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História My Dear Harlequin - Uma Mente Danificada- The Joker


Escrita por: ayayui1504

Notas do Autor


Hey! Eu sei que eu devia ter postado sexta, mas eu realmente demorei pra escrever esse capítulo porque eu queria que ele ficasse bom...

600 FAVORITOS!! MEU DEUS COMO EU AMO VOCÊS!
Sério, eu nunca pensei que chegaria tão longe com essa fic e aqui estamos nós, no capítulo 28 e com 600 favoritos <3 Muito obrigada mesmo, do fundo do meu coração. Vocês não sabem como eu fico feliz com isso.

Só para lembrar, o capítulo de hoje é narrado pelo Mr. J <3
Não sei se ficou bom, mas é a forma como eu acho que ele pensa. Está em terceira pessoa justamente porque eu não conseguia arranjar um jeito de deixá-lo realmente narrando.


Acho importante dizer: tem uma leve referência à quinta temporada de The Vampire Diaries, quem assistiu vai entender.

Capítulo 28 - Uma Mente Danificada- The Joker


Fanfic / Fanfiction My Dear Harlequin - Uma Mente Danificada- The Joker

 A loira se remexeu na cama mais uma vez, provavelmente estava tendo algum sonho agitado, e nenhum de seus movimentos passou batido pelos olhos do palhaço.

 Já fazia um certo tempo que ela estava ali, mais tempo do que qualquer refém havia durado, para falar a verdade. No entanto, uma voz gritava em sua cabeça que ela não era uma refém.

 Ela está aqui por espontânea vontade, afinal.

 Aquilo nunca deixava de surpreende-lo. Sim, ele sabia que sua mente era frágil no momento em que a doutora entrou em sua sala, dia três de março, primeira consulta dos dois, mas o assassino não conseguia entender o porquê dela ainda estar ali, depois de tudo que havia acontecido.

 Esse jogo havia ido longe demais. No começo, The Joker realmente viu certa vantagem ao brincar com a mente da psiquiatra, não só por diversão (embora fosse o maior motivo), mas para conseguir escapar facilmente do asilo.

 Seu plano inicial era tê-la matado na noite de sua primeira fuga, empurrar uma pessoa morta para o morcego o atrasaria o suficiente para que o homem de cabelos verdes pudesse fugir, mas, de alguma maneira, seu cérebro insistiu para que ele pensasse em outro plano, para que não tivesse que matá-la. Embora não entendesse sua mente no momento, foi o que aconteceu. E ele esperou que ela o odiaria, talvez se mudaria de Gotham, com medo de que ele fosse atrás dela, mas estava enganado. Quando ele já esteve enganado?

 Foi ali que as coisas começaram a desandar.

 Bem, ele realmente foi atrás dela, mesmo que Harleen não soubesse. Nem ele mesmo sabia que faria isso, foi involuntário. Estava sendo acolhido pela madrugada de Gotham, andando sem rumo pelas ruas e, quando se deu conta, estava em frente ao prédio da jovem psiquiatra. Subir não foi difícil, o que realmente o confundiu foi quando permaneceu quase duas horas a observando dormir.

 Ela estava ainda com os óculos que não precisava, o abajur estava aceso e havia várias pastas em seu colo. Provavelmente pegara no sono enquanto trabalhava. Foi inevitável levar a mão até seu rosto, acariciando-o, para logo depois vê-la se remexer e ser obrigado a se afastar, sabendo que acabaria a acordando e que teria que matá-la se ela o visse ali.

 Mais uma vez, ele não quis matá-la, e não sabia explicar o motivo.

 —J? – a voz de sono de Harley o tirou de seus pensamentos. Era a primeira vez que ela acordava com ele ali, já que o palhaço sempre levantava antes.

 —Você não vai treinar comigo hoje – respondeu, indo em direção ao banheiro e pegando suas luvas roxas.

 —Por que não? – a loira havia o seguido, ele a observou pelo espelho, com os cabelos bagunçados e um corte superficial na bochecha direita.

 Ele havia lhe dado aquele corte.

 —Negócios – replicou – Não vou estar aqui hoje. Você vai com Frost.

 —Sério? – falou, retórica. Parecia um tanto decepcionada – Que horas você volta?

 —Não sei, Harley, quem é você? Minha mãe? – disse um pouco irritado e ela cruzou os braços, na defensiva. Ele se aproximou, segurando seu queixo e depositando um pequeno beijo nos lábios rosados – Se comporte.

 —Sempre – ouviu-a dizer, antes de fechar a porta do quarto.

-x-

 Seus homens estacionaram a van na frente do depósito e ele desceu armado. Normalmente, preferia que Frost estivesse ao seu lado nessas situações, mas ele a deixou com Harley, talvez por ter certeza que ela estava mais segura com ele do que com qualquer outro capanga.

 —Olha quem chegou – Duas-Caras abriu os braços, irônico, provavelmente ainda irritado com os rumos da última reunião. The Joker não se lembrava muito, não achava necessário, mas a memória de ameaça-lo caso tentasse qualquer coisa com a ex-psiquiatra era clara em sua mente. Clara o suficiente para que ele ainda estivesse de mau-humor.

 —Harvs – seu sorriso forçado e tom irônico foi o suficiente para fazer com que os capangas do seu negociador ficassem tensos.

 Ele não falou mais nada, não precisou. Simplesmente continuou andando, cercado de seus homens que usavam máscaras e armas de grande porte, enquanto um deles chegava com o caminhão e abria a parte de trás, revelando grandes caixotes.

 Virar o único fornecedor de armas em Gotham havia sido uma jogada e tanto, principalmente após ter esquartejado todos os outros e enviar uma parte do corpo para seus clientes mais fiéis. Ninguém havia ousado tentar vender armas novamente, não sem passar por ele.

 —Eu entendo o porquê de você gostar dela – ouviu a voz de Dent ao seu lado, enquanto os homens descarregavam o caminhão com as armas – Loira, bonita, inteligente. Só não entendo o porquê dela gostar tanto de você.

 —É porque você nunca transou comigo – respondeu irônico, ainda sorrindo, embora a menção da garota tivesse o incomodado. Harvey ficou sério com o comentário.

 Eu entendo o porquê de você gostar dela.

 Aquela frase não fazia sentido. Gostar dela? Absolutamente não. Ele estava jogando com ela, um jogo que ambos conheciam bem. Ele se divertia com ela, com a sua mente e principalmente com sua inteligência. Talvez ele ficasse tempo demais observando-a dormir todas as noites, mas isso não significava que gostava dela, não mesmo.

 Mais uma vez tinha se perdido em pensamentos, por causa dela. Grunhiu irritado, percebendo que os homens próximos se assustaram um pouco. The Joker estava tão acostumado a aterrorizar as pessoas que nem mesmo prazer sentiu com aquilo, sua mente estava confusa e ele se perguntava o porquê de sempre seu raciocínio terminar em Harley.

 Assim que todos os caixotes foram descarregados, os capangas de Duas-Caras trouxeram várias maletas de dinheiro, contados pelos homens do palhaço, antes de colocarem tudo na van.

 —Sempre bom fazer negócios com você, J – a voz de Dent parecia irritá-lo mais do que o normal – Sabe, é uma pena que agora a doutora esteja com você, quando voltar ao Arkham, vou sentir falta de poder olhar aquelas pernas...

  A frase de Harvey terminou com um grito do mesmo, assim que sentiu a faca que The Joker carregava fincar em sua mão, prendendo-a na mesa. O palhaço bateu a cabeça do outro vilão diversas vezes, parando um pouco antes dele desmaiar e olhando ao redor, onde os capangas apontavam armas uns para os outros. O homem de cabelos verdes deu tapinhas no lado não-queimado do rosto do outro.

 —Claro que vai – sorriu, rangendo os dentes de metal. Pegou o revólver em seu coldre e atirou em dois capangas de Dent, para depois voltar a fazer seu caminho para a van.

 Ninguém se atreveu a confrontá-lo, nem mesmo os homens que viram seu chefe ser humilhado por ele. Ninguém nunca o confrontaria, ele era o rei de Gotham.

 —Ah, e é sempre bom fazer negócios com você, Harvs – disse irônico, antes de seus capangas fecharem a porta da van e darem partida.

-x-

 The Joker atirou no novo porteiro do prédio, sem se importar se alguém ouviria. Subiu os andares até chegar no antigo apartamento da doutora, mesmo que não soubesse o motivo de estar fazendo aquilo.

 Ele entrou no apartamento, ignorando a faixa preta e amarela e a placa “Entrada proibida”. A sala estava revirada, os móveis com plástico e diversas fitas coladas no chão. O palhaço suspirou.

 Então os policiais realmente achavam que ele a tinha sequestrado?

 Pegou na porta a correspondência, ignorando todas, exceto os jornais da semana.

 Manchetes como “Diretor do Asilo Arkham encontrado morto”, “Psiquiatra do Arkham desaparecida”, “The Joker foge de Asilo e preocupa policiais” e “Departamento de Polícia de Gotham City não descarta possível ligação entre o assassinato de Dr. Arkham e desaparecimento de Dra. Quinzel” cobriam todas as páginas.

 O psicopata se jogou no sofá, folheando um dos jornais, que continha um depoimento do Comissário Gordon.

 Acredito que a Dra. Harleen Quinzel tenha sido sequestrada em sua própria casa pelo assassino conhecido como The Joker. Nós ainda estamos investigando, mas ela não é vista desde que saiu do Asilo no mesmo dia em que Dr. Arkham foi assassinado.

 Um sorriso enorme tomou conta da boca do homem de cabelos verdes. Então o comissário havia mentido? Ele tinha visto Harley logo depois que ela matou o velho do Arkham, ele sabia que ela tinha o drogado, mas porquê esconder isso da imprensa?

 Seu sorriso se fechou no mesmo instante. Eles querem que ela seja a vítima.

 Ela não era uma vítima dele! Suas vítimas nunca sobreviviam, muito menos dormiam na sua cama. Ele não treinava suas vítimas para que elas soubessem se defender de pessoas como ele.

 Então o que ela era?

 Ele ainda não sabia explicar, simplesmente não conseguia pensar em uma razão para mantê-la por perto.

 Rasgou as páginas do jornal com raiva e viu o telefone em cima da mesinha de centro. Havia várias mensagens de voz, principalmente de um número específico que ele sabia que pertencia à irmã de Harleen. The Joker apagou todas as mensagens, não queria que ela as ouvisse e se arrependesse de ter escolhido ir com ele.

 Ele estava com medo de perde-la?

 Ouviu a porta bater e percebeu que já anoitecia, se virou, vendo um guarda com uma lanterna fraca.

 —Ei, não pode ficar aqui! Isso aqui é uma cena de crime... – começou a falar e o palhaço sorriu, tirando seu canivete do bolso e rodando-o nos dedos, aparecendo em frente ao policial – Santo Deus.

 —Não se preocupe, eu já estou indo embora – o homem tropeçou nos próprios pés quando J se aproximou, segurando seu ombro – Mas você é um policial, sua função é ajudar os cidadãos, certo? Eu estou precisando de ajuda... Já faz algum tempo que eu não mato ninguém e, bem, tenho certeza que você pode me ajudar.

 O guarda estava paralisado de medo quando sentiu a lâmina perfurar sua barriga, mas não no lugar exato para mata-lo. Pelo contrário, The Joker começou a perfura-lo e corta-lo, com o maior cuidado possível para que não morresse tão cedo.

 Afinal, ele tinha que se divertir.

-x-

 Ao voltar para a mansão, encontrou apenas seus capangas na sala, contando o dinheiro. Ele os ignorou, subindo até seu quarto e entrando no banheiro, para encontrar a loira tomando banho.

 —Mr. J! – ela se virou ao ouvir o ruído da porta, sorrindo, mas ele não retribuiu – Jonny disse que eu tenho uma ótima pontaria e que em pouco tempo eu vou atirar tão bem quanto qualquer outro capanga.

 —Ótimo, Harley – respondeu, sua voz nem de longe continha a mesma animação que a dela.

 —O que aconteceu? – perguntou, agora preocupada, talvez estranhando a falta de humor no palhaço. Desligou o chuveiro e se enrolou na toalha, desmanchando o coque em que tinha prendido o cabelo. Ela se aproximou, se assustando quando ele se virou de repente, a segurando pelos braços e a aproximando ainda mais.

 Ele observou com cuidado o rosto dela. Ela tinha um pequeno corte superficial no lábio, resultado dos treinamentos. Seus olhos azuis o encaravam com curiosidade, ele tinha visto um pouco de medo ali inicialmente, mas essa emoção se dissipou e ela abriu um leve sorriso, com os dentes de porcelana, perfeitamente brancos.

 —Alguma coisa deu errado hoje? – ela continuou, ainda sorrindo, mas com o cenho franzido.

 —Não, saiu tudo como o planejado – respondeu, não mais segurando seus braços, mas mantendo suas mãos ali, e ela não fez esforço nenhum para tirá-las.

 —Amanhã eu vou treinar com você, certo? – seus olhos azuis-bebê brilharam em expectativa e ele suspirou, assentindo enquanto sorria levemente. Ela deu um gritinho de entusiasmo e correu para o quarto, para se trocar.

-x-

 Ele se trancou em seu escritório enquanto Harley e os garotos comiam pizza no andar debaixo. Sentado em sua mesa, abriu a última gaveta e de lá tirou o celular que tinha pedido a ela e uma pasta.

 Aquele celular continha informações que mudariam o futuro de Gotham, de cada cidadão que ali vivia. Aquelas informações seriam capazes de espalhar o caos pelo país inteiro, e ele tinha confiado nela para entrega-lo.

 Quando ele havia começado a confiar nela?

 A doutora o surpreendeu quando levou o celular com ela, querendo atraí-lo. Ele estava acostumado com pessoas tentando ficar o mais longe possível, e não a se aproximar. Naquela mesma noite, a psiquiatra provou o quanto sua mente estava danificada, o quão próxima da insanidade tinha chegado. Ele a observou atentamente enquanto David Arkham morria, procurando qualquer sentimento de culpa nos olhos azuis, mas não havia nenhum.

 E ela o surpreendeu, novamente.

 The Joker passou as mãos pelo cabelo, irritado com seus pensamentos mais uma vez concentrados nela. Abriu a pasta em cima da mesa, uma ficha. A ficha da Dra. Harleen Quinzel.

 Todos os funcionários de Arkham tinham suas fichas guardadas no escritório do diretor. Na noite de sua fuga, ele mandou um capanga até lá, para pegar a sua. Não que houvesse razão para isso.

 Grampeada na primeira página, havia uma foto dela. Os cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo jogado para o lado, os óculos de armação preta grossa ofuscando seus olhos azuis e um leve sorriso nos lábios, como se estivesse realmente feliz em começar a trabalhar com loucos psicóticos.

 Seu antigo nome estava ali, junto com a data de seu nascimento, a faculdade em que se formou e seu currículo.

 The Joker observou atentamente toda a ficha. Suas notas na faculdade, que ela, obviamente, não conseguiu apenas estudando. A Dra. Quinzel era extremamente manipuladora, e isso o fascinou ainda mais. De certa forma, ele sempre soube que ela usava meios não muito éticos para conseguir o que queria, talvez foi aquilo que chamou sua atenção em primeiro lugar.

Ele folheou a ficha um pouco mais. Tudo que estava lá ele já sabia. O fato dela ter perdido o pai muito cedo, sua mãe estar doente, ter uma irmã, ter conseguido a bolsa da faculdade por suas habilidades em ginástica. Era como se soubesse tudo dela e, mesmo assim, ela ainda o fascinava.

 Saiu do escritório, levando apenas seu celular, e voltou ao quarto. Harley estava trancada no banheiro, ele soube disso porque a luz ultrapassava as frestas da porta. Deitou-se na cama, observando o número desconhecido na tela do aparelho. Ele sabia exatamente quem era, quem devia um sério favor a ele, por ser tão competente ao matar um certo passarinho a tanto tempo atrás.

 —Ei, J, quando a gente vai sair de novo? – a loira abriu a porta do banheiro, se apoiando no batente, usando apenas sua camisola.

 —Não sei, Harls – falou, ainda concentrado no celular – Por que?

 —Bem... É que das últimas vezes que saímos à noite – ela falou um tanto manhosa, sorrindo levemente – A noite acabou muito bem.

 Ele gargalhou e o sorriso dela aumentou. The Joker ainda estava com os acontecimentos daquele dia na cabeça, ainda estava confuso em relação à Harley, só sabia que não queria que ela fosse embora.

 —Vem com o papai, cupcake – disse, estendendo a mão e ela riu alto, caminhando até ele e se jogando na cama.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, amores <3
Lembrem-se que se estiver muito confuso, eu realmente quero que vocês me digam, okay?

Comentem e favoritem, meus amorzinhos <3 (tô muito feliz, melhor vocês se acostumarem).


DETALHE: Segundo os meus planos, faltam menos de dez capítulos pra fanfic acabar </3

Beijos <3 <3


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