História My Enemy, My Ally - Eighteen;

O tão esperado dia 31 de outubro havia chegado com toda sua glória. Em todas as casas, passos apressados preenchiam todos os cômodos. Tudo deveria ser perfeito para a anual Festa de Halloween dos Byun.

Byun Hyunsung e Byun Baekhee com certeza gostavam de festejar. Todos os anos sem falta planejavam festas de Ano Novo, Ano Novo Chinês, Dia de São Valentim, Chuseok, Halloween, Dia de Ação de Graças – Cortesia do cunhado norte-americano da esposa de Baekbom –, e Natal. Eram conhecidos pelas grandiosas festanças e atenção que recebiam da mídia. Talvez essa fosse a origem de toda a stamina de Baekhyun.  

A decisão da fantasia causou tumulto na casa. Já que Chanyeol queria ir de algum casal da cultura POP enquanto Haera… Queria ir de qualquer coisa exceto o que Chanyeol havia escolhido.

Precisaram de muitos cálculos para descobrir se Nicolette havia ligado enquanto eles ainda estavam na Austrália, uma vez que o moreno jamais a deixaria esquecer da aposta. Chanyeol até calculou a velocidade média do modelo do avião que eles embarcaram naquele dia para determinar onde eles estavam no momento da ligação. Enquanto ele se ocupava com matemática, ela checava fantasias no notebook, salvando as que lhe agradavam.

Chanyeol terminou seu cálculo, sorrindo triunfoso e se levantando. Limpou a garganta para chamar a atenção da mais jovem. Ela rolou os olhos e se virou.

– No momento em que Nicolette Fitzgerald efetuou a primeira chamada para o seu celular. – Fez um suspense. – Estávamos sobrevoando o oceano na costa de Okinawa, ou seja, não era solo Coreano, muito obrigado, senhoras e senhores, eu ganhei. – Ele disse, jogando em cima da cama as folhas avulsas preenchidas com cálculos.

Haera riu, pegando as folhas e checando os cálculos rapidamente, achando apenas fórmulas impecáveis como esperado do ‘gênio’. Ela jogou as folhas de volta ao lugar e arqueou a sobrancelha esquerda, rindo.

– As fantasias estão no closet. – Ela disse, piscando para ele enquanto o rapaz arregalou os olhos, andando até o armário para checar. E como dito, lá estavam as roupas, uma fileira de fantasias cobertas com capas de plástico transparente e prontas para uso.

– Como você sabia?

–  Eu liguei para a companhia mais cedo. Pedi os registros do nosso vôo. As coordenadas do exato lugar onde estávamos quando Nicolette ligou foram enviadas para seu email há 6 horas. – Ele abriu a boca, deixando um pequeno e envergonhado ‘Ah’ sair. Ele realmente havia esquecido que apenas seu nome podia conseguir documentos do gênero. Haera riu, empurrando seu queixo. Chanyeol podia ser um gênio contemporâneo, mas Haera sabia como viver.

Depois de discutir por meia-hora sobre latex ser apropriado para maternidade ou não, Chanyeol finalmente desistiu de ver Haera em uma fantasia de Mulher-Gato. Decidiram ir de Harley Quinn e Coringa, icônicos o suficiente para serem reconhecidos mesmo alterando a fantasia de Haera para que ela pudesse usar uma jaqueta e não congelar nas temperaturas baixas de outono.

Não foi difícil se arrumar, Haera encaracolou as pontas de seu cabelo, fazendo a maquiagem típica da personagem. Pintou as pontas de seu cabelo caramelo com tinta fantasia. Chanyeol a pediu para que fizesse a sua maquiagem, se recusando a fazê-la sozinho e arruinar completamente a estética que eles tinham. Teve tempo o suficiente para admirar o jeito como a roupa agarrada realçava as curvas de Haera da melhor maneira. Umedecia os lábios constantemente, fazendo-a se irritar e lhe estapear.

Baekhyun os ligou no Facetime enquanto Haera tentava seu melhor para colorir as mechas castanho escuro com a tinta verde. Ele já estava em personagem, como um vampiro, cortesia de seus pais que faziam questão que ele tivesse maquiagem e figurino feitos profissionalmente para que novamente o retrato de família para os tablóides fosse perfeito. Eles também haviam insistido para que Mirae se juntasse a eles – Ao lado de Baekhyun, é claro. – na recepção dos convidados. Para o alívio dos dois que possivelmente teriam que lidar com milhares de manchetes sobre relacionamentos 100% confirmados, ela tinha que trabalhar até tarde e talvez não conseguiria sair a tempo nem de pegar a ‘after party da party.’

– É o Chanyeol? – Baekbom perguntou enquanto passava atrás do irmão mais novo, se inclinando sobre o sofá para cumprimentá-lo. Estava vestido de Robin Hood, com direito à máscara e arco e flecha. Chanyeol, que estava no meio de um gole de Red Bull, sorriu, engolindo rapidamente a bebida para cumprimentar de volta. – Eu vejo que sua esposa está fazendo sua maquiagem. Como você conseguiu convencê-la a ir com o tema? – Eles riram enquanto Haera balançou a cabeça.

– Nem eu sei. – Chanyeol respondeu, arrancando uma risada alta de Baekbom.

– Minha esposa nunca iria aceitar algo assim. Sério, como você conseguiu? – Não podia dizer que não estava curioso. Sua esposa havia decidido que iria fantasiada de Pocahontas e não havia nada que tirasse a ideia da cabeça dela.

– Talvez sejam meus charmes irresistíveis. – Chanyeol segurou o próprio queixo piscando para os dois rapazes na tela enquanto Haera riu soprado.

– Haera perdeu uma aposta. – Baekhyun dedurou sem pensar duas vezes, fazendo a garota rir alto. Baekbom balançou a cabeça e se despediu rapidamente para voltar a ajudar seus pais com as preparações.

– Quando vocês acham que terminam? – Baekhyun perguntou. Chanyeol deixou que a mais jovem respondesse.

– Mhm, uns vinte minutos. – Haera respondeu, estava quase terminando de tingir o cabelo de Chanyeol e depois disso só faltava o figurino e os toques finais. – Alguém já chegou?

– Não. Você sabe que todas as celebridades querem uma entrada triunfante vão com certeza chegar atrasadas. Por isso meus pais sempre colocam o horário de início uma hora mais cedo. – Ele explicou. Haera riu soprado.

– Os pais da Mirae provavelmente vão ser os primeiros a chegar.

– Você acha? – Chanyeol perguntou.

– Claro. Nari é completamente controladora e vai bajular os Byun até o fim. Vai querer ser a primeira pra ficar alugando a Baekhee.

Baekhyun riu.

– Eu vou desligar. Precisam de mim na decoração. – Chanyeol concordou com a cabeça e esperou o amigo desligar a chamada para jogar o celular na cama e se concentrar em Haera.
 

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Como Haera previu, os Lee foram os primeiros a chegar. Baekhee e Hyunsung os receberam com sorrisos e braços abertos, estavam vestidos de Mickey e Minnie, o que a nora achara completamente estúpido, mas nunca ousaria lhes falar. A senhora olhou-os todos fantasiados e seu sorriso caiu ao notar a falta do rosto familiar.

Nari e Hwashin vestiam roupas típicas da década de 60, coloridas até demais. Ra Yeong, a mais velha, estava fantasiada de vampira, enquanto Sunmi, a caçula, era uma policial da SWAT. Mirae não se encontrava no grupo.

– Mirae ainda não saiu do hospital? – Ela perguntou, um tom desapontado em sua voz.

– Huh? – Nari perguntou, surpresa. Baekhee franziu as sobrancelhas e tomou que Nari não a escutou.

– Mirae ainda não saiu do hospital? – Repetiu, num tom mais alto.

– Mirae? Ah. Não falei com ela hoje. – Riu. Baekhee dispensou as questões em sua mente sobre a relação entre mãe e filha.

– Ah… – Forçou um sorriso.

– Os salgados assustadores já serão servidos. Fiquem à vontade. – Hyunsung sorriu, os guiando para a sala de estar antes que sua esposa deixasse claro demais que queria que Mirae viesse à festa.

Baekhyun estava na cozinha, roubando doces das bandejas e recebendo broncas das cozinheiras.

– Baekhyun-ah. – Ouviu uma voz chamar-lhe, sem tirar os olhos do celular, respondeu, ainda mastigando o doce.

– Huh? – Ela rolou os olhos ao perceber que ele não a deu atenção. Suspirou e sorriu novamente.

– Parece que estamos combinando. – Disse, se inclinando sobre a bancada, bloqueando a visão do rapaz de seu celular. Ele suspirou, levantando o olhar para dar atenção à moça, esperando que ela finalmente o deixasse em paz caso o fizesse.

Ele rolou os olhos ao reconhecê-la.

– Como um casal. – Ra Yeong disse, colocando uma mecha de seus cabelos castanhos atrás da orelha e sorrindo para o rapaz

– Não. – Baekhyun disse, balançando a cabeça e deixando a cozinha, não sem antes encher a mão livre de doces.

Lee Ra Yeong era a irmã mais velha de Mirae. Tinha vinte e nove anos, uma grande lista de namoros fracassados e uma estranha queda por Baekhyun, vendo que quando ela desenvolveu esse interesse, ele era praticamente uma criança comparado à ela. Havia notado que ela costumava buscar Mirae na escola apenas para socializar com ele, mas Ra Yeong tem uma habilidade extraordinária para irritar as pessoas. Com sua atitude arrogante, era difícil manter uma conversa por mais de dez minutos, mesmo para Mirae.

Ela bateu o salto no chão, suspirando pesado.

Quase meia-hora depois da chegada dos Lee, os convidados começavam a surgir em carros importados e os paparazzi tiravam fotos constantemente, não perdendo um momento sequer. Os Byun estavam lá para receber cada um deles com enormes sorrisos e braços abertos.

Os primeiros dos Kim a chegar foram Sunhee e Bangjoon, vestidos de Sr. e Sra. Incrível. Posaram para as fotos juntos e só receberam elogios. Logo depois, Minseok estacionou, saindo do carro e abrindo a porta para HeeJin, vieram de Gomez e Mortícia Addams – Sugestão de Chanyeol. O segundo filho havia decidido pegar uma carona com o irmão e estava por chegar, enquanto Kyungmin estava fantasiado de pirata e a caçula estava na fase de achar zumbis ‘maneiros’ por isso a fantasia de boneca zumbi,

Jungmin estava logo atrás, vestido como um prisioneiro e dirigindo o carro que ganhara de presente do avô por entrar na Stanford. Jaemin e sua namorada estavam combinando como Link & Zelda, já que foi por conta do jogo e da exagerada animação do rapaz sobre ele que se conheceram.

Young Mi e Cheolmin não demoraram, saíram do carro confiantes e de mãos dadas, pareciam realmente realeza vestidos como a Rainha de Copas e o Tempo. Se juntaram aos Kim na sala de estar, esperando ansiosamente a chegada de seus filhos.

Jongdae chegou meros minutos depois, vestido de Wally de ‘Onde está Wally?’. Segurava a mão da sua ‘pequena rapunzel’ que havia não somente escolhido sua própria fantasia, mas também a do pai.

Yoora demorou no carro, tendo certeza que tudo estava perfeito enquanto Taejoon tentava acalmá-la, dizendo que com o tanto de preparação que ela havia tomado, não havia como nada dar errado. Eles saíram do carro, chamando atenção com suas fantasias de Jessie & Woody, escolhidas pelas meninas que estavam radiantes vestidas de Anna e Elsa depois de muito atormentar os pais.

Se juntaram à família depois de posar para os paparazzis na entrada. Os mais novos corriam de um lado para o outro, brincando de pega-pega e eventualmente derrubando uma decoração ou outra.

A comoção no lado de fora indicou a chegada das ‘estrelas da noite’. Não saíam em público desde a entrevista justamente para aumentar as expectativas do público para sua próxima aparição.

Chanyeol sorriu para Haera antes de sair do carro e correr até o outro lado para abrir a porta para sua esposa. Ele esticou sua mão e a ajudou a sair do veículo. Ela sorriu para as câmeras, vendo os flashes sendo disparados com meros segundos os separando, os paparazzi chamavam seu nome com vigor, tentando ter a melhor foto para vender para as revistas na manhã seguinte.

Os Byun estavam mais do que radiantes aos receberem, parabenizaram os dois e os escoltaram pessoalmente até a sala, sem não deixar de sorrir para as fotos.

– Filha! – Sunhee cumprimentou, segurando seu rosto entre as mãos. Haera forçou um sorriso, sabia que era tudo mera encenação para as câmeras. O que a deixara menos nervosa foram as mãos de Chanyeol, que não deixaram sua cintura em momento algum.

Depois de conversas com seus pais sobre as entrevistas que fariam no futuro e o planejamento todo que viriam com o ‘pequeno raio de Sol’ – palavras de Sunhee e apelido por Young Mi, eles conseguiram escapar para a cozinha que estava quase vazia.

– Yah! De verdade, vocês parecem realmente pais, isso me assusta. – Baekhyun disse, mordendo um cookie decorado com teias de aranha. Chanyeol deu de ombros.

– O que eu posso dizer? Sou ‘daddy material’. – Disse com um tom arrogante, colocando a mão no queixo. piscando para a jovem. Haera fez barulho de vômito saindo de perto do rapaz enquanto Baekhyun rolava os olhos, balançando a cabeça.

– Ugh. – Haera disse alto, se apoiando no balcão. – Morre. – Chanyeol fez bico. enquanto Baekhyun encarava seu prato de cerâmica cheio de quitutes amargamente.

– Você quer mesmo ser mãe solteira? – Ela levantou o dedo do meio, o encarando. Não precisava falar nada para ele captar a mensagem.

– Eu quero é um drink. – Suspirou. Com o tanto de cobertura da mídia, não poderia chegar nem perto das bebidas sem ser chamada de ‘Mãe irresponsável’.

– É aí que você é sortuda por ser amiga de Byun Baekhyun. – O rapaz disse, sorrindo e mostrando as presas falsas grudadas nos seus caninos. Caminhou até a geladeira e tirou um tupperware coberto com um pano de prato. O colocou na bancada e tirou o pano revelando três fileiras de caixinhas de suco de laranja.

Haera arqueou a sobrancelha. – Se eu quisesse beber suco eu ia beber o da festa.

– São batizados. – Baekhyun piscou. Haera abriu a boca, o encarando, incrédula. Estava realmente comovida com o ato de verdadeiro altruísmo do rapaz. – Na verdade, a ideia foi da Mirae, a gente ficou tirando e colocando suco com seringas para parecer legítimo. – Sorriu orgulhoso. Se inclinou, o abraçando. Ato que surpreendeu tanto Baekhyun como Chanyeol que assistia com olhos arregalados.

Sem dizer nada, a jovem se separou do moreno e pegou uma das caixinhas, colocando o canudo e consumindo seu conteúdo com um murmúrio satisfeito. Chanyeol questionava silenciosamente seu amigo sobre o comportamento dela.

No fundo, sabiam que era apenas o estresse que ela fora posta sob. Com todos esperando dela nada exceto perfeição, especialmente depois da entrevista e da ‘maternidade’, Haera ficou extremamente nervosa e com horas de sorriso forçados e networking pela frente, todo álcool era bem-vindo.

– Baekhyun! – Uma das amigas de Baekhee chamou, entrando na cozinha e encarando o trio. Veio a procura do rapaz assim que chegou, tinha que informá-lo da grandeza da irmã mais nova da esposa do primo de segundo grau do seu filho mais velho.  – Tem uma garota adorável que eu quero que você conheça. Vamos, ela está esperando por você.

O jovem arregalou os olhos, tentando escapar, mas falhando, encarou seus amigos.

– Sra. Go. – Haera tirou mais uma das caixinhas do pote e perfurou com o canudo a película de alumínio. A senhora virou o rosto para encará-la. – Eu acredito que Baekhyun já esteja comprometido. – Sorriu rapidamente. Baekhyun concordou com a cabeça.

– Sim… – Ele disse, se livrando das mãos da Sra. Go. – Comprometido, sim.

– Bokja me disse que a filha dos Lee tinha te dado um pé na bunda. – Ela disse, claramente não pensando muitos nas consequências. – Essas coisas são normais com jovens. Ela claramente não está pensando muito. Ora, não seja tímido! Estão todos falando sobre isso. – Baekhyun exalou, correndo os dedos pelos fios castanhos. É claro que as amigas de sua mãe saíram espalhando mil boatos só porque Mirae não estava ao seu lado depois de voltar de Londres.

Haera e Chanyeol suspiraram em uníssono.

– Eu sempre soube que ela não era boa coisa. Como pôde alguém tão desastrada e masculina como ela sair de Nari? – O rapaz fechou os olhos, tentando se compor em frente à senhora, não queria causar uma cena na festa. Pelo menos, não sóbrio. – Eu até disse pra ela quando a

– Lee Mirae é uma médica renomada. Ela tem uma lista de qualificações que colocariam inveja em graduados de Harvard. – Baekhyun cruzou os braços.

Mirae não era um acessório para ele exibir para os paparazzi. Não era um troféu para apenas receber elogios dos parceiros de negócios e impulsionar sua reputação.

– Eu sei disso, m– A senhora estava claramente nervosa, como ele ousava discordar de seus rumores?

– Enquanto sua filha mais velha tem… Uma grande lista de passagens na polícia das quais você não quer que ninguém saiba. – Ela arregalou os olhos enquanto Haera e Chanyeol seguraram o riso. Sra. Go podia ter pago muito dinheiro para que os paparazzi não vendessem as várias fotos da jovem na delegacia, mas nada se espalha tão rápido quanto rumores num clube lotado em Gangnam. – Seu segundo filho assediou a secretária e você ameaçou ela até que retirasse a queixa. Seu terceiro filho–

– Você mudou, Byun Baekhyun. – Ela suspirou, não querendo ouvir o resto. – Está arrogante e mal-educado!

– Que bom que me encaixo nos seus padrões. – Ele sorriu, assistindo a mulher deixar o cômodo furiosa. Baekhyun suspirou aliviado assim que ela sumiu entre as pessoas, mas ainda estava incomodado com o que fora dito mais cedo. – Bom, depois disso eu definitivamente preciso de um drink. – O casal riu enquanto ele caminhava até o armário e tirava uma garrafa de vodka e dois copos.

Serviu a bebida nos copos e completou com sobras do suco de cranberry que sua mãe comprou.

– Salut. – Haera sorriu, levantando a caixinha. – À hipocrisia. – Ele riram, o barulho dos copos se chocando preenchendo o cômodo.
 

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A cada hora que se passava os convidados ficavam mais e mais intoxicados e a taxa de diversão apenas aumentava. Era muito mais divertido assistir pessoas que andavam com o nariz empinado quando sóbrias completamente loucas e vomitando pelos cantos. Chanyeol e Haera fizeram uma anotação mental para fazer o mesmo no ano seguinte.

Uma mensagem no celular da jovem os tiraram de seu estado de admiração. – Mirae chegou. Eu vou lá encontrar com ela. – Chanyeol concordou com a cabeça ainda assistindo enquanto os amigos de seus pais passavam vergonha diante das câmeras. Ela seguiu até a porta de trás que dava para a varanda, se livrando da caixa de suco no caminho.

Capturou duas silhuetas familiares com o canto de seus olhos e não pode acreditar em sua visão. Boquiaberta, congelou no meio da área de serviço, encarando as bochechas coradas de Lee Sunmi enquanto ela riu das piadas ridículas feitas por Jungmin. Qualquer um que os visse os tomaria como um casal. Com Jungmin vestido como um prisioneiro e Sunmi, uma policial, qualquer um que não fosse familiar com a “rivalidade” unilateral entre Ra Yeong e Haera acharia que os dois estavam na gostosa fase de começo de namoro.

Jungmin não costumava ter paixonites. Todos achavam que era porque tinha medo de acabar como Minseok; Ter um filho antes de um diploma do ensino médio era assustador. Mas ele tinha mais medo de não acabar como seu pai. Cresceu vendo de perto o amor que Minseok e HeeJin nutriam um pelo outro e como era quase, invencível. Tinha certeza que algo assim era um em um milhão e ele fazia parte dos outros 999,999.

Um sorriso deixou seus lábios. Lembrava dele ainda pequeno, se escondendo atrás de seu vestido, escondendo o rosto com o tecido florido. Conhecia Sunmi e sabia que ela havia seguido os passos de Mirae e não de Ra Yeong. Era muito medrosa para fazer o mesmo que ela e seguir seus sonhos.

Haera mordeu o lábio inferior e se inclinou sobre a cadeira de descanso, dando um leve chute. O suficiente para que deslizasse no azulejo molhado pela piscina e parar exatamente no caminho de um dos convidados que, por sua vez, tropeçou e escorregou uns bons centímetros até Sunmi.

O impacto não chegou perto de machucá-la, mas foi suficiente para afetar seu equilíbrio e fazê-la cambalear até ser pega por Jungmin.

Com um sorriso travesso, se virou, dando a volta pelo jardim e caminhando até uma das saídas da lateral, onde Mirae deveria estar esperando. Ela não queria de maneira alguma passar pelo mar de paparazzi que cercava a entrada principal. Com sorte, alguém estaria tomando toda a atenção e ninguém olharia para os outros portões.  

Não foi difícil encontrar Haera, cabelo colorido em dois tons a entregou. Com um sorriso caminhou até a amiga.

– Yo. – Fez continência, encarando a amiga que ainda se encontrava congelada no mesmo lugar, uma expressão nada satisfeita.

– Que. Porra. É. Essa? – Ela disse, dando pausas. Mirae arqueou a sobrancelha esquerda.

– O quê? – Olhou para baixo, tentando procurar algo que possivelmente poderia desagradá-la. Esperava alguma mancha de sangue nas suas roupas, mas não encontrou nada. Haera apenas gesticulou para Mirae que se sentiu ofendida pela acusação.

– Cadê sua fantasia? – Perguntou, cruzando os braços. Mirae murmurou um ‘ah’ murcho, encarando o conjunto azul bebê por baixo do jaleco branco com seu crachá pendurado no lado esquerdo do peito. Um sorriso desconcertado apareceu em seus lábios.

– Tcharam! Eu sou uma médica! – Exclamou, monótona e sem tanta animação. Haera suspirou, fechando os olhos, tentando manter a calma. – Eu não tive tempo de passar em casa. Vamos logo, eu tô morrendo de fome, eu não como nada desde ontem… Baek não teve em casa ultimamente… – Ela fez bico, puxando a mão da amiga frustrada.

– Mirae, isso é uma festa a fantasia. – Bateu o pé. Antes que pudesse protestar, Mirae já estava sendo arrastada pelos fundos até o segundo andar da casa, que estava fechada para os convidados, mas elas já eram praticamente da família.

Baekhee havia acabado de sair do quarto principal quando encontrou a dupla subindo as escadas. Os cantos da sua boca se curvaram em um enorme sorriso.

– Mirae-yah! – Exclamou, dando os passos mais largos que podia com aqueles saltos incomumente altos. Mirae sorriu e Haera saiu do caminho para que a senhora pudesse atacá-la com abraços. – Por que vocês não estão na festa? Eu vou chamar o Baek–

Haera a impediu. – Mirae não estava fantasiada. Por acaso a senhora tem alguma fantasia extra? – O sorriso de Baekhee se tornou ainda maior e mais diabólico. Tudo o que a mais nova pode fazer foi arregalar os olhos enquanto a senhora e sua melhor amiga a encaravam com sorrisos maquiavélicos.

– Eu tenho algo perfeito pra você.