História My Choice BTS YOONMIN - -Three-

P.V Jimin
Ando sem realmente querer andar, cabeça baixa, eu tinha que esconder o choro, eu não podia deixar que as pessoas ao meu redor me vissem chorando, eu sou forte, eu sou forte, eu sou forte.
Eu sei que não sou, sei que sou fraco e que não aguento mais a vida que tenho.
Saio pelo portão da escola, mesmo sabendo que ele fechará em cerca de duas horas e eu provavelmente levaria tempo para resolver o que deveria resolver, doía pensar, doía andar. Doía viver.
Ando até a praça ali perto e me sento num banco, ainda com a cabeça baixa, pensamentos remoem o meu ser, ou pelo menos o que sobrou dele, levanto a cabeça e os vejo ali.
Os três. Vindo em minha direção. Um deles é meu pai. 
— Park. — A voz fria e grossa dele me chama, eu só quero sair dali.
Respire fundo, Jimin.
— Oi. — Suspiro — Oi pai.
— Não me chame de pai, é Jackson para você. Eu tenho nojo de ser seu pai. Nojo.
— Ok, Jackson, por que me chamou aqui?
— Ah, não se faça de idiota. Eu preciso te tirar daqui, você não faz jus ao meu nome, eu nunca te quis, agora que está aqui era para você trabalhar comigo e...
— Eu já disse que não quero trabalhar com você, não quero ser a merda de um criminoso, não quero traficar drogas, matar pessoas...
— Você sabia que aconteceria, que um dia iria embora.
Minha respiração acelera rapidamente, eu sabia o que ele queria dizer.
— É o fim, Jimin, me ordenaram a...
— Te ordenaram a me matar...
Ele sorri fraco e tira a arma da cintura, apontando a mesma pra mim.
— Últimas palavras?
— Eu te odeio, você é um merda. Se não me queria por que ficava abusando dela? Você a estuprou sem dó e foi embora, depois que eu nasci você a matou, eu é quem tenho nojo de ser seu filho.
Olho para o lado e faço uma cara de assustado, fazendo ele olhar para o mesmo lado que olhei, viro a cabeça rapidamente e arranco a arma da mão do mesmo, e tudo passa tão rápido que eu nem consigo saber o que fazer.
Eu não queria ter que... Desculpa.
Aponto primeiro para o capanga ao lado direito dele, meus dedos pressionam o gatilho com temor e o som é estrondoso, aponto para o outro que estava vindo para cima de mim e atiro no mesmo, olhos fechados, lágrimas caindo.
Falta só ele. Quem fez isso tudo, quem me fez fazer isso. Eu vou me odiar pelo resto da vida, mas é preciso...
Abro os olhos, Jackson estava se afastando, pela primeira vez seu olhar não me dava medo, oscilava entre a arma apontada para ele e para mim, só um movimento e aquilo acabaria.
— Não, filho...
— FILHO? AGORA EU SOU SEU FILHO? E QUANDO ME ABANDONOU NUMA VIELA QUALQUER SEM SE IMPORTAR SE EU IRIA MORRER OU VIVER? AI EU NÃO ERA SEU FILHO, NÉ?
Não conseguia conter as lágrimas, choro por me lembrar de tudo que passei sendo criado por uma idosa que era pobre, mas tinha um bom coração, eu a amava, mas ela também se foi. Ele também chora.
— Me. Descul--
Ele não termina a sua palavra, o tiro perfura seu pescoço.
EU ME ODEIO. EU ME ODEIO. EU ME ODEIO. TUDO O QUE EU QUERIA ERA COMEÇAR UMA VIDA NOVA, LONGE DELES, MAS VOCÊ ARRANCOU A VIDA DE CADA UM. O QUE VOCÊ FEZ? ESSE NÃO É VOCÊ.
Gritos de dor saem da minha boca, me sinto totalmente culpado pelo o que tinha feito.

P.V Yoongi
Os portões se fechariam em trinta minutos e Jimin ainda não estava aqui, decido sair, ir até a praça, talvez. Sei que não vou encontrá-lo, mas quase nunca saio do quarto mesmo, por que não?
Saio pelos portões e caminho até a praça, mas antes de chegar até ela ouço gritos altos de arrependimento, o medo toma conta de mim, mas eu precisava ver o que estava acontecendo.
Caminho vagarosamente até a pessoa no chão que chorava desconsoladamente, olho ao redor e vejo três corpos, fecho os olhos sentindo com o sentimento ruim que me perturbava, olho para o garoto no chão e sinto um nó na garganta.
Sabe quando um elefante pisa no seu estômago? Foi o que senti.
Era Jimin. Park Jimin. A arma estava ao seu lado, jogada no chão, não entendo nada e me abaixo até ele, a situação era extremamente preocupante, olho para suas roupas manchadas com o vermelho escuro, quero vomitar, quero perguntar o que aconteceu, quero sair correndo dali, quero ajudá-lo. Mas a única coisa que sinto é o seu abraço.
— Eu desisto, Yoongi, eu... só me abraça, por favor.
— Tu-tudo bem...
Ficamos ali por alguns minutos, até escutarmos as sirenes, a movimentação é enorme, todos vem nos ver, olham a arma, mas eu continuo abraçado a ele.
— O que aconteceu? — Um policial nos coloca num banco e pergunta para Jimin, eu também não sabia, talvez nem queria saber, mas as lágrimas dele me corroíam, mesmo eu o conhecendo a pouquíssimo tempo.
Ouço a longa explicação dele junto com os policiais, e o abraço novamente. Ele seria levado para a delegacia, eu não sei o que eles fariam.
Mas tudo o que mais quero é que Jimin fique bem. Eu não conhecia nada dele, nada. Ele não era só um rostinho bonito.