

Eu mal posso esperar pra ver minha família, horas longe parece mais uma eternidade.

25 de novembro, terça-feira, 14h30min

Justin Bieber p.o.v

Pattie pediu para que meu pai viesse buscar as crianças, já que tudo está uma loucura. Chris e Keila foram para um hotel, mas garantiram que em qualquer notícia que tivessem iriam me ligar, Kevelyn e o tal do Alexander foram embora, Marcos e Emma ficaram aqui em um dos quartos de hóspedes e Anna também ficou com Matthew.

Resumindo, ninguém ficou em paz, a polícia não saiu daqui e a eu estou agradecendo aos céus que minha mãe está cuidado da Emy. Eu simplesmente não consegui dormir, e parece que a bebê está sentindo a tensão, ela está inquieta.

- Senhor?! - Marcelo entra na sala e eu me levanto do sofá assinando outro B.O - Um táxi está pedindo pra entrar.

- Um táxi?! - Cruzo o cenho e corro para a garagem vendo um rapaz baixinho com Alyssa no colo, desmaiada.

- Meu deus! - Saio correndo e abro o portão deixando o rapaz entrar - Aly,  fala comigo! - Grito pegando ela no colo - Onde ela estava?!

- Em Washington DC - Diz - Ela está machucada, veio reclamando de muita dor de cabeça e as duas pernas estão sangrando, eu rasguei a roupa dela - olho para a barra do vestido - Para estacar o sangue, ela não quis ir pra nenhum hospital nem nada - Colocamos ela no sofá e Anna vem correndo colocando a mão na testa dela.

- Está com febre, precisamos levar ela pra um hospital - Assinto indo pegar as chaves do carro.

- Pode ir, filho eu cuido da Emy, só me liga depois - Minha mãe fala e eu assinto pegando ela no colo a levando para o carro.

- Eu dirijo - Matthew diz e Marcos nega dizendo :

- Eu levo a minha filha. - Tenta pegar ela no colo e Marcos o empurra.

- Você não é pai há quase um ano - Anna toma frente - Leve ela Matthew, Justin vai com você e eu também - Diz por fim e eu assinto pegando ela no colo indo para a garagem, entrego a chave para Matthew e nós saímos rapidamente, apoio sua cabeça no meu colo e faço carinho em seu cabelo vendo suas pálpebras se mexeram.

- Minha cabeça… - Ela murmura de olhos fechados.

- Hey, Princesa, está tudo bem, vai ficar tudo bem - Beijo sua testa e ela apaga mais uma vez me deixando super preocupado.

- Onde a vagabunda deve estar!? - Anna pergunta e Matthew suspira.

- Não sei, amor - Me olha pelo retrovisor.

- A polícia está atrás dela, Anna - Digo - O que me importa agora é saber como Aly e o bebê estão.

- Tem razão - Ouço ela suspirar - Eu não sei porquê as pessoas fazem mal à ela - Diz derrotada - Ela já sofreu demais pra uma mulher de vinte e um anos.

- Eu sei, é difícil entender - Abaixo a cabeça vendo seus lábios pálidos tremerem - Matthew ela está com muito frio, dá pra ir mais rápido?

- Estamos chegando - Diz e eu assinto.

- Shh, amor, eu te amo - Seguro suas mãos vendo o vestido cheio de sangue, porém está seco.

- Chegamos - Ele diz e nós saímos do carro rapidamente, entramos no hospital indo direto pra emergência e Anna vai preencher a ficha dela, falo com uma enfermeira, ela trás uma maca com paramédicos pegando Alyssa no colo e colocando sobre a maca.

- Pressão?! -  A médica pergunta para um paramédico e ele retira a bombinha do pulso dela.

- Muito baixa pra quem tem um bebê em formação -  Ele diz e meu coração dispara.

- Co-como assim? Meu filho vai ficar bem?! - Pergunto e eles me ignoram levando ela para um corredor. - Me deixa ficar com ela! - Tento passar pela porta e sou barrado.

- Aguarde. - É o que um deles fala para mim.

Sinto meu corpo fraquejar e minha cabeça latejar.

- Cara, você tá pálido - As mãos de Matthew me chacoalham - Um médico aqui,  por favor! - Ele grita e eu nego me sentando em uma das cadeiras.

Ele me segura e me encaminha para um consultório.

- Preciso ficar com ela - Digo e uma médica entra aplicando soro na minha veia.

- Se acalma, você tem que manter a calma.

Como me acalmar numa hora dessas?!

[...]

- Meu amor - Chamo entrando no quarto e ela me olha sorrindo - como está se sentindo?

- Cansada - Ela diz e eu selo seus lábios - O bebê está bem?! - Pergunta mudando a expressão suave para preocupação.

- Está… - Digo - Ele está muito bem.

- Que bom - diz bem baixo e eu selo seus lábios mais uma vez.

- Pensei que ia te perder - Me sento ao seu lado.

- Eu sabia que não ia acontecer nada demais.

- Ela te esfaqueou, te drogou…

- E deixou aranhas soltas perto de mim - completa e eu me assusto - Mas eu sabia que ia ficar tudo bem.

- Como?!  - digo incrédulo -Alyssa você poderia ter… ter morrido ou sei lá oque!

- Mais eu não morri, eu tô bem.

- Aquela cachorra vai ser presa - Advirto e ela nega.

- Mandem parar com as buscas, não quero que ela seja presa.

- Olha o que ela fez com você! - Digo e Aly da de ombros.

- Ela deixou eu sair, Jus.

- Não interessa.

- Interessa sim, eu conversei com ela, Justin, ela precisa se encontrar, precisa viver, não ser presa mais uma vez, isso só vai gerar mais ódio nela. - Explica e eu fico sem palavras, com todo mal que ela fez à Alyssa, Aly ainda tem piedade?! - Laisla é carente, é amargurada, ela precisa de alguém pra amar, ela precisa ser amada.

- Você tem idéia do que ela fez com você?!

- Eu sei o que ela fez, e também sei como ela estava se sentindo. Justin eu estava igual à ela há meses atrás, estava perdida e sem consolo, eu consegui achar a felicidade, ela também precisa.

- Ela te cortou e…

- E eu tô bem, eu tô linda, maravilhosa. Como sempre - Diz e eu sorrio fraco. - Ou não me quer por eu estar com cicatrizes na coxa? - Brinca.

- Nem sonha nisso, eu sempre vou te querer - Mordo sua bochecha - O mundo deveria ter pessoas que pensem como você.

- Eu não pensava assim - Ela diz - até você voltar e mostrar como eu poderia ser feliz - Sorri e eu volto a beijá-la.

- Não teve medo? - Pergunto e ela diz :

- Tive medo dela machucar a Emy, ela disse que tinha alguém na festa que ia fazer mal à vocês.

- Não tinha ninguém, acho que foi pra te assustar.

- Me deixou preocupada, minha família é tudo pra mim agora.

- Você é incrível… - Beijo sua testa abraçando-a desajeitadamente.

- Desculpa pela intromissão, mais acho que alguém está com saudades da mãe - Pattie entra com Emy no colo e a pequena fica toda serelepe ao ouvir a voz de Aly.

- Vem com a mamãe - Diz e minha mãe inclina Emy em seu colo - Fiquei com saudades.

- Ela também, não calou a boca um segundo - Digo e Aly cheira as bochechas da pequena dando vários beijinhos, Emy faz uma carranca e sorri em seguida.

-Quem é a princesa da mamãe? - Alyssa afina a voz e eu dou risada. - Quero sair logo desse hospital - Diz e eu reviro os olhos.

- Só amanhã - Decreto - E eu vou cuidar de você.
- Sem exageros, por favor - Pede e eu sorrio sarcástico.

- Vou cuidar muito bem.

27 de novembro, quinta-feira (dois dias depois), Chicago.

Laisla p.o.v

- Boa tarde, Clarice. - Digo assim que a senhora de meia idade abre a porta.

- Meu Deus! - Ela diz sem acreditar - O que está fazendo aqui?!

- Vim buscar o Logan - Digo simples.

- Você desapareceu, Laisla, e agora quer ele? - Ela nega - Você rejeitou a criança desde o nascimento, ele está com quase quatro anos.

- Você sabe que na época eu não tinha condições para…

- Não mente, Laisla! - Ela grita - Você não deu atenção pro seu filho, ele sempre pergunta de você e do meu filho, que Deus o tenha.

- Eu mandei contar que Adam não existe mais.

- É uma criança!

- É a realidade! - Digo - Eu sei que há três anos eu não era a melhor pessoa do mundo, não sou, mais eu quero meu filho.

- Você não dá atenção à ele, o que te fez mudar de idéia?! - Diz confusa e se senta no sofá.

Alyssa me fez mudar de idéia.

- Eu quero uma vida nova. - Digo baixo - Eu preciso de recomeçar, então eu pensei em começar aqui, e levar o meu filho pra morar comigo na Nova Zelândia, tenho oportunidades de emprego lá.

- Meu neto não vive sem mim. - Ela diz - Eu vou junto, se vai trabalhar precisa de alguém pra cuidar dele.

- Obrigado, Clarice - A abraço - Eu não sei o que faria sem você.

- Vamos recomeçar, e você tem meu apoio.

- Onde está ele? - me refiro à Logan.

- Dormindo, vem - Me guia pelos corredores e eu abro a porta do quartinho vendo tudo simples e arrumado. Vejo ele numa caminha com forro azul e me sento na cama sentindo as lágrimas se formarem.

Ele está tão grande, tão saudável.

Eu tinha a felicidade ao meu lado o tempo todo, só não enxerguei. Quando eu disse para a Alyssa que eu poderia ter tido filhos com Adam, eu só queria por pra fora sem falar a verdade , e não demonstrar minhas fraquezas, Logan sempre esteve aqui por mim, e eu o amo. Ele é tão parecido com Adam, o cabelo, o nariz… até o gênio difícil de vez em quando.

- Log? - Chamo e ele abre os olhos - Oi, anjo! - Digo e ele se senta sorrindo.

- Mamãe?! - Ele grita feliz e pula em mim me fazendo chorar - Mamãe, você veio me ver! - Ele começa a chorar e me aperta.

- Eu vim, amor - Soluço - eu vim pra nunca mais ir embora! - Aperto ele com força.

- Não vai mais embola né? - Ele pergunta e eu assinto - Eu senti tanta saudade! - Ele se senta bagunçando o cabelo preto e me faz rir.

- Eu também - Digo - Também senti, Log - O aperto - Nós vamos morar em uma casa nova, numa cidade grande e legal e você vai ir pra escola e ter novos amiguinhos.

- Eba!! - Ele pula na cama - a vovó vai ir?

- Vai sim! - Me ajoelho.

- E a senhola vai me dar uma bicicleta novinha?!

- Vou, Logan, vou te dar tudo que quiser - Afirmo.

- E o papai?

- O papai agora mora com o papai do céu, mas ele está sorrindo pra você agora.

- E isso é legal?

- É muito legal! - Digo e ele pega uma folha embaixo do travesseiro.

- Olha o meu desenho - Me mostra uma folha com rabiscos - Essa é você - aponta para uma bolinha e eu assinto limpando as lágrimas.

- E por que me desenhou?!

- A vovó Clarice disse que quando nós quelemos algo, Deus ouve e nos dá se for bonzinho, eu desenhei e pedi pa ele ti tazer pa mim - Diz embolado e eu sorrio prendendo o choro.

- Ele ouviu amor - O abraço - Somos uma família agora.

- Pomete que vai ficar tumigo pa sempre?

- A mamãe promete.