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História My Dear Angel - A Fuga


Escrita por: cutiepie123

Notas do Autor


Gente, sei que prometi contar a história dos ratos, mas preciso inserir essa pessoinha na história, então vai ter que ficar pra depois <3

Capítulo 7 - A Fuga


Fanfic / Fanfiction My Dear Angel - A Fuga

Spencer's P.O.V

As horas passam e o unsub é preso. Seu nome era Matthew Borgia, um professor renomado no meio Renascentista. Morgan e eu continuamos no hospital e Hotch aparece também, com o resto da equipe. Não podíamos sair da cidade antes do seu contato de emergência vir ficar com ela, mas admito que ainda que ele chegasse eu não queria ter que sair e deixá-la sozinha. Logo, acabamos com uma Tara mal humorada, um Hotch cheio de remorso, um Rossi preocupado, um Morgan surtado e eu também surtado, mas internamente.

Uma enfermeira passa por nós na sala de espera e Morgan se levanta, a olhando esperançoso. 

-Você estava no quarto 303, não estava? -A pequena mulher com um óculos maior que sua cabeça apenas faz que sim, levemente assustada pelo modo que ele pega em seus ombros. -Ela está bem?

-Está estável. Mas ainda não acordou. Creio que daqui a pouco vocês podem ir visitá-la. Já liguei pro seu contato de emergência e ele está no caminho. Com licença. -Dito isso, ela nos deixa sozinhos, indo para a recepção. Suspiro e fecho os olhos, me recostando no ombro da cadeira, levemente mais aliviado. Ao menos ela estava estável. 

-Se acalme. -Peço pro Derek que apenas me olha. Conto seus batimentos cardíacos que estão extremamente altos, até mesmo pra quando ele está estressado. 

Suspiro e volto a olhar pro meu livro, esperando eles nos chamarem para podermos visitá-la. Mais uma hora se passa quando finalmente um médico nos avisa que já podemos entrar, mas que ela ainda está inconsciente. Como o máximo é uma pessoa por vez, vai primeiro eu,  Morgan, Rossi, Hotch e a Tara tinha ido conhecer a cidade. Entro no quarto e vejo seu rosto mais pálido do que o normal. Nunca tinha visto ninguém tão branco quanto ela naquele momento. Seus cabelos castanhos ondulados estavam espalhados pelo travesseiro e acima de suas adoráveis sardinhas estava o roxo típico embaixo dos olhos dos pacientes. 

Me aproximo da cama e pego sua mão, sentindo seu corpo gelado. Respiro fundo e me sento na cadeira que havia do lado da cama, acariciando seu cabelo. Apesar de mal, seu rosto apresentava serenidade. Eu sabia que ela não estava sonhando ou imaginando qualquer coisa ruim, e isso já me servia de consolo. 

-Sabe, eu não costumo pegar na mão das pessoas. Tenho aversão a germes. Mas por algum motivo não tenho aversão aos seus germes. Não que eu esteja dizendo que você é cheia de germes, porque na verdade todos nós somos, mas quis dizer que não me importo de pegar na sua mão apesar disso. -Falo rápido tentando consertar a minha besteira. Seu peito continuava subindo e descendo tranquilamente, me fazendo respirar aliviado. -Enfim. Quando você melhorar, espero que possamos conversar. Eu quero te conhecer, Angelina. -Murmuro como se fosse um segredo, e de certa forma é. Me aproximo e beijo a sua testa, acariciando o seu rosto. 

Saio finalmente do quarto e Morgan apenas faz um gesto com a cabeça pra mim, entrando em seguida. 

-Angelina Morelli, por favor? -Escuto uma voz desconhecida dizer e me viro pra ver sua origem bem na hora que a recepcionista aponta pra minha direção. Nossos olhares se encontram e eu tento analisá-lo, mas ele é simplesmente indecifrável. Seus passos em minha direção vão me deixando com uma sensação estranha, então cruzo os braços e olho pra baixo, incapaz de manter contato visual. Mas que droga, Spencer. 

O homem tinha cabelos castanhos em um topete e olhos escuros. Seu maxilar era rígido e por onde ele passava tinha as atenções voltavam pra si. As enfermeiras começaram a se cutucar apontando pra ele "sutilmente" com a cabeça, mas ele nem ao menos parecia se importar. Do ponto de vista feminino, ele era um homem muito atraente, mas não era só isso. Ele tinha uma aura diferente. Algo nele tinha um charme, um mistério, e é isso que o tornava tão "irresistível" pras mulheres (ou homens). 

Tara, como sempre, chega na hora certa, deixando sua bolsa em cima de uma cadeira e arrumando o cabelo antes de se aproximar de nós. Assim que vê o rapaz misterioso ela abre um sorriso, parando ao meu lado, mas a uma distância que não a comprometa perante o homem. 

-Vocês trabalham com a Lena? Angelina Morelli? -Pergunta com uma voz rouca e grossa ao mesmo tempo. 

-Sim, sou o responsável por ela no momento. -Hotch diz. -Você é? 

-Ex noivo e responsável por ela. -Todos nós parecemos chocados, exceto Tara, que pigarreia, ajeitando sua postura.

-Agente Aaron Hotchner. -Os dois então apertam as mãos e Hotch começa a nos apresentar. -Esse é o doutor Spencer Reid, o agente David Rossi e a agente...

-Tara Lewis. -Diz e ela apenas sorri, assentindo. -Eu me lembro. Continua bonita como sempre. -Seu tom era mais gentil do que verdadeiro, mas ela não parece notar.

-O agente Derek Morgan está lá dentro com ela. -Hotch completa.

Ele então aperta a mão do Dave, se virando pra Tara e dando um beijo em sua mão, o que aparentemente a faz se interessar novamente. Quando ele faz menção de apertar minha mão, apenas a recolho e murmuro um "germes", fazendo ele arquear a sobrancelha e forçar um sorriso. Provavelmente ele me achava uma aberração. 

-Prazer em conhecer todos vocês. -Sorri. -Agora quero deixar bem claro que ela não vai voltar pra UAC. Se vocês forem na universidade pedirem novamente por isso, eu vou entrar com um processo por Chantagem, Danos Morais, e Assédio Moral. Entenderam? -Seu olhar se torna duro, contrastando com o sorriso em seu rosto. 

Hotch fica tão sem reação quanto todos nós. Quando Morgan sai do quarto, o estranho rapaz entra, e nós nos entreolhamos. 

-Brendon Urie. -Tara murmura. -O melhor promotor que eu já conheci, e olha que eu conheci vários. Nunca perdeu um caso. Foi tido como o advogado mais cobiçado dos Estados Unidos. Duas vezes. -Suspira. -Toca piano, guitarra, violão e saxofone, fala espanhol, francês, italiano, mandarim e alemão, e tem sua própria instituição de caridade. 

-Como vocês se conhecem? -Pergunto tentando mudar de assunto. Não sou capaz de competir com esse cara. Definitivamente. 

-Trabalhamos juntos em um caso alguns anos atrás. -Dá de ombros olhando pra baixo. 

Oh. Eles tinham passado a noite juntos. Acredito que qualquer mulher mataria pra estar em seu lugar. Na verdade, talvez seja justamente por isso que a Tara tem problemas pessoais com a Angelina. Provavelmente porque enquanto Angelina foi sua noiva (e pra estar em seu contato de emergência, ele ainda é apaixonado) ela conseguiu uma noite e um bilhete de despedida. Ele não parece o tipo de homem que liga no dia seguinte. 

-Bom, então acho que é isso. Vamos? -Hotch pergunta e todos concordamos. Olho uma última vez pra porta do quarto e pego minhas coisas, saindo da instituição.

Angel's P.O.V ~ 2 dias depois

Sinto meus sentidos voltarem aos poucos. Primeiro um formigamento na ponta dos dedos, que sobe pras mãos e se espalha pelo braço, chegando finalmente no resto do corpo. Depois, sinto os cheiros. Remédio, lavanda, e...Brendon! Tento sorrir inutilmente, e sinto minha garganta seca. Minha audição aos poucos volta e depois de poucos segundos sou capaz de discernir os sons. Mexo a ponta dos dedos e sinto uma mão quente pegar a minha, me aquecendo. Abro os olhos devagar e vejo o homem de cabelos pretos me observar com um sorriso. 

-Como está se sentindo? Vou chamar o médico. -Avisa, mas eu seguro sua mão. 

-Espera. -Peço num fio de voz e ele me olha por alguns segundos, assentindo. Suas mãos vão de encontro a um copo de água que permanecia ao lado da minha cama e ele me entrega. Ainda com as mãos meio trêmulas, tomo um gole do líquido gelado, sentindo minhas cordas vocais voltarem ao normal aos poucos. -Quanto tempo? -Pergunto. 

-Três dias. -Avisa e eu suspiro,olhando pra cima. 

-Como está o Gato? 

-Gordo. -Dá de ombros e eu dou uma risada, sentindo minha barriga doer. -O que houve? -Suas mãos acariciam meu rosto e de repente eu sinto um choque de realidade. De repente eu me lembro porque estou aqui. Franzo o cenho tentando espremer toda a minha memória, mas tudo parece meio confuso. 

-Os insetos, Bread. Eles estavam na minha pele, e coçava tanto. Os ratos vieram me salvar mas os agentes começaram a pisar neles, e...

-Vem cá. -Diz me abraçando enquanto eu sinto gotas quentes mancharem o meu rosto. -Está tudo bem. 

Jogo meus braços em volta do seu corpo o apertando. Meu nariz estava exatamente no seu pescoço, me permitindo sentir seu delicioso cheiro de menta, whisky e mais alguma coisa que eu passei anos e anos tentando descobrir o que era. Suas mãos acariciam meu cabelo curto e eu sinto ele me trazer mais pra perto de si, num gesto possessivo. Necessitado. 

Flashback on ~ 

-BRENDON BOYD URIE, EU VOU DAR NA SUA CARA! -Grito descendo as escadas correndo furiosa. Consigo ouvir suas risadas no andar de baixo, me fazendo ter vontade de rir, mas eu não posso fazer isso. -Me dá meu celular. -Mando chegando na cozinha, aonde ele se encontrava bebendo calmamente sua xícara de café. 

-Não sei do que você está falando. -Em seu rosto, tinha um sorriso maroto, que o entregava. 

-Agora. 

-Ou o que? O que eu ganho com isso? -Ele então coloca a xícara em cima do balcão e me puxa pela cintura pra perto de si, com um sorriso. 

-Não vem não, estou atrasada pro trabalho. -Resmungo manhosa e ele desce suas mãos até o meu quadril, o apertando. 

-Fica aqui. -Murmura rouco e eu sorrio, selando nossos lábios. 

-Eu tenho que ir. Te amo. -Selo nossos lábios novamente, ciente de que ele tinha colocado o meu celular no meu bolso traseiro. 

-Vai só com essa blusa? -Grita ao me ver pegando as chaves do carro. 

-Tchau Bread! -Respondo saindo de casa. O caminho pro trabalho foi calmo, e como sempre, Brendon estava certo e eu deveria ter pegado mais uma blusa. 

O caso era sobre um homem com o corpo deformado pra formar um demônio e uma mulher com o corpo deformado pra formar um anjo. Não era num local exatamente isolado, mas ficava numa área de camping a pelo menos 1 hora de qualquer cidade. Começo a me sentir mal no meio do caso e saio cambaleando pela floresta, até que vejo o seu sorriso. Aquele sorriso cruel e insano. Mas ele não estava sozinho. Quando eu estava sendo carregada pro carro, eu lembro claramente disso: um dirigia e um cuidava de mim. Eles discutiam alguma coisa sobre a música que estava passando. O policial parou o carro. Isso! Socorro! 

O que? Uma multa? Mas estou sendo sequestrada. 

-Ela está bêbada. Vamos levar nossa irmã pra casa. -Diz um deles. 

-Dirijam com cuidado. -Respondeu o policial.

E foi ai que começou o meu pesadelo de um ano.  

Flashback off ~

Não sei dizer quanto tempo ficamos abraçados, mas consigo afirmar que isso era tudo que eu precisava. 

-A ligação! -Digo me lembrando da música. -Um número desconhecido me ligou cantando a música dos insetos. Recebi uma mensagem também. -Olho pra baixo e Brendon me aperta ainda mais.

-Você vai morar comigo por um tempo. Pelo menos por agora. Certo? -Ele então se afasta só o suficiente pra poder me olhar nos olhos. Seu maxilar estava trincado demonstrando toda a sua raiva. Assinto com a cabeça e ele suspira, voltando a sentar na cadeira. -Vou pedir para reabrirem o caso. Investigarem algo sobre um cúmplice. 

-Ninguém acredita em mim. 

-Eu acredito. -Ele sorri e eu mordo o lábio, olhando pra baixo. Ele ainda tinha esse efeito sob mim. Mesmo depois de tanto tempo. 

Ficamos noivos há cinco anos atrás. Passamos um ano planejando o casamento, mas eu fui sequestrada quando faltava apenas alguns dias pra data. Quando eu voltei, Brendon ainda usava sua aliança, e a marca branca em seu dedo indicava que ela nunca havia saído de lá. Mesmo depois de um ano. Mas eu estava danificada demais. Contei pra ele tudo que aconteceu comigo e ele foi compreensivo e amoroso, mas não posso pedir pra ele cuidar de mim. Não é justo com ele. Então ele virou meu vizinho, e continuamos amigos. 

-Então me ajuda a sair daqui. -Peço. Ele sabe o quanto eu odeio hospitais. 

-Você vai sair assim? -Olha pra mim de cima a baixo e eu abro a boca algumas vezes, procurando o que dizer. -Nada contra, mas se você sair do hospital com uma camisola de hospital vai ficar meio óbvio que você está fugindo. Eu trouxe suas roupas, estão na minha mochila. -Pisca e eu sorrio marota. 

Nós sempre fazíamos coisas desse tipo. Fuga era uma espécie de passatempo pra nós. "Escape do hospital". "Escape da festa chata". "Escape das bodas de prata da sua tia avó Nancy". Nós fugíamos e íamos pro nosso mundo. Conversávamos sobre universos paralelos e sobre a possibilidade de vida em outros lugares. Sobre o céu e o inferno. Sobre Vegas. Política. Filmes. Tudo. Era como se tivessemos a mesma mente, e vivessemos dentro dela. 

-Obrigada, Bread. -Agradeço e ele pega a roupa, me entregando.

-Seja rápida. -Pisca e eu assinto. Ele então se vira de costas pra mim enquanto eu me troco, com toda a agilidade que me era permitida. 

-Pronto. -Digo ao terminar de abaixar a camisa. 

-Está linda. -Murmura sinceramente e seu olhar se perde no meu por um momento. Nessa fração de segundo, tudo que me vem a mente é o Spencer murmurando "Maeve". Mordo o lábio e Brendon segura minha mão, me levando pra fora do quarto, aonde nós saímos andando calmamente pela instituição até o lado de fora. 


Notas Finais


É isso, espero que gostem <3


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