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História My Dark Side - Capitulo Unico


Escrita por: LucyFrancesTimm

Notas do Autor


Hey olha eu aqui novamente!
Essa fic também estou trazendo de outro site! (É minha mesmo que fique bem claro).
Vamos a one-shot!

Capítulo 1 - Capitulo Unico




 

Harley se concentrava – Ou tentava –Em seu livro de poesias recentemente dado por seu novo companheiro, mesmo que o próprio Pistoleiro não aceitasse muito bem esse título ele fazia o que podia para manter Arlequina sobre “controle”. Ela não podia negar que ele a tratava bem melhor do que Coringa jamais a tratou, mas mesmo com toda a magoa pelo abuso não conseguia esquece-lo e isso parecia ser uma tote e incessante. Sabia que não queria voltar a ser normal, decidindo isso teria que aceitar que toda vez que se olhasse no espelho veria o reflexo da criação do Coringa.

         Se levantou da cama e olhou para o quarto vazio, com móveis distantes um dos outros e a cama com o jogo de cama em um cinza sem graça.

         Lembrou-se dos “bons tempos”, quando esse mesmo quarto era iluminado por luzes amarelas e laranjas, tudo cheirava ao perfume dela combinado ao cheiro de pólvora, a cama sempre dourada com a seda mais pura e a vista que antes enchia os olhos dela pela excitante Gotham que, naquele começo de uma nova vida guardava os melhores e mais belos lugares. Hoje, tudo não passava dos tons cinzas e vermelhos.

         Sem querer, sentiu falta daquilo.

         A porta rangeu, Harley não se virou ainda hipnotizada pelas lembranças não queria que Pistoleiro a tirasse dos tempos quando tudo era novo.

         Mãos envolveram sua cintura fazendo-a abaixar a cabeça esperando por algum beijo terno, mas quando abriu os olhos pela falta do esperado reparou que em uma das mãos estava tatuado um sorriso.

         Não era Pistoleiro.

         “Não pode ser” —Pensou com o medo e lágrimas tomando conta de seu corpo. – “Isso é uma ilusão, um pesadelo.”

         —Sente falta dos tempos dourados, Harley? –A voz sussurrada em seu ouvido fazia ser quase impossível negar que era a realidade. –Lembro de você naquele tempo, era tudo melhor.

         -Senhor C.? –As lágrimas quentes rolaram pelo rosto borrando a maquiagem pesada. O que ele fazia ali? –Estou sonhando. Isso não é real.

         -É bem real, querida.

         Harley sentiu algo gelado em seu pescoço. Já havia sentindo esse toque várias vezes, era uma faca com certeza. Virou-se com cuidado para que a arma não deslizasse. Reconheceu o rosto pálido com aquela expressão fria e macabra típica dele.

         -V-você? Eu achei que... –Ela ficou confusa. Em sua mente dois lados brigavam, um queria abraça-lo e acreditar que tudo ficaria bem porém o outro lado sabia da verdade e se negava em acreditar no Coringa novamente. –Você estava preso em Arkham.

         -Você sabe que sempre consigo escapar. –Sorriu maliciosamente. –Espero que esteja pronta para voltar ao comando.

         -Do que está falando?

         -Vamos voltar a comandar Gotham, eu e você como nos velhos tempos. –Coringa puxou Harley para perto e a guiou até as grandes janelas de vidro que davam vista para a cidade. –Essa cidade está em decadência, precisamos voltar e colocar tudo novamente no lugar.

         Harley se afastou tentando não ceder novamente como sempre fazia. Intimamente tentava se convencer que a chance do Coringa havia passado e que não podia trair o Pistoleiro logo no começo de uma relação.

         -Esse tempo não me serve mais. –Falou encarando-o sendo sincera. –O tempo daquela Harley já não pode mais se repetir, eu não sou mais a mesma.

         Coringa olhou-a com confusão em seu semblante, ela nunca havia dito “não” para algo que ele dissesse ou pedisse. A aparência ainda era de sua Arlequina mas, agora Harleen Quinzel estava no olhar e na postura.

         -Tem alguma coisa no seu rosto. –Ele disse.

         -Como assim?

         Rapidamente e com força Coringa bateu na parte direita do rosto de Arlequina, o tapa fez com que ela perdesse o equilíbrio e caísse de joelhos.

         No chão ela colocou a mão sobre a vermelhidão do tapa que recebera, estava acostumada com coisas piores porém, esse tapa pareceu arder mais do que os que já havia recebido. Talvez por estar recuperando a sanidade ou apenas por ter notado por quem realmente havia se apaixonado.

         -Acha mesmo que pode simplesmente ir embora? –Ele puxou o braço de Arlequina levantando-a. –Você vem comigo, agora!

         -Você não manda em mim!

         O silêncio foi súbito e a troca de olhares denunciou o que o Coringa mais temia, Harley estava voltando a ter sanidade e um dia que isso acontecesse ele sabia que perderia ela, talvez para sempre.

         -Estou cansada disso! –Ela puxou o braço e se afastou encarando o palhaço com raiva. –Você vive me espancando, me humilhando e me usando e tudo isso pra quê? –A voz aumentou conforme a coragem surgia. –Vive correndo atrás de um morcego que nunca consegue matar, as vezes sinto que você liga mais para ele do que para qualquer outra coisa e ainda diz que odeia ele!

         -Não fale comigo assim. –Ele rosnou.

         Arlequina limpou as lágrimas e respirou fundo.

         -Por que você me machuca? –A voz saiu chorosa. –O que ganha com isso além de alguns instantes de felicidade? Por que precisa fazer isso?

         -É assim que eu sou, foi assim que você me conheceu. –Coringa se aproximou tentando conter a raiva na esperança de conquistar Harley com a conversa infalível. –O que está acontecendo? Nunca ligou pra essas coisas.

         -É claro que eu ligo! –Berrou. –Eu ligo e sempre liguei! Você me levava pra cama e eu sentia que era amor mas, então logo depois se eu simplesmente tentasse te abraçar você me batia. Eu ligo para tudo isso sim, porque eu sou humana! Não sou um animal ou uma boneca que você faz uso e depois humilha!

         -Oh, que pena. –Coringa não conseguia pensar, não entendia o que estava acontecendo com Arlequina. Mas não entendia o motivo de estar ligando. –Depois de tantos anos você decide criar uma rebelião?

         -Nunca é tarde pra abandonar algo que não te faz bem. –Suspirou. –Estou cansada de você.

         -Está mesmo? –Ele esperou a confirmação e se aproximou mais um pouco. –Então repita isso olhando nos meus olhos.

         Apesar de conseguir olhar profundamente, as palavras não saíram.

         Os dois se encararam por alguns instantes. Coringa a puxou para si e a beijou entre os lábios porém ela não cedeu e afastou-se chorando.

         -Suas palavras, seus atos e todo o resto em você me machuca e me ofende. –Arlequina demonstrou o lado com um pouco da sanidade que guardava e se lembrou dos tempos de psiquiatra. –Você nunca soube o que eu escrevia, sabe o que era? –Uma pausa. –Sempre notei que você tinha medo de ficar sozinho e usava da violência para que todos pudessem reparar em você, criando atos da mais extrema crueldade para que ninguém te esquecesse.

         -Harleen? Quanto tempo! –Ele zombou. Não quis pensar nas palavras de Arlequina. –Nunca conseguiria me entender, ninguém consegue entender as coisas como eu entendo! Ninguém consegue ver que esse mundo é uma grande e bizarra piada sem graça!

         -Se você não liga pra ninguém continua lutando para que todos “acordem” porquê? –Ela disparou.

         Coringa quis bater novamente nela, queria jogá-la do alto do prédio ou torturar ela por noites a fio. Mas com tantas ideias não conseguiu se mover e apenas esperou. O que Harley havia feito? Essa nova Arlequina falava por duas e isso estava deixando-o confuso.

         -O que você quer? –Foi o que ele conseguiu dizer.

         -Quero alguém que me ame. –Ela abaixou a guarda. –Quero ter alguém do meu lado de manhã na cama, quero ter o mínimo de romantismo e consideração que eu possa ter nessa vida que você me jogou.

         -Quer uma porra de um filme romântico na sua vida? –Sorriu. Pensou que nunca conseguiria fazer isso com alguém, não queria ter uma vida normal e muito menos vestígios de uma. –Você sabe que eu não vou te dar isso.

         -Então terminamos aqui. –Dessa vez Harley o encarava olhos nos olhos. –Acabou.

         Pouco instantes quietos antecederam ao movimento rápido de Coringa que empurrou Harley até a cama prendendo-a com os braços por cima da cabeça.

         -Você é minha. –Ele rosnava. –Eu criei a Arlequina, enchi seus braços e pescoço de joias, concedi todos os caprichos por sete anos e não vai ser agora que você vai me abandonar por um Pistoleiro que mal sequer sabe cuidar da própria filha.

         Arlequina ficou confusa, não sabia a história do Pistoleiro e nem se atrevera a perguntar diante as crises de raiva ou ironia que ele tinha.

         -Acha que ele é melhor do que eu por te tratar bem? Sabe pra quem que seu Artilheiro trabalha? –Uma pausa. –Pro Pinguim.

         A verdade a atingiu. Pinguim nunca perdoaria Arlequina e Coringa pelo o golpe que deram anos atrás ao tomar conta de mais da metade dos negócios que ele administrava. Se Coringa não estive mentindo, Harley não teria garantia nenhuma que não seria entregue afinal, Pistoleiro ainda era um vilão assim como o resto do Esquadrão Suicida.

         -Ele vai te trair no primeiro minuto que puder. –O palhaço se aproveitou do momento. Acariciou o rosto de Arlequina. –Vamos Arlê, volte comigo e vamos governar Gotham igual antes. Vamos voltar aos tempos dourados.

         Pensou em aceitar, pensou em fugir e esquecer os dois. Harley não sabia o que agir. Coringa com toda certeza não seria gentil, Pistoleiro a entregaria no primeiro momento que pudesse para o Pinguim.

         Não conseguia decidir nada. Não entendia o motivo de ter duas opções tão perigosas. Trocar um risco antigo por um risco novo não mudaria muito as coisas.

         No fim, se calou. Esperando seu Senhor C. dizer algo e como sempre ele não disse nada.

         -Por que nunca diz nada? –Ela protestou.

         -O quê? –Ele ficou confuso.

         -Nunca luta por mim. Esperou eu sair por contra própria do Esquadrão para só então vir atrás de mim.

         -Vai começar isso de novo? –Revirou os olhos azuis, cansado desse discurso rebelde virando de costas em uma forma de demonstrar desprezo.

         -Naquela noite em que me derrubou no tanque foi por que eu decidi te seguir. –Ela lembrou-se e se sentiu culpada por um momento. –Nunca disse “não”, por quê?

         -Não era pra você ter saído viva daquilo. –Disse friamente sem rodeios. –Pulei por curiosidade em ver como você tinha ficado.

         A realidade atingiu Harley como uma facada no estômago. Os olhos arderam e as lágrimas rolaram mais uma vez.

         -Você... –Ela não queria acreditar. –Seu monstro!

         Arlequina se debatia enquanto tentava se soltar. Algumas vezes sua mão conseguia atingir o rosto do Coringa mas, os golpes eram dirigidos para o peito onde era mais fácil de se alcançar.

        -Quieta! –Ele gritava enquanto tentava segurar as mãos nervosas dela. Em um impulso apertou o pescoço para que ela perdesse as forças.

         E funcionou, Arlequina ficou quieta sentindo a falta de ar.

         -Agora você me escuta! –Coringa disparou. –Várias vezes eu quis te matar ao longo desses anos. A sua voz sempre me desconcentrando, suas demonstrações de carinho em hora errada e você sempre agarrada em mim querendo ir pra cama. Mas tem uma coisa que parece que nem você mesma reparou. Eu não tenho forças para te matar! –Berrou.

         -É esse o seu máximo de demonstração de carinho? –Ela zombou.

         -Isso não é um filme de comédia romântica Arlequina! –Ele se irritou mais ainda. –Isso daqui é a vida real e nessa realidade as pessoas só se amam pois não conseguem se matar!

         -O que disse? –Harley pensou por um momento nas palavras. –Disse que me ama? Nunca disse que me amava.

         O momento que ela sempre esperou havia chegado. Não do jeito que havia imaginado mas bem próximo o suficiente para que ela se acalmasse e voltasse a se entregar ao palhaço. Talvez ele estivesse certo, tantos meses separados fizeram com que Harleen Quinzel voltasse aos poucos criando um pequeno conflito interno.

         -Já se acalmou? –Ele tirou-a dos devaneios. –Eu trouxe suas roupas antigas e algumas jóias, peguei as que você mais usava. Vamos embora?

         Harley ficou entre o sim e o não, acabou se calando novamente. Com seu pudinzinho tudo era tão mais fácil, sem missões contra a própria vontade, sem governo, sem Waller.

         Mas o que Pistoleiro diria? O que pensaria dela? Que ao primeiro charme do Coringa ela cederia?

         Ela o olhou por alguns instantes se perdendo naqueles olhos que tanto a intrigava e confundia.

         No impulso já conhecido por ambos, Arlequina o beijou quase que desesperada, apertando e arranhando sobre a camisa.

         Ele a afastou e sorriu malicioso, orgulhoso por ter ganhado ela novamente. Algo nela o intrigava e o deixava ansioso por cada vez mais, enquanto não descobria o que e como ela fazia iria tê-la para si.

***        

Pistoleiro chegou pouco tempo depois que o casal foi embora. Surpreso por algum momento, mas já esperava aquilo mais cedo ou mais tarde. No espelho do banheiro Harley havia deixado um beijo em batom vermelho e havia escrito “Joker&Harley 4ever” circulado por um coração perfeito.

         -Amanda? –Olhou o espelho de relance e sorriu. –Arlequina fugiu.


Notas Finais


Eu deixei a critério de vocês acreditar ou não no Coringa. Não quero armar Tretas desnecessárias de "ele ama ela ou não".
Vocês decidem!
~Beijinhos de Paz!


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