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História My Dear Best Friend - O Começo


Escrita por: MandyMongol

Capítulo 1 - O Começo


Fanfic / Fanfiction My Dear Best Friend - O Começo

Olá, eu sou Son You Kyoug, mas só me chamam de Youkyoug, nasci em uma família pequena e de classe média na Coreia do Sul. Vivi toda minha vida com meu pai e minha madrasta, nunca conheci minha mãe e meu pai nunca me contou nada sobre ela, o que me irritava um pouco, mas preferia nunca estressa-lo.  

Nós viviamos em uma pequena casa nos fundos de um casarão enorme, pois eramos caseiros daquele lugar, não havia com quem brincar, pois os donos do casarão não tinham filhos, e só iam para aquela casa nas férias, o que acabava até sendo melhor, quando eu era pequena eles me assustavam um pouco. 

Aos meus 8 aninhos, consegui uma bolsa em uma das melhores e mais cara escola da cidade, pois meu pai acabou se tornando muito amigo do diretor daquele colégio. Mas como tudo tem um porém, eu era praticamente a única bolsista da minha sala, e mesmo naquela idade, as crianças já me viam como uma "diferente".  

Eu não ia pra escola com roupas de marca, usava roupas simples que meus pais podiam pagar, as vezes até de segunda mão que minha mãe conseguia das filhas das amigas. Isso prejudicou muito minha vida social de criança naquele colégio, passava a aula sentada na carteira em frente a professora, no recreio comia sozinha meu lanche em um canto qualquer do pátio. 

Havia se passado uma semana, e nada de amigos. Meu pai se mostrava preocupado, mas sempre que eu voltava pra casa, com a mesma história, que não tinha amigos, meu pai me pegava no colo, me fazia carinho e dizia que me amava, e conversávamos  sobre coisas aleatórias enquanto assistiamos TV.  

Todas as noites, desde que eu nasci, meu pai cantava a mesma músiquinha para que eu dormisse, ele não era o melhor cantor do mundo, mas quando ele cantava aquela música, eu me sentia a pessoa mais calma do mundo.  

Um dia no intervalo, eu estava sentada, sozinha como de costume, no pátio da escola. Comia meu sanduíche, que minha madrasta havia feito, meus pensamentos estavam avoados, então não notei o menininho loiro que se aproximava. 

-Oi -Ele disse quando parou na minha frente -Posso sentar com você? 

-Ham... Pode... -Estranhei aquilo, por ser a única criança que havia falado comigo desde que entrei naquela escola. Logo ele se sentou. 

-Qual seu nome? -Ele me olha com um sorriso pequeno nos lábios. 

-Son You Kyoug... e o seu? -Por ser tímida, olhei rapidamente para o menino e voltei a olhar pro chão com um sorrisinho no rosto. 

-Me chamo Kim Namjoon, quer brincar comigo? -Ele se levantou novamente e estendeu sua mão para mim. Eu levantei o olhar para o garotinho. 

-Quero -Seguro sua mão e sorrio.  

~4 ANOS DEPOIS~ 

Com o tempo nossa amizade só se fortaleceu, porém os pais de Namjoon nunca poderiam saber dessa amizade, sua família era bem preconceituosa com pessoas de classe sociais menores, e eram bem rigidos em relação à isso. 

Em uma tarde, Namjoon estava no meu quintal, estávamos conversando sobre um assunto aleatório sobre a escola. Os donos do casarão estavam la, e tinham organizado uma festa para a vizinhança, porém meus pais não haviam sido convidados, claro, eram apenas cazeiros lá. Os pais do loiro estavam lá, e ele conseguiu dar uma fugida para minha casa.  

Fomos pro meu quarto (Não pensem besteira, pelo amor, a gente só tinha 12 anos) e ficamos um bom tempo lá, rindo, conversando sentados em minha cama. Até que o sono nos pegou e acabei cochilando em seu ombro, e ele logo acabou dormindo com a cabeça apoiada na cabeceira da cama.  

Horas se passaram e continuávamos dormindo, até que a porta se abriu com certa força, fazendo-a bater em algo, o que nos fez acordar no pulo. Um casal estava parado na porta de meu quarto, a mulher com uma expressão de desaponto, já o homem expressava raiva, o que me fez ter medo dele. Olhei para o rosto de Namjoon e seu rosto parecia assustado. 

-Quem... são eles? -Perguntei para meu melhor amigo, enquanto alternava meu olhar dele para as duas pessoas paradas na porta. 

-Meus pais... -O nervosismo estava aparente em sua voz. 

-KIM NAMJOON -O homem falou firmemente com ele, sua voz era grossa e trazia certa autoridade. -Vamos embora agora. 

-Mas... pai... -Ele caguejava, sua voz era de quem estava prestes a chorar. Virei meu rosto para olha-lo e vi que seus olhos já enchiam d'água. 

-"MAS" NADA! Nós já haviamos te avizando várias vezes sobre isso, você vai embora da Coreia essa semana mesmo! -Seu pai estava nervoso, suas mãos estavam fechadas em punhos, os nós de seus dedos já estavam brancos, de tão forte que ele estava fechando a mão. 

-Queremos que você tenha distância desse tipinho de gente, tentas garotas do seu nível naquela festa e você prefere namorar essa dai? -Sua mãe se pronunciara pela primeira vez naquele momento, olhando para mim com expressão de nojo. -Ela só quer se aproveitar do seu dinheiro, na primeira oportunidade vai se oferecer pra você. 

Aquelas palavras me machucaram, eu tinha uma amizade pura com Namjoon, ele sempre foi apenas um irmão para mim, eu sempre o amei como um amigo, meu melhor amigo. Meu peito doía com aquelas palavras direcionadas a mim por alguém que eu mal conhecia. Senti meus olhos arderem e lágrimas escorrerem pelo meu rosto, eu não conseguia controlar, aquilo era demais para uma garota de 12 anos ouvir. 

-ELA NÃO É ASSIM, VOCÊS ESTÃO ERRADOS -Namjoon se irritou, gritando para seus pais e logo me abraçando. -Ela é minha melhor amiga... Não me separem dela... -Ele implorava com lágrimas nos olhos. 

-Já chega Kim Namjoon. Você vai embora daqui sim, você NUNCA MAIS irá ver essa pobre -Seu pai deu a palavra final, indo em direção à nós dois, puxando o loiro para fora da cama pelo braço, logo em seguida levando-o para fora de meu quarto. 

-Isso é tudo culpa sua, garotinha. -A mãe dele ainda estava lá, me encarando com fúria, mas saiu logo em seguida, batendo a porta de casa. 

Eu havia ficado em choque o tempo todo, com as lágrimas caindo pelo meu rosto, os meus olhos ardiam e minha cabeça doía demais. Enterrei meu rosto no travesseiro e meu choro só aumentou, eu chorava de soluçar, não acreditava que havia perdido meu melhor amigo, não queria acreditar. Minha cabeça já estava latejando quando acabei desmaiando. 

Já devia ser umas 18 horas quando acordei, meu travesseiro estava molhado pelas lágrimas que havia derramado. Logo me veio aquilo na cabeça e meu peito se apertou, meus olhos se encheram de água novamente, eu tentei segurar mas não consegui. Logo a porta de meu quarto se abriu e meu pai estava ali, com o olhar de preocupação. 

-Minha filha... -Seu rosto mostrava que ele já sabia o que havia acontecido. 

Ele entrou no quarto, fechou a porta e veio em direção à minha cama, sentou ao meu lado e me colocou deitada no seu colo, deixei minhas lágrimas escorrerem enquanto ele fazia carinho em minha cabeça. Ele começou a cantar a música que ele sempre cantava para eu dormir, ela foi meu acalmando aos poucos. 

-Sabe filha... -Meu pai começou a dizer com certa emoção na voz. -Eu nunca te falei  nada sobre sua mãe, eu não a conheci muito bem, mas quando ela me deixou com você, ela me ensinou a cantar essa música para te acalmar sempre que precisar. Por mais que ela tenha te deixado comigo, não tenha raiva dela se algum dia a encontrar, essa música já te salvou mais do que pensa.  

~A NOITE~  

Passava das 23 horas, eu estava sentada na minha cama, as lágrimas tinham voltado a escorrer pelo meu rosto, porém não era tanto quanto antes, ainda estava doendo, e muito, mas parecia que meu estoque de lágrimas havia se esgotado. 

Eu não conseguia parar de pensar em como seria sem ele, lembrei de diversos momentos em que estávamos conversando sobre algo aleatório, ele se virava pra mim, me encarava e dizia... 

-Você vai ser minha melhor amiga pra sempre não é? -Seus olhos brilhavam e ele fazia biquinho sempre que perguntava isso quando eramos pequenos. 

-Eu prometo! -Eu sorria para ele e voltávamos a conversar normalmente. 

Um barulho de batidas na janela me despertou desses pensamentos, a cortina estava fechada então fiquei com medo de abrir para ver quem era, mas minha curiosidade foi maior. Levantei de minha cama e caminhei em direção à janela. 

Quando cheguei perto, abri a cortina lentamente. Meu coração disparou, ao abrir a janela estava quem eu mais queria ver naquele momento, um sorriso surgiu em meu rosto, o primeiro sorriso desde o que tinha acontecido aquela tarde. Abri a janela o mais rápido que consegui, e logo em seguida o garoto pulou para dentro do quarto. 

-Você veio! Eu pulei em seus braços, abraçando-o forte enquanto colocava minha cabeça em seu peito. 

-Eu nunca iria embora sem me despedir de você, minha pequena. -Emoção e tristeza eram claras em sua voz. 

-Eu não quero que se vá... Você é meu melhor amigo. -Lágrimas voltaram a escorrer pelo meus rosto, minhas voz estava manhosa e fraca pelo choro. 

-Eu nunca quis te deixar... Se eu pudesse ficar com você... Eu ficaria. -Mesmo sem olha-lo, sabia que estava chorando também, isso estava evidente em sua voz. Meu coração se apertava mais e mais. 

Ficamos um tempo assim, apenas se abraçando, com medo de que aquele fosse realmente o nosso último abraço, isso era o que nenhum de nós dois realmente queria acreditar. 

-Eu tenho um presente pra você. -Ele me soltou do abraço e olhou em meus olhos durante alguns segundos. 

Ele começou a procurar algo nos bolsos de sua calça jeans, parei para olhá-lo um pouco. Seus cabelos loiros estavam levemente bagunçados, ele estava com uma roupa que aparentava não ser nova, mas continuava sendo linda. Sinto algo em meu peito, algo em relação a esse garoto que eu conhecia, mas eu não sabia o que era, nunca havia sentido nada parecido. 

-Achei! -Sua exclamação me tirou de meus pensamentos. 

Olhei para sua mão e vi duas pulseiras em sua mão, elas eram bem simples, mas eram muito lindas. 

-O que é isso?-Apontei para os pequenos medalhões, havia um em cada pulseira e logo percebi que havia algo gravado nelas. 

-São nossas iniciais... -Percebi que um sorriso bobo passou pelos lábios do loiro. -Na sua... -Ele pegou minha mão e amarrou a pulseira em meu pulso. -...Tem um "N". 

-É linda... -Meu rosto, que antes haviam lágrimas, agora estava um sorriso bobo enquanto eu olhava aquela pulseira. 

-Na minha... -Ele entregou a pulseira na minha mão, dando a entender que era para eu colocar em seu pulso, e foi o que eu fiz. -... É um "Y". Eu nunca mais vou tirá-la, promete o mesmo? -Balancei minha cabeça em afirmação 

-Eu nunca vou te esquercer. -Ele disse 

-Eu nunca vou te esquecer. -Eu falei. 

Ele se aproximou de mim e segurou minhas mãos, olhou para minha pulseira e olhou para dele. Por um segundo paramos e olhamos um nos olhos do outro. Vi-o fechar os olhos e ele beijou minhas testa, a melhor demonstração de carinho que eu precisava naquele momento a sós com ele.  



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