História My Dream - Capítulo 6

ISABELLA

            O relógio marcava dez horas da noite, e a família Santoni ainda estavam no hospital à espera de notícias de Ana que ainda estava em cirurgia. Estavam deste às uma da tarde naquele hospital, a cirurgia havia começado às três da tarde, e até naquele momento, ninguém tinha a certeza da hora que a cirurgia iria acabar.

            - Quantas horas um médico trabalha? - Nina disse fazendo a família lhe encarar. - É uma curiosidade! – ela explicou.

            - Acredito que mais que dez horas por dia – Isabella disse.

            - Como você sabe? – Heitor perguntou rude encarando a esposa.

            - Eu disse: Eu acho! – Isabella sorriu irônica.

            - Tem como vocês pararem de bobagens! – Eriberto repreendeu a todos.

            - Quando o Rafa aparecer eu vou perguntar a ele! – Nina sussurrou para a irmã que sorriu em compreensão.

            Todos se levantaram em seguida, assim que viram Amélia vindo em suas direções. Ela estava com rosto apreensivo, mas não demonstrava mais do que isso.

            - Por favor, diz que terminou?! – Eriberto disse assim que ela se juntou a eles.

            - Durante a cirurgia, o doutor encontrou um pequeno nódulo que não foi detectado pela ressonância, ele o retirou completamente e foi enviado para uma autopsia. Mas encontramos algumas veias obstruídas, assim elas estouraram logo em seguida, fazendo surgir uma nova hemorragia, que foi controlada. Dona Ana está totalmente bem, o Doutor Vitti me pediu pra eu lhe informarem enquanto ele termina a suturação. – ela sorriu.

            - Suturação? – Nina perguntou.

            - Me desculpe – Amélia disse – Ele está fechando o orifício aberto na cabeça de sua mãe. Ele está costurando o corte. Expliquei de modo mais fácil? – Ela perguntou a Nina.

            - Sim, obrigada por explicar. – Nina sorriu – Eu tenho mais uma pergunta!

            - Pode fazer!

            - Quantas horas um médico trabalha?

            - Nina! – Eriberto a repreendeu novamente.

            - Bom. – Amélia começou – Depende a especialização dele. Eu trabalho apenas com o Doutor Vitti, e há dias que trabalhamos dez, ou doze horas por dia. Às vezes de plantão de 24 horas ou até 48 horas, nunca mais que isto. Mas há dias que somente o médico fica de plantão, e eu não sei lhe informar quantas horas eles ficam no hospital. – ela sorriu.

            - Obrigada novamente! – Nina lhe agradeceu.

            - Com licença. – Amélia disse e se retirou.

            - Com tantas horas de trabalho, que horas ele se diverte? – Nina perguntou.

            - Ele deve achar tempo. – Isabella disse.

            - Que horas que vocês se encontram? - Nina sussurrou para Isabella.

             Ela também sabia. As coisas estavam saindo do controle. Quando virou sua visão para descobrir se Heitor havia ouvido, ela viu Ana Júlia chegar com Guilherme ao seu lado. O casal estava vestidos formalmente, ela então imaginou que estavam em um jantar romântico. 

            - Oi amiga! – Ana Jú disse ao lhe abraçar.

            - Como você soube? – Isabella perguntou assim que se separaram.

            -O Rafa ligou pro Guilherme antes de entrar na SO, como estávamos em Santa Mônica em um jantar de negócios atrasamos um pouco.

            - Rafael está vindo! – Guilherme disse.

            - Conseguiram chegar! – Rafael disse ao amigo e a Ana Jú. – Dona Ana está em repouso, está sendo encaminhada para um quarto. – ele disse a família.

            - Podemos vê-la? – Eriberto perguntou.

            - Ela está sedada, mas daqui uns cinco minutos vocês podem vê-la. 

            - Obrigado Rafael! – Eriberto disse a Rafael, lhe estendendo a mão.

            - Eu fiz isso por sua esposa, e não por você. – Rafael disse se recusando a apertar a mão estendida – Preciso falar com você! – Ele se dirigiu a Guilherme que o seguiu para longe da família.

            - Como está?

            - Bem. – Ana disse sonolenta. – Estou curada?

            - Está sim, meu amor. – Eriberto disse.

            - Pediu desculpas a ele?

            - Como assim?

            - Você deve pedir desculpas pro Rafa por não ter acreditado nele.

            - Ana. 

            - Eu não terminei – ela disse interrompendo o marido – Desculpas por hoje e pelo passado! – Ela encarou todos os rostos ao redor da cama – Me desculpem, mas acho que vou dormir agora!

            Ana fechou os olhos, mas antes encarou o marido sentado na cadeira ao lado de sua cama. Apertou a mão dele, fazendo assim ele saber que ela estava confirmando todas as palavras ditas por ela, ali segundos antes. Ana Jú encarou Isabella que olhava intrigada para o pai.

            - Vão para casa! – Eriberto disse – Eu passo a noite com ela, amanhã vocês voltam!

            - Okay! – Nina concordou pegando sua bolsa.

            - Eu vou levar elas. – Heitor disse.

            - Eu vou ficar! - Isabella fez todos lhe encarar. – Eu fico com meu pai. Leva Nina para casa, e fique com ela pra certificar que ela ficará bem! 

            - Eu não sou mais criança! – Nina disse.

            - Eu não vou deixar você ficar aqui! – Heitor disse possessivo.

            - Hoje não Heitor! – ela disse fechando os olhos – Eu não consigo ficar longe da minha mãe neste momento.

            - Seu pai já vai ficar. Você não precisa.

            - Eu quero! – ela disse o encarando furiosa – Essa é a diferença!

            Heitor tentou impedir que ela ficasse, mas acabou concordando saindo do quarto com Nina. Ana Jú sorriu para a amiga. Eriberto saiu em busca de cafeína.

            - O que você vai fazer? – Ana Jú lhe perguntou.

            - Descobrir porque meu pai tem tanta raiva do Rafa – Isabella olhou para a amiga – Há algo entre ambos que impedem que eles possam conviver no mesmo ambiente, e eu não tenho a mínima ideia do que seja.

            - Eu lhe ajudo!

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