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História My Enemy, My Ally - Three;


Escrita por: Torix

Notas do Autor


Omo! 24 favoritos!
Ah, isso me deixa tão feliz <3 muitíssimo obrigada a todos( T w T )
Boa leitura~ nos vemos nas notas finais!

Capítulo 3 - Three;


Os primeiros a chegar foram os pais de Haera. Kim Sunhee era dona de uma beleza exuberante, tinha cabelos longos e cacheados que caíam em cascata sob seus ombros. A idade já se mostrava nas raízes grisalhas que se formavam. Fenômeno que fazia a visita ao salão toda terceira quinta do mês um ritual. Seus hobbies favoritos eram Yôga e tricô. Seu marido, Kim Bangjoon gostava de tardes ensolaradas e trocadilhos infames. Era conhecido por suas covinhas que cumprimentavam à todos quando ria, um traço que Haera herdara e odiava. O pai da família jogava xadrez às terças-feiras à noite e levava os netos no futebol todo domingo sem falta, também era amante de demonstrações públicas de afeto na frente dos filhos. Outro dos traços que Haera odiava sobre seus pais.

Já Park Young Mi era uma senhora baixinha dona de cabelos curtos e pretos que contornavam o rosto. Era fã número um de ambos os filhos e tem uma parede dedicada a cada um deles em sua casa de praia. Fotos desde bebês até photoshoots de pré-adolescência e selfies recentes. É fã de chá de camomila acompanhado de crumpets e adora ir às aulas de Yôga com Sunhee. Também gostava de mostrar as fotos para Haera e dar cópias de fotos de bebê de Chanyeol que eventualmente poderiam ser usadas como chantagem.

Park Cheolmin era o pai de Chanyeol, e era tão alto quanto o filho. Exibia seus 183cm de altura com orgulho. – Ação que irrita a esposa que tem apenas 154cm. – Conheceu Bangjoon na segunda série quando esqueceu seu livro e o amigo lhe emprestou de bom grado, mesmo que isso resultasse em uma série de batidas com a régua de madeira. Desde pequenos juravam que iriam ser amigos pelo resto da vida e se continuassem assim, iriam acabar sendo enterrados na mesma cova.

– Mãe, pai... – Haera cumprimentou os dois com um abraço, Sunhee rapidamente separou o abraço para apertar o genro. Os dedos pressionavam as bochechas de Chanyeol sem a mínima dó, a jovem segurou a risada ao ouvir os gemidos de dor.

– Oi, mãe. – Chanyeol disse enquanto massageava as bochechas doloridas. – Pai. – Cumprimentou Bangjoon que já exibia um sorriso orgulhoso. Os Park chegaram minutos depois, Young Mi imediatamente correu para abraçar Haera.

– Olha só pra você! Ficou ainda mais bonita! – Cheolmin disse, bagunçando os cabelos da nora. Às vezes, Haera sentia que os Park a amavam mais que seus próprios pais.

– Sunhee-yah! Dê mais atenção à Haera! Ela merece! É uma menina de ouro! Cuida tão bem dessa casa completamente sozinha! – Young Mi comentou e recebeu um abraço da jovem que estava radiante por alguém finalmente ter reconhecido seus esforços.

– Mãe! Eu também ajudo! – Chanyeol disse nervoso. Sua mãe dava muito atenção à pessoa errada. Em sua cabeça, estava fazendo um favor à Haera quando comia suas panquecas. Sempre à dizia que iriam direto para suas coxas e sempre recebia um tapa com a frigideira.

– Aigo! Como se eu não o conhecesse! – A mulher ficou na ponta dos pés para dar um tapa no filho. – Você deu sorte de Haera ser tão prendada e responsável. Só alguém como ela pra suportar esse meu filho!

As duas esposas se tornaram melhores amigas desde que se conheceram na festa de noivado do irmão mais velho de Cheolmin. Juravam que seus filhos iriam se casar, mesmo que isso tivesse levado Sunhee à ter dois meninos antes de Haera. As esperanças estavam todas depositadas em Minseok e em Yoora, mas foram por água abaixo quando a namorada do rapaz ficou grávida ainda no ensino médio. O segundo filho era muito novo para a jovem, e logo, todas as esperanças estavam na filhinha da família que tinha apenas dois anos quando fora prometida ao caçula dos Park.

– Não fale assim dele, Young Mi-yah! Chanyeol é um rapaz ocupado! É trabalho da Haera cuidar da casa. Não é como se ela tivesse muito à fazer! – Chanyeol abriu um sorriso, mostrando a língua para a esposa como uma criança travessa.

– Ah, se você soubesse... – Ela murmurou, baixo demais para que a mãe ouvisse.

– Meu menino está tão grande! – Sunhee disse, ainda babando sobre Chanyeol, Haera rolou os olhos. Jurava que as vezes, sua mãe adoraria adotar o ruivo. Será que pensaria o mesmo quando soubesse de suas atividades noturnas?

– Seu menino está aqui bem aqui, mãe! – Minseok exclamou, Haera abriu um sorriso e correu até o irmão, sua cunhada que estava ao lado do marido, riu da reação e cumprimentou os sogros.

Minseok era o filho mais velho. Havia se casado às pressas com HeeJin, sua colega de classe à quem ele havia jurado amor eterno com apenas quinze anos após serem descuidados o suficiente para fazer de seus pais avós antes dos quarenta. Quando o Jungmin nasceu, Haera era tão pequena que os dois brincaram juntos inúmeras vezes, eles acabaram tendo uma relação mais como irmãos do que como tia e sobrinho. Depois de Jungmin vieram três crianças: Jaemin, Kyungmin e a caçula, Minji. Haera sempre achara HeeJin um anjo por ter quatro filhos e não ter ficado louca.

– Minnie! – Haera exclamou, pulando nos braços do irmão, o rapaz abriu um sorriso e a levantou do chão, ganhando um pequeno grito surpreso. Jongdae logo apareceu e a puxou dos braços do primogênito.

Jongdae era o filho de meio, estava no auge de seus vinte e nove anos. Tinha uma filha de cinco anos e três divórcios. A família toda sabia como ele era ingênuo e se apaixonava fácil demais. O que era ótimo para Minyoung que ganhava um mimo a cada divórcio 'complicado'.

– Olha quem está aqui! A rainha do baile! – Brincou. Haera riu e assim que avistou os sobrinhos vestidos formalmente, um sorriso orgulhoso estampou seus lábios. Se soltou dos braços de Jongdae e correu para abraçar o grupo.

– Quem são esses? Não parecem meus sobrinhos! – Disse, apenas para ser ignorada enquanto as crianças corriam até Chanyeol. – Ah, eu fui trocada. – Choramingou, trazendo um sorriso aos lábios do único que havia sobrado.

– Não se preocupa, daqui a pouco eles voltam. – Comentou, abraçando a mais velha.

– Jungmin-ah... as vezes acho que você é o único que me ama nessa família. – O rapaz riu, caminhando abraçado com a quase irmã até a sala de jantar. – Cadê a Yoora? – Haera perguntou, beliscando um pedaço dos aperitivos.

– Bem aqui! – Anunciou. A jovem se virou e puxou a cunhada em um abraço apertado. Logo, suas sobrinhas já estavam esperando um abraço. As gêmeas Yejin e Yerin vestiam vestidos idênticos a não ser pela cor. Haera se abaixou, pegando as duas e tendo dificuldade em não derrubar as meninas que estavam crescendo mais do que ela esperava.

Chanyeol correu até ela e pegou uma das meninas. – que ele realmente não conseguia distinguir se era Yerin ou Yejin. Quem era tão bom nisso que era capaz de diferenciá-las até mesmo quando Yoora não conseguia, era Haera. Vivia dizendo como as duas eram diferentes e como Yerin havia herdado os olhos do pai e Yejin, os da mãe. E como sempre, seus balbucios não faziam o menor sentido.

– Oi, princesa. – Chanyeol disse, levantando a pobre garota ainda mais alto no ar. Como se ser levantada à um metro de oitenta do chão já não fossem suficiente. Haera riu, brincando com Yerin.

– A gente pode comer? – Kyungmin perguntou enquanto batia a mão na barriga. Os dois riram da cena e caminharam até a mesa, colocando as gêmeas em cadeiras apropriadas no caminho. Logo, estavam rodeados da família que atacava os pratos feitos com esmero por Shin Hye e por Haera.

– Jungmin-ah, como vai o exame da faculdade? – Young Mi perguntou enquanto degustava o vinho. O rapaz terminou de mastigar antes de respondê-la com um sorriso.

– Eu acabei de ser aceito em Stanford. Vou me mudar em dois meses. – Assim que anunciou, recebeu inúmeras reações, mas a que mais se destacou foi a de Haera, que se engasgou, liberando um jato de vinho no rosto de Chanyeol. A cena fez a todos rirem, exceto o rapaz que estava encharcado e havia acabado de perder seu terno favorito graças à jovem desastrada.

– Omo, Jungmin-ah! Estou tão orgulhosa! – Ela comentou, mal podia acreditar que seu sobrinho já estava na faculdade. Se sentia velha só de imaginá-lo formado.

– Haera-yah, vá ajudar Chanyeol a se limpar. – Sua mãe sugeriu, a jovem segurou as profanidades que queria dizer e sorriu, acenando com a cabeça. O rapaz sorriu de canto ao ver seu sofrimento interno.

Eles subiram as escadas até o quarto, Chanyeol imediatamente se livrou do blazer e da camisa manchada. Haera suspirou, fechando a porta com força e se jogando na cama.

– O que você acha que eles tão aprontando? – Perguntou enquanto escolhia uma camisa nova, a jovem rolou na cama, se apoiando em seus cotovelos e retirando o celular do sutiã. O rapaz a encarou incrédulo. Uma mistura de surpresa e um pouco de nojo estampavam sua face. – Você podia guardar seios bonitos aí dentro também. – Comentou.

– Fala isso de novo e esse celular vai parar na sua bunda. – Haera ameaçou. Chanyeol levantou os braços em um sinal de rendição e foi até o en suite para limpar os resquícios de vinho na sua pele. – Yoora diz que não é nada sério e que eles vão revelar daqui a pouco. E que a gente tem que enrolar aqui até eles preparem tudo direito. – Explicou. – Ah, se eu soubesse disso teria trazido o meu prato... Estou faminta... – Comentou.

– Como sempre... – Chanyeol disse e recebeu uma almofada na cara. – Yah! Eu não disse nada além da verdade! – Gritou. A jovem riu e pulou da cama, revirando o quarto por algo para beliscar. O rapaz saiu do banheiro, olhando o que ela poderia estar fazendo para resultar em tanto barulho.

– Bingo! – Haera disse, tirando uma garrafa de vinho de uma caixa que pertencia a Chanyeol, ele gritou. Aquele era um dos vinhos caros que ele guardava para ocasiões especiais. Tentou impedi-la de abrir a garrafa, mas era tarde demais. A rolha voou pelo quarto com um 'pop' alto. Ele suspirou enquanto Haera virava o líquido. – Esse é dos bons... Por que você guarda no quarto? – Perguntou, virando mais uma vez, Chanyeol rolou os olhos, apagando a luz do banheiro.

– Para ocasiões especiais com pessoas especiais... – Disse enquanto puxava a garrafa da mão dela. Haera fez um bico.

– Aish! Para de ser egoísta. Te cozinho café todo dia e não tô reclamando! – O rapaz, derrotado, à entregou a garrafa. Haera sorriu e tomou um grande gole. – Vai se vestir, garoto. – Ordenou, Chanyeol negou com a cabeça, se jogando na cama. A jovem rolou os olhos, cutucando-o. – Para de ser teimoso. – Ele apenas lhe mostrou a língua.

– Me deixa. – Aconchegou–se na cama, puxando um dos travesseiros macios e enterrando a cara no tecido. Haera suspirou e se sentou ao lado de Chanyeol, a garrafa ainda na mão. Alguns minutos de um silêncio reconfortante se passaram até que ele quebrou-o. – Haera...

– Mhm? – Murmurou enquanto encarava a tela do celular. A garrafa de vinho já se encontrava na metade, podia sentir os efeitos dela. – Nunca fora tão boa quanto Chanyeol quando o assunto era bebida. – Havia decidido deixar o resto para mais tarde, não queria passar vergonha na frente de seus sobrinhos que estavam armados com câmeras.

– Como você se sentiu quando descobriu que Kai estava com outra? – Perguntou, assistindo os movimentos da garota. Ela riu soprado, não acreditando na frase que ecoou no quarto. Bagunçou os fios do cabelo, mordendo o lábio inferior em uma tentativa de impedir as lágrimas que se formaram no canto de seus olhos uma vez que seu cérebro, automaticamente, focou no sentimento de ser abandonada.

– Você realmente quer me ver miserável, puta merda. – Comentou, um suspiro pesado deixou seus lábios. Chanyeol levantou o olhar, negando com a cabeça. Não, não, não. Não era isso. Não queria deixá-la triste, só queria compreender aquele sentimento que a atormentava. Queria ser um escritor e um amigo melhor.

– Não é isso... – Tentou explicar, mas mal conhecia à seus próprios sentimentos. Haera negou com a cabeça, rindo soprado e colocando o celular no colchão.

– Nem tenta explicar, Chanyeol. – Haera interrompeu. – Você é um desastre com palavras... Como é que você virou escritor, mesmo? – Riu. Chanyeol rolou os olhos, enterrando a cabeça mais uma vez no travesseiro.

– Não. Me escuta, Haera. – Ele tentou dizer, mas o tecido fofo abafou a voz. Haera suspirou, lentamente descendo na cama para poder ouvi-lo melhor. – Você sabe que eu não entendo amor e essas baboseiras todas... Eu só quero entender.

– Sehun te passou de novo, né? – Haera riu. Sabia como o fato de alguém mais novo ser mais popular irritava Chanyeol de maneira que dois computadores foram quebrados no processo de descoberta que seus livros não estavam mais em primeiro. Ao ter nada além do silêncio confirmador, deixou que uma risada saísse de seus lábios. Ele suspirou.

– Por que as pessoas gostam tanto dos livros dele? Nada é verdade! – Chanyeol exclamou, rolando na cama. Haera riu.

– Porque as pessoas não querem a realidade. Querem uma fuga da vida real, um romance doce é perfeito pra isso, especialmente quando é tudo tão perfeito como é nos livros dele. – Ele rolou os olhos sobre a afirmação da jovem, odiava tudo de Oh Sehun. – Você foca demais no realismo, Chanyeol. Se liberta. Não é como se cem porcento do livro precisasse fazer sentido, lembra de Crepúsculo? – Comentou, ele suspirou, se arrastando até chegar no colo da jovem. a cabeça descansava no vão do pescoço de Haera, ele respirou fundo, sentindo o perfume cítrico. Inconscientemente, sorriu. Ela finalmente havia abandonado as fragrâncias doces e enjoadas que Kai tanto amava. – Sai. – Haera o empurrou em vão, acabou o fazendo chegar ainda mais perto.

– Me deixa. Eu tô carente. – Ele disse. Um sorriso travesso estampava os lábios do ruivo, Haera deu um tapa em suas costas nuas, o barulho agudo se misturou ao grito de dor de Chanyeol.

– Larga de ser idiota. A Yoora disse que eles já terminaram de discutir. Bora. – Disse, se levantando e pegando uma camisa limpa para Chanyeol. Antes que ele pudesse pensar em pegá-la, o tecido foi de encontro com seu rosto. Haera soltou um riso enquanto ajustava suas roupas e saía do quarto.

Ele não aguentou e acabou rindo também. Se vestiu, checando se estava apresentável o suficiente para as fotos de família. Não queria outra foto com cabelos desgrenhados como o último ano, Haera guardava aquela foto em seu celular para chantageá-lo toda vez que queria algo.

Quando saiu do quarto, ela estava o esperando no corredor, as mãos nos quadris e uma cara não muito boa, ele deu de ombros, passando o braço pela cintura da jovem e praticamente a arrastando escada abaixo. A família os esperava com um sorriso no rosto. Os dois trocaram olhares, sabendo que algo estava no ar. Todos tinham uma expressão que lia 'desastre está próximo'. Com exceção dos pequenos, – que provavelmente também não tinha ideia do que estava acontecendo.

O casal se sentou, sobrancelhas franzidas e olhares desconfiados. Young Mi e Sunhee mal se aguentavam de animação. Assim que ambos já estavam retornando à suas refeições, os Park e os Kim se levantaram, batendo talheres contra taças para chamar a atenção de todos.

Chanyeol e Haera trocaram olhares de desespero. Não confiavam em seus pais quando se tratava de surpresas. O carro que Chanyeol ganhara em seu aniversário de dezesseis anos era um bom exemplo. – Haviam decidido perguntar à Haera qual seria o melhor presente para ele, e como ela era basicamente a personificação de um demônio, disse à Young Mi que ele sonhara com um carro rosa choque igual a um de seus personagens favoritos. E a senhora fora ingênua o suficiente para acreditar na menina. Ainda hoje, quase dez anos depois, a foto de Chanyeol com uma cara azeda na frente do carro era uma das favoritas de Haera. Havia até ganhado uma moldura rosa choque e um lugar especial no criado-mudo.

– Como vocês sabem, hoje estamos comemorando dois anos da união de Chanyeol e Haera. – Sunhee começou com um sorriso, apontando para os dois que levantaram suas taças – mesmo que fosse apenas para tomar um gole da bebida alcoólica e se preparar para o que estava por vir.

– E como é uma data muito especial... Decidimos dar a vocês um presente. – Haera arqueou a sobrancelha esquerda, enquanto Chanyeol escolheu apenas virar sua taça quase cheia de vinho.

– Vocês ficarão duas semanas em Adelaide! – Haera soltou um suspiro aliviado ao ver que não era algo tão ruim como esperava. Mas logo uma desconfiança pousou em ambos, trocaram olhares desconfiados antes de perguntar o porquê.

– Ano passado não teve isso... Por quê agora? – Ela perguntou enquanto Chanyeol terminava de tomar seu vinho. Bebida que saiu voando de sua boca quando ouviu a resposta de sua mãe.

– Porque eu quero um neto.


Notas Finais


Dun~Dun~Duun!
No próximo capítulo teremos Chanyeol e Haera desvendando Adelaide~<3
Obrigada por ler e por comentar!
Até a próxima~! ~x3


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