Leandro: Domingo 15:55
Duas semanas se passara
dentro daquele hospital, depois de tantos exames e observações, finalmente teria alta, meu pai não me ligou nenhuma vez, fiquei bastante chateado e preocupado, mas Yitsu apenas dizia que ele estava ocupado demais para me ligar, minha mãe estáva ficando melhor e talvez não demoraria para ela voltar, estou louco para vê-la.
Estava sentado na cama de hospital vestindo minha camiseta, me sentia ainda deslocado mas não era grande coisa, logo a porta foi aberta vendo Felipe entrar no quarto.
-Demorei né? Trouce um hambúrguer pra você, melhor do que essas comidas de hospital. - ele se sentou do meu lado
-Já esteve em um hospital? - falei pegando o hambúrguer da sacola.
-Mais é claro, já arranjei briga diversas vezes, já cai da minha moto... E tamb-... - ele riu
-Depois dessa conversa não ando mais com você de moto - falei enquanto comia o hambúrguer
-Há até parece, nem que eu te leve amarrado você vai comigo, me dá um pedaço... - eu dei o hambúrguer para Felipe que levou quase o hambúrguer inteiro.
- Se estava com fome porque não comprou um pra você?
-Queria o seu mesmo - ele riu e logo se levantou - Vamos embora ?
-Nem precisa dizer - falei andando em sua frente, peguei minha mochila perto da cama, pegamos um elevador e descemos até a recepção e Beto veio até a gente.
-Fico muito feliz de poder ver você em pé e saudável. - ele deu um sorriso
-Obrigada por cuidar de mim, cadê o Yitsu ?
- Ele teve que ir em uma conferência urgente sobre o seu caso, ele voltará amanhã de manhã.
-Ah entendi - Não podia deixar de demonstrar a minha decepção, queria que Yitsu me contasse sobre ele e minha mãe como eles eram pequenos e etc...
-Vamos embora então - Felipe colocou o braço em volta do meu pescoço e me saiu puxando, ele não parecia nem um pouco feliz.
-O que foi agora? - andávamos pela calçada, tirei seu braço do meu pescoço.
-Você parece gostar bastante desse Yitsu - ele falava emburrado
-Ele é irmão da minha mãe, tem 30 e poucos anos, nem sei se sou gay, bissexual ou se só abri uma exceção pra você - Olhei para Felipe que logo abriu um sorriso no canto da boca, ele parou no meio da calçada e levantou sua mão e eu automaticamente entendi o recado peguei em sua mão sendo entrelaçadas e ele logo apertou bem firme.
-Dorme na minha casa hoje.
-E porque deveria ?
-Eu tenho um quarto só de livros também - ele virou a cara.
- O que ? Você gosta de livros?! - falei animado como uma criança.
-Bem quem sabe - ele deu um sorrisinho.
Apenas concordei com a cabeça e sem demorar muito tínhamos ido de moto até sua casa.
Eu já estava inquieto, queria ver esse tal quarto de livros e ele percebeu isso, ele me puxou ainda segurando minha mão e me levou até uma porta de baixo da escada, ele logo abriu a porta e meus olhos ficaram arregalados uma grande sala aonde livros estavam colocados em grandes prateleiras de madeira, o piso também era de madeira o cheiro que se encontrava na sala era agradável e do lado de todas aquelas estantes tinha um grande aquário grudado na parede.
-Uou isso é realmente incrível - comecei a andar pelo o local, tocar nos livros que não possuia nem uma puera em volta.
-Temos muita coisa em comum Leandro, só você que não sabia disso - Felipe me virou me colocando contra as estantes que estavam ali, derrubando alguns livros.
-Sabe como eu fiquei vendo você naquele estado - Ele passou as mãos em meus cabelos - Não posso perder alguém feito você Leandro - ele aproximava nossos lábios. -Você é meu. - ele me puxou para perto dele selando nosso lábios, um beijo calmo e caloroso, nossas línguas dançava em sincronia ele mordeu meu lábio inferior e nosso olhares não se desviava.
- Émelhor a gente parar por aqui, você ainda tá machucado e se continuarmos não sei se vou ser capaz de me segurar - sua testa estava grudada na minha enquanto estávamos ofegantes, ele tinha razão no que dizia, eu também mal conseguia me segurar, apenas respirei fundo e assenti com a cabeça e ele saiu da minha mira logo ele virou pro lado e se sentou no chão encostando se na estante e eu fiz o mesmo.
-Leia esse livro para mim. - ele me entregou um pequeno livro de capa azul sem título algum, estava bem acabado mas estava encapado ele parecia gostar dele.
-Quero algo em troca depois. - ele riu e logo encostou sua cabeça no meu ombro e eu comecei a ler.
~~
Eu já estava na página 115 do livro, aquele livro realmente me interessou ele parecia ser único pois foi escrito a mão, contava a história de um garoto rico que sempre pensava não ter nada, seu mundo era um lugar frio um completo nada até que ele se apaixonou por uma pessoa que nunca tinha existido, algo de sua imaginação... As pessoas achavam que ele era louco, mas estava sendo um louco feliz...
Quando sai dos meus devaneios vi Felipe dormi profundamente, ele parecia um garoto simples e muito fofo no caso, eu continuei lendo o livro por um bom tempo até Felipe bocejar e se levantar sonolento.
- Que fome... - ele gritou saindo do quarto e eu fui junto. - Já é de noite, quanto tempo ficamos ali dentro...
-O que deveríamos fazer ? - Fui até a cozinha com Felipe
-Você sabe cozinhar?
-Não... - virei a cara
-Isso é uma ótima oportunidade pra aprender, eu vou escovar os dentes e já volto. - ele saiu que nem um jato subindo as escadas, não tinha maneira de não achar isso engraçado, depois de 5 minutos Felipe descia com o cabelo molhado e sem camisa, apenas com um short.
-Você tomou banho em 5 minutos ? - O olhei
-Nem, apenas me molhei, nada demais. - ele me puxou pela gola da minha blusa até a cozinha. - O que deveríamos fazer para jantar ? - ele olhava a geladeira.
-Strogonoff ? - O encarei
-Mais é tão fácil de fazer.
-Por isso mesmo, é o que eu conseguiria fazer sem colocar fogo na casa.
- Eu não tão bom em cozinhar também sabia? - ele riu
- Como você mesmo disse, "é uma ótima oportunidade de aprender"
- Então vamos começar... Espero que isso fique bom...
