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História My Fair Lady - Movimentos


Escrita por: UchihaSpears

Capítulo 12 - Movimentos


 

Por Sasuke;

Ino está tendo um pequeno ataque histérico. Ela está pulando e gritando ao redor da mesa, creio que não foi minha melhor ideia. Mamãe compartilha do mesmo sentimento de felicidade.

— A Rainha. — diz Ino pela milionésima vez e não contente o suficiente me abraça, novamente. — Não acredito que me indicou para servir Vossa Majestade. Céus!

— Você ainda não conseguiu o emprego, Ino. — saí cedo do palácio para vir até a fazenda, o tempo hoje não foi um dos colaboradores e assim resultou em um motoqueiro encharcado, no momento enrolado em uma toalha e tomando uma canja. — E nem sabemos se será aceita.

— Sasuke, a Ino é uma perfeita Lady. — mamãe diz enquanto me serve mais canja, tento rejeitar. — Você está magricelo.

— Sabe que as acompanhantes tem um título de Lady, coisa que a Ino não tem. — Falo tranquilamente encarando meu prato de canja caseira. — O único título que a Ino tem é de Miss Tomate 2006. — levo um tapão da Ino. — Menti?

— Não, e não é um título qualquer, fui a mais linda de todas. — ela fala com orgulho.

— Todas seis do vilarejo. — dessa vez mamãe bate levemente no meu ombro. — Não crie expectativas, se eu fosse você trataria de me arrumar, retornarei ao palácio em poucos minutos.

— Vou me arrumar, me espere. — ela saiu correndo praticamente desesperada. Mamãe puxou a cadeira da frente.

— Fico feliz que tenha pensando nela para o cargo, se ela conseguir será de grata ajuda. — apenas assenti. — E você como está?

—Bem. — aponto para a sopa. — Está um pouco temperada.

— Creio que foi a empolgação, meu filho. Quer uma limonada?

— Se não incomodá-la.

— Nunca meu filho. — minha mãe é um verdadeiro poço de gentileza e admiro isso nela, não só para os filhos, ela não tem separação de pessoas e independente do estado, ela nunca demonstra uma atitude negativa. — Seu irmão vai fazer o puxadinho ali atrás enfim.

— Já era hora. Ele precisar de ajuda? Posso servir como auxiliar de pedreiro.

— Ela já mencionou seu nome, o Naruto já mostrou disponibilidade.

— Estou pronta. — Ino aparece arrumada como fosse para uma pré-estréia de algum filme famoso. — Essa é a minha melhor roupa, esse vestido eu usei no meu noivado.

— Nem perguntei. — levei um olhar de lado da mãe.

— De que vamos? Não vi nenhum carro estacionado na frente.

 

[...]

 

Ino não quis vir de moto com a desculpa que iria amarrotar seu vestido e estragar seu penteado, preferiu ir de Uber. Esta decisão a fez estar aparentemente atrasada. Não é bom, já que a Shizune irá entrevistá-la.

Avisto-a correndo em minha direção segurando um chapéu na cabeça.

— Pensei que entraria pela frente, pelos portões. — ela fala como se fosse a própria Rainha.

— Pela frente só a família real e convidados, você passa longe. — entro com ela. Meu pouco convívio aqui eu já conheço quase todo o pessoal. Os trabalhadores de Vossa Majestade.

Entramos no palácio, primeira pessoa que encontro é a Tenten, que sorri e logo observa Ino dos pés a cabeça. Ino está abobalhada, boquiaberta olhando cada canto do palácio, parece criança em loja de doce. Aguardamos por Shizune para a entrevista da embasbacada ao meu lado.

— Cinco minutos atrasados. — ela tem seus dias e são raros, descobri que o apelido dela é Madre Superiora ou Ditadora de Ferro. Pouco sei da vida dela, pois é bastante reservada.

— Trânsito. — digo na esperança de ter algum crédito com ela. — Nos perdoe.

— Pois saísse mais cedo. — Não tenho créditos com ela, definitivamente. — Tem alguma experiência, minha jovem?

— Eu cuidei de uma antiga Lady que morava no castelo próximo ao nosso vilarejo. Sua família é bastante tradicional e aprendi de tudo com ela.

— Vamos para minha sala. — as duas seguem para o local e eu vou à cozinha.

— Creme de limão da Sicília, preciso de mais farinha branca. Shino, isso fogo brando, a calda não pode queimar.

Ratatouille hoje não para. — é o apelido secreto da Temari, obra da Tenten.

— Açafrão preciso! — creio que alguém importante virá aqui hoje. — Soube que uma loira veio com o senhor, Major. — olho para Tenten e ela faz um “ops” e em seguida pede todo currículo da Ino. — Próxima dama de companhia?

— Talvez.

— Guren engravidou, quase um milagre. Apostaria cinquenta libras para descobrir o pai. — Shino um auxiliar de cozinha diz.

— Eu cem. — Tenten falou entusiasmada. — Salmão grelhado, adoro esse cheiro.

Aprendi uma receita nova observado Temari, contudo é bastante refinada e eu não terei tempo para fazer e nem uma ocasião especial. Olho no relógio e creio que a entrevista da Ino já terminou, pelo piores dos males, ela conseguiu uma visita ao palácio, é algo notório para a Miss Tomate. Não a desmerecendo.

                                               [...]

 

Pela expressão em seu rosto posso traduzir que deu completamente errado e Shizune esboça seu sorriso sádico.

— Oi Sasuke. — é desanimador o jeito que ela fala. — A senhorita Shizune disse que poderei conhecer o palácio.

— É um consolo. — tento amenizar.

— Bom dia. — nós três nos viramos imediatamente.

— Vossa Majestade! — Ino se abaixa em reverência. — A senhora por aqui.

Sakura achou engraçado o comentário desajustado da Ino. — É a minha casa. — diz gentilmente. — Foi aprovada?

— Infelizmente não, Vossa Majestade. — Ino ainda está encurvada, e eu a levanto.

— Ela não se encaixou no perfil.

— Por que não? — ela a olha curiosa.

— Eu não tenho a mínima noção de como trabalhar com alguém de sua importância. — ela diz e parece ser torturoso.

— Gostei da sua sinceridade, é jovem e belíssima, creio que é antenada com redes sociais e conhece todas as tendências. — disso provavelmente a Ino sabe. — Shizune. — ela a olha séria. — Farei uma pergunta para a senhorita, se acertar vamos lhe dar uma nova oportunidade.

— Milady, eu acho. — Ino fala trêmula. Se for algo de exatas sei  que a Ino cairá fora.

— É uma pergunta muito importante, é uma dúvida que não consigo sanar. — até a Shizune a olha atônita e curiosa. — Senhorita, quem é mais bonito: o Henry Cavill ou o Ben Affleck?

— Milady! — exclama Shizune e eu estreito os olhos, ela só pode estar brincando.

— Majestade é tão difícil, o Cavill é lindo sem certeza, porém o Affleck tem um atributo, um grande atributo. Ai, falei merda. Ai céus eu não poderia dizer merda em sua frente, me perdoe. — Ino praticamente se joga ao chão aos pés de Milady e ela gargalha.

— Ora senhorita, vejo que compartilha da minha mesma resposta.

— Milady, isso não tem cabimento. — protesta Shizune. — Eu escolho seus novos funcionários e sempre tenho a última palavra.

— Mas eu sou a Rainha e eu quero alguém como ela ao meu lado, alguém da minha idade. Gente nova e espirituosa. Espero que entenda minha decisão e senhorita Ino, não me decepcione e o mesmo para o senhor, Major. Com licença.

— Toda Vossa Majestade. — a nova contratada fala com lágrimas nos olhos.

— Ouviu o que a Milady disse e é bom começar.

 

                                            [...]

 

Alguns dias depois

 

As folhas de tons alaranjados já aparecem na paisagem dando uma coloração digna de uma pintura a óleo de algum pintor renascentista. O tempo frio não está desinibido e demonstra suas faces frias. Esses dias houve um movimento considerável no palácio, foi oferecido um jantar para a família real Dinamarquesa que estava visitando o país e há uns três dias outro para os candidatos ao cargo de Premier.

Hoje está havendo uma mini celebração de Halloween para os funcionários em um dos salões do palácio, está decorado atipicamente com as símbolos da festa, ao meu ver exageram na quantidade de abóboras macabras. O som está em um volume moderado e toca alguns clássicos do rock. — corrigindo, tocava. Trocaram para aquelas músicas disco dos anos oitenta e já há uma coreografia organizada para I Will Survive da Gloria Gaynor.

— Doces de aranha? — Ino oferece esses docinhos no formato dos aracnídeos. — Estão deliciosos e é de leite condensado o recheio. — pego um/uma, não sou um fã de doces, mas em algumas ocasiões eu abro exceção. — Sasuke, cadê o passinho para I Will Survive?

— Deixa eu me apresentar, talvez você não me conheça, prazer Uchiha Sasuke.

— Seu bobo. — Ino sorri e está fantasiada como uma Princesa do século XVII, aliás apenas ela e Shizune estão fantasiadas. Ela está se acostumando ao trabalho, teve um início desastroso, mas teve uma amenizada da Rainha que parece gostar da companhia dela, contudo ela ainda recebe alguns olhares de repreensão de Shizune.

— Senhora e senhores, Vossa Majestade e Vossa Alteza real. — anuncia um guarda que está na porta e a abre, a música é trocada para Dancing Queen do Abba. Os presentes reverenciam Vossa Majestade, ela também está fantasiada com um desses vestidos do século XVII, porém o dela é bem mais pomposo, digno de um Rainha. E o seu papagaio, vulgo seu marido, de lado também está com uma roupa dessas.

— Boa noite. — falou Gaara. — Parece que aqui está bastante agradável.

Dancing Queen, tenho certeza que ainda ouvirei muitas vezes essa música hoje.

— Vossa Majestade, tem que seguir a música. — Tenten diz e leva um discreto tapa da Temari.

A Rainha sorri. — Se eu não estivesse atrasada. Espero que estejam se divertindo. — ela diz cordialmente e os presentes assentem. — Eu adoraria ficar com vocês, no entanto tenho outro compromisso, então se divirtam e não economizem nas travessuras, boa noite.

Ainda conversamos na cozinha quando não corremos de madrugada pelo jardim. Através de nossas conversas descobrimos muitos gostos em comum, sempre conversamos sobre vários assuntos e nesse período aproveito aos poucos e ofereço alguns petiscos para ela, sei que ela sofre de bulimia e tento ajudá-la, mesmo que indiretamente.

— Vamos? — Shizune faz um gesto e eu a sigo, farei a escolta de Vossa Majestade na festa de Halloween que acontecerá na propriedade da família do Príncipe Gaara. — Quando chegar lá procure um banheiro e troque a roupa e coloque a fantasia que está na mala, eu já avisei ao Kiba. É uma festa à fantasia e como Milady sofreu um atentado, é bom estar disfarçado.

— Compreendo.

                                                      [...]

Estou trajando uma fantasia de um soldado medieval de verdade e a única coisa que tenho a dizer é que: é muito desconfortante. É uma capa com capuz cinza, uma calça da mesma cor e uma túnica branca por cima com um desenho de escudo na forma de cruz na cor vermelha no peito e uma espada de verdade. Parece que fantasia na corte é levada a sério.

A propriedade da família do Gaara é imensa e ouso arriscar que deve ser maior que a fazenda da minha família. O castelo da família é extremamente bem conservado e rico de histórias. O luxo exala por aqui. Há aproximadamente uns trezentos convidados no salão oval dançando e conversando, nem preciso dizer que as músicas são típicas do século em questão, a festa é uma temática do século XVII. Sigo atentamente os passos de Milady que é cumprimentada por todos e todos arrumam um meio para falar algo com ela. A orquestra toca alguma sinfonia que não reconheço e tem alguns casais no meio do salão dançando e provavelmente bêbados. Se essa festa pretendia fazer uma alusão aos antigos bailes, conseguiu reproduzir magistralmente a atmosfera dos antigos, só não é fielmente graças aos convidados mexendo em seus smartphones.

— Senhor Uchiha, evite qualquer um que queira selfie com a Rainha. — uma nova ordem de Shizune é expressa.

— Sasuke isso é um sonho. — fala a Ino em um estado de admiração. — Parece filme ou uma história da Jane Austen.

— Que bom revê-la Sakura. — pelas informações que escutei é a mãe do Gaara. — Anda sumida de nosso ciclo.

— Estive ocupada, Karura. — ela diz friamente, é visível a aversão de cada uma.

— O que está achando do baile?

— Agradável como sempre.

— Meu filho está dançando com sua tia, ela veio me visitar esses dias, as visitas da Mei são de uma amabilidade incrível, sempre me divirto. — a banda cessa a música e os presentes aplaudem e o palco é tomado por um DJ. —Vou cuidar dos outros convidados, com licença.

— Toda. — ela se afasta. — Vaca. — diz baixinho e Ino fica boquiaberta.

— O Príncipe está se divertindo dançando. — analisa Shizune e olhamos.

— Gaara sempre gostou de festas, sempre foi vivido. — ela diz entediada. — Mas não me surpreenderia se fosse a tia Mei que tivesse insistido.

— Por que não vai dançar também Milady? — a nova contratada fala.

— A Rainha não pode se divertir. — seu péssimo humor é visível. — Todos podem, menos ela.

— Milady não fique emburrada e já bebeu duas taças de vinho, é o suficiente. — Shizune tenta amenizar e logo em seguida se afasta. Uma nova música começa a tocar.

— Deve ser legal dançar essa música. — Sakura diz e bebe outro gole. — Quer dançar?

— Não tem ninguém Milady. — Ino a responde.

— Ino. — a Rainha levanta-se e surge na sua frente e parece que a Ino entende o recado e levanta-se, puxa a Ino para o centro do salão, fazendo o Kiba arregalar os olhos.

— Teremos problemas Sasuke. — ele diz perplexo e eu apenas analiso o cenário. Todos param instantaneamente para vê-las.

Don't give up, no no no (nah)

Não desista, eu não vou desistir

Don't give up, I won't give up

As duas estão de mãos dadas e rodam como se fossem duas melhores amigas numa balada. Shizune se aproxima de mim branca e me olha cética. — Eu sabia que a loira seria problema.

Minha culpa.

 

Don't give up, no no no

I'm free to be the greatest, I'm alive

Eu sou livre para ser a melhor, estou viva

I'm free to be the greatest here tonight, the greatest

Eu sou livre para ser a melhor esta noite, a melhor

A Rainha solta Ino e rodopia pelo salão magistralmente ao ritmo da música, nunca a vi assim, ela gargalha e parece livre, um pássaro livre da gaiola, pela primeira vez. Os presentes assistem boquiabertos, estão apenas as duas no meio do salão.

— Milady está bêbada? — pergunta Shizune.

— Não.

— Quem vai acreditar que não?  — Ela aponta.

The greatest, the greatest, alive

(Don't give up, don't give up, don't give up, no no no)

As duas dançam juntas até o fim da música. O Príncipe Gaara se aproxima dela e Shizune vai até lá e eu vou em seguida.

— O que pensa que está fazendo? — ele diz aparentemente bravo.

— Me divertindo. — ela praticamente grita.

— Desse jeito? És a Rainha.

— Senhora e senhores, voltem para a pista de dança. — diz o DJ e uma música é tocada.

— E daí? Tenho o direito de me divertir como qualquer um.

— Não desse modo vulgar.

— Hipócrita. — ela sai o empurrando.

— Milady! — exclama Shizune.

— Me deixe Shizune. — ela sai sem direção.

— Major, a siga. — a ditadora me ordena e eu acato. — Que escândalo.

  Passo por um jardim, aqui está decorado com abóboras com lanternas no interior. Há flores roxas e tochas de fogo iluminando o ambiente. Vou me afastando do castelo e resolvo ligar a lanterna do meu celular, vejo árvores gigantescas por aqui e tudo que posso ouvir é o som da música vindo.

Lá está ela sentada em um velho balanço e se balançado. — Queria ficar só.

— Me desculpe, ordens.

— Verdade, a Rainha é figurativa os outros mandam. — me aproximo dela e sento no balanço ao lado. O céu está estrelado e posso ver a constelação de Andrômeda, fico admirando o escuro estrelado. — Eu gostaria de sumir às vezes.

— Todos às vezes têm esse desejo. — ela esboça um mínimo sorriso. — Seu vestido é de alguma Rainha?

— Elizabeth I. — essa Rainha reinou há uns quatrocentos anos.

— Conservado.

 

And I'll fight my corner

E eu vou lutar pelo meu espaço

Maybe tonight I'll call ya

Talvez esta noite eu vá chamar te

— Dance comigo. — ela pede.

— Mal sei dançar, a última vez que dancei foi numa peça do colégio onde fui o Romeu.

— Que modesto. — ela saiu do balanço e me puxou. — Eu sou a Rainha e ordeno.

— Acho que não tenho saída.

— Se fosse no tempo da dona deste vestido, de fato teria sua cabeça cortada na guilhotina.

 

After my blood turns into alcohol

Depois do meu sangue se transforma em álcool

No, I just wanna hold ya

       Não, eu só quero te abraçar,

 

— Posso? — ela concede, seguro sua cintura e a guio lentamente pela grama do jardim.

— Cite algo Romeu. — seu rosto está encostado no meu peito. — Cite algo do livro para mim.

— Não me lembro de muita coisa, mas vou tentar. — seu perfume sobe à minha narina, tão agradável e doce.

 

Give a little time to me, we'll burn this out

Dê um pouco de tempo para mim, vamos queimar isso,

We'll play hide and seek, to turn this around

           Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo,

 

— Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante.

— O que o Romeu faz em seguida?

 

All I want is the taste that your lips allow

Tudo que eu quero é o gosto que permitem seus lábios,

 

 

A conduzo naquele lento balanço. — Ele a beija. — paro a dança e a olho, seus olhos estão marejados e seus lábios comprimidos, aproximo minha boca de seu cenho e lhe dou um discreto selo na testa. É tudo que posso fazer e ela me abraça forte. Sinto suas lágrimas descerem e eu fecho meus olhos.

 

My, my, my, my, give me love

Minha nossa, minha nossa, oh me dê amor,

Give me love like never before

Dê-me amor como nunca antes,

'Cause lately I've been craving more

Porque, ultimamente, eu tenho desejado mais

 

Dói e queima o meu interior o fato de estar com as mãos atadas, queria tirá-la daqui e levá-la para algum lugar e eu tenho certeza que a faria a mulher mais feliz do mundo.

— Se eu fosse uma plebéia... — ela pausa e fixa seu olhar nos meus. — cuidaria de mim assim?

— Se fosse uma plebéia, tenho certeza que não enfrentaria todo esse calvário Sakura. — ficamos abraçados, seu rosto ainda estava sobre o meu peito e eu olhava o céu. — E sim, eu cuidaria de você.

Tudo seria fácil se fosse apenas a Sakura.

 

                                              [...]

 

 

— Brownie... Fez? — ela me olha.

— Não, Temari. — graças ao tempo instável não saímos para correr hoje. — Suas dores estão melhores?

— Sim. Estou em um tratamento ultra secreto. — ela sorri espontaneamente e encara o prato da sobremesa. — Estou bem. — seu sorriso é forçado. — Não tem mais daquelas aranhas?

— Andou chorando? — ela me olha surpresa e tentando disfarçar.

— Imagina. — ela pega o copo de suco de uva. — Por que eu choraria? — seu rosto desarma.

— Quando o seu marido chegou, ele estava alterado e vocês discutiram boa parte do caminho. Me desculpe pela intromissão.

— É um casamento qualquer, existem brigas, desentendimentos. É complicado. — ela meneou sua cabeça em negativo. — Ele nos viu abraçados e queria explicações.

— O que disse?

— Eu estava em um momento difícil e você me confortou, quando pedi, então isso virou uma bela discussão. Nem todos os casamentos são abençoados por amor, esse sentimento tão sublime. Casamentos na Família Real Major, nem sempre são por amor e sim por acordos.

— O seu é um acordo? — ela está centrada refletindo sobre minha pergunta.

— Não existe amor. — um mínimo sorriso aparece em seu rosto, mas se desfaz como uma boneca de porcelana rachada. — Um monarca tem que estar acima dos seus próprios sentimentos, o seu país vem em primeiro.

— Nunca foi amada?

— Pare, eu lhe disse que não tem isso, nossas vontades... — a corto.

— Nunca foi desejada? — ela está desolada na cadeira. — Me perdoe a indiscrição, mas preciso te perguntar algo. — ela consenti. — Já fez amor?

Ela sorri amargamente. — Imagine, eu sou casada.

— Amor, não sexo.

— Existe diferença?

— Um é apenas a junção de dois corpos carnais em um movimento, o outro é algo mais profundo, envolve sentimento e doação de si, é quando um realmente preenche o outro.

— Então já fez amor Sasuke? — ela transparece seriedade.

— Já. — ela recompõe sua postura.

— Tem alguém em sua vida?

— Não. Ela foi minha primeira namorada e eu a amava, no entanto tivemos outros caminhos. Só há bons sentimentos e nada mais.

— Compreendo. Penso eu que mulheres não o faltam.

 – Acha mesmo que sou um mulherengo? Lhe passo essa imagem?

— Acho. — ela é séria.

— Ouch. — consigo tirar um sorriso de seu rosto. — Não sou.

— É um Major da Força Aérea Real, boa pinta e acho que só estalando o dedo elas caiem.

— Calúnia. Eu já paguei por algumas, quer dizer, uma.

— Não acredito. Quer dizer, acredito. Homem e sexo casual, acho que foram feitos um para o outro.

— Eu estava em missão, seis meses na África, foi complicado. E não creio em sexo casual assim, sempre deixa marcas.

— Como ela era?

— Era uma jovem. — ela está curiosa e me olha estreitamente. — Hm, perto dessas bases militares tem esse tipo de comércio e sabe, alguns cedem. Espero não ter problemas falando isso para a chefe.

— Hmm, quem sabe. — ela deu de ombros. — Me conta, como é isso, chega e pronto? — Sakura me pergunta curiosa.

— É, foi minha primeira vez.

— Só teve uma vez?

— Duas... — ela faz uma careta de espanto engraçada e me deixa sem jeito.

— Ela aprovou o cliente. Era bonita?

— Era uma morena e tinha um cabelo preto enorme até a cintura e sim, bonita. Ela fazia para ajudar sua família, o que restou.  Me contou sobre muitas coisas, na segunda vez. — disse pensativo.

— Não deve ser fácil ter que se vender por dinheiro.

— Não é, ela não sentia prazer no que fazia, era humilhante. Os homens só por verem que é uma prostituta, eles as olham como um objeto de descarte. Ela me contou das barbaridades que faziam, ultrajante.

— A tratou do mesmo jeito?

— Não. Eu nunca tratei uma mulher como um lixo a ser descartado. — peguei o copo de água e bebi um gole.

— Foi gratificante para os dois?

— Não querendo me gabar, mas ela teve o seu primeiro prazer, por isso que ela falou tanto de sua vida.

— Hmm, prazer...

— Sente? — ela ficou corada e abismada com a pergunta, eu fui longe demais. — Me perdoe, eu não tinha o direito de ir tão longe.

— São duas e quatro da manhã e você conversando comigo, você já foi longe.

— A incomodo?

— Não, longe disso. Quando Kakashi foi atingido e ele foi substituído, confesso que estava insegura, pois ele além de meu segurança, era um velho amigo e eu tenho uma enorme estima por ele. Então veio você e cá estamos falando de suas saídas com prostitutas nas forças armadas.

— Desculpe.

— Você é diferente. Me faz sentir diferente, como se eu fosse apenas a Sakura e essa que eu nem lembrava de como era. — ela repousa sua mão sobre a minha, a sua é tão pequena e delicada um contraste a minha. — Eu não sou diferente dela, eu me vendi pela minha família, ou o que resta dela. Contudo, não há prazer nisso. — ela retira sua mão. — Boa noite, Major.

— Boa noite, Majestade. — eu quero ajudá-la, no entanto ela pertence a outro alguém. Esse alguém que não a merece. Eu ficarei louco, ou irei preso.

 

— Sasuke, pagaria por mim? — seu olhar está longe, mas capto sua tristeza expressada. — Se eu fosse ela?

 — O preço que fosse, você seria amada. — ela se retira da cozinha. Levo a mão ao meu cabelo.

Ela seria amada de todas as formas.

 Me levanto para arrumar os pratos, ninguém tem ideia dos nossos encontros secretos aqui pela madrugada, creio que não seriam bem vistos, já que ela é casada com outro homem.

 A Rainha com o sorriso triste.


Notas Finais


Músicas: Sia - The greatest
Ed Sheeran- give me love

Obrigada por lerem até aqui.


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