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História My Fair Lady - Mergulho


Escrita por: UchihaSpears

Capítulo 13 - Mergulho


 

Por Sakura

 

Há gritos, vasos quebrados e um marido instável.

O cheiro das fragrâncias de perfume exalam pelo quarto, em um ato incontrolável meu marido quebrou alguns frascos de meus perfumes sobre a penteadeira.

— Como você teve a ousadia de me trair desta maneira? — vejo sua veia quase pulando do cenho. Ele está furioso. Mantenho minha pose intocável, de como se não estivesse sendo atingida por aquilo. Suas palavras não me amedrontam. — Aquela vaca Senju, foi você que fez a cabeça dela, você a indicou. — ele me acusa.

Eu destruí qualquer pretensão do Gaara ao poder. Recebi logo cedo uma ligação do parlamento, ela ganhou. Aliás, ela me ligou.

— Você pensava que eu não saberia, não é? Você apunhalou a minha família, a nossa família.

— Sua família. — falo firme.

— Você é tão egoísta, tão mesquinha uma... — ele mede suas palavras. — Traidora, você não vale nada.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — altero minha voz e é hora de sair da minha caixinha.

— Sou seu marido. — ele fala perto de mim, quase bufando como um cão raivoso.

— Ainda pergunto: Quem você pensa que é?  — ele segura meus braços. — Não ouse. — o olho brava e ele parece compartilhar de um sentimento pior.

— Você mexeu com o homem errado Sakura. — Gaara aperta meus braços, sinto uma pressão no local e causa uma dor.

— Me solta. — exijo e ele me joga na cama com agressividade.

— Não se mexe com um Sabaku, Sakura.

Escuto batidas na porta e logo a nova dama de companhia aparece. — A nova Premier está lhe aguardando Milady. — ela nota o clima estranho instaurado no ar.

— A Rainha. — ele diz com ironia. — Logo estará lá para cumprimentar a nova Premier. — ele ri falsamente. — Não é, Vossa Majestade? — seu sarcasmo e cinismo estão a tona.

 

Desço as escadas ao lado do Gaara. Eu estou completamente mergulhada em uma raiva e frustrada por não poder fazer nada. Isso é uma farsa, não é nada mais que isto.

 

Infelizmente, eu abdiquei do trono. minha vó diz frustrada. Não vejo a Sakura como Rainha, olhe para ela. Ainda estávamos de luto pela morte do meu pai, aliás o país estava de luto pela morte do meu pai, menos onde ele vivia. Como leões atrás das presas jogadas no Coliseu Romano, estão procurando sua caça e destrinchando tudo sobre mim. — Esse país estará arruinado, já querem a cabeça da monarquia em uma bandeja de prata e imagina com a Sakura no comando.

Estaremos em risco mamãe. minha tia Mei diz desapontada. Ela precisa de alguém que a guie.

Eu não perderei meu tempo com ela.

Os Sabaku’s mamãe, eles são de longo tempo amigos da família e conselheiros, deveriam apressar o casamento da Sakura com o Gaara. Ele é mais velho e ajuizado, pode guiá-la muito bem. aquilo caiu como uma luva nos planos.

Excelente Mei, vamos agilizar esse casamento.

Eu não quero. disse baixo. Eu não quero me casar com ele.

Não é o que você quer, é o que a monarquia quer e está decidido.

 

— Vossa Majestade, Vossa Alteza Real. — Tsunade nos cumprimenta.

— É bom vê-la por aqui. Não posso negar que gostaria de ver o meu irmão, mas estou contente em vê-la. — sinto nojo de ouvi-lo falando isso, cínico.

— Não sabe a alegria de vê-la como minha Premier. Creio que teremos um bom relacionamento.

— É tudo que preciso Vossa Majestade. — ela diz sorridente, creio que nem acredita que ganhou o cargo. — É agora uma das líderes mundiais mais importantes do mundo. — falo elogiando-a, e jogando na cara do meu marido o que o seu irmão não é. Eu não daria esse gosto ao irmão do Gaara.

A expressão do meu marido é a melhor, não consegue esconder sua frustração.

Enquanto caminho com Tsunade que fala com todo entusiasmo possível sobre o novo cargo, noto que não vejo o Major por perto. Sinto uma dependência dele ao meu lado, é mais que a minha sombra.

 Eu estou apaixonada por ele. Sinto aquele êxtase na barriga e o coração palpitar, é idiota o que sinto, mas é algo novo para mim e estou feliz com esse sentimento tão proibido entre nós dois.

— Minha esposa está felicíssima com o seu cargo, não a decepcione. — soa rude. O que esperar dele?

 — Foi como um cassino em Mônaco, apostei todas as fichas na Senju e venci. — tenho que aproveitar cada momento. Chegamos ao meu escritório e olho para Gaara, participarei com Tsunade de uma reunião de Estado, que ele não está autorizado.

Depois de alguns anos, eu me sinto no controle. Eu tenho o poder.

 

[...]

 

Foi aniversário de minha avó ontem. Agradeci aos céus por ter ido a uma cerimônia oficial a Escócia. Minha querida família de porta-retrato. A situação com o Gaara está em seu ápice da tormenta, não nos falamos há uns dias, porém, faíscas e xingamentos são mútuos. Estou farta.

— Eu achei ótimo a exposição que a Kim fez da Taylor Swift. — Ino fala e Shizune tem um mini ataque. Minha nova dama de companhia me colocou por dentro do mundo pop. — Ela é tão insossa sabe. — descobri que a Miss Swift não gosta da Katy Perry. — Não se fazem mais divas como antigamente, sou da época da Britney Spears.

— Eu também, a adorava e um dia a conheci. Amei. — coloco a mão no peito. — Hit Me Baby One More Time. — Ino aplaude e eu sorrio. Não posso negar o quão bem essa mulher esta me fazendo, é como uma amiga de colégio que sempre quis ter. Somos tão parecidas.

— Que inveja, conheceu a Britney. — Ino bate no meu ombro. — Desculpa Vossa Majestade.

— Senhorita Yamanaka. — Shizune a repreendeu, é quase diário.

— Tudo bem Shizune. — digo, ouço batidas na porta e a Ino foi abrir, um dos mordomos aparece.

— Vossa Majestade, tem visita.

— Quem? — pergunto com o cenho franzido. Ninguém tem acesso a mim, a não ser da família. E espero que não seja.

 

— Vossa Majestade. — vovó diz em seu tom de deboche. — Não visita mais a família e ainda expulsa a sua tia do palácio em que ela nasceu. A Rainha. – franzo o meu cenho e já espero o que vem pela frente, mais brigas.

— Vamos ao escritório, por aqui.

— Eu sei, reinei por cinquenta e cinco anos, eu sei muito bem qual caminho seguir. — ela vai à frente e eu a sigo, ela ainda tem o título de “Rainha-mãe”

 Entro no escritório, aqui onde trabalho lendo documentos, recebendo políticos e generais. Eu sempre sei o que acontece nesse país antes de todos. Sempre sou bem informada.

 A decoração ainda é de dois séculos passados, tem tapeçarias indianas no chão, quadros a óleo, um birô e dois sofás vitorianos. Ela senta-se à minha frente.

— Não veio por simples visita, não é? — sento e cruzo as pernas. Preciso estar calma para falar com vovó sem sair uma briga.

— Sabe quantos anos tem essa monarquia? — ela levanta-se. — Sabe da nossa história?

— Sinceramente, sei que não veio aqui falar sobre a história da monarquia de mais de mil anos. Fale, sei que não tem farpas na língua.

— Você quer destruir uma monarquia milenar.

— Do que está falando? — pergunto desentendida.

— A família real tem uma imagem a ser zelada e você está afundando isso. O que pretende com o Gaara? — entendo o seu jogo. Ele foi falar com ela. — O que acha, vai se divorciar dele? Uma monarca divorciada. Igual a sua mãe.

 Gaara entra no meu escritório. — Como entra sem pedir autorização?

Ele aponta para mim. — É assim que ela me trata, um lixo. Eu sou o marido dela e ela prefere qualquer outro, até o segurança. — ele aumenta a voz. — Estava abraçada com ele, em uma intimidade única. O que eu devo achar? Sakura arruinou esse casamento, até dormir comigo, seu marido ela anda me negando.

— Quer nos levar a ruína? — ela fala em um tom dramático. — Eu não governei por tantos anos para você levar o nosso nome ao chão. Já pensou se a imprensa presencia tal infame cena, não acha que já tivemos escândalos o suficiente?

— Eu não aceito essas insinuações sobre mim. E você, seja homem o suficiente, se tem problemas fale comigo e não com ela. Você é casado comigo, — pauso e continuo. — infelizmente.

Ele ri ironicamente e um pouco nervoso. — O que quer... divórcio? — ele soa desesperado e olha para mim, como se eu fosse um monstro e a destruidora oficial desse casamento. — Quer se divorciar de mim, Vossa Majestade?

— Eu não seria o primeiro monarca a pedir isso. Não é vovó? Ou não aceitaria por que sou mulher?

— Não faria isso, você é a Rainha e não uma qualquer. — ela diz cética. — Temos uma imagem a zelar, uma ética.

— Que clima! O que perdi? — minha tia chega. Isso era um complô, acabei de perceber.

— E ainda bem que zelam por essa imagem, pois se soubessem como de fato essa monarquia é, eles teriam repulsa de nós e pediriam a nossa cabeça em uma bandeja. Conversa encerrada por aqui.

— Sakura! — minha avó protesta, porém não cedo.

 

Saio da sala. Sinto o ar mais leve aqui, sem aquela tensão. Estou firme por fora, por dentro apenas existe um frangalho meu. Estou despedaçada.

Preciso dele.

Caminho rapidamente pelos longos corredores, desço a escada com pressa. Meu corpo ferve de tanta raiva.

Entro na cozinha e crio um espanto entre os funcionários, um deixa até a panela cair. Não costumo vir aqui pelo dia. Todos ficam de pé e me reverenciam.

— Onde está o Major? — sai sôfrego e aflito. — Onde está o Uchiha?

— Creio que ele está no almoxarifado, Majestade. — Tenten me responde.

— Obrigada. — saio da cozinha e acho que tenho pouco tempo para o encontrá-lo, hoje é seu dia de folga e aniversário de sua mãe. Encontro a saída lateral e apresso os meus passos, não consigo recordar bem onde é o almoxarifado, estive aqui recentemente quando saí com Sasuke, mas talvez meu desespero esteja embaraçando minha mente.

Meu salto afunda no jardim, é difícil correr. Alguns funcionários me olham pasmos e eu pergunto onde que fica o bendito almoxarifado.

— À direita. — corro dentro do possível e enfim o encontro. Entro no galpão.

— Sasuke, Sasuke... Sasuke? — por favor, esteja. Eu já não conseguiria fingir sorrisos, começo em uma prece silenciosa e fixo meus pensamentos nele. Por favor, esteja. — Sasuke? — vejo parte de sua silhueta próxima à sua moto. Sorrio sentindo um alívio, agradeço aos céus.

Me aproximo, ele está com fones de ouvido. Antes que eu o toque, ele se vira. — Senti seu perfume. — ele retira os fones. — O que houve?

Eu o abraço. — Me tira daqui. — sussurro encostada em seu peitoral e seus braços me envolvem. — Me leva daqui.

 

— Eu estou indo visitar mamãe, gostaria de ir?

— Qualquer lugar. — ele beija minha testa e me entrega um capacete.

— Não chora. — ele passa o dedo nos meus olhos. — Não chore, está tudo bem. Lembra os procedimentos da garupa?

— Sim, segurar firme. — sorrio.

— Isso, pode colocar minha mochila, assim ficará sem empecilho enquanto me segura.

— Enquanto o aperto. — monto em sua moto. Estou de vestido, acho que terei o dobro de trabalho. — Vestido não são recomendados, certo?

— O vento não é o melhor amigo. — ele sorri e me entrega um fone de ouvido, coloco-o. Está tocando Ill Be There For You do Bon Jovi. Seguro firme sua silhueta e ele parte.

Acho que a minha perna está sendo exposta devido ao vento, por mais que eu tente, não consigo evitar. Sou embalada com a melodia e a voz aveludada e sexy do vocalista. Aposto que ele escolheu essa música.

                                             I'll be there for you

Eu estarei lá por você

These five words I swear to you

Estas cinco palavras que eu juro para você

When you breathe I want to be the air for you

Quando você respira eu quero ser o ar para você

I'll be there for you

Eu estarei lá por você

 

 É como se ele quisesse passar uma mensagem, Sasuke me conhece tão bem.

Minha sensação de angústia é trocada por uma longa descarga de adrenalina assim que chego à rodovia e vejo que o cenário urbano foi deixado para trás. Olho os campos de plantações ao meu redor, tem carretas e carros em plena velocidade. Sinto um frio na barriga em cada curva que Sasuke faz. O aperto e ele não diminui.

Não contei no relógio quanto tempo durou, mas parece que chegamos ao destino. Uma casa de campo, ao lado há alguns hectares de plantações e estufas. Vejo na caixa de correio o nome da família. Esse é o lar dele. Desço da moto, minhas pernas estão até bambas. Retiro o capacete.

— Estava com medo? — ele me pergunta risonho, sua camisa é de mangas compridas e um xadrez vermelho com preto e seu cabelo caído. Tão rústico.

— Claro que não. — finjo, e em seguida sorrio. — Talvez um pouquinho. — ele acha engraçado a minha reação.

— Vamos. — caminho ao lado dele até chegar à casa. — Eu vou entrar primeiro para preparar a minha mãe, não sei como ela reagirá com Vossa Majestade por aqui.

— Compreendo. — fico alguns minutos na varanda da casa, é tudo tão silencioso e cercado por uma simplicidade. Eu nunca estive em um lugar assim antes. Nunca estive tão só.

Sasuke aparece e faz um sinal. Não é sempre que visito a casa de simples plebeus, aliás, a única vez foi quando visitei uma garota com câncer.

 Entro na casa e a senhora de olhos tão escuros quanto o filho fica boquiaberta e eu sem graça.

— Vossa Majestade. — ela faz uma reverência e eu a cumprimento. — É ela Sasuke! — ela está empolgada e admirada com a minha presença.

— Senhora Uchiha, é um prazer lhe conhecer.

— Vossa Majestade eu não sei o que dizer, quão grande honra de tê-la em minha casa. — ela coloca uma das mãos no cenho e logo se dá conta que está de avental e o tira, jogando-o longe. — Que modos! Sasuke deveria ter me avisado, eu teria limpado a casa, feito comida e me arrumado, céus, estou descabelada.

— Não se preocupe senhora, nem seu filho sabia e não tem nada de errado com sua casa ou o seu cabelo. — digo gentilmente.

— Obrigada Majestade, eu não sei o que fazer. — é engraçado o nervosismo dela, mas isso traz um certo constrangimento para mim.

— Que tal oferecer um lugar para ela sentar? — Sasuke toma a palavra, percebeu que a mãe está entrando em pânico.

— Sentar é claro, que desajustada sou. — ela começa a tirar a poeira do sofá com a almofada. Eu olho para o Sasuke o sorrio e ele pede desculpas. — Aqui Majestade.  — Quer um chá acompanhado por biscoitos?

— Adoraria. — ela se despede e eu olho a decoração da casa, vejo os muitos quadros da família e flores. A casa tem uma decoração de madeira e combina com o chão. Sasuke está no sofá a minha frente e no meio um centro de vidro com algumas revistas e um lindo vaso de orquídeas. Aconchegante.

— E isso que pedi para ela ficar calma.

 [...]

 

 

A senhora Uchiha está calma e acho que enfim, se acostumou com a ideia da minha visita. Nossa conversa principalmente foi sobre a minha família, ela sabe de detalhes que eu não tinha a mínima ideia. Ela gostava da minha mãe, essa sim governava para o povo e se importava.

— Mais biscoitos? — ela me oferece e por sinal estão deliciosos.

— Apenas mais um. Então é viúva?

— Sim, meu marido faleceu há cinco anos.

— Não procurou outro consolo? — Sasuke me olha incerto e repreensivo, acho que falei algo errado.

— Acho que mamãe está bem só. — ele proferiu enfático e sorrio com Mikoto.

— Parece que temos alguém ciumento por aqui. — falo brincando.

— Sim, Sasuke é um deles, filho caçula sempre foi tão ligado a mim. Esse não tem jeito, mas é um homem como nenhum outro, posso ficar horas falando das qualidades dele e do Itachi meu primogênito. Me perdoe por perguntar e ser tão indiscreta, mas não quer ter filhos?

A fito surpresa. Hm, essa é a pior pergunta que podem me fazer. — Acho que essa é a pergunta oficial do reino. — sorrio embaraçada. — Sim, adoraria ter filhos, mas não no momento.

— Mãe, cheguei, tem comida pronta? — acho que o mais velho chegou e deixa a senhora vermelha. — O punheteiro do Sasuke está em casa? — eu o olho e ele está ruborizado.

— Parece que nunca comeu Itachi. — uma voz feminina aparece. — Morto de fome.

— Você não cozinha para mim mulher. — enfim, os dois aparecem na sala e eu tento segurar o meu riso. Nunca estive em uma situação tão informal quanto essa antes.

— Céus, é a Rainha! — a mulher de cabelos azuis puxando para o roxo exclama em choque. — É a Rainha. — eu me levanto e a mulher faz a reverência e puxa o marido.

— Uchiha Itachi. — repreende a matriarca o reprovando. — Isso são modos?

— Eu pensei que apenas o Sasuke estava. — minha mente completa com o “punheteiro” e sorrio. Acho que ele percebeu.  — Eu não sabia que a Rainha, se fala assim com ela? — perguntou confuso para a mulher.

— Vossa Majestade, Itachi. — a esposa o ensina.

— Vossa Majestade estaria aqui. — tenho que concordar que o mundo da moda perdeu um grande modelo. Esse tem potencial.

— Tudo bem foi de surpresa. Senhor Uchiha Itachi e senhora Uchiha. — digo.

— Eles não são casados ainda, Milady. O Itachi tirou a Konan da casa dela quando era nova e vivem apenas juntos. Sempre digo para casarem.

— Estamos felizes do jeito que estamos mãe, não é um papel que define que somos casados. Puxe o pé do Sasuke, não o meu, querida mamãe.

— Nem sempre casamento é sinal de felicidade. O principal que estão felizes e em uma união estável.

— Ela me entende mãe, que dizer Vossa Majestade.

                                                        [...]

Me despeço da família Uchiha e novamente felicito Mikoto pelo seu aniversário. Senti-me extremamente deselegante em ir a casa dela e não levar nenhum presente felicitando pelo seu dia. Despedi-me do Itachi e da Konan, os dois realmente arrancaram risos de mim com a relação deles e claro, o mais velho falando do irmão. Nunca me diverti tanto quanto hoje.

 Fiquei encantada com o relacionamento deles, são uma família de verdade. Tão diferente da minha família, me pergunto se eu tivesse nascido numa família normal, eles seriam assim? Se iam se importar mais com o outro do que o poder, afinal a família está ali para nos apoiar quando precisamos, mas no meu caso, ela é a primeira que me joga as pedras e quer me crucificar. Isso me traz angustia e uma vontade de sumir, não era para ser desse jeito. Eu queria ter uma família real, real em sentimentos, real em amor e não em poder.

  Subo na garupa do Uchiha e o aperto filme, acenei em despedida para eles que estão na varanda. Será o caminho de volta e estarei de volta ao meu tormento.

 

[...]

 

Chegamos ao palácio; Shizune está de cabelos em pé e ligou milhões de vezes para o celular do Sasuke. Tentei explicar que quis espairecer um pouco e ela veio com sua velha conversa, sei que no fim usei de meu título de real. Eu sou a Rainha e desliguei.

— Gostou da tarde?

— A melhor em anos, obrigada. — o abraço e sou retribuída.

— Nos vemos a noite?

— Sim, iremos correr hoje. Quanto mais estiver fora do ar pesado do palácio, eu agradeço. — me despeço dele.  — Hm Sasuke...

— Sim?

— Playboys? Meu segurança é de extrema imoralidade pervertida? — Sasuke ficou sem graça novamente. — Nunca pensei. Acho que começarei a ir à casa de cada funcionário desse palácio, é cada descoberta. — sorrio e vou embora.

 

— Milady que bom que apareceu. — Ino é a primeira a me abordar — Vossa Alteza só faltou me estrangular procurando pela senhora.

— Ele está no quarto?

— Ele passou um bom tempo em seu escritório com sua avó e tia, agora saiu. Furioso.

 

 

 [...]

 

Gaara não discutiu ou nem falou, porém seus olhares constataram o quanto estava irritado. Estou disposta a finalizar esse enlace matrimonial falido. Vesti minha roupa de exercícios e coloquei o casaco. Desci para encontrá-lo e lá estava ele.

 Sasuke é o meu escape.

Não vejo estrelas no céu e parece estar bem fechado, creio que dará tempo para correr um pouco. Não me sinto tão fraca nas corridas, venho aos poucos tentando me alimentar corretamente. Não estou curada, mas é um caminho e o agradeço.

 Iniciamos nossa corrida de sempre. Hoje compartilho de uma liberdade com Sasuke. Ele me chama de preguiçosa e acho que ele não está errado.

Corremos o primeiro quilômetro e pauso. O piado das corujas é ouvido, são as nossas fieis companhias da noite.

 Sentei-me no banco e Sasuke ao meu lado. Encosto minha cabeça em seu ombro e descanso em seus braços esculpidos. — Gostei de conhecer sua mãe, ela é adorável.

— Ela disse o mesmo. — nossas mãos estão entrelaçadas. — Ligou diversas vezes.

— Ela me fez lembrar de mamãe.

— Quem lhe contou que ela morreu? Eu lembro de ter acordado de manhã e ver minha mãe em frente a televisão chorando ao saber da morte dela. Foi triste.

— Eu tinha quinze anos. A relação dela com o papai estava terminada. O escândalo da corte, papai a traiu descaradamente. Ela foi corajosa e pediu divórcio ao futuro rei da Inglaterra, minha avó quase morreu nesse dia.

“Ela estava feliz sabe e tinha até um pretendente. Era um cara simpático e parecia amá-la. Um dia ela sentou comigo e explicou a situação, eu fiquei muito triste por eles estarem se separando, mas compreendi que era para o bem dela. A minha família quis colocá-la como a errada da história, que tinha amantes e tudo mais, porém o povo não ligou, eles amavam a minha mãe. Lembro de ter viajado com ela e o seu novo pretendente para Ibiza, ele tinha um iate. Foi o último verão que passei com ela. — pausei revivendo as memórias.”

 “A semana se passou e lembro que ela estava de viagem com ele, ela me ligou naquele dia e disse que era para eu me comportar bem e não ligar para as pessoas do ensino médio. No dia seguinte eu iria para o novo colégio. Daí ela disse que me amava e que me veria na quarta. Então, eu fui dormir naquele dia, eu estava nervosa por iniciar uma nova série. O fundamental não foi lá fácil para mim devido algumas pessoas. Então, as quatro da manhã eu fui acordada pelo meu pai, estava sonolenta e ele nervoso. Ele disse que a mamãe tinha sofrido um acidente em Milão e iria para lá, pois ela foi ao hospital, logo despertei.

Eu não consegui dormir mais e o Kakashi e a esposa dele, na época ainda não eram casados, ficaram ao meu lado. Eu fui ligar a televisão e o jornalista da BBC parecia tão em choque quanto nós no palácio. Foi especulado que ela foi ao hospital e estaria aparentemente bem, senti um alívio. — voltei a cortar o meu relato, dói um pouco em lembrar.”

— Se não quiser falar.

— Tudo bem, eu senti um alívio momentâneo em meio as lágrimas, dai o repórter disse que tinha uma notícia, a Princesa Mebuke tinha acabado de falecer naquele exato momento no hospital. Meu mundo parou. Anko me abraçou e eu só conseguia chamar pela mamãe. Cochilei um pouco devido ao choro e acordei esperançosa que fosse apenas um pesadelo, mas era verdade. Nessa época eu morava em Kensigston, abri a janela e vi que tinham pessoas em frente ao palácio depositando flores e chorando, eu liguei para a mamãe e seu celular não atendia. Eu voltei a ligar a televisão e era verdade, ela tinha morrido.

“Ao fim da manhã, chegou o irmão da minha mãe e me consolou. O corpo da mamãe chegou quase no fim da tarde de Milão e foi aí que recebi uma mensagem que teria de ir para Buckingham, vovó tinha me chamado. O clima lá era horrível e de extrema frieza, recebi o único abraço dela na vida. Papai tentou me consolar e logo vovó veio e iniciou uma discussão “o fim da monarquia”. Eles não estavam ligando para a mamãe morta. Eles nunca ligaram para ela de verdade, tudo porque ela os ofuscava sabe? Ela era humana, coisa que eles não conseguem e foi isso, o resto do mundo soube. O enterro e tudo mais. — sinto uns pingos de chuva caindo.”

— Temos que correr. — ele me puxa. — A chuva nos pegará. — corro ao lado dele. Os pingos de chuva ficam fortes e quase escorrego. — Tudo bem? Temos que encontrar um lugar para ficar, não chegaremos ao palácio a tempo.

Corremos para debaixo de uma árvore. Não aparava tanto, mas estava boa para o gasto.

— É sempre assim no início do inverno, Kakashi já vem prevenido. — falo enquanto os pingos caem, estou molhada e com frio. — É divertido.

— Está tremendo. — ele se aproxima de mim e me abraça, no entanto não ajuda muito, já que ele está encharcado e sua roupa grudada no corpo. — Vai ficar gripada. — o olho.

— Eu não ligo.

— Eu me importo. — estou encostada de costas para a árvore. Meu coração palpita mais que o usual. Ele está na minha frente e passa sua mão em meu rosto e eu faço o mesmo no dele. Há uma atmosfera intensa sobre nós dois.

           Sua orbe me fita com desejo e lascívia e eu posso sentir, seus lábios se aproximaram de mim, tocando, entreabri meus lábios a espera do seu beijo e assim sou tomada por ele em seus braços e em minha boca, ele me beija e eu revido.

Seus lábios estão no meu e minhas mãos em volta do seu pescoço. Estou na ponta dos pés. Sinto sua mão descendo pelo meu corpo e me apoiando na árvore.

É acalorado e avassalador, é como uma explosão de sentimentos. Estou completamente rendida em seus braços e de olhos fechados sentindo cada momento. É mágico e tão íntimo para nós aquele toque nos lábios.

Enfim nos soltamos. Ainda estou extasiada pela sensação e não queria parar de sentir.

— Você sente? — o pergunto.

— Todos os dias. — ele volta a acariciar meus lábios e nos entregamos aos beijos novamente, ávida por mais prazer, eu o desejo tanto, nossos beijos são intensos, enfio os dedos pelo cabelo dele e ele beija o meu pescoço e volta para minha boca me saciando com sua língua e seu toque. Eu queria que não acabasse, mas nos soltamos.

Dois bobos.

Assim que acaba começamos a sorrir, eu principalmente de tão boba com a situação. Acho que os apaixonados se sentem assim. — Eu vou pedir o divórcio, eu vou ser livre dele. — beijo-o novamente. Passada a afobação inicial, esse é até mais tranquilo que o primeiro. É gentil.                                                          [...]

Alguns dias se passaram desde o nosso primeiro beijo.

Não foi fácil lidar com os nossos sentimentos. Na noite seguinte o encontrei na cozinha, tínhamos muito o que falar e sentimentos esses que estavam aflorados. Eu não sentia remorso ou sentia culpa de me entregar aquele sentimento puramente pecaminoso aos olhos de qualquer um.

Ele me pediu desculpas por tal demonstração de afeto. Eu o fiz entender, eu o amava. Eu amava o meu guarda-costas e sinto o quanto estou completamente perdida por Uchiha Sasuke. Porém eu mesma o confessei e desde então, estamos vivendo um romance secreto pela madrugada.

Um proibido romance.

Não nego que mal espero que anoiteça para me jogar em seus braços e conversamos, talvez isso seja o que tenha feito eu me apaixonar por ele, nossos pequenos momentos. Nos beijamos como dois adolescentes e algo um pouco quente, consigo sentir seu corpo sobre o meu, é uma sensação maravilhosa e enfim, sentir algo que eu sempre quis: Ser desejada e sim, ser amada.

Estou presenciando esse sentimento e procurando viver intensamente. Eu mereço.

— Pronta majestade? — Shizune me pergunta. Hoje é a abertura do parlamento e como a tradição de mais de quinhentos anos, o monarca tem que abrir o primeiro dia. Hoje é o dia que saio de carruagem pelas ruas de Londres até o grande e imponente parlamento.

— Sim. — e claro, a coroa. Shizune a posiciona em minha cabeça.

O que é uma Rainha sem sua coroa?

 Essa coroa foi feita especialmente para a Rainha Vitória, é cravejada por jóias esmeraldas, safiras, rubis e mais de três mil mini diamantes e claro, o quarto há o quarto maior diamante polido do mundo. Não nego que me sinto a Rainha quando eu a coloco.

Gaara assiste em silêncio. Decidi que irei pedir o divórcio nos próximos dias, tive que aguardar a abertura do parlamento para não criar nenhum escândalo. Caminho lentamente até a escada, vejo Sasuke e outros funcionários.

É tão difícil esconder esse sentimento, minha vontade é de pular em seus braços e pedir para ele me levar para longe daqui ou simplesmente beijá-lo.

— Majestade. — ele reverência e eu o cumprimento e lançamos em si o nosso olhar de cúmplices. Seguro sua mão, estou com o manto real é quase como uma capa de super herói, com a diferença dessa ser pesada. Entrego um discreto papel em sua mão, sem que alguém perceba, já que simulo uma tosse para distrair os presentes ao meu redor.

                       Encontre-me na sala de música a uma.

 

Mal posso esperar para vê-lo, apenas nós dois.


Notas Finais


Enfim menina Sakura :)
Beijos e pbrogada por lerem até aqui:)


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