História My Boys! - Alone.

Casa de Smith.

16hr34 p.m

Harry rolou na cama e sentiu o corpo todo doer: as pernas, braços, tórax, e principalmente cabeça. Sua boca com um gosto horrível o fez ter ânsia e tossir por isso. Sua cabeça doeu ainda mais e por isso ele abriu os olhos, iria tomar um remédio e voltar a dormir. Mas seus planos foram dilacerados quando ele viu que não estava em sua casa. Seu corpo imediatamente ignorou a dor e em segundos Harry estava de pé.

- Mas que caralho é esse? – ele passou as mãos no rosto e começou a lembrar em flashes o que tinha acontecido: o jantar, Josh, a briga, Josh indo embora, e por fim ele lembrou que saiu de seu apartamento e foi para a Demons. – Merda. – Ele foi até a porta do quarto já sem se preocupar com mais nada além de sair dali, mas assim que abriu a porta para sair do quarto, ele viu Gato brincando com algo invisível no correr. Seu coração imediatamente ficou mais aliviado, porém ele ficou ainda mais confuso: que em fizera aquilo? – Oi seu esquilo lindo... – Ele foi até o gatinho que batia as patinhas no chão e tentava morder algo que não existia, o pegou no colo e imediatamente ele começou a ronronar. – Você tá bem, não é? Você já comeu? – Harry dizia isso enquanto andava pelo curto corredor, viu no meio do percurso a caixinha de areia de Gato e estranhou ainda mais aquilo: será que Josh tinha se arrependido? Mas aquela casa não era de Josh, ao menos ele não a conhecia. Chegou à sala e sentou no sofá. Não parecia ter ninguém ali. – Vamos tirar essa roupa?! – Styles em uma plena falta de preocupação com nada que não fosse Gato, começou a tirar a roupa do bichano, e quando o fez, a jogou na mesinha de centro e viu ali um papel, começou a lê-lo e conforme ia o fazendo, ficava mais aliviado. Era de Smith. – Tio Smith te salvou... – Ele sorriu bobo e deixou o papel de lado, agarrou Gato e o deu vários beijinhos.

O fato era: Harry estava estranhamente Hazzy, não sabia o porquê já que algo em seu interior gritava por drogas, gritava para que ele quebrasse tudo ali, que saísse dali apenas para desobedecer as ordens de Smith, mas ali estava ele ignorando tudo, até a dor em saber que Josh havia o abandonado, a revolta que aquilo o dava. Harry queria apenas tomar um banho demorado, comer alguma coisa, dar comida a Gato e passar o resto do dia em uma cama.

E foi isso que ele fez: tomou banho depois que achou algumas roupas suas no guarda-roupa, vestiu apenas uma boxer, comeu qualquer coisa que estava na geladeira e deu a Gato um sachê de comida. O pegou e foi para o quarto, se jogou na cama e ficou olhando para o teto enquanto o gatinho branco dormia em sua barriga.

Mil coisas começaram a passar em sua cabeça. Mas a que mais o machucava era saber que não veria mais Josh andar de cueca pelo seu apartamento, não o veria mais jogado em um canto do lugar brincando com Gato, que não dormiria mais abraço com ele, que não haveriam mais discussões bestas a toda hora: Harry não conseguia mais viver sem aquilo. E quando percebeu, já chorava. Não um choro como lembrara que fora na noite anterior, porque aquele choro era um choro de desespero e raiva, o choro de agora só era de tristeza, pura tristeza.

- I-isso é tão injusto, Gato... - Hazzy soluçava, o pobre garoto preso em um corpo maduro e machucado. Ele queria Josh, queria Josh para cuidar de si como sempre fora.

- Harry? – ele escutou a voz de Smith e levantou rapidamente deixando Gato na cama, talvez Josh estivesse ali também, talvez ele estivesse na sala com a sua típica cara de enfezado, mas quando o visse abriria os braços para abraçá-lo e pedir desculpas. E foi pensando nisso que Hazzy saiu do quarto e foi depressa até à sala, mas murchou, apenas Smith estava ali.

- Onde está o Josh? – sua voz não passava de um suspiro e Smith viu que ele choraria a qualquer instante, mas não teria como adiar aquilo.

- Ele não sabe que você está aqui, não sabe que eu te salvei ontem e nem queria saber... – O homem tentou não ser rude, mas não consegui já que viu Harry murchar ainda mais.

- Aonde ele está? – Harry engoliu o choro, Josh não merecia seu choro, não mais.

- Ele não está mais em Londres... – e ali, naquele momento, todo o pensamento de que Josh não merecia seu choro caiu por terra. Hazzy levou imediatamente as mãos a boca para impedir que um soluço saísse, as lágrimas rolaram e ele se sentiu sozinho. Sem sua metade rabugenta e encrenqueira. - Ele está confuso Harry eu sugiro que o deixe pensar...

- E-ele m-me abandon-nou de no-voo. – E foi ali que Smith viu Harry, não o Harry durão que se drogada a toda hora, ele viu o Harry sofrido que via nas drogas a escapatória para seus problemas.

Ele tentou dizer algo, mesmo sabendo que não era bom naquilo, mas Harry saiu em passos rápidos e ele só escutou a porta ser fechada com força.

Não havia nada que ele podia fazer naquele momento.

Harry chorou, ele chorou tanto que nem sabia se um dia tinha chorado tanto. Seus soluços ecoavam pelo quarto, suas súplicas para que Josh voltasse os fazendo companhia. Styles estava sozinho agora, Gato e ele.

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Hospital.

Aquele mesmo dia mais cedo.

Josh acabara de receber alta, suas roupas já estavam em sua mala ao lado da porta e Smith apenas escutava algumas recomendações do médico. Quando ele terminou, apertou a mão do homem e pegou a mala de Josh, segurou em seu ombro e o guiou para fora do quarto. Ele sabia que Josh não precisava apenas de apoio físico, e sim psicológico, afinal, ele já sabia o que Josh iria fazer.

- Diga a ele que não irei, eu só quero sair daqui e dormir... – Smith só concordou e levou Josh para fora do hospital, o colocou e um carro comum e mandou o motorista ir para o lugar combinado.

- Cuide-se... – e o carro se foi levando Josh para seu novo esconderijo, que para todos os efeitos, era fora de Londres.

Smith voltou ao hospital, foi até o quarto de Jon e conversou um pouco com ele sobre o que tinha acontecido. Ele disse que estava lá no bar quando caras chegaram atirando para cima, quebraram tudo e depois o espancaram até ele desmaiar. Jeff apenas concordou e disse que iria para casa, Jon perguntou sobre Josh e ele apenas disse que ele ainda estava em observação. Smith naquele momento desconfiava de si mesmo.

Não havia nada que ele pudesse fazer para mudar isso.

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Toronto.

13hrs45min

Liam já estava desesperado, Zayn então, não fazia outra coisa que não chorar e implorar para Liam o deixar ir para Londres.

Harry não dava notícias fazia horas, não atendia as ligações e nem respondia as mensagens. Liam não sabia mais como pedir calma a Zayn, já que nem ele tinha calma. Ele tinha um celular em uma mão e com a outra fazia um leve carinho nas costas do marido que estava inconsolável na cama.

Eles já tentavam a meia hora quando desistiram e só deitaram-se e esperaram. Até que o celular de Liam apitou. Ele imediatamente levantou, pegou o aparelho retangular e viu em letra grande acompanhada de um coração um H. Seu coração disparou e ao ver o marido estático, Zayn também ficou.

- É ele, mas apenas uma me mensagem. – Certo que já era algo depois do sumiço do garoto Styles, mas Zayn e Liam eram muito afetivos e apenas uma mensagem não era nunca o suficiente.

“Desculpa ter sumido, eu perdi meu celular em casa e só o achei agora. Estou bem, porém irei sair agora. Ligo amanhã. H.”

E só. Nada mais que uma mensagem, seca e sem o habitual: sinto a falta de vocês. Algo estava errado e tanto Liam quando Zayn percebiam. Claro que não ligariam para Harry e exigiriam uma explicação, afinal, eles sabiam que Harry era Harry e não contaria, não enquanto não quisesse.

Então o casal Malik-Payne apenas voltou a cama e deixaram finalmente o corpo se entregar ao cansaço. Mais tranquilos com a aparição de Harry, porém um pouco mais apreensivos quanto ao motivo para ele estar “frio”.

Harry só não queria ser o motivo de mais preocupação para Liam e Zayn.

Londres.

Casa de Josh.

Devine abriu porta de sua casa e suspirou, não ia ali a mais de três meses e para ser sincero, nem sentia falta do lugar. Não era aquela casa de três andares que ele conhecera Harry, era uma menor, em outro bairro e que só três pessoas sabiam a localização: Ele mesmo, Smith e Harry. E por mais que ele estivesse tentando se afastar do último, e até mandara Smith mentir se o garoto o procurasse, ele sabia que aquele lugar seria o último que Harry procuraria, se fosse procurar por ele em algum momento.

Ele deixou suas coisas no sofá e se jogou ali. Sabia que essa seria sua vida agora: ficar sozinho ali naquela casa até que Smith descobrisse quem tinha feito aquele atentado na boate, quem tinha sido a pessoa a ameaçar Harry, quem tinha sido a pessoa que bateu em Jon.

Josh não estava se importando com a porra de uma boate, ele poderia comprar outra, se duvidasse, mil vezes melhor que aquela; ele não estava se importando porra nenhuma com Jon, ele poderia conseguir barman mil vezes melhor; sua preocupação era com Harry, afinal, só existia um Harry, um único Harry, e se alguma coisa acontece com ele, era uma vez um Josh vivo. Se Harry morresse como fora jurado no maldito bilhete, não havia como substituí-lo, Josh não poderia encontrar outro, não haveria Harry nem Hazzy. Não havia uma peça de reposição para Harry e todas as suas manias e defeitos. Simplesmente Harry era único e por isso alguém tão importante para tantas pessoas, e Josh só era mais uma delas.

Devine passou ali talvez três longas horas, até que levantou, foi para seu quarto e tomou banho, trocou de roupa e antes de dormir, quebrou seu antigo chip que estava já fora do celular, colocou um novo no aparelho e se lamentou, não por ter perdido todos seus contatos, mas por saber decorado dois números: o de Harry e o de Zayn.

Ele dormir depois de desistir de mandar uma única mensagem para o muçulmano, afinal, não queria que ele corresse qualquer risco.

Aquele mesmo dia.

Londres.

Harry tinha saído da casa de Smith, escondido, claro. Ou achava que sim.

Ele poderia ter saído para procurar Josh, nem que tivesse que fazer cartazes e colar em postes, ou perguntar de pessoas por pessoa, mas iria tentar encontrá-lo. E essa era sua ideia depois que mandou mensagem para Liam e Zayn. Porém, como se fosse um raio, sua ideia mudou. Hazzy fora esquecida, convencida pelos gritos de sua cabeça a sair dali e descontar tudo em drogas e álcool, e Harry tomou as rédeas da situação. Ele tomou banho, vestiu a primeira roupa que encontrou e saiu sorrateiramente pela porta da cozinha depois de colocar comida para Gato. Ele não vira Smith, ele deveria estar dormindo.

E aonde Harry estava agora?

Ele não sabia, só sabia que tinha injetado metanfetamina e em segundos não sabia mais nem quem ele era. Só via borrões de luzes, de pessoas, de bebidas que o davam, de pessoas com quem ele transavam ou não, só o chupavam em algum lugar.

Se antes Harry estava perdido, agora ele estava fodidamente pedido.