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História My Dear Harlequin - Recompensa


Escrita por: ayayui1504

Notas do Autor


Acho que viram a capa feita pela maravilhosa ~Medus4, obrigada <3 <3
Aqui está o capítulo que muitos estavam esperando... Espero que gostem...
PS: As falas que estão em itálico pertencem ao filme.

Capítulo 22 - Recompensa


Fanfic / Fanfiction My Dear Harlequin - Recompensa

  —Ah, Harley, o que foi? Está assustada? – The Joker diz, enquanto se aproxima cada vez mais de mim, passando suas mãos por meu rosto, percebi que em uma delas usava uma luva roxa.

 —Você mentiu! – falo, com a voz um pouco embargada. Apesar da situação aterrorizante em que estava metida, ainda havia uma onda de excitação percorrendo meu corpo, o que me fazia esperar ansiosamente pelo que viria a seguir – Você disse que não ia me fazer mal nenhum!

 —O que? – pergunta, encenando, se fingindo de confuso, com todos os seus movimentos bruscos – Não coloque palavras em minha boca, Dra. Quinzel.

 Aquilo me fez engolir em seco, ser chamada assim, especialmente por ele, fazia com que meu estômago se revirasse. Era como se ele estivesse falando com outra pessoa, não comigo, e isso me deixava em pânico.

 —Bem – perante ao meu silêncio, ele continuou – Já que não temos mais nada a dizer, vamos... Brincar um pouquinho, o que acha, Doc?

 —O que vai fazer? – pergunto, sentindo minha respiração se acelerar ao notar que ele estava com dois dos condutores de choque nas mãos, e que a máquina estava ligada – O que vai fazer? Vai me matar, Mr. J?

 —Matar? Ah, sim eu poderia te matar – responde sorrindo, seu sorriso metálico agora me provocava arrepios e eu me concentrei na mancha de sangue em seu ombro, o sangue de Philip Eu não vou te matar – continua, ameaçando colocar os condutores em minha cabeça, enquanto os rodava em círculos – Só vou te machucar muito, muito mesmo.

 É isso, parabéns, Harleen Quinzel, você está morta, minha consciência grita e eu fecho os olhos.

 Ainda não, a vozinha infantil se destaca. A diversão ainda não acabou, Harley.

 —Ah, então você acha mesmo? – respondo, segundos antes dos choques e vejo sua expressão de surpresa, ele não havia disfarçado dessa vez – Pois saiba que eu posso aguentar.

 Sua risada escandalosa me pega desprevenida, parecia que sua surpresa tinha se esvaído completamente. Ele larga os fios condutores e some da minha vista por um momento, logo voltando. Vejo que estava com uma cinta de couro.

 —Abra a boca, querida, não vai querer quebrar esses dentes perfeitos – fala como se realmente soubesse daquilo. Talvez fosse assim que tinha perdido seus dentes verdadeiros... Não importava – Irá me agradecer depois.

 Assim que prende a cinta em minha boca, pega novamente os condutores e eu sinto meu coração aumentar seus batimentos ainda mais. Eu não sabia o que esperar, mas conseguir ver seu sorriso antes de fechar os olhos com força.

 A dor foi alucinante. Era como se toda a minha pele estivesse em chamas, sendo arrancada de mim lentamente. Eu sabia que estava gritando, mas tudo o que conseguia ouvir era uma risada escandalosa feminina no fundo da minha mente. Meu corpo todo doía, eu mal consegui sentir as lágrimas escorrendo por meu rosto, então, tudo parou, era como se eu não estivesse mais lá.

 Agora eu estava em um quarto negro, com uma única luz, que eu não sabia da onde vinha, que estava concentrada em mim. Então, outro holofote se acendeu, focando agora numa garotinha chorando, enquanto policiais levavam um homem de aproximadamente trinta anos. Reconheci prontamente, meu pai e eu.

 Então, outro holofote se acendeu à direita, mostrando uma loira em equipamentos de ginástica, fazendo tantas acrobacias que deixaria qualquer um tonto. Aquela foi minha primeira medalha.

 Outro holofote, uma mulher batendo na mesma loira, gritando as palavras que eu já conhecia bem, mesmo que aquela visão não apresentasse nenhum som: Você não é minha filha! Eu não quero ter uma filha!

 Mais um holofote, a jovem garota sentada em uma carteira, anotando coisas em um caderno. É claro, foi a época em que eu aprendi a usar não só minha inteligência, mas tudo o que estivesse ao meu favor para conseguir ser a melhor da turma. A mesma garota cruzava as pernas, cobertas apenas por uma curta saia, enquanto o professor tentava não olhá-las. Meu primeiro ano na faculdade.

 O outro holofote foi a cena de duas loiras abraçadas. Eu sabia qual era aquela cena: minha viagem à Metropolis, o melhor fim de semana da minha vida. Tinha me divertido tanto com Alice e, no fim, recebi um e-mail com um convite para trabalhar no Asilo Arkham.

 Mais um, mas aquele me surpreendeu. Era The Joker, com um terno roxo e um sorriso enorme, estendendo a mão para mim. Não demorei para entender.

 Era um convite, um convite para que eu desistisse de todos os outros holofotes, toda a minha vida, uma maneira de pertencer a ele.

 Não hesitei em correr para pegar sua mão, mas assim que a toquei, tudo desapareceu.

 Vi novamente o teto velho do Arkham, mas minha visão estava embaçada, sentindo uma dor agonizante em todas as partes do corpo. Eu não ouvia nada, um zumbido irritante atrapalhava minha audição, mas conseguia sentir as lágrimas já em meu pescoço e minha garganta ardendo com a força dos gritos e dos soluços que ainda se formavam.

 Quando minha audição voltou ao normal, fui capaz de ouvir sua risada. Quando minha visão voltou ao normal e todos os pontinhos pretos e vermelhos desapareceram dela, consegui vê-lo com o mesmo sorriso.

 —Foi divertido, não? – disse enquanto passava as mãos em meu rosto, por cima das lágrimas, gargalhando mais uma vez.

 Ficou sério de repente e tirou a cinta de minha boca. Realmente, meus dentes estavam tão doloridos que eu tinha a certeza de que, com a força do impacto e sem a cinta, eu teria os quebrado logo no primeiro sinal de choque.

 Senti um desespero passar pelo meu corpo assim que o vi dar as costas. Seus capangas, que ainda estavam vivos, exceto por um ou outro que estavam espalhados pelo chão, colocaram nele um sobretudo roxo de couro e começaram a caminhar em direção a saída.

 —Não! – gritei, sentindo minha garganta protestar com a dor – Não pode me deixar aqui!

 O homem sem máscara bufou, voltando e apontando a arma para mim, mas foi impedido por The Joker, que se virou a tempo de eu não levar uma bala na cabeça.

 —Não, não, não, Jonny – disse enquanto gesticulava com a mão. Voltou-se para mim, aproximando-se novamente e revirando os olhos – O que foi agora?

 Sua indiferença me machucou, talvez mais do que todos aqueles choques.

 —Vai me deixar aqui? – pergunto, agora as lágrimas não eram mais devido à dor física – Não, você não pode me deixar assim.

 —É claro que posso – responde, sorrindo levemente, mas ficando sério – Considere uma recompensa ainda estar viva. Ah, e mais uma coisa, Doc – aproxima-se ainda mais de meu rosto – Esqueça que um dia me conheceu.

 Dessa vez meus gritos não adiantaram nada, já não havia mais nenhuma voz. Ele tinha ido embora, tinha me deixado.

 Ouço passos apressados pelo corredor, mas não ligo, estou apenas tentando me libertar de todas aquelas amarras.

 —Ela está aqui! – a voz conhecida do Comissário Gordon soa, vejo o velho homem entrar na sala e rapidamente me desamarrar – Dra. Quinzel? Está bem?

 —Quem é esse? – vejo outro policial entrar na sala, apontando para o corpo com o uniforme do Arkham.

 —Philip Jackson, meu paciente – respondo com uma voz fraca.

 —O que aquele monstro fez com você? – pergunta Gordon, observando as laterais de minha testa, imagino que estava analisando as marcas causadas pelos condutores – Não saia daqui, a ambulância está a caminho e logo os paramédicos chegarão.

 Estava sentada na maca, com as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto, sabendo que não conseguiria levantar, já que mal conseguia sentir as pernas. Enrolo-as ao meu lado e apoio as mãos em meu colo, chorando novamente, alheia aos policiais que se movimentavam naquela sala.

-x-

 O paramédico que chegou primeiro, veio prontamente em minha direção.

 —Senhorita, consegue andar? É impossível trazer a maca aqui com todos aqueles corpos no corredor – pergunta e eu assinto. Apoio-me em seu ombro, notando que seu nome era “Andy” e ele passa sua mão em volta de minha cintura, ajudando-me nos primeiros segundos que fiquei de pé.

 Ele me guiou pelos corredores, tentava falar comigo, mas eu não conseguia me concentrar em nada.

 Ele me deixou! Foi tudo culpa sua! A voz infantil gritava.

 Agradeça que ele a deixou em paz. Um sussurro que eu reconhecia como minha consciência se manifestava, mas ao que parecia, estava cada vez mais distante e difícil de ouvir. Diferente da voz infantil, que estava cada vez mais alta.

 —Espere! – falo com a voz fraca, quando percebo que estamos atravessando o corredor bem ao lado do vestiário dos guardas – Eu preciso pegar uma coisa muito importante.

 —Devemos ir para a ambulância agora, a senhorita precisa de cuidados – insiste Andy.

 —É rápido, já volto – sem tempo para que ele me segure, entro no vestiário, fechando a porta, apoiando-me nela, já que a tontura tomou conta de mim.

 Espero minha visão voltar ao normal e caminho até o armário 049, vendo que estava fechado. Vejo uma chave de carro em cima de um dos bancos, provavelmente um segurança estava saindo quando recebeu o aviso da fuga do palhaço.

 Limpo mais uma vez minhas lágrimas, pegando a chave e forçando-a contra a fenda do armário, rapidamente o abrindo. Sorrio ao perceber que o celular ainda estava lá. Talvez ele estivesse tão ocupado com a terapia dos eletrochoques em mim que deixou para pegar isso depois.

 Coloco o aparelho no bolso do meu jaleco e fecho a porta, deixando um recado especial.

 H. Q.

 Era o suficiente, ele entenderia. Saio dali, encontrando Andy que novamente voltou a me acompanhar até a saída, em direção à ambulância.

 Eu não o esqueceria, mas garantiria também que ele não me esquecesse. Ele viria atrás de mim, eu o faria vir.


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3 É meio difícil escrever o que ela sentiu durante os choques... Tomara que tenha ficado bom.
Comentem o que acharam, amores <3
Até o próximo capítulo,
Beijos


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