P.o.v Rafa.
Um sentimento enorme de arrependimento surgiu, me deixando desnorteado. Se acontecer algo com ela e com o bebê a culpa será minha.
- Senhor... senhor. - A resepsionista que aparentava ter uns 40 anos me tirou de meus pensamentos.
- Sim. - Falo.
- Você é parente ou namorado da paciente? - Ela pergunta.
- Na-Irmão - Por pouco não falo merda. Ela começa a digitar algumas coisas no computador.
- Fique esperando na sala de espera. - Ela fala.
Assenti com a cabeça e caminhei até a sala. Haviam poucas pessoas lá. Me sentei em uma cadeira e respirei profundamente. O silencio era enorme no local.
Eu sou um idiota... só faço besteira...
Coloco minhas mãos sobre meu rosto. Meu celular começou a tocar fazendo barulho naquele lugar gelido e silencioso. Pego o mesmo e olho em sua tela.
Mãe...
Atendo o mesmo.
[Ligação on]
- Onde vocês estão? - Ela pergunta. - Fui ao mercado e quando cheguei em casa vocês haviam desaparecido.
- Estamos... no hospital. - Falo.
- O quê! - Ela pergunta nervosa. - O que acontecou Rafael?
- A Ali caiu da escada. - Falo e respiro fundo.
- Meu deus... em que hospital vocês estão? - Ela pergunta.
- No Hospital central L.A - Falo.
(Autora: Não tenho criatividade pra nomes de lugarem, não me julguem).
- Já estou indo ai. - Ela fala e desliga.
[Ligação off]
O que eu devo vazer? Um hora ou outra ela vai descobrir sobre o bebê.
Começo a balançar minha perna direita sem parar. Eu já estava sem paciência. Estava a uns 5 minutos na sala de espera, mas pareciam mas uns 5 anos.
Como ela deve estar...
Isso tudo é minha culpa, por ser tão idiota. A culpa não foi dela...
A cada 2 minutos eu andava até a recepção e perguntava sobre a minha garota. Ela sempre me falava pra esperar a porra do medico.
Já haviam passado 40 minutos e nada. Vejo a minha mãe entrar pela enorme porta de vidro do local. Ela me avista.
- Ai meu deus, Rafa. - Ela fala. - Onde está a Ali?
- Com o medico. - Falo olhando para baixo. - Ainda não tive noticias dela.
- Como isso foi acontecer? - Ela pergunta se sentando ao meu lado.
- Acho que se chama gravidade. - Falo.
- Rafa, isso não é hora de brincadeiras. - Ela fala séria.
- Eu sou estou tentando aliviar as coisas. - Falo cruzando os braços e afundando na cadeira nem um pouco confortavel.
- E onde esse medico está? - Minha mãe fala já impaciente. - Vou na recepção.
- Não adianta. - Falo quando ela iria se levantar. - Acabei de voltar de lá. Ela mandou eu esperar aqui.
- Quem são os parentes da Alice Miller? - Um homem com um jaleco branco apareçe. Me levanto da cadeira instantaniamente.
- Somos nós. - Falo.
- Poderiam me seguir? - Ele pergunta.
- Claro. - Minha mãe responde.
Seguimos o medico pelos corredores brancos que pareciam não ter fim.
- A Senhorita Miller está bem. - Ele fala. - Ela só fraturou o tornozelo direito. - Ele entra em um quarto e nós logo o adentramos também.
A Ali estava sentada em uma cama do hospital com os braços cruzados toda emburrada.
- Eu quero ir pra casa. - Ela fala bufando.
- Eu já disse que a senhorita tem que descansar. - Ele fala.
- Está tudo bem com ela mesmo? - A minha mãe pergunta.
- Sim, com ela e com o bebê. Sua filha e seu neto são muito fortes por terem aguentado cair de um altura tão grande. Só a deixe descansando, que foi por pouco que a sua filha não perde a criança. - O medico fala, a Ali arregalou os olhos. Droga...
- Quanto tempo de gestação? - Minha mãe pergunta séria e com os braços cruzados.
- Acho que quase umas 3 semanas. - Ele fala. - Agora vou dexar vocês á sós. - Ele fala se retirando do local.
- Bebê? - Minha mãe pergunta séria.
- É melhor nós conversarmos sobre isso quando chegarmos em casa. - Falo.
- Você também sabia? - Minha mãe pergunta me olhando incredula.
- Descobri hoje. - Falo.
- É melhor conversarmos sobre isso quanto estivermos em casa. - A Ali fala.
- Eu quero que você me explique tudo sobre isso. - A minha mãe fala. - Pelo menos você não o perdeu. - Ela fala. - Bom... vou conversar melhor com o medico. - Ela sai em direção a porta.
- Não sabia que você podia ficar sentada. - Pergunto me aproximando.
- Não posso. - Ela da de ombros. - Mas não vai ser um medico que vai mandar em mim.
Sorri e me sentei em uma cadeira ao lado da cama.
- Eu pensei que ela iria dar um chilique. - Ela falou.
- Só espera chegarmos em casa. - Falo e rimos.
- Ainda estou com raiva de você. - Falou virando a cabeça ao contrario da minha direção.
- Eu me arrependo muito de ter agido daquela maneira. - Falo.
- Não me convenceu. - Falou.
- Eu falei tudo aquilo de cabeça quente... eu fiquei muito assustado e acabei falando besteira. - Falo.
- Você deve gostar muito do seu certificado de idiota. Pra exercer o papel muito bem. - Falou. Sorri.
- Você adora dar patadas não é. - Falo.
- Amo. - Respondeu. - É sério eu quero ir pra casa. - Ela fala fazendo manha.
- O medico disse pra você descansar. Então para a senhorita sair daqui, é melhor dormir um pouco. - Falo. Ela revira os olhos.
- Não estou com sono. - Ela fala. - Só vou dormir se você cantar uma musica de ninar. - Ela fala me zuando.
- Tá falando sério? - Pergunto brincalhão.
- Não. Se você cantasse eu teria pesadelos. - Ela fala fazendo careta.
- Você tem é inveja que eu sei cantar bem. Você cantando pareçe mais uma galinha sendo esfolada.
- Atá, sei. - Ela fala. - Eu canto super bem.
- Só acredito ouvido. - Falo.
- Talvez um dia, quem sabe. - Ela fala se deitando na cama.
- Você me desculpou? - Pergunto.
- Não. - Ela responde. - Ainda estou com raiva...
Começo a afagar seus cabelos negros. Ela está com os olhos fechados.
- Só não vou te xingar por que eu gosto disso. - Ela fala.
- Chata... - Sussuro.
A vejo sorrir sem mostrar os dentes.
- Cafajeste... - Ela sussura.
- Anã... - Sussurro
- Poste... - Sussurrou.
- Mandona... - Sussurro.
- Bipolar... - Sussurrou.
- Eu não sou bipolar... - Sussurro.
- É sim... - Ela sussurra e sorri abertamente.
- Já disse que amo o seu sorriso? - Pergunto.
- Já. - Ela fala. - Mas ainda estou com raiva.
- Mas não pareçe. - Falo.
- Mas estou. - Ela fala ainda sorrindo.
- Se eu te beijasse agora você me bateria? - Pergunto ainda afagando seus cabelos.
- Talvez. - Ela fala. Sorri.
Selei nossos lábios. Ela não lutou contra. Passei alguns poucos segundos e o selo e desfeito.
- Não está com raiva. - Falo.
- As vezes eu odeio te amar Rafael...
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