RAFAEL
- Você vai ficar aqui até que horas? – Guilherme perguntou ao amigo.
- Tenho plantão até as três da tarde. Vou passar mais algumas horas aqui! – ele sorriu.
Guilherme percebeu que o amigo não estava totalmente bem.
- O que aconteceu?
- Quando a Dona Ana me procurou eu não tinha a noção do tamanho da situação, fiz exames e nenhum deles mostrou o que vi na S.O. Naquele momento eu fiquei pensando o que aconteceria comigo se ela morresse em minhas mãos. –Rafael disse sério.
- Você já perdeu pacientes, e nunca ficou assim.
- Os maridos e esposas, ou até filhos dos meus pacientes, não era Eriberto Santoni. – ele fitou o amigo – Você sabe muito bem o que aconteceria comigo!
Rafael colocou os seus prontuários totalmente preenchidos sobre a mesa da recepcionista do andar. Guilherme o encava a cada minuto.
- Confesso que ver Isabella ao lado do marido mexeu comigo!
- Sabia! – Guilherme disse
- Eu não imaginei que ele viria junto quando ocorresse a cirurgia.
- Foi surpresa pra eles durante o almoço. – Guilherme tentou consolar o amigo.
- Mas não para Dona Ana. – Guilherme o encarou – Eu disse a ela que a cirurgia era emergencial, e teria que ser o mais rápido possível, mas ela negou, pediu para que fosse amanhã. Ela foi almoçar com a família ao meio dia, o sol estava forte, as dores pioraram e ela não aguentou. Eu me sinto culpado por ela não ter ficado internada deste de manhã.
- Olá pessoas! – Ana Jú disse sorridente para os dois que estavam escorados na mesa da recepção.
- Parabéns Ana Jú! – Rafael disse e ela não entendeu – O noivado! – ela sorriu.
- Ah obrigada! Mas como você sabe, nós decidimos contar juntos para os amigos?!
- Rafael me ajudou a escolher o anel! – Guilherme informou a abraçando de lado.
- Sempre juntos! – Ana Jú disse brincando com os dois.
- Preciso ir! – Rafael disse se despedindo do casal
- Preciso falar com você! – Isabella que estava quieta deste o começo disse.
- Você vai passar a noite aqui? – ele perguntou.
- Sim.
- Eu tenho algumas coisas pra fazer, mas logo de manhã eu passo no quarto de sua mãe e nós conversamos.
- Promete? – Isabella o encarou.
- Prometo!
Rafael saiu deixando os amigos ali. Seguiu para a sua sala, sentou em sua cadeira e descansou sua cabeça sobre a mesa, fechou os olhos por um minuto lamentando tudo que estava acontecendo. Ver a família de Isabella reunida não havia sido bom para ele.
- Senhor, o Doutor Webber quer vê-lo! – Amélia disse ao abrir a porta.
- Me dê um minuto!
Ela assentiu e fechou a porta. Rafael respirou fundo, se levantou e seguiu ao terceiro andar, mas não encontrou o encontrou, perguntou onde ele estava a uma enfermeira que estava passando que lhe disse que ele estava no quarto 203. Era o que Rafael temia. Estava no quarto de Ana. Ele pegou novamente o elevador, e desceu um andar. Seguiu até a porta do quarto, por sorte, o chefe estava saindo do quarto.
- Queria me ver?!
- Parabéns pela cirurgia – Disse o Webber – A família está agradecida, e doaram uma quantia para o nosso hospital. A quantia será investida na Neurocirurgia. Parabéns novamente!
Webber bateu no ombro de Rafael e começou seu caminho. Rafael se virou e chamou sua atenção novamente, o chefe o encarou surpreso.
- Eu não quero este dinheiro!
- Como?! Você está louco?!
- Aplica esse dinheiro na Pediatria, eles precisam mais do que a Neuro.
- Concordo com você. – Webber disse – Você será um ótimo chefe de cirurgia!
Rafael sorriu com as palavras do chefe que estava prestes a se aposentar, e estava em busca de um novo chefe de cirurgia.
- Nosso dinheiro é sujo?! – ele gelou ao ouvir a voz atrás de si, se virou e a encarou.
- Não é isso!
- É o que então Rafael?
- O meu problema é com seu pai e não com você Isabella!
- Qual é o problema?
Isabella o encarava como nunca havia feito. Rafael respirou, e por sorte não teve que responder a pergunta. Seu bipe havia tocado.
- Desculpe, eu tenho que ir.
Rafael deixou Isabella sozinha, e seguiu juntos com os enfermeiros. Entraram no quarto 200, e começaram uma ressurreição.
- 1, 2,3 se afastem! – ele desfibrilou a primeira tentativa, nenhum resultado – Carregue em 300! 1,2,3! – Segunda tentativa, nenhuma resposta – Coloque em 500! 1,2,3!
- Sem resultados Doutor! – um enfermeiro disse.
- Hora da morte: 23h37min.
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