POV LAUREN
A semana passava normalmente sem nenhum acontecimento interessante, era só colégio e trabalho. Não vejo Camila desde segunda-feira. Por ser final de mês tinha muito trabalho no restaurante com compras. Hoje é quinta-feira e eu já estou quase implorando pelo final de semana. Pelo simples fato de, não trabalho. Eu sei que comecei a pouco tempo, mas já tenho direito de abdicar do final de semana. Fui desperta de meus devaneios com o toque do meu celular, olhei a tela e vi "Senhorita Cabello" piscando.
-Senhorita Cabello? - perguntei assim que atendi.
-Oi Lauren, tudo bem? - perguntou calmamente.
-Sim, e vocês? - eu já menciono no plural por conta do bebê.
-Estamos bem. Na verdade queria te avisar do pré-natal, você disse que queria ir comigo, então eu achei que... - ela parou de falar, como se estivesse se condenando por falar tanto.
-Claro, que dia você marcou? - perguntei tentando tirar a tensão dos ombros dela.
-Amanhã a uma da tarde. - Camila disse receosa. Eu teria aula até as três, mas daria um jeito. - Eu sei que você tem aula até as três, mas se não fosse esse horário seria no meio do mês que vem.
-Posso te buscar meio-dia e almoçamos antes de irmos. Vai estar no trabalho? - perguntei, espero ter tirado todas as dúvidas que ela estava carregando.
-Ah, claro. Eu vou te esperar então. - eu acabei sorrindo.
-O que acha de eu levar o jantar pra você hoje? Mama deve estar com saudade de cozinhar para o neto. - falei.
-Pra ser sincera, seria ótimo. Estou com tanto sono que nem sei se lembraria de jantar quando chegasse em casa. - Camila disse e suspirou mostrando seu cansaço. Eu tinha lido que grávidas ficam com mais sono.
-Chego com o jantar logo depois de você. - nos despedimos e eu fui em direção a cozinha conversar com a mama. - Mama.
-Minha bambina, você almoçou? Ta tão magrinha. - ela perguntou levantando minha camiseta no meio da cozinha e de várias cozinheiras. Abaixei e tentei não ruborizar.
-Almocei mama, tudo que a senhora mandou, e são cinco da tarde e a senhora já me mandou dois lanches. - mama as vezes exagera.
-É que você vai ser mama, precisa estar forte, minha bambina. - acabei sorrindo e beijei seu rosto.
-Era exatamente sobre isso que eu preciso falar com a senhora. - comecei e a mulher me olhou preocupada.
-Camila e o bebê estão bem?
-Sim, mama. É que amanhã é a primeira consulta do nosso filho e eu queria acompanha-la. Mas é a uma da tarde. - falei e sorri amarelo.
-Quer permissão pra sair mais cedo do colégio. - a mulher afirmou.
-Sim. E outra coisa, prometi levar o jantar. Camila está sonolenta e não ta afim de cozinhar. - a mulher abriu um grande sorriso e os olhos brilhavam.
-Claro. Vai estar pronto em uma hora. O jantar do meu bambino. - ela disse.
-Ei. - fiz bico fingindo ciúme.
-Meu outro pequeno bambino. - mama se aproximou e beijou todo meu rosto enquanto apertava minhas bochechas e eu ria.
(...)
Peguei os pacotes no banco do passageiro e saí do carro, logo o trancando. Toquei a campainha e Vero atendeu.
-Opa, trouxe meu jantar? - perguntou animada.
-Não, trouxe pra sua mãe. - abri um sorriso amarelo e Vero fechou a cara. - Brincadeira, trouxe pra você também. Sua mãe chegou?
-Está tomando banho. - entrei e Vero fechou a porta. - E então, como vai ser entre vocês? Vão namorar ou foi só pra mamãe engravidar? - perguntou e eu engasguei.
-Namorar? Nós não... Namorar? Nunca falamos disso. Namorar? - falei nervosa.
-Vero, deixa a Laur em paz. Estamos bem, é o que importa. - Camila disse descendo as escadas com um short e uma camiseta larga.
-Só quero saber as intenções dela. Se tivesse usado camisinha eu não estaria perguntando. - eu já não sabia que tom de vermelho eu estava. Camila se aproximou e segurou delicadamente em meu braço.
-Vem, Laur. - Camila me chamou. Ela me guiou até a cozinha e Vero veio logo atrás. Jantamos e eu ainda estava constrangida com o último assunto. Até Camila perguntar da escola e eu me soltar um pouco mais. Depois do jantar Vero anunciou que ia tomar banho. - Você é mesmo virgem? - Camila perguntou assim que ficamos sozinhas. Eu já não sei quantas vezes ficaria ruborizada.
-Sim. - falei sussurrando.
-Por quê? - Camila perguntou e ponderei em responder.
-Além de eu ser uma garota com um pênis? Sou tímida demais. - respondi e a mulher me encarava.
-Tem vergonha de ser assim? - perguntou realmente interessada em me ouvir.
-Não, eu só... É estranho, entende? Da cintura pra baixo um garoto, da cintura pra cima uma garota. Não sei se muitas garotas topariam isso. - desabafei e a mulher me olhava atentamente.
-Vem cá, vamos para o meu quarto. - Camila disse e segurou minha mão me puxando escada a cima e me guiando a seu quarto. Só não sei ainda por qual motivo. Assim que chegamos em frente a seu quarto, ela olhou em direção ao quarto da Vero que estava fechada e podíamos ouvir uma música tocar lá dentro. Camila me puxou pra dentro do seu quarto e fechou a porta. Vi que a trancou e fique a observar o que ela faria. – Você não precisa ter vergonha, Laur. – Camila disse e acariciou meu rosto. – Você é uma garota especial. Então eu vou te ajudar, sei que só vai adquirir mais confiança depois da sua primeira vez, e além disso, eu to com os hormônios a flor da pele. Eu te ajudo e você me ajuda. – ela disse. Camila não falava em um contexto sexual, eu entendi o que ela queria dizer. E de uma forma estranha é carinhoso. Apenas não sei se vou conseguir saber fazer direito.
-Eu não sei se vou saber o que fazer, senhorita Cabello. – falei e a mulher levou as mãos até a barra da minha camiseta.
-Você tem que relaxar. Se não, não vai aproveitar nada. Eu te ajudo. – ela disse e eu assenti. Dá pra entender que eu terei minha primeira vez nesse momento, com uma mulher experiente, mãe da minha melhor amiga, e que está grávida, de um bebê que também é meu agora?
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