Vocês já ouviram falar do HanaHaki Byou? Não?
Pois então, eu lhes contarei uma história que explicará bem sobre essa doença.
Oh, perdoe a minha falta de educação, muito prazer, meu nome é Jeon Wonwoo, espero que minha história não seja tão entediante, e que você me acompanhe até o final dessa jornada.
Sente-se e fique à vontade, começo agora, a minha história de vida.
5 anos atrás
O sinal estridente avisando que as aulas do primeiro período se encerravam naquele momento, soara alto pelos corredores, transpassando os meus tímpanos e me deixando mais irritado.
- Mas que droga, eu odeio esse professor. - bufei saindo da sala com meus amigos.
- Ele não tem culpa por você estar mexendo no celular a aula toda e não ter ouvido ele dizer que queria a atividade pronta até o final da aula. - SeungKwan disse abraçando Vernon.
- E por que raios vocês não me falaram nada? - perguntei indignado.
- Nós falamos, você que nos ignorou. - o mestiço abraçou o namorado de volta. - Mas pensa pelo lado bom, você terá mais uma chance.
- Claro, lado muito bom, terei que ficar até mais tarde com a turma de reforço pra terminar o bendito trabalho. - revirei os olhos, abrindo meu lanche.
De repente, SeungKwan parou no meio do corredor e se escondeu atrás dos armários. Eu e Hansol ficamos olhando-o confusos, como se ele fosse aqueles tipos de espiões de filmes.
- Kwannie, o que - Hansol tentou perguntar mas foi cortado.
- Shiiii. - colocou o indicador na frente dos lábios.
Ele andava nas pontas dos pés, como se ninguém pudesse perceber a sua presença insignificante, naquele corredor amontoado de gente.
- Mingyu? - SeungKwan chamou quando nos aproximamos de um garoto. - O que está fazendo aqui? - o Boo parecia bastante confuso.
- Kwannie, que bom que eu te achei. - o tal Mingyu abraçou forte o menor. - Eu vou estudar aqui agora. - sorriu orgulhoso.
- Como assim? Eu falei com você semana passada e vocês estavam no Japão.
- Eu sei, é que a minha omma não conseguiu avisar a sua que íamos nos mudar para cá, porque foi decidido muito em cima da hora. - explicou, agora, com os braços entrelaçados com o do menor.
- Entendi. - disse dando de ombros. - Bom, Gyu-ah, esse é o meu namorado, Hansol e esse é Wonwoo, meu amigo. Gente, esse é meu primo Mingyu. - nos apresentou e eu vi o rosto de Hansol se desfazer da tensão que estava a minutos atrás.
Descobrimos que Mingyu veio do Japão, ele é coreano, mas a sua família se mudou para lá quando ele ainda era bem pequeno. Ele tem a nossa idade, mas teve que voltar um ano para conseguir acompanhar a turma.
Ficamos conversando até o sinal tocar e termos que voltar para a sala novamente. Não vejo a hora de terminar esse terceiro ano logo pra me livrar desse lugar. Infelizmente, faltam nove meses para isso acontecer.
Quando o último sinal tocou, quase ajoelhei para agradecer, mas lembrei que ainda teria que ficar mais duas horas naquele inferno. Joguei o material dentro da mochila e deitei a cabeça na carteira, cogitando a ideia de pular pela janela.
Hansol me puxou para fora da sala e eu acompanhei-os arrastando os pés, sem a mínima vontade de ir para a sala de reforço. Me despedi de meus amigos, vendo a felicidade ir embora junto com eles.
Suspirei fundo e virei as costas para a saída, antes que mudasse de ideia e saísse correndo de lá. Chegando na sala, entrei e me sentei em uma das carteiras vazias que haviam no fundo.
Coloquei meus fones de ouvido e peguei o livro de história. Depois de alguns minutos, estava tão concentrado com o meu trabalho que mal percebi o movimento dos alunos entrando e saindo da sala, sendo assim, me assustei quando senti alguém me cutucar o ombro.
- Oi, Wonwoo. - me espantei ao ver Mingyu ali. - Não sabia que você precisava de reforço. - disse sorridente.
- Ah, oi, Mingyu. - tirei os fones e pausei a música no celular. - Não, eu não preciso, é que eu não fiz uma tarefa na sala, aí o professor me mandou para cá. - sorri sem graça. - E você?
- Eu preciso vir toda segunda e quinta. - bufou. - Por que coreano tem que ser tão difícil? - choramingou.
- Mas você fala muito bem.
- Meus pais sempre falaram em coreano comigo, mas eu nunca aprendi a escrever. - se ajeitou na cadeira ao meu lado. - Sobre o que é o seu trabalho?
- Guerra das Coréias. - suspirei cansado.
- Estudei isso quando estava no Japão, posso ver? - pediu.
E depois de dez minutos, eu já tinha um resumo prontinho. Estava realmente impressionado, Mingyu é muito inteligente, e para ser justo, ajudei-o nas lições de coreano.
Ficamos o resto da tarde fazendo lições, e as duas horas que eu deveria ter ficado lá, se prolongaram para quatro, sem que eu percebesse o tempo passar.
Nunca imaginei que estudar coreano fosse tão divertido, mas Mingyu é uma pessoa divertida, então acaba deixando tudo divertido também.
Saímos juntos da escola, enquanto ele me contava como era a sua vida no Japão.
Sua casa ficava na direção oposta da minha, mas para a nossa sorte, ou minha não sei, acabamos voltamos juntos já que a mãe dele pediu para que ele fosse para a floricultura da tia, mãe de SeungKwan, e como esta ficava perto de casa, lá estávamos nós.
- Você gosta de flores? - perguntou quando chegamos à floricultura.
- Hm, não desgosto delas. - rimos juntos. - Você gosta?
- Essas. - apontou para um vasinho com flores redondinhas. - Elas são as minhas favoritas. - sorriu. - Ela se chama Amarantos.
- São bonitas. - o sorriso dele era contagiante. - Bom, eu estou indo. Até amanhã. - me despedi.
- Até. - acenou.
Mal sabia eu que aquelas eram as flores que eu conheceria tão bem alguns anos depois.
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