História My controversial World - O hoje em dia...

~12:01

 Quando cheguei em casa e abri a porta meu pai se levantou do sofá em um pulo e veio até mim preocupado.

-Você tá bem filho ? - ele falou me dando uma bela olhada. O efeito do remédio já estava surgindo efeito, então eu estava bem.

-Pai eu estou na sua frente, então significa que eu estou bem - Sorri para ele sem mostrar os dentes.

-Você quase me mata de susto moleque - ele respirou fundo aprenssivo 

- Mata nós dois pra variar. - Minha mãe fechava a porta atrás de mim, indo de encontro do meu pai.

-Fez amigos ? - ele falou animado 

-Não estou na escola pra fazer amigos, aliás quem ia querer ser amigo de um doente? - Meus pais não conseguiram responder. - Eu vou pro meu quarto então.

-Ah... vê se não fica trancado nesse quarto o dia todo. - ele falou cruzando os braços 

- Eu sei.- falei subindo as escadas.

    Fechei a porta, tirei a roupa e fui tomar um banho quente, eu estava agoniado pelo fato de Felipe está ressoando na minha mente, mesmo que ele me irritasse de verdade, mas foi a primeira pessoa com quem tive tanto contato que não fosse meus familiares. 

Terminei de tomar banho, vesti um short e uma blusa qualquer, coloquei um tênis e fui descendo as escadas.

-Aonde vai ? - falou minha mãe saindo do banho 

-Vou em uma nova livraria que abriu aqui perto.

-Já não tem livros suficientes? não seria melhor esperar Leandro? Você ainda agora teve problemas e já quer sair de novo ? 

-Livros nunca é suficente, e eu estou bem agora, tomei meus remédios adequadamente, está bem? - Falei abrindo a porta e saindo.

-Leandro espera... - encarei minha mãe, fechando a porta novamente.

- O que? - Olhei para ela esperando ela falar

-Você não perdeu seus remédios não é mesmo? - Eu sabia que ela ia notar alguma coisa...

-É claro que perdi, porque seria outro motivo ? - Ela não sabia o motivo então não tinha porquê preocupa-la.

-Leandro se tiver alguma coisa acontecendo você tem que me cont...

-Não aconteceu nada mãe. - A interrompi e logo fechei a porta rapidamente.

Não deixarei minha mãe saber dos meus problemas, já dou dor de cabeça até demais. Coloquei meus fones simples, uma música e sai andando com os braços atrás da cabeça tranquilamente. 

   Quando cheguei na livraria era um lugar com um estilo classico, a loja era graciosa, as paredes eram vermelhas e o piso esbranquiçado, as prateleiras eram pratiadas e tinha mais um andar em cima que dava para ver todos os livros lá de baixo. Fiquei maravilhado com aquele lugar.

-Vou ter que me virar muito pra ter dinheiro pra poder comprar tanto livro. - Comecei a vasculhar os livros, quando encontro a prateleira de livros da minha editora prefirida Dark Side, praticamente todos os livros que eles publicaram eu já tinha na minha estante, logo encontrei o livro que tinha se esgotado nos sites que eu comprava, era o único que estava naquela prateleira, ia pegá-lo mas uma garota de cabelo rosa foi mais rápida.

-Eu não sabia que um garoto como você gostasse de livros de terror. - a garota de cabelos rosa me encarou seria.

-Garotos como eu ? - A olhei confuso 

- Riquinho metido a besta, apesar de você ser bem inteligente e conseguir decorar as coisas tão facilmente nas aulas, um típico nerd. - ela riu 

- Nerd ? É tão difícil pra vocês decorar o que lê ?

-Você tá zoando né ? Vai me dizer que é só você lê apenas uma vez e decora tudo? 

- É um problema?  

-Ah fala sério garoto, você não deve lembrar meu nome, né Leandro? 

- Não presto atenção em chamadas da turma.

-Imaginei, bom eu me chamo Larissa. - ela sorriu e estendeu a mão.

- Certo... - Eu não fiz nada a não ser virar as costas e ir embora. 

-Você não vai ficar com o livro? - Ela me puxou pela a manga da minha blusa e me olhou curiosa.

-Não, pode ficar - tirei sua mão do meu braço e acabei indo embora sem levar nenhum livro se quer, ela parecia desesperada pra fazer amizade? Ou era só impressão minha? 

      Fui até a praia que fui com minha mãe da última vez e fiquei lá  pensando o que ia fazer agora que finalmente estava livre, quando vi que estava tarde resolvi voltar pra casa.

 Quando eu cheguei em casa vi meus pais jantando e logo minha mãe me encarou furiosa.

- Aonde você estava até a essa hora da noite Leandro? E por que não atendia esse celular ?

-Resolvi andar por aí - fui até a cozinha pegar um prato

- Por que não ligou avisando? Sabe que ficamos preocupados com você. - Meu pai falou autoritário.

-Não sou mais uma criança, eu sei me virar, aliás por tanto que eu tome meus remédios, sou um adolescente normal. - Sentei na mesa e me servi enquanto minha mãe me olhava com cara feia. 

Eu apenas ignorei e comi rapidamente e fui para a cama,  liguei minha TV do quarto e fiquei ali no vazio vendo o teto branco, apenas pensava que foi apenas em um dia que passei por várias coisas, em questões de minutos eu quase ia morremdo ou seria hospitalizado, mais não posso dizer que foi ruim, aliás eu finalmente estava livre.

 ~Leandro                

Quarta feira: 7:15 da manhã 
 
  Logo abri os olhos ouvindo meu celular tocar, eu já estava atrasado, no meu criado mudo meus remédios e um bilhete da minha mãe:

" Fui para o escritório terminar uma planta de um um prédio, seu pai teve uma viagem urgente, fazer uma gravação, não poderei te levar hoje, tome cuidado e tome seus remédios!"   

- Droga, logo hoje que acordei atrasado! - Me levantei, tomei um banho rápido e vesti o uniforme e peguei minha mochila, desci as escadas e fiz um pão com presunto e queijo e logo sai correndo para o metro perto da minha casa, posso parecer uma pessoa que acabou de sair de quarentena mas sempre me mantive informado, decoro as coisas em um piscar de olhos, não era um problema. 

       Peguei o trem e como era um pouco distante demorava uns 20 minutos pra chegar lá... Que merda! 

Estava lendo um livro como sempre, enquanto o metro estava completamente cheio, fazia frio, então não tinha que ver gente suada e fedorenta.

Após ler umas três páginas do livro, meus olhos são atraídos por outra direção, uma mulher de cabelos medianos loiros e ondulados, corpo cheio de curvas usava uma saia longa e um pequeno decote perto do peito parecia ser uma secretaria ou algo assim, ela estava agoniada de alguma forma, então eu notei que um homem alto moreno e calvo  encostava na mulher, praticamente ela ficava quieta enquanto ele esfregava seu membro contra ela, eu já estava perto da estação que ia descer, guardei meu livro, me levantei de vagar e empurrei o cara para o lado com todo o meu corpo e coloquei a mulher no banco.

-O que você pensa que está fazendo pirralho?! - ele veio na minha direção furioso.

-Não seria eu que tinha que te perguntar ? Está molestando uma mulher, você não sabe o quanto isso é incomodo ? Fico pensando minha mãe passando por isso, mas não é ela pois se fosse você já estava morto nesse chão gelado, e pela sua cara de velho e aliança no seu dedo, você é casado e ainda tem filhos não é? Não sente vergonha? Seu nojento. - Eu o olhei sem expresao alguma, as pessoas o olharam com repulsa e ódio, tinha cavado sua própria cova.  

-Muito Obrigada! - A mulher gritou enquanto eu saia do vagão.

- Na próxima vez que algo assim acontecer, não seja burra e grite, por acaso não sente que isso é asqueroso? deveria saber disso. 

 Assim nada mais foi dito e eu corri para a escola.