História My Demons - Capítulo Único

Meus Demônios.

Ano x778

Dia 31 de Outubro,

Halloween...

Mais conhecido como o Dia das Bruxas.

O dia em que as pessoas, principalmente crianças, se fantasiam e vão batendo de porta em porta com seus potes ou sacolas na mão pedindo doces. A cada casa visitada essa frase é ouvida “ Doces ou Travessuras? ”.

Eu odeio este dia!

Não é preciso uma fantasia para saber que as pessoas são seus próprios monstros, seus próprios demônios.

Pessoas machucam umas as outras em pró de seu próprio beneficio ou um benéfico maior, eu sei muito bem disso, pois eu fui uma dessas pessoas usadas para um propósito, o propósito de ressuscitar o mago negro, Zeref.

Eu, Erza, agora Erza Scarlet fui usada junto de meus amigos e milhares de pessoas a ser forçada a construir a Torre do Paraíso como diziam para nós, uma Torre que traria liberdade ao mundo, a nós.

Bobagem!

Era uma criação chamada Sistema-R que significava sistema de ressurreição, ou seja, usariam a mim e as outras pessoas como sacrifícios para ressuscitar Zeref.

E vocês acham isso o pior? Não, claro que não! Essa porcaria de dia me lembrava da minha promessa ao vovô Rob de que um dia eu iria ser uma bruxa, uma bruxa voando na sua vassoura e dando carona ao seu querido vovô. Mas a vida não é justa, sabe? Ele se sacrificou por mim, gastou sua última magia para me salvar, simplesmente pulverizado na minha frente sem poder ser enterrado direito ou receber um adeus meu e dos meus amigos.

Amigos agora que eu tive que deixá-los para trás por causa de Jellal, não era o mesmo Jellal, era outra pessoa, um ser controlado. Mas impediu eu de levá-los comigo, levá-los a liberdade. Amigos que eu abandonei.

Acredito que eu sou pior do que as pessoas que nos torturaram...

Eu sou o pior dos demônios!

Está achando que acabou? Muito enganado, eu fui obrigada, O-B-R-I-G-A-D-A, a vestir uma fantasia qualquer que coincidentemente era de bruxa e acompanhar as crianças para pegar doces as quais digo eram as piores crianças da minha vida, Natsu e Gray.

- Dá pra vocês pararem de brigar pela milésima vez?! – Gritei brava para os dois.

- Ah, qual é Erza, divirta-se um pouco. – Natsu abriu um sorriso com sua cabeça de abóbora.

- Isso mesmo Erza, divirta-se. Temos muito doces para pegar!!! – Gray sorriu “ esqueleticamente ”.

Natsu estava com uma abóbora na cabeça e usava suas chamas para fingir ser a luz a iluminando, além de o resto do traje ser de roupas pretas exceto seu inseparável cachecol branco com listras.

Gray estava seminu, ou seja, apenas de cueca, como ele tinha essa mania a guilda resolveu deixá-lo de cueca e pintar seu corpo com aspecto de esqueleto, afinal era a única “ fantasia ” que ele conseguia usar.

Como eu já disse, eu estava de bruxa, roupas pretas, uma vassoura e um chapéu também preto acima do meu cabelo trançado. Como eu queria minha armadura, eu me sentia desconfortável por relembrar daqueles sentimentos.

Meu dia já tava uma merda ainda mais por ser babá daqueles dois, não paravam quietos, mas claro sempre pode piorar, não é?! Acabamos por encontrar Mirajane, Elfman, Lisanna e Happy no caminho. Lisanna e Happy queriam ficar juntos de Natsu, afinal como a pequena albina dizia eles eram uma família: pai, mãe e filho. Eu e Mirajane discordamos não queríamos passar o feriado juntas de jeito nenhum, mas como a maioria ganhou, eu não pude fazer nada, só esperava a oportunidade para ir embora logo.

Mira Pov’s

- Então, sua gorda, que tal uma aposta sobre quem consegue pegar mais doces? – Perguntei convencida para Erza.

- Não estou com tempo para coisas banais. – Ela ríspida e andou na frente apressadamente.

- Nem adianta, Mira. Ela está de mau humor. – O moreno falou.

- Pois é, o velho obrigou ela a vir com a gente, mas ela ficou ainda mais brava depois que colocou a fantasia. – O rosado concluiu a ideia.

- Vamos, Natsu!!! Temos que pegar mais doce. – Lisanna puxou o braço do rosado seguindo Erza, Gray e Elfman logo atrás.

Tem algo de errado com ela...

Muito errado...

Segui o caminho atrás dele ficando de olho na ruiva.

Erza Pov’s

Andei mais um pouco com eles até abrir uma brecha para eu fugir, já estava quase acabando as casas mesmo e eles nem ia notar que eu saí, pensariam que eu andei apressada na frente.

Fui em direção a beira do rio, meu lugar favorito, não tão secreto, pois Gray tinha o descoberto quando me seguiu um dia quando éramos menores. Tirei o chapéu e deixei-o de lado junto da vassoura, deitei-me na grama fresca olhando as estrelas.

- Vovô Rob... – Murmurei baixinho.

- Então é pra cá que você veio? – Olhei em direção a voz, encontrando a albina mais velha.

- O que faz aqui?! – Levantei-me apressada.

- Eu vim atrás de você. – Respondeu.

- Eu não quero ninguém atrás de mim, sei me virar sozinha muito bem. – Disse ríspida.

- Eu sei. Eu vim conversar, não se preocupe eles não virão, nem notaram que você e eu saímos e também estão ocupados com os doces. Eu sei que tem algo de errado com você. – Ela se aproximou e sentou perto do rio.

- Não tem nada de errado comigo, eu só quero ficar sozinha. – Falei sentando ao seu lado e abraçando os joelhos.

- Erza, posso não ser a melhor pessoa pra falar com você até porque brigamos sempre e você é praticamente minha rival, mas eu sei que tem algo de errado com você. Mesmo que você ache que eu não me importe, é exatamente o oposto, afinal somos amigas acima de tudo, não é? – Ela sorriu.

Suspirei.

- Eu não gosto do Halloween, só me traz péssimas lembranças do passado, não é preciso que as pessoas usem fantasiam e saiam por aí vestidos, as pessoas são seus próprios demônios, machucam uns aos outros, tudo para seu próprio propósito... E eu também odeio este dia, pois lembra a promessa que fiz ao vovô Rob, ele disse que eu iria me tornar uma bruxa maravilhosa e ele voaria na vassoura comigo. – Comecei a chorar, tropeçando as últimas palavras.

O que veio a seguir foi a coisa mais surpreendente da noite, Mirajane me abraçou.

- Shh, não precisa dizer nada. Olha eu posso não saber como foi seu passado, nem conhecer esse tal Rob, mas Erza eu conheço você. E eu sei que você pode enfrentar seus próprios demônios, você enfrenta um todo dia na guilda. – Ela piscou e sorriu antes de continuar.

- Então eu sei que você tem força e coragem para enfrentá-los não importa as dificuldades, eu sei que você consegue, afinal você é a minha rival e a Rainha da nossa guilda, Titânia Erza Scarlet. E outra coisa, eu sei que Rob está orgulhoso de você onde quer que ele esteja, pois você é incrível Erza e eu tenho certa inveja de você.

- Mira... Você também é incrível, eu também tenho inveja de você, Demônia Mirajane... Obrigada de verdade por hoje, Mira. – Levantei-me junto dela.

- Que isso! Eu só não quero perder minha rival antes mesmo de eu testar meu novo golpe. – Ela sorriu convencida.

- Digo o mesmo. Adoraria testar minhas armaduras. – Devolvi o mesmo sorriso.

Peguei meu chapéu, coloquei-o e peguei minha vassoura.

- Devo-te uma, Mira. – Sorri e continuei a falar.

– Quem chegar por último vai ter que ser a babá do Natsu e Gray durante uma semana. – Saí correndo na sua frente.

- Eu não vou perder pra você, Gorda.

- Nem eu, Magricela.

- Baleia.

- Vareta.

Continuamos a nos insultar até chegar na guilda onde ambas chegamos juntas, ou seja, ninguém vai ter que pagar a aposta.

Rimos e sentamos exaustas uma de costas para a outra.

Eu podia contar com Mira.

E

Ela podia contar Comigo.

Juntas éramos imbatíveis!

Ano x782

Morte da Lisanna...

Ambos Mirajane e Elfman estavam acabados, toda guilda estava, mas principalmente os irmãos Strauss.

Elfman não parava de se culpar pelo que aconteceu e Mirajane nada podia fazer para pará-lo, pois a mesma se encontrava em estado de choque.

Eram um visão dolorosa vê-los ali.

Os rapazes conseguiram tirar Elfman do túmulo, mas Mirajane continuava ali e eu também continuava ali com o guarda-chuva em cima de nós duas.

- É tudo culpa minha, Erza!!! Minha culpa!!! Eu não deveria tê-los levado para uma missão classe S!!! Eu não... – Mirajane chorava.

Ajoelhei-me e abracei-a.

- Acalme-se, acalme-se. Não foi culpa sua Mira, nem do Elfman, nenhum de vocês. Uma vez uma amiga me disse que eu tinha forças para enfrentar meus demônios, agora eu a peço que enfrente os dela. Eu sempre estarei aqui para ela do mesmo modo que ela sempre esteve para mim. – Mirajane abraçou-me e chorou.

- Obrigada, Erza. Obrigada... – Ela desmaiou de cansaço.

Peguei-a no colo e levei-a para guilda, a chuva já tinha cessado e abriu-se um lindo céu azul...

Azul como a cor dos seus olhos.

Ano x793

31 de Outubro,

Halloween...

Estava deitada no gramado perto ao rio, mesmo após anos e anos, eu ainda amava aquele lugar, senti saudades...

Ainda mais depois dessa batalha exaustiva contra Alvarez, eu precisava relaxar...

E nada melhor do que vir no lugar onde nos tornamos mais próximas quando crianças, meu lugar não tão secreto que compartilhei com a albina.

Tantas coisas aconteceram desde nosso momento aqui...

A morte de Lisanna, o roubo da missão classe S, a batalha contra Phantom Lord, eu voltar a Torre do Paraíso, a batalha contra Laxus, Oracion Seis, Edolas, o retorno de Lisanna, Tenroujima, Acnologia, sete anos em branco, Grande Jogos Mágicos, Projeto: Eclipse, dragões, Tartaros, guilda debandada, Avatar, o retorno, Alvarez...

Muitas aventuras na guilda, mas minha união com Mira continuou a crescer, pois nós prometemos não abandonar uma a outra, porque nós somos imbatíveis juntas.

Sorri.

Sim, somos imbatíveis!

- Ora, ora se não é minha bruxinha preferida. – Olhei para a dona da voz que sorria.

- Digo o mesmo, minha demônia favorita. – Sentei e sorri de volta.

- Então finalmente conseguiu aceitar? – Ela continuou a sorrir e sentou ao meu lado.

- Digo o mesmo de você, enfrentou seu medo e aceitou seu lado demoníaco de volta.

- É... E você aceitou ser uma bruxa. E que bruxa hein! Parece que aquele tal de Rob acertou. – Nós duas rimos.

- É... No final, nós duas acabamos por enfrentar nossos medos e superá-los... Obrigada por sempre está comigo, Mira.

- Sim, enfrentamos. Eu que agradeço por você está comigo, Erza. – Ela sorriu.

- Eu acho que posso dizer que... – Encostei meus lábios ao de Mira iniciando um beijo o qual a mesma correspondeu com paixão e depois continuei a minha fala.

- Apaixonei-me por uma demônia. – Sorri.

- Eu me apaixonei pela bruxa, ou melhor dizendo pela cavaleira. – Retribuiu o sorriso e beijamo-nos de novo.

Não me lembro quando começamos a “ namorar ” basicamente, pois o que nos importava era estarmos sempre juntas.

Deitamo-nos no gramado uma do lado da outra de mãos dadas, olhando as estrelas da noite da Halloween, uma noite em que tudo começou, uma noite em que enfrentamos nossos medos e ao mesmo tempo nos apaixonamos com veemência.

Uma noite Albina-Escarlate.